Olá,
Na tentativa de captar "apoiantes" deixem-me fazer um desenho por forma demonstrar que a teroria do pacote é perigosa quando encarada como direito comercial absoluto
Vou usar um parelelismo querido por muitos portugueses que me parece aproximado o suficiente para ser adequado. Claro está, como todos os parelelismos (ou metáforas) tem "defeitos" no entanto o que conta é a ideia ou critério que está subjacente.
Em tempos quem queria Internet de Banda Larga, Televisão "Digital" ou Telefone teria de contractar o serviço de uma forma ou de outra á Portugal Telecom. Claro está havia outros operadores bem mais pequenos eu forneciam serviços Internet mas eram no entanto algo marginais. É fácil vêr as semelhanças com a questãp do Portátil e Sistema Operativo
* Temos um operador dominante a PT que faz a vêzes da Microsoft
* Temos produtos que podem operar de forma Independente que faz a vêzes do Portátil e do Sistema Operativo
* Temos lojas
* E temos clientes
Ora pois bem. Nessa altura (antes de haver o SAPO, Clix, a Air Telecom etc etc em banda larga) havia a PT/TV CABO e comecializava serviços de Internet e TV por Cabo. Ora pois bem. Nessa altura a PT tentou colocar um único pacote no mercado que incluía TV por cabo + Internet Banda Larga. Isto é o cliente que pretende-se Internet de Banda Larga tinha que subscrever ao serviço de Televisão por Cabo. Ora pois bem, este pacote rápidamente foi abandonado pois "barrada" por reguladores. O que se fêz foi introduzir outros dois pacotes (um só para TV e outro para Internet).
Ora pensem lá porquê?
Eu explico. Por e simplesmente criava dificuldades muito grandes a outras empresas que quisessem comercializar serviços de Televisão e mesmo de Internet. Em ultima análise quem perdia era o consumidor mais tarde ou mais cedo quer sejam conscientes ou inconscientes.
Claro está isso nunca aconteceu por "barramento"/recomendação e agora anos mais tarde gozamos de uma escolha diversificada (Clix, MEO, Air Telecom, SAPO, TV CABO, etc etc etc). Algo que mesmo com a existência do pacote único era inevitável (com caso em tribunal diversos) mas porventura o aparecimento da escolha seria ainda mais demorado do que foi. Isto quando noutros países essa escolha já existia á muito tempo (ficácamos ainda mais para traz do que já estamos nesta matéria).
É precisamente isso o que a Microsoft está a tentar fazer legitamente com o Vista e os Fabricantes de Hardware. Isto é colocar a autoestrada (os portáteis) com um só carro (sistema operativo) e em que o cliente se quer andar na autoestrada tem que comprar o carro da Microsoft por imposição do pacote. Claro está á semelhança com as comunicações existe alternativas, mas estas são tão pouco relevantes que não podem ser tomadas como elementos que autenticam o esse mercado como "livre". Para isso existem reguladores e tribunais.
Quanto ao facto de o cliente ter comprado o pacote logo não pode reclamar o seu conteúdo. Também não é um valor absoluto nestes contextos. Como disse eu não sei se o Francês foi informado da possibilidade de escolha pela Acer no entanto não existe razões para acreditar que o Juíz seja estupido. Se por ventura a PT fosse para a frente com esse pacote único tenho a certeza que haveria casos em Tribunal de pessoas a reclamarem da obrigação imposta, porventura vencedores. Existem muitas formas de dificultar o acesso á verdade, uma das quais é dar instruções corporativas aos retalhistas e lojas em como que a venda deverá ser feita em pacote, e claro está o logista segue essa a cultura. Isso acontece em todo lado. Como tal dizer que o fabricante/distribuidor não pode ter qualquer responsabilidade na prática não é bem assim a meu vêr.
Espero que este breve desenho sirva para demonstrar que a teoria do pacote não é um direito comercial absoluto para as empresas. Por alguma razão existem Entidades Reguladoras, Leis e Juízes. No caso da PT o caso foi ainda mais a fundo, tendo ultimamente que separar o serviços por empresas. Claro está os pacotes continuam a existir mas existem agora combinações multiplas que permitem uma escolha mais variada e a entrada mais "fácil" de novos "players" no mercado.
Claro está existem diferenças em relação ao caso em thread. Em particular estamos a comparar o caso do Grupo PT (Internet+Telefone+TV) em comparação com a Microsoft + (HP ou ACER ou ASUS ou seja lá quem for, empresas já independentes) (Portáteis + Sistema Operativo). Uma composição empresarial diferente no entanto com sintomas mercantis semelhantes como espero ter explicado, a estratégia do pacote único (Portátil + Vista ou XP). Claro está com a simples inclusão de um pacote chamado de apenas "Portátil sem SO, abre uma porta saudável para a escolha seja de que Marca for o portátil. Existem no entanto portáteis que não podem funcionar sem um determinado SO ou mesmo que têm um conceito de produto suficientemente forte para ser encarado como um produto indissuciável, o que não é o caso (não é Preto ou Branco, nem mesmo os pacotes).
Daqui a alguns anos (se não já) casos como este deixam de existir neste contexto. Não porque as empresas deixam de pretender legitamente colocar um só pacote "forçando" de forma inderecta a compra de um produto independente, mas porque existem pessoas que simplemente conseguem ver além do pacote e que simplemente barram essa tácticas em determinados caso (Clientes, Juízes e Clientes). Principalmente em bens de consumo primário como se está a tornar os Computadores e o acesso à Internet em países desenvolvidos. Com a evolução e a concorrência motivada por pequenas acções regulamentares ou legais claro está a existência de um único pacote deixa de ser tão comercialmente atraente que parece estupida. Ou seja o que é óbvio deixa de o ser.
Espero não ter sido muito bárbaro para alguns
Stay cool,
Trance
PS: A teoria do pacote é de dacto poderosa. Imaginem a dificuldade do pessoal em mercados mais dinâmicos que o nosso em perceber o que está em causa em determinados contextos, esses eram os pioneiros da regulamentação etc etc. Claro está são mercados que gozam há muito de mercados com livre concorrência (alguns há mais de 100 anos). Essa longa experiência afecta imperetrivélmente a cultura e a percepção das pessoas face a determinadas matérias.