Anacom debate net neutrality

Underground909

Power Member
Um tema importante que não me lembro de ver muito debatido por cá.



Anacom debate neutralidade da Internet em Outubro

16 Setembro 2010 | 12:47
Pedro Carreira Garcia - [email protected]

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) debaterá dia 6 de Outubro o tópico da neutralidade da Internet na Culturgest.
A conferência internacional terá lugar em Lisboa, no Grande Auditório da Culturgest, na sede da Caixa Geral de Depósitos, cuja sessão de abertura contará com a presença do presidente da ANACOM, José Amado da Silva do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, e de Timothy Wu, professor na Columbia Law School.

A conferência contará com vários painéis moderados por Azeredo Lopes, presidente da ERC, Manuel Sebastião, presidente da AdC, e Eduardo Cardadeiro, administrador da ANACOM.

Como oradores pontificarão Luís Magalhães, presidente da UMIC-Agência para a Sociedade do Conhecimento, Nicolas Curien, do regulador sectorial francês, Ian Fogg, da Forrester Research, Carlos Brazão, da Cisco, Teresa Moreira, Directora-Geral do Consumidor, e Jacques Sahel, do Skype.

A participação na conferência é gratuita e aberta a todos os interessados mediante inscrição prévia na página da ANACOM até ao dia 4 de Outubro.

O tema da ‘net neutrality’ tem sido intensamente debatido nos últimos meses, muito graças à proposta aventada pela Google e pela Verizon, operadora de telecomunicações norte-americana concorrente da gigante AT&T, acerca da criação de uma rede alternativa com serviços diferenciados.

Nos termos dessa proposta, oss operadores de banda larga poderiam oferecer serviços especiais, sujeitos a certas prioridades de tráfego, e que suporiam um custo às empresas – e aos utilizadores - que os quisessem usar.

Em suma, com este debate sobre a neutralidade da Internet, o que estará em causa são os conteúdos que circulam todos à mesma velocidade na Internet, não havendo uma ordem de prioridades. Isto é, actualmente um email segue à mesma velocidade que um documento importante de uma empresa.

Fonte
 
Esse sistema só funcionaria com ajuda do estado, ou seja, através do corporativismo. Porque quase ninguém vai pagar para ter uma internet "filtrada" já que os gostos são extremamento variados.
 
Esse sistema só funcionaria com ajuda do estado, ou seja, através do corporativismo. Porque quase ninguém vai pagar para ter uma internet "filtrada" já que os gostos são extremamento variados.
Huh? Mas não se trata de nada disso...

O que está em discussão é a eventual evolução para um modelo (extremamente benéfico para os ISP) em que a internet não filtrada ou não está disponível ou é oferecida mediante pagamento de um extra. Em vez de ser como agora em que na ligação que contratas podes usar qualquer protocolo ou qualquer serviço que queiras de forma indiferente, o operador passa a controlar quais os serviços e quais os protocolos que podes utilizar e em que condições. A internet "por defeito", por assim dizer, passaria a ser filtrada.

Uma imagem satírica, talvez algo exagerada mas que ilustra o conceito:



Uploaded with ImageShack.us
 
Espero que isto não vá para a frente cá no nosso Portugal, é, mais uma vez, apoiar as grandes empresas e os mais pequenos ficam em desvantagem.
Na minha opinião e estas empresas querem que os seus serviços tenham prioridade é muitos simples, quem paguem upgrades às infra-estruturas existentes, porque se houver um débito de largura de banda superior, que seja mais 1/3, do que é necessário para todos iria resolver este problema.

Mas vamos a ver no que isto dá, até porque isto já foi implementado em certas coisas, 99% dos ISP's têm os alt. dos newsgroups bloqueados, queres tê-los tem de pagar-se mais.
 
Eu sou totalmente favorável a uma Internet premium livre do lixo que anda por ai.
E quem define o que é ou não "lixo"? :) E reclamamos a quem quando um site é classificado injustamente por "lixo"?

Se quiseres aceder só a sites "recomendados", basta comprar alguns dos telemóveis da Vodafone onde só podes aceder ao seu portal Vodafone Live, por exemplo.
 
À partida acho que (quase) todos somos a favor da neutralidade da Net mas, tal como o Google e a Verizon mencionaram nos States, há serviços que devem ter prioridade quando oferecidos em pacotes mais extensos: email, VOD e outros conteúdos do próprio operador, por exemplo. Não faz sentido tratar da mesma forma o tráfego normal e o download do guia de programação ou stream de um filme que alugámos no operador de cabo.

Este assunto faz-me lembrar uma guerra de há dez anos onde a Telepac obrigou os restantes operadores a pagarem-lhe uma linha para fazer peering. Ainda hoje é comum os operadores de fora da PT terem uma interligação pelo PIX com custos partilhados e outra exclusiva para a PT onde o custo é só do operador (e uma fonte de receitas para a PT).

Perante a possibilidade da Net nacional ficar dividida entre PT e não-PT o que fizeram os reguladores? Népias, néribi, nada.
 
À partida acho que (quase) todos somos a favor da neutralidade da Net mas, tal como o Google e a Verizon mencionaram nos States, há serviços que devem ter prioridade quando oferecidos em pacotes mais extensos: email, VOD e outros conteúdos do próprio operador, por exemplo. Não faz sentido tratar da mesma forma o tráfego normal e o download do guia de programação ou stream de um filme que alugámos no operador de cabo.
Mas esse aspecto nem gera grande controvérsia, considera-se que um operador fornece vários serviços, o "serviço TV", o "serviço internet", e ainda talvez outros, que por acaso vêm todos através do mesmo cabo. A discussão sobre a net neutrality vem a propósito quando dentro do "serviço internet" o operador introduz diferenciação artificial entre serviços e protocolos.

Na ausência de regulamentação, um operador pode por exemplo desfavorecer o acesso ao youtube e favorecer o acesso a um serviço concorrente (apenas um exemplo arranjado à pressa). Ou então, favorecer o tráfego http e desfavorecer o tráfego Skype ou outro qualquer não-http (outro exemplo, mais realista).
 
Este assunto faz-me lembrar uma guerra de há dez anos onde a Telepac obrigou os restantes operadores a pagarem-lhe uma linha para fazer peering. Ainda hoje é comum os operadores de fora da PT terem uma interligação pelo PIX com custos partilhados e outra exclusiva para a PT onde o custo é só do operador (e uma fonte de receitas para a PT).

Isto hoje em dia já não se aplica, a interligação nacional é feita pelo GigaPIX que é da FCCN, depois o peering internacional é contratado á TATA Comunications (caso da ZON), já a PT tem peering internacional próprio.
 
Como assim? Não te importavas de pagar mais para poder usufruir de uma internet filtrada?
As coisas apontam no outro sentido... teres de pagar mais para poder usufruir de uma internet não filtrada :002:

Internet filtrada? Estas a gozar comigo, estou a falar de conteudos produzidos para a exclusivamente para a internet premium. O que acontece actualmente é que sempre que vais fazer uma pesquisa ao google 98% dos resultados são para abutres da publicidade cujos artigos tem qualidade muito duvidosa. O meu tempo (e paciencia) vale dinheiro, logo estou disposto a pagar para ter acesso a uma internet premium.
 
Por isso é que google e afins se chamam motores de pesquisa...., tens de pesquisar e não ficar à espera que o primeiro resultado que apareça seja o que tu queres.
 
Por isso é que google e afins se chamam motores de pesquisa...., tens de pesquisar e não ficar à espera que o primeiro resultado que apareça seja o que tu queres.

Mas tu não entendes que o que quero é um repositorio premium para o qual sejam fabricados conteudos, ou seja algo exclusivo/único? Os motores de pesquisa podem ser muito bons, mas uma coisa que não fazem é encontrar aquilo que não existe.
 
repositorio premium para o qual sejam fabricados conteudos, ou seja algo exclusivo/único?
Devias pegar na máquina do tempo e voltar aos tempos anteriores ao Google em que a navegação começava em directórios como o Yahoo e os links demoravam semanas a aparecer - a não ser que pagasses, claro. Por volta dessa altura alguns ISPs criaram portais próprios com todo o tipo de informação (os tais conteúdos exclusivos que falas) ao mesmo tempo que limitaram a velocidade de acesso aos portais dos outros.

Esse é o tempo da "Net Premium" que pareces apreciar mas que foi erradicada com a chegada do Google com o seu mecanismo democrático e gratuito (numa altura em que a inserção em directórios se fazia pagar bem). Por mim não tenho saudades desse tempo. Quero aceder à Net toda, mesma que uma parte dela não me interesse.
 
Concordo com tudo, mas os directórios desapareceram ainda o google estava nos primordios, não foi o google que influênciou o desaparecimento deles directamente, contudo eles ainda andam ai, só que já não são tão usados e agora dão-se pelo nome de portais, tipo portal Sapo ou portal MSN.
 
Devias pegar na máquina do tempo e voltar aos tempos anteriores ao Google em que a navegação começava em directórios como o Yahoo e os links demoravam semanas a aparecer - a não ser que pagasses, claro. Por volta dessa altura alguns ISPs criaram portais próprios com todo o tipo de informação (os tais conteúdos exclusivos que falas) ao mesmo tempo que limitaram a velocidade de acesso aos portais dos outros.

Esse é o tempo da "Net Premium" que pareces apreciar mas que foi erradicada com a chegada do Google com o seu mecanismo democrático e gratuito (numa altura em que a inserção em directórios se fazia pagar bem). Por mim não tenho saudades desse tempo. Quero aceder à Net toda, mesma que uma parte dela não me interesse.

Não percebes nada, confundes o pagar para ser inserido numa directoria (custo suportado pelo proprietário do conteúdo) com o pagar ter acesso a conteúdos (pago pelo utilizador). Eu quando compro um livro pago por ele, e não tenho problemas nenhum em chimpar.

Esplica-me ai como é que nessa internet democrática, se encontram conteúdos que não existem?


Concordo com tudo, mas os directórios desapareceram ainda o google estava nos primordios, não foi o google que influênciou o desaparecimento deles directamente, contudo eles ainda andam ai, só que já não são tão usados e agora dão-se pelo nome de portais, tipo portal Sapo ou portal MSN.

O que se está a falar não são de directórios, mas sim de uma internet privada, onde só entra quem paga. Onde o consumidor é mais exigente, e onde os conteúdos não são financiados pela publicidade (e pelo spam), mas sim pela subscrição do serviço. Está-se a falar de trazer muita gente, com talento, para a produção dos ditos conteúdos.

a parte importante parece que ninguém a quis ler:
acerca da criação de uma rede alternativa com serviços diferenciados.
 
Pagar por acesso a conteúdos premium é um assunto interessante, mas não tem a ver com o tema do tópico.

É legítimo os produtores de conteúdos pagos bloquearem o acesso a quem não pagou o respectivo preço. Mas quando se discute a neutralidade da internet não é disso que se fala, mas sim da possibilidade dos fornecedores de acesso (ISP) introduzirem bloqueios artificiais a certos protocolos ou serviços, que em condições de neutralidade e não-discriminação de tráfego (o que até agora tem sido mais ou menos a norma) estariam disponíveis em situação de igualdade como quaisquer outros protocolos ou serviços.

É verdade que o artigo não é muito esclarecedor, mas é normal estes artigos serem escritos por jornalistas que também percebem pouco do assunto.

Ficam aqui alguns links sobre o conceito:
http://en.wikipedia.org/wiki/Network_neutrality
http://www.publicknowledge.org/issues/network-neutrality
http://www.cybertelecom.org/ci/neutral.htm
 
Esplica-me ai como é que nessa internet democrática, se encontram conteúdos que não existem?
Tu és mesmo um caso único. Se há conteúdos que não existem na net, não digas nada a ninguém e cria já uma empresa para os criar! Não estejas à espera que alguém o faça por ti porque o tempo dos conteúdos pagos exclusivos só para a Net já chegou e partiu e não estou a ver ninguém disposto a repetir a experiência.

O que se está a falar não são de directórios, mas sim de uma internet privada, onde só entra quem paga.
Se pegares nas revistas e jornais do início do século vais ver que tens lá muitos gestores a dizer que esse é o futuro (aliás, o Balsemão anda com esse discurso há uma década). Escusado será dizer que nunca pegou em grande parte devido ao Google (cujo alcance pareces não ter percebido) que fez com que todos nós possamos competir em pé de igualdade com as grandes firmas. Ou seja, o sucesso dos sites passa pela sua Qualidade e não por acordos com terceiros como os ISPs.

De resto aquilo que tanto anseias (net privada com conteúdos exclusivos) foi a norma durante anos nos operadores de telemóveis com as suas walled garden. Mas agora vai lá convencer quem tem um iPhone ou um Android a usar só um portal exclusivo quando têm acesso à Net inteira.
 
Não percebes nada, confundes o pagar para ser inserido numa directoria (custo suportado pelo proprietário do conteúdo) com o pagar ter acesso a conteúdos (pago pelo utilizador).
Nesse caso, o que tu queres é acesso pago a uma comunidade que reúne por ti um conjunto de sites mais relevantes para cada área de interesse. Assim filtras o peixe miúdo, e não precisas de limpá-lo do mapa, o que seria mau, porque há quem se interesse por ele.
 
Back
Topo