Ora bem... a idéia deste nosso amigo, já eu tive, e já me informei devidamente há algum tempo atrás, e além do mais sou lojista actualmente, e já fui chefe de secção de videojogos de uma grande superfície (que obviamente não vou nomear).
Vou deixar aqui os meus conselhos...
Se estás a pensar abrir uma loja física... Esquece. A menos que ganhes no euromilhões e possas apostar numa localização altamente rentável (como um centro comercial), e possas apostar logo num bom stock, numa boa imagem, num bom design, etc. Se puderes, óptimo. Se não puderes, vais atirar o teu dinheiro ao lixo basicamente, porque tens mais que muita concorrência não só de grandes superfícies, mas também de lojas da especialidade como a Game, ou a Gamestop (que chegou agora a Portugal, e se bem conheço a política agressiva deles, não devem tardar a aparecer que nem cogumelos por este país fora). Além disso... só a renda de uma loja num centro comercial de jeito (não estou a falar de centros comerciais que já deram o que tinham a dar) é absolutamente ridícula, isto para não falar nos custos adicionais, como dinheiro que as lojas precisam dar ao condomínio do centro nas alturas do natal. É basicamente um roubo.
Se estás a pensar abrir uma loja online... já poderá ser mais possível. No entanto, a única maneira de garantires o sucesso, era teres preços pelo menos iguais aos praticados nos sites ingleses. Agora, o problema é que vivemos num país de atrasadices mentais, e os selos do IGAC é uma dessas atrasadices mentais. Tu para praticares o preço igual aos ingleses precisavas comprar os jogos a fornecedores estrangeiros (de preferência dentro do espaço comunitário para evitar alfândegas e taxas adicionais). No entanto, por cada título que importas para Portugal, tens que enviar uma cópia do jogo para o IGAC, tens que pagar 37,41€, e apresentar uma factura de compra com as quantidades todas, bem como um certificado de autenticidade (que os distribuidores à partida te arranjam). Os selos em si são baratos... não é grande problema. Cada selo são 18 cêntimos, o que no preço de um jogo não significa grande coisa. O problema é que por cada título que mandares vires tens que pagar os 37,41€. Ou seja... tinhas que vender umas 4 ou 5 unidades de cada jogo só para cobrir o custo da porcaria da avaliação que o IGAC faz (e que é uma palhaçada digo já, e devia ser considerado ilegal pela UE, uma vez que é uma taxação dupla, por uma entidade de regulação de actividades culturais, e os jogos pagam IVA de 20% e não de 5% como os produtos culturais).
Resumindo... se achas que consegues ter um site apelativo, com um serviço de entrega rápido e de preferência grátis (ou diluído no preço dos jogos) e bom serviço de resposta aos clientes, e consegues dar-te ao luxo de mandares vir pelo menos umas 20 ou 30 unidades de cada jogo.... Força.
Caso contrário... esquece. Já muitos outros (e mais empenhados, e mais conhecedores do mercado e do funcionamento das instituições) tentaram e desistiram porque vivemos num país da treta.
P.S. - Sou dono de uma loja actualmente, mas não de jogos... só para ficar esclarecido