Tambem tens carros a custar 500 mil e 1m de euros mas não é por isso que andamos todos revoltados por termos de andar com as gamas do povo...
As pessoas têm que começar a entender que há bolsos muito mais fundos do que o nosso e certos produtos topo de gama a que estamos habituados vão deixar de ser para o comum dos mortais.
Tivemos isto nos telemóveis, carros, motas, bicicletas... Não tem sentido andarem agora todos de trombas só porque não podem andar a dizer que têm o melhor da ultima geração. Aceitem que temos melhor hardware que há 5 anos e que jogar com tudo ao máximo é 1 luxo que poucos podem ter
Não se pode, pura e simplesmente, comparar coisas diferentes assumindo que são análogas. Os materiais de um carro super-desportivo de 500 mil euros são muito, mas muito mais caros que os de um BMW ou Audi de 50 mil, nem tem comparação. O que existe no mercado dos GPU é segmentação artificial para obter margens de lucro altíssimas, mesmo que com a justificação de cobrir custos elevados de investigação e desenvolvimento. Mas o facto é que um chip de um GPU é basicamente areia fundida com cobre ou alumínio lá dentro, que pesam poucos gramas, o custo bruto dos materiais de um chip gráfico topo de gama, é uns poucos euros superior ao de um chip mainstream.
Com isto eu não quero dizer que não deve haver segmentação, claro que deve, as gamas altas ajudam a pagar a I&D que vai beneficiar a produção das gamas de entrada e mainstream, e a verdade é que depois, grande parte do lucro vem dessas gamas mais baixas, devido aos volumes em causa. O que me deixa perplexo é, de uma geração para a outra, os preços da gama de topo quase duplicarem, quando se gastam mais 2 ou 3 euros de areia e cobre...
Edito isto para acrescentar que a tecnologia de consumo de conteúdos não devia ser, na minha opinião, um símbolo de status económico, como uma mala Louis Vuitton ou um Pagani Huayra, porque a criação artificial de valor acrescentado é absurda, obscena e em ultima análise, contraproducente, o verdadeiro valor da economia do mercado de jogos devia estar no volume de jogos vendidos, facilitado por um acesso democratizado de todos, aos conteúdos.
Em vez disso, vemos uma pseudo-elite de obstinados que gastam sem critério, dezenas de milhar de euros em hardware hiper-inflaccionado para jogar meia dúzia de jogos multi-plataforma mal optimizados, quando o estado da arte da tecnologia de jogos está no mercado das consolas, onde títulos exclusivos têm os melhores valores de produção e a melhor qualidade artística, para correr em máquinas de 500 euros. Quão melhor seria o mundo, se hardware gráfico de topo fosse utilizado por muitos mais, para correr essas obras-primas da indústria?