Salário de um engenheiro de electrónica.

Eu fiz, o meu irmão fez, o meu primo fez, entre outros mais antigos, conheço o curso relativamente bem.

É um curso típico de Engenharia, começa com Matemática e Física (e um pouco de Química), tem logo cadeiras de introdução a electrónica, programação, análise de circuitos e afins e progride depois conforme o teu ramo. Tens laboratórios, tens trabalhos, tens exames, enfim o normal.

Não é um curso fácil mas está ao alcance de qualquer pessoa que trabalhe. Alguma questão específica?
 
Tenho algumas questões:

- Como está a empregabilidade actualmente? Os últimos dados que tenho são de 2011...

- É realisticamente possível acabar o curso em 5 anos?

- Caso necessário, por motivos inesperados, é possível desempenhar, de modo aceitável, um emprego de programação?

- Qual o tipo de função posso esperar desenvolver, caso opte pela vertente mais ligada a hardware?

- Que tipo de projectos irei ter de fazer?


Por enquanto, só me ocorrem estas questões.

Obrigado!
 
Última edição:
Actualmente, de 2012 para a frente não sei, as pessoas que conheço já terminaram há mais tempo. Os que conheço arranjaram trabalho a terminar o curso.

Sim, é perfeitamente possível acabar em 5 anos.

Sim, é, conheço quem faça isso. Mas se é isso que pretendes à partida vai antes para outro curso, MEIC por exemplo.

Não foi essa a minha opção e as pessoas com quem mantive maiores ligação também não foram por aí. Conhecia uns tipos que andaram na PT Inovação que faziam algo nessa área mas não me lembro.

Depende bastante do ramo e sítio para onde fores.
 
Vamos lá ver se nos entendemos, que eu só tenho visto aqui FEUP bashing.

Respondendo á do pessoal competitivo: depende dos grupos e dos anos. No curso de electro na FEUP entram 250 pessoas todos os anos, portanto há um pouco de tudo. Já vi gajos que nunca saem de casa e passam a vida a estudar e pessoal que se for preciso atira um colega para baixo de um camião se isso significar que tem mais umas décimas na nota. Por outro lado já passei muita noite naquela faculdade a estudar com amigos, já me safei a cadeiras porque tive pessoal que tirou uma semana de cada vez para me preparar para um exame. Já tive gajos a tentar lixar-me a vida e já tive pessoal que se fosse preciso vinha buscar-me a casa de propósito para me ajudar com um trabalho (não tenho carro). Já tive professores que chegavam horas atrasados a exames e que se borrifavam para os alunos, e já tive professores que se fosse preciso estavam um dia inteiro a explicar matéria aos alunos no gabinete e depois perguntavam como o exame tinha corrido. É um ambiente grande e há de tudo, é importante uma pessoa fazer por conhecer as pessoas fixes.
O mesmo acontece no isep. Sei de um caso específico de um professor que decidiu lixar um aluno. O aluno esteve dois anos com a licenciatura por fazer por causa da cadeira desse professor. Ele decidiu ir de erasmus para fazer a cadeira, e obteve aprovação. Quando voltou o professor obrigou-o a fazer um exame para provar competências para lhe dar a equivalência. O rapaz em questão acabou por desistir do curso. Também conheço pessoal muito fixe do isep e pessoal menos fixe, é como tudo neste mundo.

Quanto à teoria: sim, é verdade, o ensino na FEUP é mais teórico. Isso não quer dizer que um gajo formado na FEUP não tenha tanta prática como um do isep quando acaba o curso. Eu conheço o isep há muito mais tempo do que conheço a FEUP (o meu primo estudou lá) e a opinião que eu tenho é que no isep realmente o pessoal tem mais apoio por parte dos professores. Isso advém de filosofias de ensino diferentes. Na FEUP vive-se a verdadeira bolonha: a função essencial dos professores é expor a matéria e dar umas luzes aos alunos, mas os alunos têm de fazer o trabalho todo sozinhos, com o mínimo de apoio. Isso é um choque inicialmente mas depois de nos habituarmos aprendemos a ser autosuficientes. Quanto à prática, a mesma pode ser obtida com projectos extracurriculares. Eu desde o meu segundo ano que estou metido em projectos de investigação que me ensinaram a parte prática que não aprendi nas aulas. Eles estão lá para quem se quiser meter neles, muito pessoal é que não se mete lá porque não querem ter trabalho.

Quanto ao ódio ao isep: da minha parte não odeio nem nunca odiei o isep ou outros politécnicos. O objectivo de um politécnico em engenharia é formar engenheiros técnicos. Não é uma profissão melhor ou pior que a profissão de engenheiro ou a de técnico, é tão necessária como elas. O que se passa com o isep é que desde há uns 15 anos para cá eles mudaram o tipo de ensino para ser muito mais teórico do que era antes, porque foi numa altura em que o pessoal começou todo a querer vir estudar para o Porto, não entrava na FEUP, ia para o isep, e o ensino de lá não correspondia às suas espectativas, e o isep acabou por mudar o método de ensino para ser mais parecido com o universitário. A questão é que isep não é uma universidade, é um politécnico, e como tem um ensino muito parecido com o universitário (nalgumas àreas), é um mau politécnico. E isto é facil de ser visto quando se compara o ensino no isep com o ensino em muitos outros politécnicos deste país. Olhem, um exemplo de um bom politécnico é a estga da UA.

A ultima que vou comentar é a de o pessoal da feup não ter vida. Eu pessoalmente acho que sempre tive muito trabalho quando comparado com pessoal de outras faculdades mas a verdade é que não ache que tenha de estudar demasiado. Desde que vim para a faculdade sempre saí, sempre pratiquei desporto, tenho namorada, trabalho e ganho o meu dinheiro, fiz formações extracurriculares e sempre andei metido em projectos de investigação e outras coisas do género. Não me considero um gajo propriamente inteligente e maior parte do pessoal do meu grupo de amigos está na mesma situação. Não vou todas as semanas para os copos como pessoal de outras faculdades, mas considero que tenho um pouco de tudo.

Só para rematar: A FEUP não é melhor que o isep nem o inverso é verdade. São dois establecimentos de ensino diferentes com objectivos diferentes. Em caso de dúvida, o melhor mesmo é aceitar a opinião de toda a gente com um grão de sal, visitar os sítios e falar com professores, alunos e funcionários na primeira pessoa. No fim independentemente da decisão, quem entrar na FEUP ou no isep está muito mais bem servido do que a maioria do pessoal no ensino superior. E nunca esquecer que a instituição de ensino é só uma ferramenta e quem tem de trabalhar somos nós. Ao fim e ao cabo, se um gajo for bom e for trabalhador, vindo da FEUP do isep ou da Escola Inferior de Ensino de Casco de Rolhas, tem-se sempre sucesso.

:-D
 
Infelizmente não faltam casos de pessoal recém licenciado a ganhar 600-800€ e isso para mim é exploração ao mais alto nível. Eu quando acabar o curso vou ter de gramar isso mas ao fim de 3 anos e alguma experiência eu bazo daqui.
 
Esses valores ate tenho amigos a ganhar tendo ate o mestrado e outros com licenciatura, muita exploração e muito trabalho sendo que alguns casos a trabalhar 10/11 horas e horas extra nada,pode ser que melhore aos poucos isto
 
Isso é assim tão comum?
Infelizmente e.
Todo o pessoal que acabou comigo a licenciatura esta agra a ganhar o valor do estagio profissional 691€ o q s traduz em 550€ limpos mais subsidio de alimentação. Sendo que dois deles a empresa oferece um extra de 150€, o que não é o meu caso.

Acho ridiculo, ate quero ver para que valores vão colocar a fasquia agora que estou a terminar o estágio...mas é o país em que estamos.

Estudamos, temos responsabilidades e temos de as assumir quando algo corre menos bem ( e por vezes não são pequenas)...por vezes até se dorme mal quando algo não está a correr tao bem quanto o que gostavamos..e ganhamos quase tanto como se andássemos a virar hamburgers.

Se assim continuar é acabar o mestrado e fugir deste país. Ate lá voume manter por ca.

Abr
 
Última edição:
Há empresas que pagam muito mais. Mas é preciso ser-se bom para lá entrar.

De qualquer das formas isto está mesmo para se ir para fora. É que sem se justifica, lá fora pagam 3 vezes mais e um gajo tem um nível de vida muito mais elevado.
 
Boa tarde,
Desculpem lá mas tenho esta dúvida:
Tenho uma licenciatura em Engenharia Informática e um mestrado em Engenharia Mecânica. Pretendo exercer profissionalmente nesta última área. Posso inscrever-me na OE (Ordem dos Engenheiros) na especialidade de Engenharia Mecânica?
 
Boa tarde,
Desculpem lá mas tenho esta dúvida:
Tenho uma licenciatura em Engenharia Informática e um mestrado em Engenharia Mecânica. Pretendo exercer profissionalmente nesta última área. Posso inscrever-me na OE (Ordem dos Engenheiros) na especialidade de Engenharia Mecânica?
Podes, logo que passes lá nos exames deles. Não sei é se precisas sequer de estar inscrito na ordem
 
Podes, logo que passes lá nos exames deles. Não sei é se precisas sequer de estar inscrito na ordem
RESPOSTA DA ORDEM DOS ENGENHEIROS:
Tenho uma licenciatura em Engenharia Informática e conclui um mestrado em Engenharia Mecânica.
Pretendo exercer profissionalmente na área de Engenharia Mecânica.

Por isso, posso inscrever-me na Ordem dos Engenheiros na especialidade de Engenharia Mecânica?

Poderá inscrever-se para o grau E2 em Engenharia Mecânica mas será avaliado por um júri que indicará se será aceite no colégio ou não. Terá de se dirigir aos serviços da secretaria e efetuar a sua inscrição. Consulte o site:

http://www.ordemengenheiros.pt/pt/admissao-a-ordem/membro-estagiario-e-efetivo/

Se pretender mais tarde posso também exercer Engenharia Informática?

Para se inscrever no colégio de Engenharia Informática terá também de se inscrever mas só no grau E1. Pois tem licenciatura pós-Bolonha e será o júri também a avaliar.
 
em principio agora na segunda fase vou ter media tanto para o minho como para a feup, toda a gente me aconselha a feup, mas gostava de saber porque, acho que só me dizem isso por causa de as medias sarem mais altas la, quanto ao prestigio não devera haver assim tanta diferença...
de qualquer das maneiras gostava que alguém da feup me disse algo também, especialmente quanto a necessidade ou não de inglês no primeiro ano...
Olá :) Entrei na 1º fase em Eng Eletrónica Industrial e Computadores na UM. Também tive exatamente a mesma dúvida que tu :) Se precisares de esclarecer alguma dúvida estou totalmente disposta a ajudar.
 
Inglês no primeiro ano? Não muito. Mas mais para o fim do curso sim, e é algo muito importante no mundo do trabalho também. É completamente normal a meio das entrevistas de emprego começarem a falar inglês do nada contigo ou mesmo a entrevista ser feita totalmente em inglês.
Também muitos conteúdos sobre engenharia (desde livros dedicados à matéria, como tutoriais e outras coisas na net) estão apenas disponíveis em inglês. Se tiveres de programar, esquece, a documentação é só em inglês.
 
Em relação ao off-topic que comentaram entre a UM ou FEUP, posso dizer que o MIEEC da FEUP abrange 3 ramos distintos (Energias, Automaçao, Telecomunicações) e que por exemplo o ramo de Telecomunicações no geral tem o mesmo plano de estudos que o curso de Tele da UA, portanto em teoria alguem que estude nos dois sitios no final irão estar no mesmo patamar em termos de conhecimentos (simplificando excluindo desempenho/medias).

Também se queimam integrados, se poem uns indutores a deitar fumo, se disparam disjuntores, se arrebentam condensadores, na FEUP também se põe a mão na massa portanto não convem criarem mitos. Essa dos professores chegarem horas atrasados a um exame nunca me aconteceu(va no maximo dos maximos meia hora ou 45 min) e profs a queimarem alunos para não passar tambem do meu conhecimento não sei felizmente, mas de resto subscrevo o que o Maxpaynner disse. Sobre quem teve no 1º ano na feup e depois mudou-se para o isep, eu estive 1º ano no MIEIC e depois mudei para o MIEEC e por exemplo achei que no geral no MIEEC para cadeiras semelhantes até podia ser mais exigente mas em termos de metodo de ensino e plano de estudos melhor que o MIEIC (falo so do 1º ano da experiencia que tive). Do 2º ano para a frente ja convem começar a ler coisas em inglês porque a bibliografia de referência é toda ela em inglês, alunos de erasmus obrigam alguns professores a dar aulas em inglês (poucos mas alguns fazem) mas com jeitinho é facil de perceber não é preciso estarem a tirar cursos a parte de inglês, percebendo o vocabulário que vem na bibliografia depois se for preciso nas aulas é igual.

Ao contrário do que o maxpaynner disse em relação ao que ver antes do curso, eu aconselho a quem está no secundario por hobbie começar a ver umas coisinhas de programação seja C ou Java, mas mais C que é acessivel e útil para o curso e agora ha imensos tutorials e sites como o codeacademy para se aprender python etc, so experimentar uma delas e ter uma ideia para não apanhar surpresas. Não é condição indispensável, mas nem todas as escolas do secundário dão uma disciplina de programação para quem esteja em ciencias e tecnologia e outras dão um cheirinho e o MIEEC no 1º ano entram 200/250 pessoas, teoricas que parecem um filme dos cowboys, ha uns professores melhores que outros a ajudar iniciantes, é facil uma pessoa se dispersar, notei isto nos dois cursos de forma igual. Quanto à fisica, reaprende-se tudo de novo mas mais aprofundado e melhor. Acho que das dúvidas que puseram penso que esclareci tudo.

Quanto ao on-topic, e conhecimento de alguem que se tenha aventurado por conta-propria(depois de adquirir uns anos de experiência), criando uma rede de contactos alguem tem conhecimento?
 
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