A Indústria dos Videojogos - Tópico Geral (notícias, artigos, opiniões, análises)

Não vejo muitas vantagens para os consumidores, pois essa redução de "custo" não vai beneficiar os preços que os consumidores pagam. Fará com que mais jogos aparecem na loja da Microsoft? Sim. Mas a loja como está não presta e isso faz com que as pessoas tentem não comprar lá jogos.

Mas os devs passam a fazer mais dinheiro, o que até poderá levar a que façam mais vezes promoções. Basta ver que na Epic estão constantemente a aparecer novas promoções.

A Microsoft Store vai levar um revamp completo este ano.

A Microsoft vai cobrar aos devs 12% na sua loja, a Steam 30%. Supimpa para eles. Mas o jogo não vai ficar-nos 18% mais barato na loja da Microsoft. O jogo a nós vai custar-nos o mesmo nos dois sítios. E a custar 60€ na Steam ou na Microsoft, prefiro comprar na Steam porque é uma plataforma que está anos-luz à frente.

Poderás ter estudios que podem pensar o seguinte: "Porque raio vou colocar no Steam, se posso colocar apenas na Epic Store e na Microsoft Store onde ganharei mais dinheiro por venda?

Hoje em dia o pessoal que tem apenas conta no Steam e que se recusa a comprar jogos noutras Store's, é cada vez mais raro.
 
Mas os devs passam a fazer mais dinheiro, o que até poderá levar a que façam mais vezes promoções. Basta ver que na Epic estão constantemente a aparecer novas promoções.

A Microsoft Store vai levar um revamp completo este ano.

Na Steam também existem promoções constantemente. Às segundas fazem week-long sales e às quintas weekend deals. Todas as semanas. Já sem falar daquelas promos especiais como no natal ou que coincidem com as novas estações do ano.

Estou ao corrente que a Microsoft quer renovar a sua store, mas vai ter que progredir mais se quiser fazer competição séria à Valve. Aquele é um passo em frente, faltam uns quantos mais.

Poderás ter estudios que podem pensar o seguinte: "Porque raio vou colocar no Steam, se posso colocar apenas na Epic Store e na Microsoft Store onde ganharei mais dinheiro por venda?

Hoje em dia o pessoal que tem apenas conta no Steam e que se recusa a comprar jogos noutras Store's, é cada vez mais raro.

Eu acho que o default, mas a olhos vistos - não há comparação - é ao contrário. "Porque raio vou colocar como exclusivo na Epic Store, se posso colocar na Steam e vender 10x mais e ao mesmo tempo satisfazer os meus clientes ao verem que estou a usar a melhor plataforma de jogos digitais, com os serviços que ela me proporciona, apesar de levarem 30%?"

O SnowRunner vai agora sair na Steam, de certeza que vão ter um boost enorme nas sales. E se a malta do Tony Hawks Pro Skater 1+2 fizesse o mesmo, só tinham a ganhar.

Não é por nada que a EA e a Microsoft já voltaram a ter novamente os seus jogos lá.
 
Porque concorrência é bom. Porque a hegemonia da steam é perigosa. Porque uma rate mais baixa das lojas é bom para os devs. Porque obriga a steam a melhorar.

Existem sales na steam claro. Durante os últimos 15 anos ou mais steam foi sinónimo de pc.
Um jogo de PC que não estivesse na steam era quase como se não existisse de todo.
Por isso claro que têm muitas sales, mas os devs ganham uma rate mais pequena nessas vendas. E possivelmente descontos mais pequenos.
 
A meu ver, quando um jogo é exclusivo, não há concorrência. Concorrência é ter o jogo em todos os sítios e dar ao cliente a escolha de comprar onde quiser, isso é de louvar e apoio.
 
A meu ver, quando um jogo é exclusivo, não há concorrência. Concorrência é ter o jogo em todos os sítios e dar ao cliente a escolha de comprar onde quiser, isso é de louvar e apoio.
A plataforma é a mesma, a loja é que é diferente. É que nem sequer é a situação das consolas. É muito melhor.

A exclusividade acontece para tentar trazer novos utilizadores para uma plataforma nova.

O ser humano não gosta de mudança, logo precisa de incentivo. Qualquer jogo vende mais na steam porque é lá que a franja praticamente total de jogadores no pc está.

Se a steam surgisse hoje não faria diferente.
 
A meu ver, quando um jogo é exclusivo, não há concorrência. Concorrência é ter o jogo em todos os sítios e dar ao cliente a escolha de comprar onde quiser, isso é de louvar e apoio.

Isto.
Para haver real concorrência, os jogos têm de estar em todas as plataformas.
Depois vende a que oferece melhores preços, ou features, ofertas, etc.
 
Os estúdios que colocam apenas na Epic Store, só o fazem quando a Epic oferece uns milhões, para compensar as perdas.

Sai um grande jogo no PC mas apenas na Epic Store.
O pessoal que gostaria de o jogar, vai ignorar o jogo só porque não saiu no Steam?

Nas consolas até compreendo, pois obriga a comprar uma nova consola, mas aqui basta sacar a store e comprar, feito.

A meu ver, quando um jogo é exclusivo, não há concorrência. Concorrência é ter o jogo em todos os sítios e dar ao cliente a escolha de comprar onde quiser, isso é de louvar e apoio.

Isso é muito bonito, mas o problema é que vais ter duas stores a ficar com 12% das vendas do jogo e outra Storew que fica com 30% das vendas do jogo.

Não critico ninguém por escolher meter o jogo onde não lhes tiram tanto dinheiro.

PS: E repito, não acredito que haja muita gente que não jogue um grande jogo, só porque esse jogo não está na sua Store de eleição.
 
Última edição:
Sai um grande jogo no PC mas apenas na Epic Store.
O pessoal que gostaria de o jogar, vai ignorar o jogo só porque não saiu no Steam?

Nas consolas até compreendo, pois obriga a comprar uma nova consola, mas aqui basta sacar a store e comprar, feito.

Muitos sim... Por essa razão que a EA e MS voltaram a apostar na Steam.
 
Sai um grande jogo no PC mas apenas na Epic Store.
O pessoal que gostaria de o jogar, vai ignorar o jogo só porque não saiu no Steam?

Nas consolas até compreendo, pois obriga a comprar uma nova consola, mas aqui basta sacar a store e comprar, feito.

Sim. Muita gente faz isso.
Eu faço isso, apesar de ter outros motivos juntos.
Actualmente, salvo raras excepções, prefiro esperar um ano pela versão GOTY, com todos os DLCs e patches em cima.
Sai muito mais barato, recebo muito mais jogo e menos bugs.
Junta-se a isso o ano de exclusividade da Epic e tenho muitos bons motivos para esperar.
E entretanto, tenho um backlog jeitoso para terminar.
 
A exclusividade acontece para tentar trazer novos utilizadores para uma plataforma nova.

O ser humano não gosta de mudança, logo precisa de incentivo. Qualquer jogo vende mais na steam porque é lá que a franja praticamente total de jogadores no pc está.

Se a steam surgisse hoje não faria diferente.

A exclusividade cria um monopólio em relação a esse produto, pois se só se pode comprar determinado jogo num único sítio, como é que pode haver concorrência?

Falamos muito que a Steam é um monopólio, quando a Epic também o quer ser quando implementa estas medidas.

Eu não gosto de exclusividade em lado nenhum. Seja consola/PC, seja Steam/Origin/Epic, etc, seja Windows/linux/Mac. Para mim todos os jogos saíam em todos os sítios. E isso conta também para a Valve: CS, TF2, Half-life na Origin, Uplay, Epic, Microsoft store, ..., não é só a Epic que faz coisas destes que eu não aprecio.

A Steam tem uma grande parte do mercado de gaming no PC, não só porque é lá que estão a maior parte dos jogadores. É porque tem simplesmente o melhor conjunto de benefícios/features que lhes dá.
 
A exclusividade cria um monopólio em relação a esse produto, pois se só se pode comprar determinado jogo num único sítio, como é que pode haver concorrência?

Falamos muito que a Steam é um monopólio, quando a Epic também o quer ser quando implementa estas medidas.

Eu não gosto de exclusividade em lado nenhum. Seja consola/PC, seja Steam/Origin/Epic, etc, seja Windows/linux/Mac. Para mim todos os jogos saíam em todos os sítios. E isso conta também para a Valve: CS, TF2, Half-life na Origin, Uplay, Epic, Microsoft store, ..., não é só a Epic que faz coisas destes que eu não aprecio.

A Steam tem uma grande parte do mercado de gaming no PC, não só porque é lá que estão a maior parte dos jogadores. É porque tem simplesmente o melhor conjunto de benefícios/features que lhes dá.
Então achas que não há concorrência entre consolas porque uma tem uns jogos e outra tem outros embora tenham a grande maioria de jogos comuns?

Vou a uma loja de roupa, compro uma tshirt lá com o estampado Y, ou compro um casaco com o corte X. Na outra loja pode não vai haver o mesmo casaco. Vai haver um equivalente talvez.

Todos os jogos sairem em todos os sitios beneficiam a steam só e apenas.
A steam é a mais usada do mercado porque também foi a primeira loja a sério a aparecer. Claro que tem muitas qualidades, e MUITOS MUITOS anos de experiência e de avanço também.
Dito isto, os concorrentes ou aspirantes a concorrentes têm de fazer algo para tentar atrair clientes. Se tiver exactamente as mesmas coisas vai atrair como?

Todas querem dominar o mercado. Nenhuma é melhor que a outra nesse aspeto. A Steam não tem exclusivos praticamente nenhuns mas tem alguns... onde é que está o meu CS Go na Epic Store? O Half Life? Portal? Alyx?
A Steam literalmente não precisa de exclusivos porque eram O SITIO do PC Gaming, por isso a partir de certa altura nem precisaram mais de trazer incentivos nesse sentido.
 
Então achas que não há concorrência entre consolas porque uma tem uns jogos e outra tem outros embora tenham a grande maioria de jogos comuns?

Vou a uma loja de roupa, compro uma tshirt lá com o estampado Y, ou compro um casaco com o corte X. Na outra loja pode não vai haver o mesmo casaco. Vai haver um equivalente talvez.

Todos os jogos sairem em todos os sitios beneficiam a steam só e apenas.
A steam é a mais usada do mercado porque também foi a primeira loja a sério a aparecer. Claro que tem muitas qualidades, e MUITOS MUITOS anos de experiência e de avanço também.
Dito isto, os concorrentes ou aspirantes a concorrentes têm de fazer algo para tentar atrair clientes. Se tiver exactamente as mesmas coisas vai atrair como?

Todas querem dominar o mercado. Nenhuma é melhor que a outra nesse aspeto. A Steam não tem exclusivos praticamente nenhuns mas tem alguns... onde é que está o meu CS Go na Epic Store? O Half Life? Portal? Alyx?
A Steam literalmente não precisa de exclusivos porque eram O SITIO do PC Gaming, por isso a partir de certa altura nem precisaram mais de trazer incentivos nesse sentido.

Concorrência em relação ao jogo específico como bem intagível e exclusivo, não em relação ao mercado como um todo ou discriminado por género ou em relação a bens tangíveis como hardware ou roupa.

O "God of War" é exclusivo da Playstation. Não há para PC nem há para Xbox. Assim sendo, a PS detém o monopólio do produto "God of War". Para haver concorrência em relação ao produto "God of War", teria que haver "God of War" para PC e para Xbox, Stadia, whatever.

Como referi, também não gosto que a Valve tenha exclusivos. Ser exclusivo é uma prática anti-consumidor.

As outras plataformas mais jovens podem atrair clientes, começando por não retirar escolha ao cliente, mas dando MAIS escolha ao cliente. E continuando a:
  • implementar features que observam que a Steam não tem (inovação in-house);
  • basear-se em features existentes noutros sítios para as melhorar na sua;
  • recorrendo a práticas comerciais para com os desenvolvedores como a que a Microsoft anunciou hoje (não acho grande coisa mas isso sou só eu, pelos vistos teve boa aceitação, pelo que a insiro aqui como medida de interesse);
  • recorrendo a boas práticas pró-consumidor em termos de disponibilidade, preço, promoções, extras digitais, controlo de qualidade, não-existência de DRM, responsabilidade social e ambiental.
Um exemplo de uma feature boa que a loja mais usada não tem: eu quando comprei os Forza's na Microsoft Store do Windows 10, também tive direito a jogar a esses jogos na consola.
 
Concorrência em relação ao jogo específico como bem intagível e exclusivo, não em relação ao mercado como um todo ou discriminado por género ou em relação a bens tangíveis como hardware ou roupa.

O "God of War" é exclusivo da Playstation. Não há para PC nem há para Xbox. Assim sendo, a PS detém o monopólio do produto "God of War". Para haver concorrência em relação ao produto "God of War", teria que haver "God of War" para PC e para Xbox, Stadia, whatever.

Como referi, também não gosto que a Valve tenha exclusivos. Ser exclusivo é uma prática anti-consumidor.

As outras plataformas mais jovens podem atrair clientes, começando por não retirar escolha ao cliente, mas dando MAIS escolha ao cliente. E continuando a:
  • implementar features que observam que a Steam não tem (inovação in-house);
  • basear-se em features existentes noutros sítios para as melhorar na sua;
  • recorrendo a práticas comerciais para com os desenvolvedores como a que a Microsoft anunciou hoje (não acho grande coisa mas isso sou só eu, pelos vistos teve boa aceitação, pelo que a insiro aqui como medida de interesse);
  • recorrendo a boas práticas pró-consumidor em termos de disponibilidade, preço, promoções, extras digitais, controlo de qualidade, não-existência de DRM, responsabilidade social e ambiental.
Um exemplo de uma feature boa que a loja mais usada não tem: eu quando comprei os Forza's na Microsoft Store do Windows 10, também tive direito a jogar a esses jogos na consola.

Dou like ao teu comentário porque acho que a tua opinião é 100% válida embora eu não concorde totalmente.

Mas acho que não podes defender isso tudo e depois dizeres que não achas que uma descida da taxa base de 30% para 12% seja uma grande coisa neste sentido. É algo que te beneficia indiretamente. Aliás, até acaba a promover mais exactamente o que estás a pedir... que mais plataformas tenham os mesmos jogos. Certamente vai haver agora mais jogos a passarem a estar na MS Store.

Quanto ao resto, concordo que tudo isso deve ser feito, mas acho que a exclusividade é uma medida muito mais chamativa, e no final do dia o mais importante são os jogos. Porque eu adoro UI's, mas não vou para a Epic Store porque a acho mais bonita. Pode ser uma das razões para ir, acumulada com outras. Os jogos têm de ser a razão.

O facto da biblioteca da maior parte dos jogadores estar no mesmo sitio é que provoca grande parte da sua incapacidade de migrar.
Mas no PC isto é uma completa não questão, uma vez que apenas um client os separa de um jogo e não um pedaço de hardware a custar centenas de euros.
 
Já que estamos a falar das stores acho que este artigo pode ajudar a esclarecer alguns pormenores:
https://gdconf.com/news/gdc-state-industry-devs-irked-30-percent-storefront-revenue-cuts

Ps. Quem quiser faça o download do documento mais completo.

Mas em resumo, dos produtores que responderam ao inquérito só 3% acha boa/concorda com a taxa de 30%, que por exemplo, a steam cobra.
Mas por outro lado cerca de 21% dos produtores afirmam que todo o dinheiro que fazem vem da steam e apenas 3% afirma que todo o seu dinheiro vem da epic, sendo que 78% diz mesmo que não faz qualquer dinheiro com a epic.

Só 22% dos inquiridos afirma fazer algum tipo de dinheiro com a epic, enquanto que na steam esse valor sobe para os 60%.
 
Mas acho que não podes defender isso tudo e depois dizeres que não achas que uma descida da taxa base de 30% para 12% seja uma grande coisa neste sentido. É algo que te beneficia indiretamente. Aliás, até acaba a promover mais exactamente o que estás a pedir... que mais plataformas tenham os mesmos jogos. Certamente vai haver agora mais jogos a passarem a estar na MS Store.

Eu não acho que seja grande coisa para nós consumidores, mas percebo que há quem veja que é e é por eles e elas que coloquei esta medida como vantajosa no meu post anterior. Não é porque EU a vejo como grande vantagem; é porque os OUTROS a vêm como tal. Não sei se me fiz entender.

Há sequer evidências empíricas de que o que foi dito por vós como outcome positivo para o consumidor já aconteceu desde que a Epic Store surgiu, em dezembro de 2018? Será que esta mais pequena percentagem levada pela Epic Store fez com que efetivamente:
  • Fossem criados mais jogos que de outra maneira não teriam acontecido? Dá para verificar empiricamente que uma coisa levou à outra?
  • Existissem mais promoções? Dá para verificar empiricamente que uma coisa levou à outra?
  • Mais plataformas tivessem os mesmos jogos? Dá para verificar empiricamente que uma coisa levou à outra?
A verificação empírica de tais atribuições serviria para me convencer que estou errado, e que realmente existem vantagens para o consumidor, não somente para os devs.
 
Eu não acho que seja grande coisa para nós consumidores, mas percebo que há quem veja que é e é por eles e elas que coloquei esta medida como vantajosa no meu post anterior. Não é porque EU a vejo como grande vantagem; é porque os OUTROS a vêm como tal. Não sei se me fiz entender.

Há sequer evidências empíricas de que o que foi dito por vós como outcome positivo para o consumidor já aconteceu desde que a Epic Store surgiu, em dezembro de 2018? Será que esta mais pequena percentagem levada pela Epic Store fez com que efetivamente:
  • Fossem criados mais jogos que de outra maneira não teriam acontecido? Dá para verificar empiricamente que uma coisa levou à outra?
  • Existissem mais promoções? Dá para verificar empiricamente que uma coisa levou à outra?
  • Mais plataformas tivessem os mesmos jogos? Dá para verificar empiricamente que uma coisa levou à outra?
A verificação empírica de tais atribuições serviria para me convencer que estou errado, e que realmente existem vantagens para o consumidor, não somente para os devs.
Não há dados para mostrar isso porque não temos uma situação em que a Epic tenha cobrado os 30% antes... mas acho que é fácil concordar que os 12% atrairam muito mais devs à plataforma.
É nós falamos na cut de 30%, mas a verdade é que há testemunhos de indies que tiveram de partilhar 50%. 30% é o mínimo. Na epico? 12%. Para os indie devs é incrível.

Existem promoções muito mais vantajosas e agressivas. Exemplo: compravas o Hades na Epic Store por 10€ ou algo assim quando saiu a versão 1.0.

Depois, os deals de exclusividade (temporária) tornaram comercialmente viáveis muitos jogos. Exemplo do Control que sai praticamente sem risco de flopar comercialmente e acaba a ter um sucesso moderado a nível financeiro (do que se sabe) mas grande sucesso de critica, inclusive fazendo a Remedy assinar um contrato de publishing do Control 2 com a Epic.
 
Mas de que adianta a Epic cobrar os 12% se o preço final geralmente é o mesmo??

Para o consumidor isso é irrelevante e a grande maioria não sabe o que cada dev ganha... Se o valor final fosse mais baixo, talvez ele as coisas começavam a mudar.

Eu se fosse produtor indie e fosse lançar um jogo sem apoios, de certeza que centralizava todos meu esforços na plataforma que tem possibilidades de gerar mais receitas e essa é a Steam. De que adianta colocar o jogo na Epic ou MS se vai ser um no meio de milhares, quando na Steam estão sempre a fazer marketing em jogos desconhecidos e a tornar devs indies em produtores com boas receitas...

A Steam nos últimos anos fez pelos devs indies, algo que a Epic e a MS nunca fizeram a vida toda e isso tem reconhecimento por parte dos produtores. Basta fazer um exercício fácil, entrem na página da loja da Epic, Steam e MS e vejam na página principal o tipo de jogos que cada uma faz publicidade...

Na página principal das stores da Epic e MS 90% são jogos com bom orçamento e minimamente conhecidos, quando na Steam encontras vários indies que nem sabemos que existe e vários jogos de baixo orçamento! E isso basta para que um jogo que na Epic e MS vendam quase nada, para na Steam financiar toda a produção de um jogo indie em uma ou duas semanas! Depois só quando um jogo já está a ganhar alguma popularidade na Steam é que a Epic ou MS começam a mostrar mais para também tentar ganhar algumas vendas.

Eu sou contra exclusividades, mas o certo é que se não fosse a Steam, hoje o mercado indie não seria tão aberto e diversificado como é e isso ninguém pode criticar a Steam pelo devs por opção própria colocarem lá seus jogos em exclusivos por vontade própria.

Isso sem mencionar o facto que apesar de ser contra, tenho perfeita noção que certas exclusividades ajudam a melhorar a concorrência, pois se fosse tudo igual em todo lado, o mercado estagnava.
 
As outras plataformas mais jovens podem atrair clientes, começando por não retirar escolha ao cliente, mas dando MAIS escolha ao cliente. E continuando a:
  • implementar features que observam que a Steam não tem (inovação in-house);
  • basear-se em features existentes noutros sítios para as melhorar na sua;
  • recorrendo a práticas comerciais para com os desenvolvedores como a que a Microsoft anunciou hoje (não acho grande coisa mas isso sou só eu, pelos vistos teve boa aceitação, pelo que a insiro aqui como medida de interesse);
  • recorrendo a boas práticas pró-consumidor em termos de disponibilidade, preço, promoções, extras digitais, controlo de qualidade, não-existência de DRM, responsabilidade social e ambiental.
Um exemplo de uma feature boa que a loja mais usada não tem: eu quando comprei os Forza's na Microsoft Store do Windows 10, também tive direito a jogar a esses jogos na consola.

Coisas que como reconheces, tanto Epic (ofertas de jogos, cupões, etc) como MS (Play Anywhere, Game Pass, etc) têm feito como acções pró-consumidor. E não só estas, como também a Ubisoft, como a Bethesda, GOG (DRM-free), entre outras lojas que me possam estar a falhar, também com ofertas mais ou menos constantes.

A título de exemplo, não me lembro da última vez que a Steam ofereceu um jogo, por iniciativa da Valve, quer 1st party ou 3rd party. Porque a Valve está demasiado confortável com a sua posição dominante, e sabe a sua posição no mercado.

E isto prende-se com o facto de que, como também já disseram, o Steam tem uma base de utilizadores cimentada, e muitas vezes fiel. E extrapolando para o geral, o ser humano é averso à mudança, e se "está bom, não mexe".
Lançar jogos em todas as stores, embora beneficiasse toda a comunidade em geral, em nada iria ajudar na atractividade das stores para quem as tem desprezado até agora. E como ninguém está de portas abertas para perder dinheiro, para o bem e para o mal, têm que recorrer a mecanismos menos pró-consumidor para ganhar o seu, como as exclusividades, para garantir um meio de serem atractivos.

Coisa que a Valve também ao longo dos anos foi fazendo, umas vezes mais, outras vezes menos, para cimentar a sua posição.

Eu se fosse produtor indie e fosse lançar um jogo sem apoios, de certeza que centralizava todos meu esforços na plataforma que tem possibilidades de gerar mais receitas e essa é a Steam. De que adianta colocar o jogo na Epic ou MS se vai ser um no meio de milhares, quando na Steam estão sempre a fazer marketing em jogos desconhecidos e a tornar devs indies em produtores com boas receitas...

Sim e não. Hoje em dia o Steam tem tanta "tralha" indie, que é difícil um bom indie muitas vezes impôr-se, e acaba condenado a ser "apenas mais um" no meio dos outros tantos milhares. O que disseste para a Epic e para a MS Store (que tem shovelware indie a dar com um pau), aplica-se também e muito bem à Steam neste aspecto. É inclusivamente uma discussão que vejo com alguma frequência nos fóruns do Steam, sendo muitas vezes apontados os milhares de visual novels indie de "xaxa" ou os pseudo-F2P de estúdios indie a ver se a coisa cola.

A Steam nos últimos anos fez pelos devs indies, algo que a Epic e a MS nunca fizeram a vida toda e isso tem reconhecimento por parte dos produtores. Basta fazer um exercício fácil, entrem na página da loja da Epic, Steam e MS e vejam na página principal o tipo de jogos que cada uma faz publicidade...

Na página principal das stores da Epic e MS 90% são jogos com bom orçamento e minimamente conhecidos, quando na Steam encontras vários indies que nem sabemos que existe e vários jogos de baixo orçamento! E isso basta para que um jogo que na Epic e MS vendam quase nada, para na Steam financiar toda a produção de um jogo indie em uma ou duas semanas! Depois só quando um jogo já está a ganhar alguma popularidade na Steam é que a Epic ou MS começam a mostrar mais para também tentar ganhar algumas vendas.

Eu sou contra exclusividades, mas o certo é que se não fosse a Steam, hoje o mercado indie não seria tão aberto e diversificado como é e isso ninguém pode criticar a Steam pelo devs por opção própria colocarem lá seus jogos em exclusivos por vontade própria.

Isso sem mencionar o facto que apesar de ser contra, tenho perfeita noção que certas exclusividades ajudam a melhorar a concorrência, pois se fosse tudo igual em todo lado, o mercado estagnava.

Pode não parecer, mas o Steam existe há mais de 17 anos (convém relembrar, para quem se esquece, ou não sabe), e nem sempre foi o que é hoje, para o bem, e para o mal.

O Steam durante muitos anos não permitiu a publicação de indies na loja, irónica e precisamente pela potencial "fraca" qualidade dos mesmos. Com o crescimento do fenómeno indie (com a melhoria das ferramentas ao dispôr dos indie devs), e por pressão da comunidade, foi daí que surgiu o projecto Steam Greenlight em 2012 (até lá, nada de indies no Steam), onde só eram publicados os indies que eram seleccionados e votados pelo público.

A admissão ao programa era inclusivamente paga, sem direito a retorno e sem qualquer garantia de publicação. Havia um certo elitismo no Steam (aplicava-se o que sublinhei, e que referiste para as outras stores), face aos indies, mesmo com o projecto Greenlight já criado, na medida em que havia uma filtragem do que era digno ser publicado ou não.

Hoje em dia já não é bem assim, e tens indies a torto e a direito, uns de qualidade mais duvidosa que outros, e onde os bons indies muitas vezes se perdem no meio dos outros tantos, por falta de verbas para marketing. Alguns escapam-se a isso por conseguirem tornar-se virais por acaso (Among Us, por exemplo). Quanto a isso, mais à frente.

Se antes a Valve se mostrou preocupada com a qualidade dos indie games no Steam, barrando-lhes acesso durante muitos anos, e depois criando um mecanismo de filtragem ao mesmos, com o crescimento do fenómeno indie, virou a cara à qualidade dos mesmos a partir de determinado momento, abrindo-lhes totalmente a loja, por ver que poderia fazer dinheiro à custa dos mesmos.
Como se pode ver, isso implicou um crescimento enorme de lançamentos nesse mesmo ano, levando ao que já referi de tralha de milhares de jogos indie sem qualidade. Não foi por ser indie friendly que o fez, mas por dinheiro.

Não foi também por amor aos indies ou à comunidade mod, que a Valve adquiriu os direitos de mods como o CS, o Team Fortress, o Day of Defeat ou o DotA e os tornou em jogos completos, foi por dinheiro. Comprou os direitos por ver a popularidade desses mesmos mods, e por querer uma fatia do bolo, por os querer tornar rentáveis para si. Basta ver que o CS e o DotA são dos maiores e-sports existentes, e no que isso se reflecte em todo o dinheiro envolvido.

Isso de pintar o Steam/Valve como amigos dos indies tem muito que se lhe diga. Quem acredita que o "good guy Valve" é amigo dos indies, está a ser ingénuo. Tudo o que fez e faz, mesmo em respeito aos indies, é por dinheiro, como todos os outros players do mercado.

E como fundamento, deixo alguns excertos de um testemunho de um indie dev feito em 2017, após a passagem do Steam Greenlight para o Steam Direct, e na influência que isso teve nos indies no Steam:

The old way: Steam Greenlight

How the old process works is that a developer would pay USD$100 to Valve to participate in the Greenlight process. As a developer, you only needed to pay this fee once and you were welcome to upload as many titles onto Steam Greenlight as you wanted. You did not get that money back.

(...)

After battling your way to the very top of the popularity contest (top 5 spots) your game would get “Greenlit by the community.”

The new way: Steam Direct

Remember that $100 fee I mentioned with Steam Greenlight? The one that let you upload whatever you wanted? Well, now you have to pay $100 per game. It’s no longer a one-time fee. The upside to that, if you can call it that, is that once your game makes over $1,000 on Steam itself, then you get that $100 back.

(...)

The price of accessability

Well, here’s the issue with that. With a lot of that for that matter: before, you had to go through some kind of gauged interest with Steam Greenlight. Now with Steam Direct, all you need to do is basically pay a fee and boom, you’re in. The issue with that is that essentially Steam is turning into the PC version of Google Play Store.

That is very concerning to me as a developer and a consumer because now there’s going to be even more more games on the platform. That doesn’t seem like a bad thing, right? Well, it is, because Steam was already starting to get difficult to find games that were actually worth playing -- 40% of the games on Steam were released in 2016. With Steam Direct that process of finding new games that pique your interest has become even more difficult, and as a developer, you now have to compete with a bunch of not so great games potentially taking up front page space that your game should have had.


While Steam Direct adds new and continuous strings of games at a more rapid pace, finding games is also difficult because of Steam’s user submitted tags. Basically any person, troll or not, can go onto a Steam store page and add tags to a store page.
(...)
This is an existing problem but the more poorly developed games we see on Steam due to the constant addition of new games, the more this tagging system will be abused by the user base.

^ Está aqui o "reconhecimento dos produtores".
Com todos os problemas que têm no Steam, a começar nos problemas de visibilidade no meio de tanto clutter, a terminar pelos 30% cobrados pela Valve, muitos só devem continuar a lançar no Steam por ser onde ainda existe uma maior user base na esperança de uma brecha de visibilidade, não por uma questão de reconhecimento por o Steam ser mais indie-friendly (debatível).

Para concluir, nada como relembrar que a Valve anda no mercado das stores digitais há mais de 17 anos (face aos 8+ da MS Store e aos 2+ da Epic), tempo mais que suficiente para desenvolver e maturar uma store digital (mesmo assim, ainda não conseguiram atinar a 100% com a interface...), apetrechando-a de features, campanhas e programas de apoio, e é extremamente difícil para um novo concorrente tentar sequer entrar no mercado, quanto mais impôr-se, e lógicas como essa de o "Steam é que é" quando nem sempre o foi, mostram o porquê.

Por isso, não, "se não fosse a Steam, hoje o mercado indie não seria tão aberto e diversificado como é" não é verdade, pois já havia mercado indie (ou homebrew antes de se falar em indie) antes de haver Steam, e se há coisa que a Valve/Steam fizeram ao mercado indie durante muito tempo, foi primeiro barrar-lhes as portas, depois criar-lhes barreiras, e por fim, aproveitar-se dos mesmos para sacar mais uns trocos.

Para o mercado indie existem boas e até melhores alternativas ao Steam como o itch.io (inúmeras ofertas diárias), o indiegala.com (uma ou outra oferta diária), entre outros, com um foco muito maior aos devs indie.

PS: Ao contrário do que dizes, a Microsoft aos anos que tem o programa ID@Xbox e o Xbox Live Creators Program que na loja aparecem sob o Creators Collection. Já para não falar no Game Pass, que está carregado de indies.

A Epic pelo que vou lendo também dá bastante suporte a quem use o Unreal Engine, sejam devs grandes ou pequenos, e certamente o facto de cobrarem 12% ao invés dos 30% do Steam, que deve ser benéfico especialmente para os indie devs, já para não falar que até têm oferecido bastantes jogos indie nas ofertas semanais, o que dá visibilidade e dinheiro aos mesmos.

https://www.unrealengine.com/en-US/programs/unreal-indies
https://www.unrealengine.com/en-US/blog/how-to-fund-your-indie-game

Also, têm sido bastante agressivos nas benesses que oferecem aos indie devs que prefiram utilizar o Unreal Engine e publiquem na Epic Store, para fazer concorrência ao Unity:
https://www.usgamer.net/articles/epic-new-unreal-engine-royalty-policy-indie-reactions-game-changer
 
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