Ao dares o exemplo do Pachter como analista de mercado não deves estar muito dentro do mundo do marketing e análise de mercados, ele é um mero comentador, de analista tem muito pouco, é um analista que escreve textos para os media, isso nada tem a ver com o trabalho que um analista faz para uma empresa, dizeres que um analista de mercado é overated é imensamente errado, conhecer o mercado é 80% do trabalho feito para uma empresa
O Pachter trabalha para a Wedbush Securities... É um analista, que fala demais e demasiado errado e por isso dão-lhe tempo de antena, mas é um analista. (a denegrir o trabalho de outros decerto)
Mas o meu ponto é que é difícil um analista no mercado de jogos saber o que está a fazer/dizer.
Do que seria de muitas start-ups se tivessem essa mentalidade? Nunca teriamos um Twitter, um Instagram ou dezenas de outras grandes empresas que começaram como Start-Up's (wikipedia it)
Que não foram iniciadas por analistas de mercado.
Pedir a um analista para ter ideias inovadoras é como perguntar às pessoas do século 19 o que querem de um carro. Um cavalo mais rápido seria o bitaite. Inovação nunca está dependente de analistas, soluções objectivas talvez...
É disto que a Nintendo necessita, de uma equipa de think tanks capaz de desenvolver todo um novo modelo de negócio e de desenvolvimento à semelhança que as start-ups fazem. A Nintendo a avaliar pelo que transmite não tem de todo a melhor equipa de marketing a trabalhar para ela, de longe, eu próprio que sou um iniciante em marketing vejo grandes falhas, provavelmetne as falhas devem-se devido à cultura oriental em que está enraizada a Nintendo mas se ela quer ver mudanças terá que deixar essa cultura de lado e tornar-se global.
Bom, tenho de concordar que a Nintendo é a empresa menos interessada em mudar o modelo de negócio porque é a mais confortável com ele (ter sido líder de mercado na ultima geração também ajuda; estão a fazer dinheiro) os seus think tanks não estão a ser usados dessa forma e se calhar deviam. Mas para seu mérito nenhuma das três está a pensar mudar o modelo de negócio a fundo, para seu mal.
O resto é um pouco discutível. Ainda a semana passada a falar de um gajo de marketing (e não sobre consolas) o tipo me desatou a gabar as estratégias asiaticas de coesão de pessoal, como os mandam todos de férias juntos ou como são capazes de cortar nos prémios dos altos cargos da empresa no caso de a empresa não apresentar crescimento. Estamos numa altura de necessidade de eficiencia, e a Nintendo já foi a empresa a dar mais lucro por funcionário do mundo. Não estamos a falar de uma maquina a cair aos bocados, estamos a falar de uma maquina bem oleada que não se sente obrigada a mudar o modelo de negócio.
Eles estão a fazer alterações de fundo no que toca à forma como abordam third party's, só acho que irem (muito) mais longe não faz realmente sentido; serviço online e infraestruturas têm de evoluir muito, tirando isso... Por alguma razão a Nintendo fez a 3DS e não a PS Vita. (e a 3DS provavelmente vai vender bem mais que a Vita quando fecharmos as contas da geração)
Mesmo por isso é que na próxima geração o foco da consola dedicada nunca deverá ser o casual por mais interessante que isso na teoria (porque a Wii o fez) possa ser financeiramente na venda de hardware e quem não o perceber ou quiser dominar a sala a todo o custo irá sofrer as consequências disso, os proveitos que a Nintendo teve com a Wii nesta geração com a
"banalização" do conceito de consola para qualquer um foi peixe que rendeu nesta geração e não acredito que se repita na próxima com o boom que aí esta para vir das alternativas casuais que referes.
Resumindo, com toda esta atenção ao casual e aos serviços adicionais que uma consola pode realizar, espero ainda ter uma consola para comprar na próxima geração.
Daí a Nintendo se estar a afastar do modelo da Wii, há a noção plena de que os jogadores casuais são um público difícil de segurar/fidelizar; isso e o facto de o valor perceptido desses produtos ter sido minado (valem o quê? 1 dólar em iOS?)
Mas isto são más noticias em geral para a industria dedicada, toda a gente que começa a jogar começa por ser casual, o crescimento da industria depende da capacidade de captivar e fidelizar as massas.
As 3 grandes deviam falar mais entre elas. Depressa vamos ter Google TV's com Android OS e a televisão Apple é bem mais que um rumor; estas caixas vão fazer o que uma X360/PS3 e Wii fazem com Netflix como forma de meterem em todas as salas o seu "catálogo". E a industria de consolas devia responder conjuntamente a isso, mas não o fará.
Por causa de equipamento barato servir de clube de video (esse mercado é o mercado dos 99 dólares, é o que custa a box Apple TV), é particularmente relevante que as novas consolas não sejam muito caras; assim alguém indeciso pode contemplar pagar a diferença ao invés de investir no produto mais barato.
Já que referes a questão das máquinas fotográficas. Talvez seja esse o caminho da industria dos videojogos, onde as consolas caseiras fiquem confinadas ao núcleo de jogadores dedicados. Aí duvido que se aguentem três players dedicados a esse segmento. Veremos o que reserva o futuro.
A Sony é a mais bem posicionada. A Vita foi um desperdicio estratégico, faziam uma consola mais modesta (para poder ter o form factor da PSP Go e Sony Xperia Play) com duas variantes, uma sem telémovel para concorrer em preço e capacidade com o iPod Touch e uma com telemóvel para o segmento alto; ambas com capacidade de correr software fisico/retail.
E decerto que bastantes pessoas em vez de comprarem um ipod ou um iphone podiam ver mérito nessas propostas (e excluir ter os ditos "produtos de luxo", assim no entanto, com vocações demasiado definidas o cliente continua a precisar das duas coisas).
A abordagem ao hardware actual também faz pouco sentido. Se o acesso do developer ao hardware de uma X360 fosse mais abstracto (estivesse por detrás de uma camada de software/compatibilidade) seria possivel a Microsoft ter capacidade de negociação real. Em vez de estar presa a uma gráfica de 2006 teria capacidade de negociar com a Nvidia ou a AMD quem faz o melhor preço ano a ano e podia mudá-la todos os anos por uma mais potente, poupar dinheiro e usar esse overhead para fazer 1080p, 60 frames, modos 3D, AA de borla... Etc. Estarem dependentes das mesmas peças até ao fim do ciclo, claro, convém imenso a quem vende essas peças.
A X360 original continuaria a ser o target dos developers e corria tudo (nem que fosse em resoluções sub-HD), isto estimulava o gajo que comprou uma X360 a fazer o upgrade do modelo de 2006 para um melhor e extendia o tempo de vida útil da consola, assim como redesigns e lançamento de novas cores o fazem.