Mas isso foi precisamente o que disse. Antes a DRM que tinhas era apenas e só a key que vinha no manual do jogo, e estava pronto a jogar. Não precisavas de nenhum cliente todo xpto para o correres ou se quisermos ser picuinhas uma ligação á Internet. Quer dizer, havia aqueles jogos que te pediam que tivesses o CD/DVD na drive para o arrancares, mas não mais que isso.
Não estava a discordar, pelo menos na totalidade. Só para argumentar que nunca fomos 100% donos dos jogos que compramos como referiste anteriormente, nem no presente digital, nem no passado físico, sempre estivemos sujeitos a condicionantes de DRM, menos ou mais visíveis. DRM esse na maioria das vezes que não era apenas um simples CD-Key, como também tinhas referido, mas sim uma combinação de vários factores: CD Check, CD-Key/Serial, protecção anti-cópia como a infame StarForce, entre outros métodos que me podem estar a escapar ou menos comuns.
Os jogos budget por motivos óbvios ainda escapavam à implementação de DRM muitas vezes, mas de resto tudo o que era jogo mainstream sempre teve mais DRM para além de um simples CD-Key. Nunca pudeste fazer tudo o que querias com os jogos que compraste, nem que fosse fazer um simples backup do disco do jogo, que supostamente é teu, de forma a preservar o mesmo, pois tal tarefa era-te à partida frustrada.
Já para efeitos de verificação de licença, a diferença de um CD-Check para um online check é nula. O online check é o equivalente ao CD Check dos dias de hoje no digital. Como vão as editoras verificar uma licença puramente digital? E em qualquer uma das formas, estás a ser controlado, num jogo que supostamente pensarias ser 100% teu.
O online check ou DRM always-online tem o inconveniente de precisares de uma ligação à internet para jogares, caso contrário não o consegues fazer, mas de resto vai dar ao mesmo. É uma forma da editora controlar a tua licença à distância, tal como o CD Check. A agravante acontece quando os servidores são desligados e o jogo fica inutilizável (embora o tempo tenha provado ser possível restaurar alguns jogos online only), mas isso são outros 500 e aí a diferença entre digital e físico é zero.
Não deixa no entanto de ser irónico este tipo de conversa ter lugar 99% das vezes na internet, a mesma ligação que se critica ser cada vez mais necessária à verificação de licenças. Imagino se os anti-online DRM vivem segregados no meio do monte sem ligação terrestre ou de dados móveis no seu telemóvel, e onde jogam os seus jogos totalmente offline, e tenham que descer à civilização sempre que queiram comentar sobre o assunto ou fazer outra coisa que exija internet...
Dito isto, pessoalmente se gosto de ser "obrigado" a ter que instalar vários launchers no PC? Não, tanto é que só tenho conta Steam desde 2017 e alguns dos outros launchers só os tenho pelas freebies, mas isso já me fez mais confusão para ser sincero. Entre ter pilhas e estantes cheias de jogos, entre originais e gravados como já tive, ter que correr vários setups, alguns diferentes do comum InstallShield Wizard, ter que instalar softwares impingidos on-the-side em alguns jogos (como GameSpy Arcades, sistemas anti-cheat, etc), ou ter um launcher proprietário e sem mais porcaria por cada jogo que instalo, venha o diabo e escolha.
Também não gostei do surgimento do Steam e do que isso implicou no mundo do PC Gaming, inclusivamente em questões de DRM (jogos mesmo que físicos, a exigir conta Steam), mas os tempos mudam e avançam, para o bem ou para o mal, e ou se fica parado no tempo ou se acompanha. Não se gosta? Há sempre alternativas como as já citadas.
E onde quero chegar com isto tudo: as práticas das editoras, com ou sem launchers, com físico ou digital, não se alteraram muito. A nossa percepção sobre elas é que sim. O DRM sempre lá esteve, de uma forma ou de outra, e os jogos nunca foram 100% nossos.
E nao vamos falar do facto de nao ser possivel revender o jogo mais tarde se for preciso. Algo para mim incrivelmente atrativo quando compro em fisico. Eu sei que vou guardar esses jogos durante varias decadas e que ao longo dos anos, esses jogos irao ganhar valor no mercado. Algo que o formato digital only jamais tera.
Quanto ao vender, isso se os jogos físicos chegarem lá a funcionar. Disc rot em discos e corrosão em PCBs é tramado.
E admiras-te se vires o preço ao qual algumas keys digitais se vendem online. Seja de DLCs raros, ou simplesmente de jogos que já foram retirados oficialmente das stores digitais (mas que ainda podem ser activados).
Quanto ao emprestar, também se pode partilhar contas digitais, o Steam possibilita partilha da biblioteca inclusive.
De facto alguns dos jogos que são lançados actualmente necessitam do
day one patch para correr e obviamente que nesses casos ficamos ainda mais restritos no aspecto de necessitar sempre do online, daí muitos pensarem que já não compensa adquirir o formato físico
O que tento fazer na maior parte das vezes, é aguardar por versões GOTY ou outras definitivas para contornar esse problema
Tenho acompanhado esta lista:
https://forum.blu-ray.com/showthread.php?t=316998
Isso de lançar jogos em físico que já se sabe que serão episódicos (assim de repente lembro-me dos mais recentes Hitman ou dos The Walking Dead), para mais tarde lançar uma edição completa com todos os episódios, DLCs, etc, é daquelas práticas da indústria tão ou mais sacanas que as que têm sido referidas nos últimos posts. É um claro double-dip (ou mais) em cash grab que se tornou norma, e a geral maioria "cala e come".
As complete ou GOTY editions acabam por ser no entanto uma boa forma de contornar o que referes.