Phonak Audéo PFE 112 - Análise

MMC

Colaborador Editorial
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Introdução/Contexto

Sediada em Zurique e fazendo parte do grupo Sonova, a Phonak desenvolve, produz e distribui aparelhos para perdas auditivas e sistemas rádio, sendo um dos líderes a nível tecnológico. Fundada há 50 anos, criou recentemente a sua divisão de intra-auriculares dedicados à audição de música em dispositivos de áudio portátil e de comunicações móveis.

A Phonak cresceu com o objectivo de prevenir e diminuir a normal perda de audição ao longo do tempo, tendo empregue a sua tecnologia nos intra-auriculares para música de forma a que o utilizador tenha uma audição confortável e intensa a volumes baixos.


Versões

Existem duas séries de modelos PFE (PFE - Perfect Fit Earphone) com duas versões, cada: a 011/012 e 021/022 (esta última c/ microfone) Perfect Bass; e a 111/112 e 121/122 (c/microfone), fornecidas com mais acessórios. A versão PFE Perfect Bass 0xx traz a menor quantidade de acessórios, enquanto que as versões PFE 11x e 12x incluem o conjunto completo de acessórios (ver acessórios). O auscultador é o mesmo, o som difere entre as versões 0xx e 1xx devido aos filtros incluídos. A versão Perfect Bass inclui filtros de cor verde, enquanto as versões 11x/12x incluem os filtros cinzentos e pretos (ver efeitos no som).
As versões Perfect Bass têm uma cor única, enquanto que as versões mais completas são em branco/cinzento claro ou em preto/cinzento escuro. Em todas as versões o intra-auricular é o mesmo.

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Figura: Versão Perfect Bass


Especificações Técnicas:

- Frequências cobertas: 5 Hz – 17 kHz
- Sensibilidade: 107 dB SPL/mW (1kHz)
- Impedância: 32 Ohm (1kHz)
- Comprimento do cabo: 120 cm
- Peso: 14 g
- Conector: 3.5mm em I, tom dourado.

Conteúdo da embalagem/acessórios

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Versão PFE 111/112 – 121/122 (c/micro):

- Filtros de áudio: 6 pares (2 pares cinzentos e 4 pares pretos);
- Ferramenta de inserção/remoção dos filtros áudio;
- Tips de silicone: 3 pares (tamanhos: S, M e L);
- 1 par de Foams/Espumas Comply™ M;
- Ferramenta de limpeza das tips;
- 1 Par de guias over-ear;
- Bolsa de armazenamento com dois compartimentos.

Versão PFE 011/012 – 021/022 Perfect Bass:

- Filtros de áudio: 2 pares de filtros verdes;
- Ferramenta de inserção/remoção dos filtros áudio;
- Tips de silicone: 3 pares (tamanhos: S, M e L);
- Ferramenta de limpeza das tips;


Qualidade de construção/Conforto/Isolamento

Apesar do bom aspecto e aparência de boa construção, os Phonak apresentam alguns detalhes que os coloca atrás de outros modelos da mesma gama em termos de opções de desenho/construção. Estas opções deram origem a diversos problemas nas unidades iniciais, resolvidos entretanto.

No meu caso, os Phonak são muito confortáveis, mesmo com as tips de silicone que usei durante o teste. São umas tips com boa qualidade em termos de material, conforto e qualidade de construção, denotando um cuidado acima na média na sua produção e acabamentos. O mais importante em relação a estas tips é que de facto influenciam o som de forma positiva. Tanto os graves, como os agudos são beneficiados com este tipo de tips. Os graves ganham impacto e textura, os médios e agudos são abertos e transparentes e naturais, devido ao bom dimensionamento do diâmetro de saída do som (para além dos Phonak, realizei o teste das tips com os Earsonics SM2, SM3; Xears C100iP). Apesar do bom conforto, este não é superior ao proporcionado pelos q-Jays, nem mesmo pelos dba-02.

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Figura: Strain-Reliefs na junção do lado direito com o esquerdo.

Os Phonak tiveram diversos problemas de construção nas unidades iniciais, versão V0: as shells rachavam com o uso normal e os cabos cediam em várias zonas, por ganharem rigidez. Este problema deveu-se em grande parte ao corpo do in-ear ser demasiado longo em altura, e estar sujeito a maior stress mecânico por falta de strain-reliefs externas na ligação corpo-cabo. O cabo é do tipo tangle-free, isto é, não têm facilidade em se enrolar sozinho, antes da zona V (separação direito-esquerdo). Aparentemente é semelhante ao cabo dos SM2, a diferença é que o cabo dos Phonak ganha rigidez, não aparentando a durabilidade e qualidade do cabo dos SM2, que com o passar do tempo se torna mais maleável. O cabo tem terminação em I de 3,5mm, havendo maior probabilidade de provocar problemas no jack do leitor e no conector do in-ear com a utilização. A versão V0, antes de Setembro de 2009, foi a mais problemática em termos de construção, com o lançamento da versão V1 (avaliado nesta análise) a qualidade dos materiais foi melhorada com o intuito de eliminar os problemas iniciais. Mesmo com os melhoramentos efectuados, os Phonak não conseguem ter as melhores opções em termos de construção comparando-os com os modelos da mesma gama, mesmo sendo aplicado bons materiais na sua construção. É incluída uma garantia de 2 anos fácil de activar caso a compra seja feita nos revendedores autorizados, que elimina em parte, os receios acerca de futuros problemas com os phonak.

A manutenção dos phonak é um aspecto importante a considerar por quem adquire este modelo, tanto as foams Comply™ como os filtros de som podem exigir substituição frequente, consoante o cuidado na utilização e características fisiológicas do dono. Um conjunto de 8 pares de filtros custa cerca de 19.90€ (filtros cinzentos ou pretos), 8 pares de filtros verdes custam 24,90€ e 3 pares de foams Comply™ custam 19.90€, encomendando no Audéo World. É possível adquirir as tips de silicone por 14.90€, 3 pares do mesmo tamanho (S, M ou L).

Não testei o isolamento, nem o som dos phonak com as foams Comply™, mas comparando com o isolamento das tips de silicone, este deve ser melhor. As tips de silicone permitem determinar com maior facilidade a diferença de som entre os diferentes filtros disponibilizados, mas o isolamento é fraco, é possível dar conta de tudo o que se passa à volta com alguma facilidade. Para melhor isolamento, as tips da Comply™ serão a melhor opção. Ambos os tipos de borracha/espuma são muito confortáveis, sendo que as tips de silicone estão no mesmo patamar das Sony Hybrid EP10EX. É um modelo cujo cabo deve passar por cima da orelha (over-ear), embora o som do movimento do cabo seja atenuado desta forma, a anulação deste efeito não é nada de extraordinário neste modelo, apesar da primeira parte do cabo ser capaz de anular quase totalmente o ruído. A segunda parte do cabo (V) é algo rija, fazendo com que o cabo tenda a saltar frequentemente da posição fixa por detrás da orelha, as guias over-ear ajudam a uma melhor fixação.

Amplificação: Os Phonak têm uma sensibilidade baixa, exigem que o volume seja definido um pouco acima do habitual. Com amplificação, o som preenche mais o espaço, dando uma maior sensação de detalhe e maior foco.



Som – Impressões

Fontes utilizadas: Sansa Clip+, iPod Classic 120 Gb

Analiticidade – Os phonak são um modelo intra-auricular cuja assinatura está inserida na gama dos in-ear analíticos e com um som mais frio, dando ênfase à transparência e detalhe. A quantidade de detalhe é de grande riqueza, embora não seja tão rica como a dos ER4p, mas conseguem ter maior textura(P) e musicalidade(P) que os Etymotic, se a música assim o exigir.

Ar – Os phonak dão uma boa ideia de espaço e de uma grande quantidade de ar. É fácil definirmos os Phonak como tendo um carácter aberto, controladamente brilhante e analítico. Será como estarmos a ouvir música durante o dia num espaço aberto ou numa sala com a janela aberta para a rua. Existe ar em todas as frequências do espectro, embora se destaque pela positiva na zona baixa, média e menos na gama alta, que particularmente me dá a sensação de perda de foco e os instrumentos são apresentados num tom brilhante, mas sem separação (C).

Ambiente – O som dos instrumentos propaga-se no ar como se de um espaço aberto se tratasse, sendo o oposto dos Earsonics e os IE8, que dão a ideia de um grande espaço, mas fechado. Existe alguma perda de foco, tal o excesso de ar e o seu grande afastamento em relação ao centro da acção. Não conseguem ter a intimidade e envolvência dos Earsonics.

Articulação – Os phonak apresentam uma grande articulação na zona dos graves. Existe separação clara, com bastante ar, entre as vozes e instrumentos na zona média. A gama baixa, apesar de estar presente de forma moderada, é cheia de ar, rápida e com textura (P). Os agudos apesar de moderadamente extensos e articulados, não dão a ideia de realismo, faltando-lhe alguma separação, existe sim uma grande naturalidade, tudo flui com naturalidade. Esta situação não é frequente em single-BA em que normalmente os extremos do espectro de frequência são menos extensos e preenchidos que nos Phonak. Na minha opinião, deve-se ter muita atenção aos agudos dos phonak, existe uma agressividade, brilho e rapidez, podendo dar uma sensação errada, não têm mais definição, apoio, ar e extensão que os Hifiman RE0, que também conseguem ser mais polidos.

Ataque – Os phonak, sendo um in-ear BA, como 90% dos modelos, têm transições rápidas, tão rápidas que se afastam do que acontece na realidade, embora menos que os er4p e mais rápidas que os SM2 e os HJE900. No entanto a gama baixa e as vozes têm textura com os filtros pretos e um tempo de decaimento mais realístico do que com os filtros cinzentos.

Balanço - o foco que os phonak dão a cada frequência, está dependente dos filtros que são incluídos na embalagem e podem ser trocados consoante a preferência do ouvinte. Os canais stereo são equilibrados, não se sentindo a mesma separação de instrumentos de uns q-Jays. A apresentação é afastada da ação, mas muito central e confinada no espaço. O som propaga-se no espaço de forma dispersa e pouco controlada (efeito de janela aberta). O imagem espacial dos phonak não se destaca apesar das boa condições criadas em termos de ambiente devido à fraca separação de instrumentos. No álbum i-ching, a música e os sons de mercado não são apresentados com a separação proporcionada pelos multi-BA.

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Figura - Resposta em frequência dos phonak com diferentes filtros.

Os filtros pretos induzem um assinatura em V aos phonak, sem que os médios sejam atenuados, mas sim colocados numa posição mais recuada em relação aos médios e aos agudos. Os médios mantém-se subtis e consistentes sem qualquer falta de precisão. Os agudos mantém o seu carácter afiado e os graves ganham um calor e textura agradável e pouco comum nos single-BA, seguindo a mesma linha dos SM2 mas sem chegarem ao extremo deste, estando mais próximos dos SM3. A textura e principalmente a profundidade/extensão dos graves, é algo que ainda tinha experimentado num modelo single-BA. Os médios são ligeiramente recuados, mantém o ar e transparência, mas dão menos ênfase ao detalhe e transparência.

Com os filtros cinzentos os phonak são mais transparentes e ficam mais equilibrados. Existe uma homogenia no que diz respeito a todas as frequência. O aumento de transparência, deve-se ainda mais à maior quantidade de ar, os graves são ainda mais rápidos e articulados. Perdem o carácter quente e a textura. Quando pensamos que irá haver distorção na voz nas passagens em que é normal acontecer nos outros modelos, os phonak, admiravelmente processam toda a informação com o timbre adequado e sem qualquer distorção. Isto é admirável num modelo classificado como analítico, carácter brilhante, transparente e afiado, mas sem ter o carácter metálico.

Agudos - Os agudos dos phonak, são detalhados, agressivos e rápidos com transições rápidas sem terem sibilância e carácter metálico, evitam o cansaço rápido. Existe uma preocupação de evitar sibilância nos phonak, ao mesmo tempo que têm extensão e detalhe. O sparkl não é nada que mereça destaque, não existe uma consistência nesta gama sendo difícil a sua descrição. São limpos e mas têm falta de separação e de um sparkl natural, não atingem o realismo de outros in-ear. Os q-Jays conseguem ter um carácter mais brilhante, tornam-se sibilantes mais facilmente, são mais agressivos e com transições ainda mais rápidas, com melhor separação, definição e mais ar.

Graves – Com os filtros pretos, os graves dos Phonak são extensos, profundos, com textura e têm um tempo de decaimento correto sem se destacarem em termos de quantidade. Têm menos quantidade que os Earsonics e os Sennheiser da série CX e mais do que os UE5 vi. A quantidade não é muito diferente do que está disponível nos modelos intra-auriculares dual-BA, com o driver TWFK, mas são melhores que os q-Jays em termos de extensão, em termos de profundidade, mas menos em termos de impacto.

Corpo – Sendo um in-ear que pretende proporcionar um som limpo e transparente, com os filtros pretos nas frequências baixas conseguem proporcionar um nível de corpo semelhante, mas com mais carácter que os RE0, as frequências médias e altas têm um apoio semelhante ao dos RE0. As vozes femininas funcionam bem com os Phonak, mas menos bem com vozes mais veladas e roucas.

Apresentação Espacial – Nos Phonak, o epicentro de reprodução do som está bem definido, com a característica de ser rodeado de ar, mas estando bem definido num único plano. A ideia transmitida, não é a de um palco em 3D, mas sim de um palco de 360º, em que o som é emitido em todas as direcções. As frequências não são sobrepostas em nenhuma situação e não existe ressonância.

Brilho – São um in-ear com um cariz analítico, com brilho, mas extremamente controlados e bem comportados no que diz respeito à produção de sibilância. Nota-se que houve um cuidado de afinação da Phonak, no que diz respeito à sibilância. Mais facilmente obtenho sibilância nos SM3 do que nos Phonak, com o teste do Álbum Mi Ma Bô de Sara Tavares. O Sparkl não é tão agressivo e realístico como o dos SM3, embora os Phonak de forma propositada (à custa da extensão e timbre) conseguem cortar as passagens em que é fácil haver sibilância devido à força da voz da Sara Tavares.

Respiração – Devido á sua apresentação espacial dispersa no espaço com alguma perda de foco, o som dos instrumentos de sopro e preparação da voz não é destacada, logo não há sobrevalorização do micro-detalhe, os instrumentos de sopro mantém-se com apoio mediano.

Claridade/transparência – O comportamento dos Phonak entre os 6-16 KHz destaca-se pela transparência e claridade com que a informação é transmitida. É possível ouvir todos os instrumentos sem qualquer dificuldade, esta característica só é obtida com os modelos cotados de forma semelhante ou superior aos RE0, os Xears e a série Senheiser CX não conseguem o mesmo desempenho) . Não encontrei sibilância nesta parte do espectro, apenas alguma agressividade nos sesss.

A projecção de voz é muito natural, transparente e suave sem ser demasiado fina e sem corpo. Sente-se a projecção do ar. A voz não é velada, como muitas vezes acontece nos SM2, cuja característica depende dos gostos de cada um. A posição não é frontal como nos ES, está colocada numa posição muito central, junto dos outros instrumentos, sem ser sobreposta pelos instrumentos, mesmo em passagens rápidas. Melhor desempenho com vozes femininas do que vozes masculinas.

Abertura – Som muito aberto com muito ar, detalhe fino, sem grão e sem atenuação na zona dos agudos, mas sem a extensão dos RE0. Som muito confinado em termos 3D, mas bem espalhado dos 10Hz aos 16 KHz.

Congestionamento – Os Phonak têm um som refinado e com transições rápidas que lhe permite ter uma taxa elevada de processamento de informação sem haver sobreposição da informação, mantendo a transparência. Não consegue ter o som separado por layeres como outros modelos multi-BA, mas tem um comportamento louvável para um single-BA. O tempo de decaimento é rápido, evitando o congestionamento habitual nos modelos dinâmicos da gama de entrada e da maioria dos iems single-BA.

Coloração – Sem coloração ao longo do espectro. Os picos variam com os filtros utilizados, existe uma canva na zona dos médios com os filtros pretos e uma sobrelevação com os filtros cinzentos na zona dos médios-altos. Em termos de calor ou frieza, os Phonak apenas têm corpo, textura e um toque de calor assinalável abaixo dos 150 Hz com os filtros pretos. Com os filtros cinzentos o som é frio.

Extensão - Os agudos têm uma extensão moderada , com brilho, sem o sparkl (pico nos agudos muitas vezes associado ao som dos pratos de uma bateria) ser excessivo, sendo sim controlado com o intuito de não se tornar cansativo. Não atingem o realismo de modelos mais caros, mesmo com uma assinatura mais escura (Earsonics e IE8).

Definição/Resolução – Som com definição e uma boa resolução, mas sem chegarem ao desempenho dos dba-02. Perdem em relação aos q-Jays/DBA02 em termos de separação, definição e têm menos brilho. São no entanto mais controlados e refinados.

Delicadeza – Existe algum rispidez, som delicado, cheio de ar com um toque de brilhante e agressividade.

Profundidade – Os instrumentos e voz estão no mesmo layer, mas separados, dando a ideia de grandeza em termos espaciais.

Detalhe – É um in-ear com bastante detalhe, sem chegar ao extremo dos dba-02 e ER4p, estando mais em linha com os RE0. Não há necessidade de aumentar o volume para se ouvir o detalhe e informação mais escondida, os PFE são um modelo com muita transparência em termos sonoros, sem serem tão frios como os RE0. O facto de as frequências mais altas estarem bem presentes e terem uma resposta rápida e resoluta, também favorece os PFE.

O som dos PFE não é de todo líquido. O som é seco, uma vez que não apresentam qualquer espécie de reverbação ou atraso relevante. O detalhe não apresenta grão e é limpo e refinado.

Dinâmica – Não é um modelo no qual a dinâmica se destaque, é menor que a dinâmica dos modelos dinâmicos: Panasonic HJE900 e Sennheiser IE8; e que a dos modelos BA da Earsonics. Contudo, a dinâmica está ao mesmo nível dos RE0, é ligeiramente superior aos q-Jays e menor que os Shure SE210, estando num nível médio-alto em relação aos modelos BA na mesma gama de preço. Não existem grande contraste entre os volume dos instrumentos, não havendo destaque de nenhum instrumento em particular. As harmónicas limitam-se à fundamental, sendo que as de ordem superior são pouco ou nada notadas.

Picos – O som dos Phonak é afiado, com transições rápidas e pouco suaves. O nível de distorção é baixo, não havendo prolongamento exagerado do som dos timbales.

Rapidez – Boa reprodução dos instrumentos, transições rápidas não dando relevância ao realismo dos tempos de decaimento, sem sobreposição dos instrumentos, sem que a separação por layeres dos instrumentos mereça destaque, este é único, mas muito bem comportado para um single-BA.

Foco – Não são iems com muito foco, quando não amplificados. Perdemo-nos facilmente na música. Com os filtros pretos, o foco agrava-se uma vez que os médios ficam mais afastados do ouvinte. No entanto, é fácil captar todo o detalhe, não exigindo demasiada concentração para se ter a percepção do mesmo.

Em nenhuma das frequências, o som é chegado à frente, com os filtros cinzentos, os médios ficam no mesmo nível dos agudos e o som ganha transparência. A reprodução é feita de uma forma muito homogenia e analítica.

Preenchimento – O som não preenche por completo o espaço, os graves não são suficientemente fortes para serem projectados com intensidade, embora consigam dar extensão à parte inferior do espectro, transmitindo um calor ligeiro com os filtros pretos. Os agudos também são suficientemente extensos e com brilho, conseguindo caracterizar os PFE como iems analíticos.

O som dos PFE fica mais balanceado com os filtros cinzentos, apenas se perde a textura nos graves, aumenta a transparência, ar e detalhe dos graves e médios. Os agudos ganham extensão (C). Embora os Phonak sejam detalhados e tenham brilho, falta-lhes um sparkl mais notado e realístico, talvez seja este pormenor que evita que tenham sibilância ou distorção, são muito equilibrados e têm um comportamento muito previsível, sem nunca se descontrolarem, preferia que tivessem menos homogeneidade nas frequências altas.

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Em Destaque:

Pela positiva:

- A sensação de ar e espaço em todo o espectro;
- Detalhe em conjugação com um som equilibrado e aberto (usando os filtros cinzentos);
- Transparência com os filtros cinzentos;
- Extensão e textura nos graves com os filtros pretos;
- Possibilidade de alterar a assinatura sonora do intra-auricular mudando os filtros fornecidos e opcionais (menos importante quando usando o iem com as Comply™);
- Assinatura sonora: mais divertida com os filtros pretos, analítica com os filtros cinzentos;
- Garantia de 2 anos.

Pela negativa:

- As proteções físicas do intra-auricular (strain-reliefs);
- Um historial de problemas em termos de construção;
- Exigem manutenção atenta e dispendiosa com os filtros e as foams;
- Os graves não são abundantes em quantidade;

Nota final: Sendo um in-ear de entrada muito equilibrado que faz o que lhe é pedido de forma exemplar, posso afirmar que ficaria contente com os Phonak, mesmo sabendo que existem modelos que fazem mais e melhor. Têm uma característica muito importante: é difícil não gostar deles. Justificam o preço pedido, nem mais, nem menos.


Álbuns de teste

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António Zambujo – Outro Sentido

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Anouar Brahem – La Voyage De Sahar

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Patricia Barber – Verse

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Muse – Resistance

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The White Strips – Under Great White Northern Lights

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Belle & Sebastian – The Boy with the Arab Strap


Referências:

Link do Fabricante: Audéo World
Análise por strikereg

Produto disponível na Zwame Selection Store: Phonak PFE112

Versões:
Phonak Audéo PFE 011-012 (Perfect Bass) – 89€
Phonak Audéo PFE 021-022 (Perfect Bass) – 99,99€
Phonak Audéo PFE 111-112 – 129€
Phonak Audéo PFE 121-122 – 149€
 
Última edição:
Parecem-ser ser daqueles IEM's muito generalistas. Exactamente aquilo que é muito raro em IEM's, especialmente desse preço.

Outra excelente review MMC. Daqui a pouco tens que criar um site/fórum só para estes assuntos :D
 
Última edição:
Longe de mim defender os meus meninos, mas na minha modesta opinião estes IEM estão acima dos DBA-02 e dos RE0.
Os DBA-02 foram por assim dizer uma desilusão no tempo que os tive, a minha preferência vai para um som mais "quente" bem longe da assinatura dos DBA-02.
Quando os comprei fui levado pelo que conhecia dos Eterna, e esperava melhor, e para o meu gosto pessoal os Eterna são claramente mais ao meus gosto.
O maior senão que eu achei nos PFE é o modo de troca dos filtros, por isso coloquei os cinzentos e nunca mais os mudei, cada vez que tentava achava que iria partir-lhes o nozle, e não raras vezes os filtros não ficavam correctamente colocados, algo a rever talvez pela phonak se continuar a utilizar este método.

A análise está óptima como sempre MMC.
 
O maior senão que eu achei nos PFE é o modo de troca dos filtros, por isso coloquei os cinzentos e nunca mais os mudei, cada vez que tentava achava que iria partir-lhes o nozle, e não raras vezes os filtros não ficavam correctamente colocados, algo a rever talvez pela phonak se continuar a utilizar este método.

Eu não achei nada complicado, é uma tarefa bastante delicada devido à dimensão dos filtros, mas utilizando as ferramentas correctas fornecidas, até achei engraçado.

Não me parece ser um up-grade aos RE-0 (e cujo tipo de som me agrada muito!). Provavelmente destes irei para os DBA-02...

Prefiro os Phonak aos RE0, os RE0 o que fazem bem, fazem-no de uma forma superior a muitos outros modelos. Os Phonak geram mais consenso que os dba-02 e SM3, e quase todos os outros modelos. O som é mais que satisfatório e a um preço justo. Quem não pode chegar aos modelos de 200€, com certeza ficará bem servido com os Phonak. Actualmente existem outras boas soluções dentro deste valor, mas os Phonak sendo um single-BA, está ao mesmo nível dos dual-BA com o driver TWFK.
 
Parabens pela excelente review, caracteriza muito bem o que procuro na assinatura sonora dos earphones.
Tenho uns Phonak PFE há 2 anos e o som com os filtros cinzentos, corresponde 100% à minha preferencia pessoal.
Estou muito satisfeito com eles, mas pergunto-me quais seriam as opçoes futuras de evolução...

Comparativamente aos Phonak, gostava de saber como se portam estes modelos (tb focados na review):
Fischer Audio’s DBA-02 (preço quase equivalente)
Earsonics SM2 (mais caros)
Etymotic ER4p (mais caros)

Qual a vossa preferencia pessoal (qual gostam+/usam) ?
Concretamente, queria saber se vale a pena mudar dos Phonak (filtro cinzento) para algum destes modelos (o salto de qualidade é grande) ?
 
Comparativamente aos Phonak, gostava de saber como se portam estes modelos (tb focados na review):
Fischer Audio’s DBA-02 (preço quase equivalente)
Earsonics SM2 (mais caros)
Etymotic ER4p (mais caros)

Qual a vossa preferencia pessoal (qual gostam+/usam) ?
Concretamente, queria saber se vale a pena mudar dos Phonak (filtro cinzento) para algum destes modelos (o salto de qualidade é grande) ?
Para a comparação com os DBA-02, podes ler a análise que fiz aos Phonak. Como os DBA-02 são os phones que uso diariamente, são a principal referência da análise, e o som dos Phonak é quase sempre comparado com o dos primeiros.

Tanto os DBA como os ER4p serão muito parecidos com os PFE com filtros cinzentos, sendo menos equilibrados e mais agressivos na apresentação do detalhe.
Os SM2 são completamente diferentes: menos enfase nos agudos, mais ênfase nos médios e baixos. Eu diria que se tens os filtros pretos à tua disposição, e não os usas, os SM2 provavelmente fugirão daquilo que tu pretendes.

Phones dentro do mesmo estilo (ou semelhante) tens também os Audio-Technica CK10.


A minha preferência pessoal aproxima-se da tua. Também gostei muito dos PFE, e entre esses e os DBA-02, podia viver bem com ambos. Se tivesse que escolher, acho que mantinha os DBA pela maior vivacidade que transmitem à música.
Mas não acho que sejam um "salto em qualidade", muito menos "grande". E, pelo que tenho lido, duvido que os CK10 ou os ER4P o sejam.
 
Última edição:
Obrigado pelo esclarecimento, era precisamente o que desejava saber.
Estive a ler com atenção a review e a excelente comparação com os outros modelos, assim como os comentarios na thread.
Fica a opção de experimentar os DBA-02, caso os PFE se estraguem fora da garantia.
Com esse orçamento, vou investigar se vale a pena algum DAC, para ligar a um media player e em casa passar a ouvir os cds em FLAC (neste caso nao seria para audio portatil).
 
Os PFE crescem muito ligados a um DAC/Amplificador, agora depende de qual. Ganhas uns 20% com os CK10, 18% com os dba-02 (não te posso dar certezas, o strikereg dá-te uma ideia melhor, concordo com o que ele disse), 15% com os ER4p (é algo de substancial), mas não sei ao certo se vale o investimento, talvez os CK10. Os SM2 são muito diferentes dos Phonak, que acabam por ter uma assinatura mais consensual que os Earsonics, o grave é bem mais forte que o dos Phonak (filtros pretos), os médios estão melhor colocados (som warm e "doce"), e um sparkl realístico, mas os agudos são recuados e atenuados (depende da fonte). É um modelo com valor elevado, actualmente. Na altura que recebi os SM2, tinha contacto com os ER4p e testei antes os CK10, optei pelos SM2 e aprendi a gostar deles, porque quis mudar drasticamente de assinatura.

Nesta situação é bom definires um orçamento e dizeres o que gostavas de ver melhorado nos phonak, talvez consigamos ajudar.

Também não os uso como audio portátil :)

Cumprimentos
 
Eu deixava-me ficar com os Phonak e a pensar em upgrades seria era ou nos SM3, ou então uns westone :) , na minha opinião os Westone UM3X são já um bom upgrade aos Phonak, mas é apenas a minha opinião.

cumps
 
Obrigado pelos comentarios.
Parece consensual que não ganho muito em upgrades com orçamento mais limitado (era o que pretendia saber).
Estes modelos (incluindo os phonak) parecem excelentes apostas para 1a compra ou upgrade de modelos mais baixos, mas não é o meu caso.
Fica a ideia de um upgrade mais dispendioso, se o futuro o permitir.

Em relação aos phonak (filtros cinzentos), estou 100% satisfeito com eles, mas não me importava de um pouco mais de corpo na musica, mas é um trade-off que aceito sem dificuldade, comparativamente a tudo o resto que oferecem. Os filtros pretos não fazem o que pretendo. Suponho que não possa ter tudo ...
 
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