Como prometido, aqui fica o meu “teste” á Amazfir GTS quase duas semanas depois.
Tenho uma boa experiência de pulseiras biométricas vulgarmente chamadas de Smartbands. Tive uma MiBand 2, uma Miband 3, uma Amazfit Arc, uma Huawei Band 2 Pro e uma Huawei Band 3 Pro.
A Amazfit GTS é, erradamente, tida como uma Amazfit BIP melhorada. Ora tal não é de todo verdade. A BIP é uma Smartband com um ecrã maior enquanto a GTS já um Smart Whatch.Tem uma excelente construção com a “caixa” em alumínio e com ecrã em Gorila Glass 3. Mas nada como colocar uma pelicula (já encomendada). O gorila Glass 3 de nada serve contra o roçar com uma parede por exemplo. Tem uma excelente resolução (PPI superior ao Apple Watch 5). Claro que lhe “falta” algumas coisas comparativamente aos Smart Watch’sde referência. Não tem memoria interna para colocar músicas ou fotos, não dá para atender chamadas ou responder a notificações. No meu caso, estas “falhas” não me fazem diferença. Não corro (já corri mas a PDI não perdoa), e atender chamadas com quem está por perto a ouvir não faz de todo o meu estilo. Ver fotos em tamanho tipo passe é contrariar a evolução dos próprios telemóveis com os seus, cada vez maiores, ecrãs. Responder a notificações num ecrã deste tamanho demoraria mais tempo que pegar no telemóvel e responder. Já agora a vibração para cada tipo de notificação ou chamada é personalizável na App.
Com o GTS (ou até qualquer Smart Band), nunca perco uma chamada, mensagem ou notificação. O facto de ter um ecrã de maiores dimensões relativamente a uma Smart Band é poder ler em 90% dos casos toda a mensagem. Em função da mesma, respondo com o telemóvel ou apenas tomo conhecimento.
O ecrã é personalizável a gosto. São uma centena de watch Faces á escolha. Em muitas delas, a Face é constituída por Widgets, podendo escolher o que é que pretendemos que seja mostrado em cada um desses widgets. A pulseira pode ser trocada facilmente por qualquer pulseira de 20 mm. As combinações de pulseira/ecrã são virtualmente infinitas.
O AOD é uma possibilidade que honestamente é mesmo só para dizer que existe. Vê-se muito mal ou quase impossivelmente no exterior . Reduz em basicamente 50% a autonomia. Mais vale usar o gesto de rodar o pulso com o temporizador com 6 segundos (por exemplo). Com a iluminação em automático vê-se impecávelmente. Para além de que para se ver as horas temos de rodar o pulso para olhar para o relógio. Portanto ter o AOD é inútil. Pode-se (e deve-se) escolher quando é que não queremos que o rodar do pulso funcione. Evitamos gastos de bateria desnecessários e o acendimento acidental durante a noite (é desagradável levar com uma ecrã nos olhos ás 3 da manha).
O ecrã dá para ser bloqueado. Assim de repente parece ser inútil. Mas não é. A água aciona o ecrã. Portanto a tomar banho ou a nadar, a água pode (e irá) dar instruções ao GTS. Pode baralhar toda a configuração.
O botão serve para duas coisas. Tocar para acordar o ecrã, ou com um “long press” ir directamente para uma determinada função á nossa escolha. No meu caso escolhi ir para as notificações. Mas cada um escolherá o que mais lhe convém.
Para além do óbvio como contar os passos ou medir a pulsação tem também outras coisinhas. Tem bussola. Pode dar jeito. Por exemplo quando a campo é útil saber onde nasce o sol. Tem um medidor de pressão do ar. Confesso que não lhe encontro utilidade. Mas isso sou eu. E tem um altímetro. A utilidade será subjectiva, mas é uma informação sempre interessante.
Testes feitos com medidor de pulsações profissionais desmontaram que é bastante preciso. O GPS. Há testes em que mostram o mesmo a funcionar mal e outros a funcionar muito bem. O que funcionou mal era na China em Pequim. O que funcionou bem era numa cidade qualquer em Espanha. Acredito que numa densidade populacional muito densa com centenas ou milhares de sinais rádio e GPS, que possa haver mais dificuldades. Mas aqui em Portugal, dificilmente teremos esse problema.
Por falar em pulsações, irá chegar em Novembro uma actualização fantástica. O GTS ser capaz de detetar arritmias cardíacas. Não tem obviamente a precisão de um ECG, mas se ele repetidamente disser que há algo errado, mais vale marcar uma consulta para se tirar a dúvidas. As doenças cardíacas são das mais mortais e das que raramente dão sinais. Acontece e pronto. Sem dúvida que só por esta nova capacidade, vale a pena gastar mais uns euros em relação a uma mais simples Smart Band,
Nota negativa para a monitorização do sono. A, para mim, GRANDE desilusão. É muito, mas muito fraquinha e muito pouco precisa. Só detecta sono leve e sono profundo. A Huawei Band 3 Pro detecta sono Leve, Sono REM e sono profundo. E até detecta as sestas. TOP. Para além disso detecta muito bem as vezes que acordamos. A GTS não detecta quando acordo. Levanto-me ás tantas da manha para ir á casa de banho e … para a GTS continuou a dormir. Até testei acordando o ecrã. Nada feito. Continuou, ao que parece, a dormir. É para mim uma falha muito grave.
A autonomia é bastante boa e dentro do anunciado pela marca. Faz hoje uma semana que a carreguei e estou com 61%.
Conclusão. Não é o melhor Smart Watch do mercado. Mas os melhores, custam facilmente mais do dobro. Ou seja, para 129€ a relação preço/qualidade/funcionalidades é muitíssima boa. Bem construída e muito leve. Quando encomendei só havia a preta. Mas se pudesse escolher seria a cinzenta. Faz um belo contraste com o ecrã negro e a escolha de pulseiras aumenta por combinar melhor. Mas é uma questão de gosto.
Portanto, estou bastante satisfeito. Se tivesse de dar uma nota seria 8/10.
A única macha, mas que é grande, é de facto a monitorização do Sono ser incompreensivelmente tão má. Conseguir detectar arritmias cardíacas e não detectar que estou acordado, é algo que tenho dificuldade em aceitar.
