Iniciação à Fotografia - Lentes/Sistemas

Rui Marto

Power Member
Lentes/Sistemas

As lentes são talvez o componente mais importante numa máquina fotográfica. Estas definem grande parte dos parâmetros técnicos de uma fotografia (focal, abertura, focagem, magnificação), assim como as principais características qualitativas ao nível técnico (nitidez, distorção, aberrações cromáticas e vinhetagem).
Vamos então falar das características das lentes, dos vários tipos de lentes e da especificidade de cada, assim como abordar alguns prós e contras.



Distância focal/Ângulo de visão/Zoom
A distância focal (focal length) é a distância entre um determinado ponto nodal da lente e o plano focal em que se encontra o sensor/filme. Esta distância vai determinar o ângulo de visão, que consequentemente determina a ampliação da imagem.
Focais baixas têm maior ângulo de visão e quanto maior for o ângulo de visão, maior será a área captada na imagem e mais pequenas parecerão as coisas. Focais elevadas têm menor ângulo de visão e quanto menor for o ângulo de visão, menor será a área captada na imagem e maiores parecerão as coisas.

Para comparar distâncias focais (e perceber melhor o seu funcionamento), podem consultar o Comparador de Distâncias Focais da Tamron. Podem também reproduzir este efeito, com uma folha de papel furada, espreitando através do furo e variando a distância entre a folha e o olho.

Esta distância é medida em milímetros e há essencialmente dois grupos de lentes: Prime e Zoom. As "Primes" são lentes que têm apenas uma distância focal fixa, enquanto as "Zoom" cobrem uma gama de distâncias focais. O factor de zoom é a relação entre a focal mais curta e a focal mais longa de uma determinada lente (ex: 28-280mm = 10x zoom).



Abertura/Velocidade
Abertura (aperture) é o diâmetro da abertura do diafragma interno de uma lente. É a abertura da lente que controla a quantidade de luz que atravessa a lente por unidade de tempo, ou seja, controla o fluxo de luz, tal como uma torneira controla o fluxo de água. Por esta mesma razão, lentes com grandes aberturas, são também chamadas de lentes rápidas. A abertura é sempre regulável, variando entre um máximo e um mínimo característicos de cada lente, excepto no caso de lentes catadióptricas em que a abertura é fixa.

O valor da abertura normalmente é expresso pelo "f-stop". O f-stop é o rácio entre o diâmetro da abertura do diafragma e a distância focal da lente. Por exemplo, uma lente com uma distância focal de 50mm, cuja abertura do diafragma seja 50mm, tem uma abertura de f/1.0 (distância focal a dividir por 1). Noutro exemplo, uma lente com uma distância focal de 200mm, cuja abertura do diafragma seja 50mm, tem uma abertura de f/4 (distância focal a dividir por 4). É utilizado o f-stop porque existe uma correspondência entre lentes, independentemente da distância focal e diâmetro da abertura, ao nível da exposição obtida. Ou seja, independentemente do valor em milímetros da abertura, se usarmos várias lentes com o mesmo f-stop, vamos obter exposições idênticas, ou seja, o fluxo de luz é igual para f-stops iguais.

A escala de f-stops inicialmente pode gerar muita confusão por dois motivos. O primeiro é o facto de ser uma escala invertida, ou seja, como o valor é sempre o divisor, quanto mais baixo é o f-stop maior é a abertura. O outro motivo é por não não crescer de forma linear:
1.0 > 1.4 > 2 > 2.8 > 4 > 5.6 > 8 > 11 > 16 > 22 > 32 > 44 > 64 > ...
Uma forma fácil de aprender a escala é memorizar que são múltiplos de 1 e de 1.4 alternados. Separando as escalas (a do "1" e a do "1.4"), o valor seguinte é sempre o dobro do anterior:
Escala do "1" - 1.0 > 2 > 4 > 8 > 16 > 32 > 64 > ...
Escala do "1.4" - 1.4 > 2.8 > 5.6 > 11 > 22 > 44 > ...

Em casos raros são criadas lentes tão luminosas que atingem os limites desta escala, algumas conseguem até exceder:
- Leica Noctilux-M 50mm F0.95 ASPH é actualmente a lente mais rápida do mercado e a mais rápida da história com um elemento asférico a ser produzida em massa.
- Canon EF 50mm F1.0 considerada uma lente lendária, foi a lente mais rápida alguma vez produzida para SLR e com autofocus.
- Carl Zeiss 50mm F0.7 foi produzida especificamente para a NASA e foi utilizada uma vez em cinema por Stanley Kubrick, no filme Barry Lyndon, para filmar cenas à luz das velas.
- Tokyo Kogaku Toko e Simlar 50mm F0.7 apenas foram criadas três, duas das quais foram usadas numa expedição ao polo sul.
Lentes com estas aberturas são usadas para fotografar em condições de luz muito fraca, em cinema/TV e em aplicações científicas ou militares.



Estabilização óptica
A estabilização é um sistema que corrige movimentos da lente durante a exposição. Este sistema permite que se fotografe a velocidades mais baixas que o habitual, evitando que as fotos fiquem tremidas com tanta facilidade. É constituído por um elemento óptico móvel que desvia a luz, de forma a que esta incida sempre sobre o mesmo local do sensor.

Este sistema pode ter vários nomes, consoante o fabricante da lente:
Canon - IS (Image Stabilizer)
Nikon - VR (Vibration Reduction)
Sigma - OS (Optical Stabilizer)
Tamron - VC (Vibration Control)
Samsung - OPS (Optical Picture Stabilisation)
Panasonic - MEGA O.I.S. (MEGA Optical Image Stabilization)
Há outros fabricantes com estabilização, mas optam por estabilizar através do sensor da máquina.



Focagem
Actualmente a maioria das lentes são produzidas para sistemas com focagem automática. A focagem pode ser feita movendo vários elementos ópticos ou mesmo todos. Há lentes em que o elemento frontal roda (estas dificultam o uso de filtros polarizadores), lentes que variam o seu comprimento e lentes com sistemas de focagem internos. Devido ao movimento dos elementos ópticos, a maioria das lentes varia a sua distância focal durante a focagem, mas normalmente é uma variação pouco significativa e é mais comum em lentes zoom ou lentes que movam todos os elementos ópticos.
Dependendo do fabricante, do sistema a que se destina e o tipo de focagem, a lente poderá ter motor interno. Toda as lentes para o sistema da Canon têm motor de focagem interno. Para o sistema da Nikon só as lentes AF-S têm motor interno e nos restantes sistemas apenas há motor interno em caso de focagem ultrasónica.

A focagem ultrasónica é um tipo de focagem bastante rápida e silenciosa, normalmente disponível em lentes de topo. A sigla associada a este tipo de focagem varia consoante o fabricante da lente:
Canon - USM (UltraSonic Motor)
Nikon - SWM (Silent Wave Motor)
Sony/Minolta - SSM (SuperSonic Motor)
Pentax - SDM (Supersonic Drive Motor)
Olympus - SWD (Supersonic Wave Drive)
Panasonic - XSM (Extra Silent Motor)
Sigma - HSM (HyperSonic Motor)
Algumas lentes permitem FTM (full time manual), ou seja, é possível operar a focagem manualmente, mesmo sem desligar o autofocus. Há também lentes com sistemas de embraiagem, em que basta deslocar o anel de focagem para se poder focar manualmente.



Profundidade de campo
A profundidade de campo (DoF - Depth of Field) é o tamanho da zona dentro da qual as coisas numa imagem se encontram nítidas. Uma profundidade de campo muito curta permite focagem selectiva (focar apenas uma coisa na foto).

A dimensão da profundidade de campo é controlada por três factores:
Abertura - Quanto mais aberto o diafragma da lente, menor a profundidade de campo.
Distância focal - Quanto maior a distância focal, menor a profundidade de campo.
Distâncias relativas - Quanto mais próximo estiver aquilo que estamos a focar, menor a profundidade de campo e quanto mais longe estiver o resto, mais desfocado vai ficar.



Tipos de lente
Ultra Grande Angular (UGA) - Lentes com distâncias focais abaixo de 15mm em sensores APS e de 24mm em sensores FF e de 40mm em sensores MF (6x6). São lentes com um campo de visão muito aberto, capazes de captar grandes áreas, normalmente usadas para paisagens e arquitectura.

Grande angular (wide) - Lentes com distâncias focais abaixo de 35mm em sensores APS, de 50mm em sensores FF e de 80mm em sensores MF(6x6). Semelhantes às anteriores, mas com um ângulo menos aberto. São normalmente usadas nos mesmos estilos de fotografia e também em fotografia de rua.

Normais (standard) - Lentes com distâncias focais fixas de 35mm em sensores APS, de 50mm em sensores FF e de 80mm em sensores MF(6x6). São consideradas "normais" por terem uma perspectiva semelhante ao olho humano. Muito usadas em fotografia de rua e jornalismo.

Telescópicas/Teleobjectivas (tele) - Lentes com distâncias focais acima de 35mm em sensores APS, de 50mm em sensores FF e de 80mm em sensores MF(6x6). São lentes com um ângulo de visão mais fechado, capazes de fotografar a longas distâncias. Normalmente usadas em retrato e desporto.

Super Teleobjectivas (supertele) - Lentes com distâncias focais acima de 300mm em sensores APS, de 400mm em sensores FF e 600mm em sensores MF (6x6). Semelhantes às anteriores, mas capazes de atingir distâncias ainda maiores. São normalmente usadas para fotografar vida selvagem e desportos que obriguem a grandes distâncias.

Zoom Wide - Lentes zoom que cobrem distâncias focais típicas de grandes angulares.

Zoom Médio/Normal - Lentes zoom em que a distância focal média é próxima das normais. Também consideradas "Walk-Around" (ou lentes de passeio), são normalmente as lentes vendidas em conjunto com os corpos e que podem ser usadas em diversos tipos de fotografia.

Zoom Tele - Lentes zoom que cobrem distâncias focais típicas de teleobjectivas.

Macro - Lentes capazes de atingir magnificações de 1:1, independentemente da focal (normalmente é fixa/Prime) e embora haja lentes designadas de Macro que atingem magnificações inferiores. São usadas para fotografar coisas muito pequenas, mas podem ter outras utilizações, consoante a sua distância focal.

All in One (AIO) - São lentes zoom que cobrem uma vasta gama de distâncias focais e que têm alguma capacidade de macro. Normalmente são usadas pela conveniência, para ocupar menos espaço de transporte que várias lentes, ou para não se ter que trocar de lente tão frequentemente.

Fisheye - Lentes grande angular com uma distorção característica. Tendem a criar uma imagem circular e podem atingir ângulos de visão muito superiores às grandes angulares convencionais (rectilíneas). São usadas apenas quando se pretende este efeito específico.

Tilt-Shift - Lentes prime (distância focal fixa) que permitem desalinhar elementos ópticos. São usadas para captar imagens sem distorção de perspectiva (ocorrem quando inclinamos a máquina), normalmente em fotografia de arquitectura. Permitem também controlar a zona de focagem de uma forma muito específica, sendo por isso também utilizadas para certos tipos de focagem selectiva (ex: simulação de macro).



Sistemas
Por vezes pode ser complicado definir um sistema, dependendo do número de mounts derivados que existem e de quantas marcas lhe estão associadas. Um sistema é um determinado conjunto de corpos, lentes e acessórios criados para trabalhar compatíveis entre eles e deve ser a principal decisão para quem entra no mundo das SLR, visto que é o que vai decidir que material lhe está disponível no momento e no futuro. Alguns sistemas estão também associados a serviços, como o CPS e NPS.
Normalmente o que melhor define o sistema é o encaixe das lentes/corpos (mount):

Mount EF (Sistema EOS) - Canon/Kodak - Criado pela Canon, é um dos principais sistemas do mercado, dos mais utilizados por profissionais e também um dos dois únicos sistemas com uma gama completa (Entrada: xxxxD; Amadora: xxxD; Semi-pro: xxD; Profissional: xD). Tem oferta de corpos APS e FF, assim como lentes EF e EF-S (as EF-S são específicas para corpos APS-C, excepto os corpos pré-EF-S). O mount EF é completamente electrónico, não tendo por isso qualquer ligação mecânica entre o corpo e a lente, e mantém a compatibilidade com qualquer corpo EOS. É também dos maiores, o que permite a construção de lentes mais luminosas.
Existem lentes de todos os fabricantes third-party (Sigma, Tamron e Tokina), assim como de alguns fabricantes exóticos (Voigthlander, Zeiss, Cosina, etc).
É um sistema muito comum entre fotógrafos de desporto e fotojornalistas, pela velocidade dos corpos, focagem e qualidade das teleobjectivas.

Mount F - Nikon/Fuji - Criado pela Nikon, é o outro sistema principal no mercado e também dos mais utilizados por profissionais. Oferece uma gama completa, com sensores APS e FF (Entrada e amadora: Dxx; Semi-pro: Dxxx; Profissional: Dx). Oferente lentes FX (para FF) e DX (para APS-C), compatíveis com todos os corpos, embora apenas as lentes AF-S tenham autofocus nos corpos da gama mais baixa. Além de lentes próprias, tem também outros fabricantes a disponibilizar lentes para o mesmo mount. Dispõe também de um sistema de luz criativa (CLS), composto por diversos flashes portáteis, que se destaca dos concorrentes. A Fuji criou vários corpos para o sistema, nas linhas semi-profissionais, nomeados Sx e Sx Pro, que se destacaram pelos seus sensores com excelente gama dinâmica.
É um sistema antigo e reconhecido pela fiabilidade que tem oferecido ao longo dos anos, particularmente nos tempos áureos do fotojornalismo, área na qual ainda é muito utilizado.

Mount A (Alpha) - Sony/Minolta - Criado pela Minolta e adquirido pela Sony, é neste momento o terceiro sistema com maior expressão no mercado. Dispõe de uma gama praticamente completa, faltando ainda um corpo profissional de topo (Entrada: A200; Amadora: A3xx; Semi-pro: A700; Profissional: A900). Tem disponível lentes Minolta e Sony, sendo todas compatíveis, assim como lentes dos principais fabricantes third-party (Sigma e Tamron) e Carl Zeiss.

Mount K - Pentax/Samsung - Criado pela Pentax, é dos sistemas com maior compatibilidade do mercado. Dispõem de quatro gamas (Entrada: K-m; Amadoras: KxxxD e KxxD; Semi-pro: KxD). É conhecida pela quantidade e qualidade de lentes primes, particularmente a série Limited. Os seus corpos são normalmente bem construídos e selados. É uma marca com pouca expressão no mercado. As lentes são praticamente todas compatíveis, embora haja certas limitações em algumas gamas de lentes. A Samsung reforçou recentemente a sua aposta na gama Gx.

Mount 4/3 (Four-Thirds) - Olympus/Panasonic - Criado em conjunto pela Olympus, Panasonic e outras marcas, tem como principal argumento o seu tamanho e peso. Dispõe de uma gama praticamente completa (Entrada: E-4xx; Amadora: E-5xx e E-6xx ou Lxx; Semi-pro: E-xx ou Lx; Profissional: E-x). O nome deriva do tamanho do sensor, que é mais pequeno que um sensor APS-C e é o único sensor disponível neste sistema. Tal como as anteriores, é também uma marca de pouca expressão no mercado. Apresentaram recentemente o m4/3 (Micro Four-Thirds), para um novo tipo de máquinas, que não é inteiramente compatível com o material existente.

Mount m4/3 (Micro Four-Thirds) - Olympus/Panasonic - É o novo mount do sistema anterior, para máquinas sem mirror-box (não são efectivamente SLRs). Destaca-se pelos seus corpos bastante compactos e com um estilo mais retro, que têm vindo a ser admirados por muitos. Manteve o mesmo sensor do sistema anterior e apesar de já terem saído alguns corpos, não tem gamas definidas. Apresenta-se com poucas potencialidades para o mercado profissional, mas tem muitos pontos favoráveis para o mercado amador.
 
Última edição:
Contribuições:

Sobre focagem:
strobe disse:
Na Sigma a maioria das lentes com motor de focagem interno usa sistema ultrasónico, mas há excepções. A Tamron tem algumas lentes com motor de focagem interno, mas nenhum é ultrasónico. Com a Tokina creio que se passa algo semelhante à Tamron.

O parafuso para ligar a lente ao motor de focagem da máquina é uma característica dos mounts Nikon, Sony e Pentax. Os mounts Canon EF e 4/3, por terem uma origem mais recente, abandonaram esta solução.

Sobre sistema Nikon:
strobe disse:
De facto é o mais antigo, mas está longe de estar ultrapassado ou fora de moda!

Ao longo do tempo foi evoluindo, recebendo inovações como o AF e a comunicação electrónica. Actualmente é funcionalmente equivalente a qualquer um dos outros, sendo prejudicado apenas por uma distancia de flange muito grande que lhe impede usar adaptadores para lentes de outros mounts mais curtos. Em contrapartida, é fisicamente compatível com lentes fabricadas para a F-mount dos anos 60.



Comentários:
Os comentários devem ser relativos ao artigo e usados para expressar a vossa opinião sobre o tema, adicionar informação ou alertar para incorrecções.
 
Última edição:
n sei se propositado ou n, mas faltam ai umas aberturas (1.8, 3.5, 4.5, 6.3, 7.1, 8, 9, 10, 13...)
podias tb fazer ai uns paragrafos para facilitar a leitura

bom trabalho
 
Bom Artigo, apenas adicionava informação sobre os sistemas de estabilização usados por outros fabricantes

Sony - Super SteadyShot anti-shake system
Olympus - Image Stabilization(IS)
Pentax - Shake Reduction (SR)
Samsung - Optical Picture Stabilisation (OPS)
Panasonic - MEGA Optical Image Stabilization (MEGA O.I.S.)

E o "USM" da Pentax
Pentax - SDM (Supersonic Drive Motor)

"Burn after read"
 
Parabéns pelo post!

Algumas correcções/comentários:

nas restantes marcas só em caso de focagem ultrasónica.

Nem sempre. Na Sigma a maioria das lentes com motor de focagem interno usa sistema ultrasónico, mas há excepções. A Tamron tem algumas lentes com motor de focagem interno, mas nenhum é ultrasónico. Com a Tokina creio que se passa algo semelhante à Tamron.

Uma profundidade de campo muito curta chama-se Bokeh e permite focagem selectiva (focar apenas uma coisa na foto).

O termo Bokeh não se refere a profundidade de campo mas sim à "qualidade estética da zona desfocada". Por isso podemos ter lentes que permitem uma profundidade de campo muita curta e contudo terem "mau Bokeh", e podemos ter um "bom Bokeh" com uma profundidade de campo grande (desde que não seja infinita).

Tipos de lente

Falta a "ultra grande angular". <15mm (APS-C), <24mm (FF).

O "médio formato" não é apenas "um" formato, há varios! As medidas apresentadas são para o 6x6.

Nikon F-mount [...] É um sistema datado

Diz o dicionário: "datado: fora de moda, ultrapassado". De facto é o mais antigo, mas está longe de estar ultrapassado ou fora de moda!

Ao longo do tempo foi evoluindo, recebendo inovações como o AF e a comunicação electrónica. Actualmente é funcionalmente equivalente a qualquer um dos outros, sendo prejudicado apenas por uma distancia de flange muito grande que lhe impede usar adaptadores para lentes de outros mounts mais curtos. Em contrapartida, é fisicamente compatível com lentes fabricadas para a F-mount dos anos 60.

Note-se também que o parafuso para ligar a lente ao motor de focagem da máquina é uma característica dos mounts Nikon, Sony e Pentax. Os mounts Canon EF e 4/3, por terem uma origem mais recente, abandonaram esta solução.
 
Obrigado strobe. :)

Optei por rescrever algumas partes e acrescentei também as supertele. Falta ainda falar na magnificação, que me esqueci.

n sei se propositado ou n, mas faltam ai umas aberturas (1.8, 3.5, 4.5, 6.3, 7.1, 8, 9, 10, 13...)
podias tb fazer ai uns paragrafos para facilitar a leitura

bom trabalho

Obrigado :)

Tal como disse o arkannis, aquilo é a escala apenas para stops completos. A escala para 1/3 de stop era demasiado grande.

Bom Artigo, apenas adicionava informação sobre os sistemas de estabilização usados por outros fabricantes

Sony - Super SteadyShot anti-shake system
Olympus - Image Stabilization(IS)
Pentax - Shake Reduction (SR)
Samsung - Optical Picture Stabilisation (OPS)
Panasonic - MEGA Optical Image Stabilization (MEGA O.I.S.)

E o "USM" da Pentax
Pentax - SDM (Supersonic Drive Motor)

"Burn after read"

Obrigado. O SDM e MEGA OIS foi lapso e desconhecia o OPS. :) Em relação aos estabilizadores da Sony, Olympus e Pentax, estão nos sensores e não nas lentes, por isso não foram incluídos propositadamente.

A minha lente também mistura essas duas escalas.

Muito bom post.

Obrigado. :) A tua lente mistura, tal como todas, porque só existe uma escala. Eu separei em duas para ser mais fácil memorizar, mas é realmente apenas uma. Os valores que o adolfo dias referiu fazem também parte desta escala, mas são intervalos mais pequenos e nem sempre são usados.
 
Obrigado

Muito obrigado por esta explicação... Mais umas luzes que se acenderam :001:
É sempre de louvar a atitude de tentar explicar aos mais novatos está ciência...
Um abraço
 
Profundidade de campo
A profundidade de campo (DoF - Depth of Field) é o tamanho da zona dentro da qual as coisas numa imagem se encontram focadas. Uma profundidade de campo muito curta permite focagem selectiva (focar apenas uma coisa na foto).

Devo dizer que só li o tópico em diagonal, mas pareceu-me bastante bem escrito e completo. Mais uma vez, o Rui está de parabéns pelo esforço que tem feito para dinamizar a comunidade.
Em relação ao texto que está no quote, gostaria só de fazer um pequeno reparo, que está relacionado com preciosismos linguísticos. No caso da profundidade de campo, eu prefiro referir-me a uma zona aonde as coisas se encontram nítidas, e não focadas. Eu vejo a focagem como um plano único, depois a profundidade de campo delimita outros dois planos, para a frente e para trás do plano de focagem aonde a imagem se encontra nítida. Mas como disse, isto são preciosismos, e até posso nem estar totalmente correcto!
 
Devo dizer que só li o tópico em diagonal, mas pareceu-me bastante bem escrito e completo. Mais uma vez, o Rui está de parabéns pelo esforço que tem feito para dinamizar a comunidade.
Em relação ao texto que está no quote, gostaria só de fazer um pequeno reparo, que está relacionado com preciosismos linguísticos. No caso da profundidade de campo, eu prefiro referir-me a uma zona aonde as coisas se encontram nítidas, e não focadas. Eu vejo a focagem como um plano único, depois a profundidade de campo delimita outros dois planos, para a frente e para trás do plano de focagem aonde a imagem se encontra nítida. Mas como disse, isto são preciosismos, e até posso nem estar totalmente correcto!

É sem dúvida o ponto de vista mais correcto. Plano verdadeiramente focado, só há um. Mesmo nitidez não existe a 100% fora desse plano. No fundo é uma zona dentro da qual existe um elevado grau de nitidez.
 
esqueceste desta canon

00E40w-26337984.jpg
 
Bem, não é sempre que leio um texto deste tamanho sem começar a saltar linhas :D
Caindo no erro de repetir o que já foi dito, mas é de facto uma excelente atitude, demonstra vontade para dinamizar a comunidade deste sub-forum.
Cada vez menos é necessário sair do forum para nos instruirmos do básico/ semi-avançado.
 
Excelente.

Parabéns Rui Marto, muito bem explicado, para um leigo como eu foi facil perceber vários conceitos, maior parte deles já tinha ouvido falar só faltava a explicação técnica e aqui está ela neste tópico.

P.S.: Só falta lêr o artigo da luz. See you there :p
 
Obrigado Rui Marto, parabéns, e aos outros "mestres" também, são simpáticos e pacientes, connosco, e falo por mim, leigo a entrar agora, com calma, nas SLR, e tenho lido muito sobre o assunto, e aqui, com vocês, tenho aprendido e tirado muitas dúvidas (e são muitas) A fotografia é de facto "um mundo" com muito a aprender!
cumprimentos
 
Última edição:
Parabens ao Rui Marto e C.ª !
Excelente post! bastante esclarecedor para quem se está a iniciar no mundo das DSLRs!

Só falta um pormenor:
sem dúvida alguma deve ser FIXO (sticky),
não acham?

obg e cumps
 
Como o título diz, estamos a falar em iniciação, mas como é de pequenino que se torçe o pepino, se calhar não era despropositado acrescentar, talvez no capítulo da profundidade de campo, uma menção à distância hiperfocal,na forma de uma definição mais clássica e teórica, como a definição de Ansel Adams no livro "A Câmara", ou uma coisa mais simples do género "Distância Hiperfocal é a distância mais próxima que a objectiva registra um objecto com nitidez, estando focada no infinito e que varia com a abertura utilizada"
 
Back
Topo