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Final Fantasy IV (FFIV) é um RPG desenvolvido para a Super Famicom (SNES), pela Squaresoft (atual Square-Enix), tendo sido lançado no Japão em 1991, fazendo parte do primeiro leque de grandes jogos que acompanhou a nova consola da Nintendo. Nos EUA, o jogo foi lançado no mesmo ano com o título de Final Fantasy II.
FFIV começou a ser desenvolvido para a Famicom (NES), pois a Square sabia que era uma consola que tinha vendido milhões em todo o mundo, logo haveria mais possibilidades de lucro (recordamos que, no final dos anos 80 a Square estava longe de ser a multinacional de sucesso que é hoje), para além de que as capacidades da 8 Bits eram mais que suficientes para um RPG. No entanto, a Nintendo tinha outros planos para uma das séries mais fortes da NES, insistindo que a Square transformasse o seu novo jogo num projecto para a sua nova consola de 16 bits, o Super Famicom. A Square cedeu, e o jogo foi aperfeiçoado no plano gráfico e sonoro, embora no plano do grafismo esteja muito longe de Final Fantasy VI ou Chrono Trigger (outras obras da Square na consola). Mas não nos podemos esquecer que FFIV além de ser um dos jogos da primeira geração da SNES, era também um jogo inicialmente concebido para a NES.
Neste sentido, a história de FFIV recebe uma grande reformulação e fica muito mais intensa e dramática e a complexidade dos personagens aumenta drásticamente, deixando de ser os heróis sem defeitos que combatem o mal sem qualquer tipo de receio. Em FFIV os personagens são apaixonados, leais e corajosos, mas também são inseguros, egoístas e cometem erros graves, procurando redimir-se, abordando temas como a morte, a traição ou o abuso de poder, algo completamente pioneiro no mundo dos videojogos. FFIV foi o primeiro RPG que apresentava um enredo adulto, em que o jogador verdadeiramente se preocupava com o destino dos "seus" personagens. O roteiro do jogo era de tal forma massivo, que teve de ser reduzido a um quarto do seu tamanho original, devido aos limites de armazenamento do cartucho.
Num mundo onde o Reino de Baron é soberano, devido a possuir uma poderosa força militar, o Rei procura desesperadamente pelos míticos cristais, cuja guarda foi confiada a diferentes reinos, não olhando a meios para atingir os seus fins, atacando e destruindo tudo o que seja necessário para levar os cristais para Baron. O protagonista do jogo é Cecil, um Cavaleiro Negro (Dark Knight) e capitão da força aérea de Baron, os Red Wings. Após cometer alguns atos que considera reprováveis, a mando do seu Rei, Cecil fica dividido entre o seu amor à pátria e a sua consciência, estando dado o mote para uma grande aventura.
O quarto jogo também inaugura o Active Battle System que foi bandeira da série durante muitos anos. Com ele, as batalhas deixam de ser baseadas em turnos fixos e passam a ocorrer em uma mistura de turnos com tempo real, trazendo mais dinâmica e complexidade. Este inovador sistema foi concebido e desenhado por Hiroyuki Ito, que se inspirou ao ver uma corrida de Formula Um, reparando que os pilotos passavam uns pelos outros em velocidades diferentes.
Quanto à OST, esta ficou a cargo de Nobuo Uematsu, que fez um trabalho simplesmente sublime, apresentando ao mundo verdadeiras obras-primas em formato midi, que mostraram como a música pode ser importante num jogo para transmitir emoções e sentimentos. A qualidade do trabalho de Uematsu foi de tal forma elevado que, no Japão, o Theme of Love chegou a ser ensinado às crianças nas escolas, como parte do programa curricular da disciplina de Música. No próprio ano do lançamento do jogo, a Square lançou a OST em CD, e as vendas foram bastante boas.
Em 2005 o jogo foi portado para o GBA, tendo também sido alvo de um excelente remake para a Nintendo DS, lançada no final de 2007 no Japão, e em 2008 no resto do mundo. Apesar de aclamada, muitos são os jogadores que continuam a preferir a versão original do jogo. Em 2011 foi a vez da PSP receber o clássico Square, na compilação Final Fantasy IV: The Complete Collection.
Final Fantasy IV é um clássico intemporal, sendo simplesmente obrigatório para todos os fãs de RPGs, especialmente aqueles que tem saudades dos tempos de ouro de velhinha Squaresoft. É verdade que o jogo não tem o reconhecimento de um FFVI, VII ou até de IX, mas é indiscutivelmente um jogo pioneiro em inúmeros aspetos dos RPGs, sendo por isso, um jogo revolucionário e de enorme importância na indústria. Quem ainda não o jogou faça favor de colmatar essa lacuna na sua "carreira" de jogador.
