Em relação ao ToS já chegou o meu mas ainda não joguei grande coisa, mas pelo que já vi por aqui dizem que este está muito mais fraco que o original, é verdade?
Depende do ponto de vista; afinal o Tales of Symphonia é, nesta altura, um jogo com a sua idade e isso tem de ter de ser tido em conta. Coisa que muita gente não tem, porque jogou o ToS em 2004 e quando o fez, foi o seu primeiro Tales of.
Se falarmos em valores de produção, não há comparação possível, o ToS quando saiu era de longe o Tales mais caro de sempre... e era feito de raiz com uma optimização irrepreensível e se considerar-mos o "splash" que fez, também não se compara, afinal foi o primeiro Tales em 3D, e como tal a base de todos os Tales 3D vindouros, inclusive este. De facto, este jogo usa a mesma engine, e com uma optimização, infelizmente, bem pior (99% certezas que foram buscar a "build" da PS2, que em termos de optimização era francamente má, mas tinha os upgrades de batalha para o Abyss... de Multi Line LMBS para Flex Range LMBS)
Também se tem de ter em conta que este jogo é uma pseudo-sequela passada 2 anos depois, vem a jeito de remate do "nem tudo ficou bem" (e é natural que não tenha ficado) e nunca na magnitude do primeiro; o que é natural... se fizessem um jogo tão épico como o anterior dois anos depois... significaria que a quest do primeiro teria sido em vão e não é essa a intenção. O Tales of Symphonia é uma prequela do Tales of Phantasia, para fazer algo épico tinham duas hipóteses... fazer uma prequela do Tales of Symphonia 4.000 anos antes, com a primeira Chosen of Regeneration e a sua "party" que foi a ultima vez que as coisas no mundo mudaram drasticamente até ao ToS... ou então fazer uma 2.000 anos depois do ToS... durante a Valhalla War; não vejo mais espaços vagos sem criar outro cenário ainda mais longínquo.
Ainda não testei o sistema de batalha do outro Tales que saiu o ano passado no Japão, mas se for apenas um Tales of the Abyss 1.1 (e tudo indica que sim, ao ser chamado 'enhanced' Flex Range), com os problemas do free-run e o bug de utilização infinita de hi-ougi's adicionados para a versão Americana resolvidos... então este é, em essência e no que toca a sistema de batalha, simplesmente melhor. Se tivesse de o comparar a um Abyss diria que é um Abyss 1.5. O combate aéreo é uma inclusão dos diabos (que os jogos Team Destiny já tinham há anos) e qualquer Tales 3D que vier a seguir sem o ter será um retrocesso. Além disso a Marta é serviceable para close-range, coisa que não posso dizer de uma Collette Brunel (ToS) ou de uma Tear Grants (TotA), não é apenas uma healer que faz casting de spells em long-range.
Não para dizer que está isento de problemas, o sistema de monstros é gimmick (apesar de andarem sempre over-leveled), a guest party que retorna do ToS não faz level-up, em vez disso evolui por si só em checkpoints (por exemplo no final de um chapter estão em nivel 20, no seguinte a 30), a quantidade de mystic artes/hi-ougi's é um retrocesso com apenas 1 por personagem (o ToS só tinha 3 hi-ougi's no entanto, e nesse aspecto é uma evolução considerável) e a AI é mais limitada do que em outros Tales, o que não tem grande explicação a não ser o facto de ser intencional... mas que, para quem está habituado cria alguns problemas... mas as melhorias reais compensam... e é dessas que me irei lembrar.
Também é uma pena o cop-out que faz em algumas features estabelecidas do franchise, por força do hábito fui dar cabeçadas no Coliseum apenas para descobrir que não há cameo battle's neste jogo; não posso pre-definir os guest characters como main na ordem da party em usá-los como party avatars em cidades (sim, queria free items com o Zelos), e outras coisas.
Em termos de história, não espero que ninguém concorde comigo... mas eu achei a história do DotNW de certo modo melhor que a do Symphonia, e até do Abyss. E acho pertinente dizer que eu não jogo os Tales of pela história (senão não os jogava) e razão pela qual até os jogo em japonês... porque me estou bem lixando para a plot, desde que não encrave. Tales para mim vale pelo gameplay.
Voltando à minha opinião... O jogo não tem o sistema de afecção do Symphonia implementado, nem o grau de epicidade dos dois, mas precisamente isso, por ser mais linear e contido não andamos a encher chouriços a arrastar um jogo que já devia ter acabado (TotA). Não temos um argumento com FFX overtones que não sabemos se às vezes não está a gozar de tão cheesy que é (não é tão mau como o FFX porque ao menos não se esforça demais, nem anda a insistir numa seriedade inexistente) e não temos de gramar com a Collete AKA carmelinda descalça do sacrifício (ToS), nem temos de gramar com o Luke e com a Natalia e as suas inconsistencias "psicológicas" (TotA). Claro que podemos dizer que o Emil não é hero material como o Lloyd e não é, mas não só isso é intencional como é uma personagem que só melhora ao longo do jogo em vez de ir ficando pior... chega a ser tolerável. (podia ter um script writing mais afinado, mas que se lixe). O jogo chega a ser bom em história, especialmente se considerarmos as voltas que o cenário dá.
Considero a voice-cast inferior à original do ToS, no entanto, mas as skits são todas elas full-voiced, coisa que no Tales of Symphonia foi amputado face à versão Japonesa.
Já me estou a alongar e por isso vou tentar terminar.... Este jogo é uma sequela para o Tales of que mais vendeu à escala mundial e na plataforma que sucede à plataforma onde isso aconteceu (logo herdeira da sua userbase)... 5 anos depois exigia-se outro respeito e ambição por parte da Namco e os valores de produção baixos, reciclagem de assets e outras falhas técnicas não são aceitáveis ou perdoáveis, mas enquanto que essas coisas não devem ser desculpadas, também não devemos andar a correr atrás do jogo com tochas. Eu já critiquei imenso o jogo nesta thread mas também sou capaz de elogiar (mas normalmente critico, porque normalmente me estou a focar nas coisas que podiam ser melhores) mas têm de ver de quem vem... eu era capaz de passar uma tarde a criticar qualquer Tales em anos recentes e gosto deles, são jogos óptimos mas com falhas crónicas... não sei se dizer isto assim assusta pessoas que estejam a pensar saltar no barco... mas é a minha opinião sincera e espero que isso não vos impeça de o fazer... porque para mim não tem impacto algum; vem com naturalidade.
Também não quero que leiam isto e achem que considero este jogo melhor do que os jogos a que o comparei, não era essa a minha intenção,... O meu ponto era mesmo a de que o jogo tem features que o redimem de forma considerável.