Discussão Digitalização de Cassetes de Vídeo (todos os formatos)

Pede para te mostrarem um exemplo do trabalho deles. Não tem de ser um trabalho de um outro cliente, pode ser uma coisa feita por eles para efeitos demonstrativos.

Isto não funciona bem assim...por questões de privacidade não se pode mostrar vídeos provenientes de outros clientes. Gravações feitas pelo próprio técnico também não têm grande valor pelo simples facto de que estas serão feitas de forma "perfeita", para surpreender. Mais, serão gravações recentes...como se pode comparar gravações recentes com aquelas que os clientes têm, certamente com 10, 20 ou mesmo 30 anos? Não esquecer que as cassetes de vídeo domésticas começaram a surgir no mercado no final da década de 1970.

Que tipo de equipamento é suposto um profissional ter para fazer um serviço de qualidade? Devo procurar algo específico? Devo estar alerta em relação a quê, para saber se o equipamento para a conversão é muito fraco? Como disse, não sei em que máquina foi feita a gravação e nesse caso não sei se o equipamento do profissional será adequado ou não...

Há vários equipamentos para fazer a digitalização de sinais de vídeo analógico. Alguns usam placas de vídeo, outros usam as vulgares pen's USB...há quem use equipamentos profissionais...eu por exemplo uso um deck digitalizador com um Video ADC de 12 bit / 108 MHz. Não sei se há pen's com estes tipo de ADC.

Quanto ao leitor VHS, eu diria que no mínimo exigia um leitor SVHS com algum tipo de TBC. Mas, mesmo assim, nem a falta destas duas coisas garantem uma má reprodução nem a presença garantem um bom serviço.

E ainda há a questão de como são feitas as ligações/configurações. Por exemplo, não usar uma ligação S-Video (hoje em dia) é um bocado inadmissível. Não capturar o mais próximo de não comprido para converter para os vários formatos que o cliente possa querer, é outro erro.

Isto é um mundo de opções...de facto usar um VCR S-VHS com TBC é importante, nem tanto pela capacidade de recuperar algumas falhas existentes na fita, mas mais devido à saída de vídeo ser feita por S-video, assim como pela melhor qualidade da electrónica existente no interior do equipamento. Estamos a falar de uma tecnologia que na época era como o 4K actual, ou seja, o melhor que havia em termos de qualidade de imagem em sistemas domésticos. Mas mesmo assim nem todos os VCR's S-VHS são excelentes...basta comparar por exemplo a imagem de um Panasonic com um JVC, ambos topo de gama. A imagem será praticamente a mesma em termo de detalhe, com uma grande diferença: o JVC filtra muito melhor o ruído de imagem.
 
Isto não funciona bem assim...por questões de privacidade não se pode mostrar vídeos provenientes de outros clientes. Gravações feitas pelo próprio técnico também não têm grande valor pelo simples facto de que estas serão feitas de forma "perfeita", para surpreender. Mais, serão gravações recentes...como se pode comparar gravações recentes com aquelas que os clientes têm, certamente com 10, 20 ou mesmo 30 anos? Não esquecer que as cassetes de vídeo domésticas começaram a surgir no mercado no final da década de 1970.

Só não funciona assim para quem não quer. É perfeitamente legitimo pedir autorização para mostrar como exemplo. Mas também não vejo porque é que uma gravação recente não serve. Para mim (como cliente) serve para ver o potencial dele. O estado de gravação das cassetes dos clientes não me parece que seja uma coisa que um técnico controle. Eu pelo menos não consigo controlar.

Seja como for, vejo muitos mais erros a usar o material do que no material escolhido. Principalmente no que toca ao formato final escolhido .
 
Nenhum cliente permite que se mostre publicamente as suas gravações pessoais, muitas vezes dos seus familiares, para desconhecidos...a

A qualidade de imagem obtida a partir de cassetes varia muito. Depende da qualidade do equipamento utilizado na gravação das cassetes (câmara de vídeo, etc), na qualidade da fita, na quantidade de luz que havia na hora da captura, na idade da cassete, no estado de conservação da mesma, se esteve ou não sujeita a campos magnéticos...há tanto por onde pegar.

Uma gravação recente serviria em parte, mas não seria o ideal porque estamos a falar num formato magnético, que com o tempo vai perdendo o sinal gravado nas cassetes por desmagnetização. Imaginemos que utilizamos uma mesma cassete e uma mesma câmara de vídeo. Essa cassete foi parcialmente gravada há uns 20 anos atrás. Entretanto pegamos na mesma câmara e gravamos agora o resto da cassete. A gravação recente terá um sinal com melhor qualidade do que aquele que pode ser obtido na parte gravada há 20 anos atrás. Apesar do equipamento e cassete serem os mesmos, a gravação recente terá contornos mais definidos e menos ruído de imagem do que a gravação de há 20 anos.

Mais: imagina que um cliente diz que tem cassetes VHS para digitalizar, e que quer ver um exemplo do que se pode obter na digitalização dessas cassetes. O técnico então pega no seu VCR S-VHS e numa cassete de qualidade, e grava uns minutos de um programa de TV emitido em HD. Depois mostra ao cliente, que fica convencido com a qualidade de imagem. Assim, o técnico recebe as cassetes, inicia o serviço...e descobre que as cassetes do cliente foram gravadas há uns 25 anos, através de sinal analógico de antena (RF), que ainda por cima estava mal posicionada, num VCR do mais básico que havia, e numa cassete das mais baratas. Resultado: o cliente viu uma imagem nítida e sem ruído, e depois recebe algo desastroso em termos dos padrões actuais. Fica assim o cliente sentindo-se defraudado e o técnico também fica em má posição porque não esperava que o sinal gravado naquelas cassetes fosse tão mau.

A situação ideal não passa por mostrar ao cliente o resultado da digitalização de alguma cassete de exemplo...o melhor é pedir para o cliente trazer uma cassete e mostrar a ele o resultado da digitalização dessa cassete. Assim não há lugar para decepções que não sejam resultantes daquilo que o próprio cliente tem.

Quanto ao uso do material, o que não falta por aí são técnicos que não gostam do que fazem. Fazem o trabalho porque é isso mesmo, apenas trabalho. Como não gostam do que fazem, não se dedicam a 100% ao trabalho, fazendo muitas vezes o mínimo para não receberem muitas reclamações.
 
Nenhum cliente permite que se mostre publicamente as suas gravações pessoais, muitas vezes dos seus familiares, para desconhecidos...a

Um dia destes fui mandar fazer umas fotos a uma loja, e num tv 50" e bem no alto da parede, estava a dar um casamento, feito pela casa, para todos os clientes verem
 
E quem garante que a filmagem desse casamento não foi feita a custo zero, com a concordância de que os noivos permitissem que essas imagens fossem utilizadas para esse fim? Pessoalmente eu nunca pediria a um cliente para ceder os seus vídeos para eu ter o que mostrar aos meus futuros clientes...há princípios de privacidade a cumprir. Prefiro 1000 vezes digitalizar uma cassete do próprio cliente como teste do que ir por essa via. Ainda mais com todas as regras de privacidade que a UE agora tem?
 
Olá a todos!

Acabei de descobrir esta thread e isto é algo em que posso ter interesse.

Tenho cá em casa um Sony SLV-315 e um Sony SLV-E300 e tanto quanto sei ainda ambos funcionam. Servem para este trabalho ou vale a pena procurar no OLX coisa melhor? E nesse caso o que devo procurar para além de ser S-VHS?

E em termos de placa para a captura de vídeo, algumas sugestões? Procuro algo com uma boa relação qualidade-preço, ou seja, o mais barato possível mas que dê resultados decentes e que seja o mais simples de usar possível.

Contratar um serviço não seria uma opção. O que tenho não são vídeos de família, é um roupeiro na garagem cheio de filmes e programas de televisão antigos que gostava de digitalizar mas que obviamente não valem o valor exorbitante que pagaria para uma empresa externa me digitalizar dezenas (talvez centenas) de cassetes.

Obrigado!
 
Bem, na minha opinião, em primeiro lugar tens de testar os leitores de cassetes que tens para ver se estão a funcionar normalmente. Agora posso dizer que esses leitores parecem ser modelos de entrada de gama. Além de ambos serem apenas VHS, o SLV-E300 parece ser mono e o SLV-315 nem entrada para fonte externa se tem...contudo isso não quer dizer que não façam o trabalho que é suposto fazer. Isso só testando e vendo os resultados obtidos. Seria então preciso responder a algumas questões: A qualidade de imagem está boa, sem falhas de maior? A resolução é satisfatória? Se sim, então servirão. Se não, então restará procurar por um leitor melhor...o que terá quase de certeza de ser procurado no estrangeiro. Nunca encontrei leitores S-VHS de qualidade à venda no OLX, até porque esse material custava na altura mais de 150.000 Escudos, podendo ir até aos 300.000 Escudos...o que corresponderia hoje em dia a 1500 Euros. Quantos equipamentos desses devem ter sido vendidos em Portugal? Ainda hoje no eBay leitores desses são vendidos a preços altos, muitas vezes dos 300€ para cima.

Mas então o que é que um leitor desse valor fará a mais que um de gama de entrada? Bem, algumas coisas. Primeiro, terá 4 cabeças e não 2 ou 3, como é o caso do SLV-315. Depois, terá saída S-video, o que é muito bom em termos da qualidade do sinal que sai do aparelho. Adicionalmente terá uma função chamada TBC - Time Base Corrector, que basicamente é um sistema que tenta corrigir falhas que possam surgir na imagem. É um sistema que funciona mas não faz milagres. Porém, por vezes surpreende pela positiva...portanto, se as cassetes estiverem em mau estado, esta função será praticamente indispensável. Por fim, a qualidade de imagem obtida por um VCR de topo será assim tão melhor do que a obtida por um VCR de entrada? Possivelmente, não. Isto se as cassetes tiverem sido gravadas com um sinal de qualidade e estiverem muito bem conservadas. Nesse caso, possivelmente a mais-valia do VCR de topo será a saída S-video.

Quanto a placas de captura de vídeo analógico, já experimentei diversas dessas placas com ligação USB e o resultado foi sempre o mesmo: lixo. Dão problemas na codificação dos vídeos, se o computador não tiver um bom processador, a imagem pode travar momentaneamente, são muito sensíveis ao ruído presente na imagem analógica, não têm funções de equalização dinâmica do sinal de vídeo, a compressão dada nos ficheiros de saída é demasiado alta, etc... Há uns bons anos atrás (início dos anos 2000) eu cheguei a adquirir uma placa dessas para digitalizar as minhas cassetes. Quantas vezes tive de repetir as digitalizações porque lá no meio do ficheiro aparecia uma parte com a imagem parada, fruto de sobrecarga do processador...anos depois, quando adquiri um deck com conversores de vídeo de qualidade, voltei a digitalizar todas as cassetes que eu ainda tinha. Felizmente não as tinha jogado fora, nem regravado por cima da maioria delas.

Por fim, eu compreendo o porquê de partires logo na posição de que contratar um serviço para esse fim não é opção, dado os conteúdos que tens para digitalizar. Algumas empresas até se recusam a digitalizar esse tipo de material devido a "direitos de autor". Porém, possivelmente essa seria a opção que daria a melhor relação qualidade/preço. Quem diz que os preços são exorbitantes é porque deve ter visto a tabela de preços de alguma empresa que de facto pede valores altos (porque no fundo já nem quer fazer serviços desses, dedicando-se a outro tipo de serviços), ou então não tem noção do trabalho que dá digitalizar cassetes de vídeo. Só para dar uma achega a tudo o que esse processo envolve, em primeiro lugar cada cassete tem de ser integralmente limpa, depois é preciso retensionar a fita, para então reproduzi-la ao mesmo tempo que é digitalizada, literalmente em tempo real. Ou seja, se uma cassete tiver 4 horas de gravação, irá levar 4 horas a digitalizar. Neste passo é preciso por vezes rezar para que a imagem não desapareça subitamente porque as cabeças ficaram sujas...o que é muito comum com fitas antigas, contaminadas com bolor, ou em mau estado de conservação. Depois de digitalizadas, é preciso fazer uma vistoria de todo o conteúdo para tentar encontrar partes sem imagem, com imagem degradada, onde acabam determinadas gravações, etc. Então é preciso fazer edição vídeo para tentar melhorar a qualidade de imagem, e por fim é preciso fazer a edição áudio, que é especialmente importante em cassetes VHS. Para isso é preciso separar a faixa de áudio da de vídeo, fazer a edição (que inclui a remoção de ruído, aumentar o volume geral, melhorar a inteligibilidade dos diálogos, transformá-la em stereo simulado se for originalmente mono)...e depois voltar a juntar o áudio ao vídeo. Finalmente é feita a conversão para o formato de vídeo final, o que leva mais algum tempo de processamento no computador (e a conta da luz a subir). Posto isto, os preços médio pedidos (5-10€ por cassete) ainda parecem exagerados? Obviamente que com dezenas ou mesmo centenas de cassetes, mesmo a 5€ por cada uma, o valor final será elevado...mas isso poderia ser feito de forma faseada. Ou será melhor adquirir um VCR de +500€ junto com um deck de mais uns 250€ para digitalizar algumas cassetes, correndo o risco de acontecer alguma avaria no leitor de cassetes? É preciso ver que qualquer leitor de cassetes terá no mínimo 10 anos de idade e que praticamente já não se encontra quem os arranje, e muito menos peças de reposição!

O meu conselho para o seu caso passa por ver se os VCR's que tens estão a funcionar. Se sim, então o passo seguinte seria ver o que cada cassete tem gravado e escolher as que têm coisas de interesse. Sendo filmes, procurar por fontes em que seja possível conseguir os mesmos com melhor qualidade que a que está gravada nas cassetes. Quanto a programas de TV...se não estiver, por exemplo, no YouTube, então só restará de facto digitalizar o que há nas cassetes. Penso que com esta estratégia será possível reduzir grandemente o número de cassetes a serem efectivamente digitalizadas.
 
Sim, claro, com esse trabalho todo o preço até parece bem apelativo. Eu não faria tão barato.

Confesso que não conhecia o processo e estava a ver a coisa mal. Em primeiro lugar estava a pensar que o equipamento tinha preços mais baixos, por exemplo 150€-200€ por um vídeo "dos bons" caso os meus não estejam à altura e outro tanto para uma boa placa de captura, dado que já tenho um PC bem "quitado". Depois claro estava a pensar usar software que fizesse isso só com uns cliques e seria deixar uma cassete a andar quando saísse para o trabalho, outra quando chagasse, outra à noite, e eventualmente no final do processo ainda poderia vender o VCR e a placa de captura para recuperar parte do investimento.

Assim de facto a coisa "pia mais fino" portanto julgo que será melhor realmente ver o que tenho e tentar procurar cópias digitais ou em DVD.

Obrigado pela explicação.
 
O processo que eu descrevi é como deve ser feito em termos profissionais. Mas claro que consegue-se alguns resultados fazendo menos do que eu descrevi. Tudo depende dos resultados que se pretende obter.

Já agora digo que é possível digitalizar cassetes com equipamento básico. E há quem se aproveite disso para tentar fazer uns trocos prestando um mau serviço...por exemplo, uma vez tive uma cliente que havia pedido para alguém fazer a digitalização de umas cassetes de câmara de filmar. Ela deu as cassetes a ele para as digitalizar e gravar em DVD. Quando ela viu os resultados, ficou completamente decepcionada. O tal "profissional" havia posto as cassetes a reproduzir na câmara e filmou o ecrã da mesma com um telemóvel. E pronto, lá estava, segundo ele, a cassete digitalizada...até o som estava muito mau porque como havia sido capturado pelo microfone do telemóvel, este captou não só o som da câmara como também ruídos e conversas que se passavam na casa da tal pessoa...nem com isso ele teve cuidado. Depois ele exigiu o pagamento antes de dar-lhe as cassetes...ela não quis pagar mas ele ameaçou destruir as cassetes dela.
 
O processo que eu descrevi é como deve ser feito em termos profissionais. Mas claro que consegue-se alguns resultados fazendo menos do que eu descrevi. Tudo depende dos resultados que se pretende obter.

Já agora digo que é possível digitalizar cassetes com equipamento básico. E há quem se aproveite disso para tentar fazer uns trocos prestando um mau serviço...por exemplo, uma vez tive uma cliente que havia pedido para alguém fazer a digitalização de umas cassetes de câmara de filmar. Ela deu as cassetes a ele para as digitalizar e gravar em DVD. Quando ela viu os resultados, ficou completamente decepcionada. O tal "profissional" havia posto as cassetes a reproduzir na câmara e filmou o ecrã da mesma com um telemóvel. E pronto, lá estava, segundo ele, a cassete digitalizada...até o som estava muito mau porque como havia sido capturado pelo microfone do telemóvel, este captou não só o som da câmara como também ruídos e conversas que se passavam na casa da tal pessoa...nem com isso ele teve cuidado. Depois ele exigiu o pagamento antes de dar-lhe as cassetes...ela não quis pagar mas ele ameaçou destruir as cassetes dela.


Isso é caso de polícia. Fraude e coação, no mínimo.
 
Sim, mas como ela poderia provar que ele tinhas as cassetes dela? Ele até poderia alegar que nunca havia falado com ela antes...é um caso complicado.
 
Viva pumabr,

sempre bom ler mensagens de pessoas que entendem do assunto. Aprendi bastante a ler este tópico.

Gostava de saber qual a tua opinião quanto aos Combos, como o LG RC388? O que terá melhor qualidade, Gravação directa de um combo desses ou ligar desses combos a um PC via S-video e audio via RCA? (Tenho um ADVC-100)
E tendo eu um Combo assim, a diferença de um Leitor VHS com TBC e DNR seria bem melhor do que com este combo? Se sim, notaria-se apenas em vídeo ou também na qualidade do áudio?

Pois eu pretendo fazer conversões onde o meu maior interesse é a qualidade sonora. E cheguei a ler que o áudio via RCA era inclusive superior à saída de audio digital. Verdade ou mito?

Obrigado desde já!

PS: Tenho 3 Leitores VHS Extra: Um LG LV2373, um Worten VM250 e um Philips VR702 (Conseguirias dizer-me qual à partida é o melhor?)

No caso de um com TBC e NR valer a pena, aconselharias qual modelo?
Sharp VC-S2000 ou JVC HR-S7600? Ou o JVC HR-S9600 vale mesma a pena face a estes 2?
 
Última edição:
Boas Tarantino

Os combos não são grande opção principalmente por duas razões:

- a primeira porque esses aparelhos são tipicamente de gama baixa-média. Foram criados para serem soluções simples e populares para o fim a que se destinam: ler e digitalizar cassetes de vídeo sem grandes preocupações. Mas nunca foram aparelhos muito populares, tais como os combos TV+ leitor VHS. Por serem aparelhos generalistas e feitos para não terem preços excessivos, esses aparelhos foram criados para fazerem muita coisa mas não são especialistas em nada...aliás, como um aparelho desses poderia ser tão bom quanto um gravador de DVD ou um leitor VHS de topo, se cada um desses aparelhos custavam muito mais do que um combo? Só para dar um exemplo, haviam leitores VHS que custavam o equivalente a hoje 1500€. Isso há mais de 20 anos atrás. A tecnologia tem o seu custo e esses leitores VHS de topo tinham funcionalidades de melhoria de imagem que nenhum combo tem.

- segundo, porque se houver um problema no combo, ficam logo inutilizáveis "dois" aparelhos. Os combos como nunca foram muito populares, também terão mais dificuldades em arranjar peças hoje em dia do que os leitores de cassetes mais populares.

Posto isto, a gravação através de um combo será potencialmente melhor do que usando uma pen ligada a um PC. isto porque regra-geral essas pen's são de muito má qualidade. E já estou a falar de pen's de marcas conhecidas...as chinesas então são dinheiro jogado no lixo. Felizmente para si, a placa de captura que tem é uma das poucas excepções boas que foram fabricadas.

A qualidade do vídeo pode variar muito de marca para marca. Por exemplo, a JVC costuma ter imagens com menos ruído e cores mais fortes que a Panasonic, mas esta costuma ter imagens mais claras e com mais detalhe. O TBC da JVC também costuma ser mais eficaz do que o da Panasonic...mas no fim depende muito do gosto pessoal de cada um, e mesmo do estado de conservação de cada cassete. Por isso é difícil dizer se um leitor VHS é melhor ou pior do que outro. O TBC e o NR são bons para serem usados em cassetes com algumas falhas na fita, mas se o seu objectivo é principalmente captar o áudio, então isso não é assim tão relevante quanto isso. Muito mais importante é usar um leitor VHS de 4 cabeças e stereo. Na prática esses vídeos terão 5 cabeças no tambor: 4 para vídeo e 1 para o áudio stereo.

Não conheço nenhum leitor VHS com saída de áudio digital. Os combos talvez tenham, até por conta do leitor de DVD. Mas o que dizem sobre a qualidade do áudio via ficha RCA ser melhor do que a via digital tem lógica, devido (novamente) em geral à fraca qualidade dos componentes usados nos combos. A saída RCA recebe o sinal analógico quase directamente da fita, enquanto que para o mesmo sinal chegar à ficha digital, tem de passar por um conversor analógico-digital. E sim, regra-geral os conversores desse género que estão nas placas de captura de vídeo de qualidade deverão conseguir melhores resultados do que as soluções implementadas nos combos.

Por fim...já viste os preços que pedem pelos leitores VHS com TBC e NR que mencionaste? Valerá a pena esse investimento? Para captura áudio não trazem grandes mais-valias em relação a leitores de gama média. O mais importante no áudio capturado a partir de uma cassete VHS é o que se faz depois no campo digital...ou seja, a edição que se faz em cima do ficheiro original.
 
Obrigado pela explicação detalhada :)
Pois, no meu caso interessa mais o áudio. Isto em 80% das cassetes, nas outras 20% a imagem já teria de ser a melhor, e a diferença se calhar não é tanta, e esses 20% são VHS-C em mt bom estado portanto talvez não valha tanto a pena. Mas eu conseguiria adquirir o JVC HR-S9600 por 300e (praticamente novo) ou o JVC HR-S7600 por 200e (Limpo, melhorado etc e c\ garantia de 1 ano). Achas que vale a pena por estes valores?

PS: Tenho experiência a editar e restaurar tanto áudios como vídeos.
 
@TarantinoMaria Esses valores estão bons para esses aparelhos. Eu optaria pelo 7600 e nem é por questões de preço. O 9600 tem um sistema chamado Dynamic Drum que só serve para dar problemas. Basicamente é um sistema mecânico que inclina o tambor de leitura da fita quando a imagem é posta em pausa, com o objectivo de obter aquilo que na altura chamavam de pausa perfeita. Ou seja, um fotograma completo, parado e sem interferências. O que é muito mau nesse sistema é que ele é constituído por diversas rodas dentadas de plástico que são frágeis. Com o tempo elas tendem a partir e esse sistema deixa de funcionar. Até aqui parece que isso não é nada de muito importante mas há um pequeno pormenor: sempre que o aparelho é ligado, ele verifica o funcionamento desse sistema. Se as engrenagens não funcionarem propriamente, o aparelho desliga-se automaticamente. Resumindo, se houver um problema nessas engrenagens, o aparelho não funciona. E um tambor novo custa uns 250€ e pior do que o preço que custa, é encontrar um à venda. Mesmo que se possa substituir as rodas dentadas danificadas por novas impressas em 3D, o problema está em montar as mesmas nos lugares certos; é que não basta colocar cada roda no seu lugar, elas devem estar em posições específicas para que todo o sistema funcione.
 
@lagartoriscado Isso era o topo do topo da altura, sem entrar no ramo profissional. Eram muito poucas as TV's com capacidade para receber um sinal com essa qualidade.Algumas TV's de retroprojecção (as primeiras de ecrã grande) tinham um tipo de entrada chamado entrada por componentes, feita por 3 ou 5 terminais RCA. Mais tarde, quando as TV's de plasma e os LCD's começavam a tomar lugar no mercado, algumas TV's CRT de topo também passaram a ter esse tipo de entrada. Imagina os preços disso tudo!
 
@lagartoriscado Isso era o topo do topo da altura, sem entrar no ramo profissional. Eram muito poucas as TV's com capacidade para receber um sinal com essa qualidade.Algumas TV's de retroprojecção (as primeiras de ecrã grande) tinham um tipo de entrada chamado entrada por componentes, feita por 3 ou 5 terminais RCA. Mais tarde, quando as TV's de plasma e os LCD's começavam a tomar lugar no mercado, algumas TV's CRT de topo também passaram a ter esse tipo de entrada. Imagina os preços disso tudo!

Entretanto fiz uma pesquisa e pelos vistos realmente era algo muito raro. Pelo que li a JVC naquela altura fazia estes vídeos como forma de testes ou algo parecido.

Só de pensar que quando comprei o meu primeiro leitor de DVD em 2001 pensava que tinha comprado o pináculo da tecnologia!
 
Back
Topo