[APDC2008] Redes de Nova Geração

Vai aí muita confusão nessa cabecinha.
Estás a confundir serviços públicos consagrados pela constituição, com serviços privados. Não tem nada haver ma coisa com a outra...
Como já afirmei anteriormente, nenhum ISP tem alguma obrigação em relação à cobertura dos seus serviços. Eles basicamente cobrem onde há viabilidade económica (e digo-te desde já que estás num país bastante bom, que há aldeiazinhas com ADSL e 3.5G, onde aí nem sequer há viabilidade).
Por isso se Santa Comba Dão não está coberta por um tipo de serviço qualquer olha, azar...
E mais, Santa Comba Dão tem ADSL e 3.5G de vários operadores nacionais. O que queres mais? Fibra? Estás a gozar não? Dá-te por infinitamente satisfeito pelo que já tens, e não peças mais porque realmente não precisas.
E se realmente queres fibra, muda-te para o Porto ou Lisboa.

Acho que confusão, vai nessa cabeça, quem falou em Santa Comba Dão e quão maravilhosa é, até nem fui eu. O resto são considerações sobre desenvolvimento fora das grandes cidades. E a Parpública que eu saiba tem voto nas empresas onde está. E se não sabes o que é a Parpública também não vou ser eu a explicar-te.

Adicionalmente, as licenças do móvel foram atribuídas com base no compromisso dos operadores de garantirem cobertura, portanto se pensavas ter razão, temos pena.

Neste caso, a regulamentação para as NGN como ferramenta necessária ao desenvolvimento deve ter como base pressupostos de interesse nacional, sendo obviamente um esforço faseado, primeiro havendo criação de rede nas grandes cidades e a médio/longo prazo a restante capilaridade. O fundamental é garantir com a regulamentação que a rede chega ao maior número de locais possível.

E é essencialmente uma questão de evitar desperdício, tal como 3 antenas para a mesma zona no caso do móvel sempre foi uma estupidez absoluta, e hoje em dia já há alguma concentração, também haver 2 ou 3 redes com cobertura sobreposta e sem grande extensão para além das grandes cidades é mais do mesmo.

E novamente, tenho pena que não mores lá. Cantavas outra cantiga.
 
Cada empresa privada faz aquilo que bem lhe apetecer. Se quiser cobrar mais aos actuais clientes para expandir a sua rede para zonas menos viáveis, pode fazer. Duvido é que, em concorrência e sem qualquer subsídio do Estado, o consiga fazer de forma sustentada no tempo uma vez que os clientes que têm cobertura pode sempre encontrar empresas que cobrem preços mais baixos pelo mesmo serviço. Se a empresa quiser cobrar mais e os clientes não se importarem, está tudo bem.




Algumas questões:

- estás a contradizer-te: então não é para essas pessoas que não têm banda larga que tu achas que os cliente actuais devem subsidiar os preços para que eles tenham acesso? Porque não devem subsidiar eles mesmos parte do seu investimento com os seus impostos?

- O Estado pode fazer (e faz) política social, desenvolvimento regional, etc. com os nossos impostos. Também é para isso os pagamos. Logo, se for um imperativo para o desenvolvimento nacional essas zonas terem banda larga, então que sejam financiadas por impostos, não por preços.

- eu percebo que tu não gostes de não ter disponível alguns dos serviços que pessoas nos grandes centros urbanos possuem. Aliás, a minha mãe apenas tem adsl a 1mb em casa. No entanto, percebo que para colocarem todos esses serviços na zona onde ela vive era virtualmente possível rentabilizar esse investimento, uma vez que ela é das poucas pessoas que possuem esse serviço. As empresas não vão investir numa dada zona, apenas porque meia dúzia de pessoas poderá vir a usar o serviço e mesmo assim com muita incerteza. Se estivesses a trabalhar numa empresa perceberias isso mesmo.

quem disse que eu não tenho acesso àquilo que necessito? até tenho direito a estar numa das poucas zonas sapo e tudo...

mas sim para mim é muito mais justo que coisas como auto-estradas, redes de comunicações e uma série de outras coisas tenha como base o princípio do utilizador pagador...
o dinheiro dos impostos deve ser para coisas que beneficiem toda gente
 
Adicionalmente, as licenças do móvel foram atribuídas com base no compromisso dos operadores de garantirem cobertura, portanto se pensavas ter razão, temos pena.


Isto não significa aquilo que estás a pensar, muito pelo contrário.

As redes móveis são a personificação daquilo que defendo. Nas zonas onde a densidade populacional não é suficiente para suportar uma rede fixa, por motivos técnicos ou económicos, é onde as rede móveis fazem sentido.

E mesmo neste caso, a garantia de cobertura não significa que 100% do território tenha acesso a HSDPA, mas sim que 99% da população tenha acesso à rede GSM. São coisas muito distintas.

Depois o acesso à rede WCDMA, HSDPA e superiores depende APENAS da viabilidade técnica e/ou económica.

É isto que as pessoas têm de perceber. As coisas não existem onde as pessoas querem, as coisas existem onde PODEM existir.
 
Sim, sim, porque a alternativa de economia planificada que foi (é) testada durante vários anos e em diversos países deu resultados excelentes. Aliás, fome é/foi coisa que nunca aconteceu nessa alternativa.

Economia planificada? :eek: Já que entramos no off-topic, o liberalismo também não resultou em fome :rolleyes: é só fartura, saio à rua e vejo pessoas com 5 e 6 Ferrari's na garagem.

Hoje existe um Serviço Universal de Telefone Fixo, faz parte da Economia Planificada que resultou em fome?

Defende que um cliente no interior do país pague mais, pelo mesmo serviço? Haja bom senso :p
 
Última edição:
Não, não acho injusto. é o que a racionalidade económica e técnica ditam. Pela tua lógica, todo o país devia ter precisamente as mesmas condições ao mesmo tempo. Como já foi dito, o facto de existirem grandes aglomerados populacionais implica que seja mais fácil e mais rentável a implantação do serviço nessas zonas. Há zonas que de facto não vão ser cobertas com este tipo de serviço, porque não há mercado para tal. Sendo estas empresas privadas, eu não estou disposto a pagar mais para subsidiar utilizadores que não são rentáveis. Se o Estado decidir fazer como política de coesão social e diminuir a info-exclusão, então tudo bem.

Lool, não é pela minha lógica, eu considero um facto, e compreendo, que as empresas têm de começar num local onde dê retorno financeiro, deve comecar por Lisboa e Porto, e continuar a alastrar por ordem descendente de população/zona, mas a realidade é que não é justo para quem está fora desses aglomerados...

Cumps
 
Isto não significa aquilo que estás a pensar, muito pelo contrário.

As redes móveis são a personificação daquilo que defendo. Nas zonas onde a densidade populacional não é suficiente para suportar uma rede fixa, por motivos técnicos ou económicos, é onde as rede móveis fazem sentido.

E mesmo neste caso, a garantia de cobertura não significa que 100% do território tenha acesso a HSDPA, mas sim que 99% da população tenha acesso à rede GSM. São coisas muito distintas.

Depois o acesso à rede WCDMA, HSDPA e superiores depende APENAS da viabilidade técnica e/ou económica.

É isto que as pessoas têm de perceber. As coisas não existem onde as pessoas querem, as coisas existem onde PODEM existir.

Obviamente que no caso do móvel estamos apenas a falar de GSM, o resto é uma cereja em cima do bolo, mas lá está, para as comunicações base, há o serviço universal, que sempre foi prestado pela PT. E mesmo a banda larga sobre o cobre não foi assumida recentemente como novo requisito mínimo para serviço universal.

A discussão neste caso é se sobre uma decisão de importância nacional, uma NGN neste caso, deve ou não haver uma decisão regulatória que beneficie o país e que subjugue os operadores, PT incluída a esse desígnio. Eu acho que sim, porque é um investimento que acontecendo, todos beneficiarão.

Não acontecendo, e cada um construindo a rede que quer, apenas onde quer, sem obrigatoriedades, os operadores alternativos vão continuar a ter vários dos mesmos problemas, a PT manterá facilmente o seu monopólio, e a cobertura vai ser a mesma ou inferior à que se vê no ADSL, que é o meio com maior cobertura. A PT tenha ou não dinheiro para o fazer sozinha, só o fará à velocidade que bem entender e es operadores alternativos simplesmente não tem dinheiro para o fazer, quem sofre com a duplicação ou mais que isso das redes e falta de cobertura, vão ser os mesmos cidadãos de hoje em dia. Nunca ninguém quis cobertura de fibra para trás-os-montes antes que lisboa e porto, apenas a garantia que lá também iria haver. E acabar finalmente a "zona sapo" "zona clix" "acesso directo/indirecto". Enfim.

Ou seja, nada vai mudar, só o tipo de rede e basicamente, porque não há outra forma de caracterizar a situação, o governo borrifa-se para o país e dá uma borla gigantesca para mais 20 anos de domínio de mercado à PT. Portanto as redes podem existir onde houver interesse activo do estado, pena que neste caso o interesse seja manter o bolso da PT forradito com lucros.

Aqui está o princípio do fim desta discussão:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/empresas/pt/desarrollo/1183957.html

“O ministro pode mudar de opinião.” É assim que António Carrapatoso, presidente da Vodafone Portugal, responde a Mário Lino.

O ministro, com a tutela das comunicações, confirmou ontem – em declarações ao Diário Económico – ter optado por ceder ao desejo da Portugal Telecom, contrariando a vontade dos operadores alternativos de criar uma Rede Nacional de Nova Geração (RNNG) única.
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Tenho pena, era porreiro, nem que fosse só uma vez, ver um governo com os tomates no sítio e fazer algo que realmente importa pelo país. A questão dos aeroportos + TGV já não deixavam antever nada de bom mesmo. Isto é só mais uma vergonha.
 
“O ministro pode mudar de opinião.” É assim que António Carrapatoso, presidente da Vodafone Portugal, responde a Mário Lino.

O ministro, com a tutela das comunicações, confirmou ontem – em declarações ao Diário Económico – ter optado por ceder ao desejo da Portugal Telecom, contrariando a vontade dos operadores alternativos de criar uma Rede Nacional de Nova Geração (RNNG) única.


Como já disse há mais de uma semana, é pior ter um monopólio, com vários players mais pequenos ao lado, que um oligopólio. Tu preferes este último, mas não te vou rachar a cabeça no meio para te explicar porquê. Se não quiseres perceber, não me vou cansar para te explicar outra vez.
 
Como já disse há mais de uma semana, é pior ter um monopólio, com vários players mais pequenos ao lado, que um oligopólio. Tu preferes este último, mas não te vou rachar a cabeça no meio para te explicar porquê. Se não quiseres perceber, não me vou cansar para te explicar outra vez.

Provavelmente querias dizer "é melhor", mas tendo em conta o país, a divisão actual de mercado, players e cashflow existente, é BEM preferível um oligopólio. Cobertura garantida, homogeneidade dos tarifários seria contrariada pelas ofertas diferenciadas ao nível de serviços. Isso sim era um passo acima do que temos hoje em dia, mas infelizmente não parece que seja o futuro.

Visto que preferes monopólios desde que não te afectem, e sobrepões o bem das empresas monopolistas ao bem comum, também não te vou rachar a cabeça, estás no teu direito.

Só devias perceber que o ponto onde estamos hoje, não é ideal nem sequer bom e atingimo-lo pensando como tu. Dificíl é achar satisfeitos. E se fazer melhor implica que os gigantes tenham menos lucro, TEMOS PENA da PT/EDP/Galp/Brisa , etc.
 
Última edição:
Tenho um duvida que gostava que me esclarecessem.

Os postes de telefone vão desaparecer na minha zona ? E passa a vir tudo em condutas nas estradas até casa do cliente ?

Segundo presidente da PT e outros presidentes de telecoms 50 a 60 % do custo da fibra é derivado de obras que têm que fazer eu associo obras a fazerem condutas onde elas não existem.
 
Eu sou de arredores de Lisboa e o que eu acho eh que todos nos somos portugueses , acho todos devemos ter fibra seja em Lisboa ou seja numa pequena aldeia , claro numa aldeia nao compensa , mas os ISPs teem sempre lucros todos os anos de milhoes , por isso acho nao eh por ai que eles nao possam por fibra nas aldeias pq nao compensa ? oupa.. com essas mentalidades eh que estamos na situacao que estamos, alem de mais ,aldeias com ADSL ja devem ter Fibra ate ah central ADSL, eh so mais um pouco xD
 
Bem que raio de discussão que para aqui vai...

Peço imensa desculpa mas eu tenho de concordar com o Tafinho. Eu tenho casa no meio do monte (onde passei grande parte da minha juventude) e actualmente moro em Lisboa, mas digo-vos... É vdd que gostaria de lá ter Fibra... Mas compensaria ter Fibra lá? Não me parece...

Não estou a ver a minha avó a comprar um PC e a pôr Fibra Optica para ver as tardes da Julia, as telenovelas da TVI e da SIC e os dança comigo e afins da RTP. Utilidade da Internex? Peço desculpa, Internet... (Sim nem sabe dizer correctamente o que é e muito menos sabe o que é). Fazer isso numa povoação em que 70 a 80% dos moradores estão na faixa etária acima dos 50? lol Não me parece que seja muito lucrativo.

E não não é ter uma visão monopolista e capitalista. É ter uma visão lucrativa e ver onde lucra e onde não lucra. Para mim, uma ligação movel no meio do monte chega e sobra. Como o Tafinho disse e bem, lá a qualidade de vida é tão superior que tu até te esqueces destas "giringonças" (como a minha avó diz).

Vou muitas vezes para lá e não acho nem sinto necessidade de haver esse tipo de investimentos em zonas que simplesmente não irão ser aproveitados.

Outra situação é a "Rede Unica". Sou completamente CONTRA uma rede unica, porque ai deixaria de haver concorrencia e todos os ISPs eram iguais. Andamos nós a fugir ao Cartel das Gasolineiras e já o Zé Povinho se quer meter noutro? Assim não vamos longe desculpem lá...

Sim a Qualidade de Vida é superior em meio rural. Sim os impostos são MUITO mais baixos (vejo por exemplo pelos meus pais que receberam uma pipa de massa de IRS). É verdade que o poder de compra muitas vezes é mais baixo, mas têm o suficiente para viverem e serem felizes e não precisam de mais nem de esmolas(isto dito por muitas pessoas).

Ah e quando houver o apagão a nivel Analógico e passar tudo a TDT, vais ver os velhotes das aldeias todos a reclamarem que lhes estragam a televisão. Não vais ver eles a pedirem que lhes dêm um LCD com sintonizador DVB-T LoL

HeCtiC, o Tafinho tem razão em tudo o que disse. E acho muito bem que se acabe com o monopólio da PT. E acho que não é por os ISPs se "armarem em Robin dos Bosques" e dar tudo aos desfavorecidos que vais tirar vantagens disso (e nem os proprios desfavorecidos).


Peço desculpa pelo testamento
 
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Economia planificada? :eek: Já que entramos no off-topic, o liberalismo também não resultou em fome :rolleyes: é só fartura, saio à rua e vejo pessoas com 5 e 6 Ferrari's na garagem.

Comparando com o que se passou nos países de economia socialista e planificada, o capitalismo que temos (que não é o verdadeiro capitalismo e liberalismo) deu mais do que provas. Aliás, basta olhar bem para a história para chegar a essa conclusão. Os países que maiores níveis de vida apresentam foram os que, de uma forma ou de outra, seguiram por essa via. Os países que ainda hoje seguem esse tipo de doutrina (tirando a Venezuela cujo presidente só fala como fala porque tem petróleo para lhe pagar os devaneios) estão na mais pura miséria. Quanto ao facto de não veres pessoas na rua com ferraris, o capitalismo e o liberalismo tem muito mais associado do que isso. Se calhar já vez muita gente com Audi, Mercedes, etc, com uma esperença média de vida bastante elevada, com níveis de educação mais elevados do que nesses países.


Hoje existe um Serviço Universal de Telefone Fixo, faz parte da Economia Planificada que resultou em fome?

Devo dizer que não percebo o que queres dizer. Não estamos a discutir o Serviço Universal de Telefone Fixo mas fibra em regiões cujas características demográficas e económicas o impedem devido aos elevados custos que tem para as empresas que aí têm de investir. São empresas privadas, não são instituições de solidariedade social. Se quiseres podes sempre dar parte do teu rendimento para criares esse serviço... Não exijas é que outros o façam com o seu dinheiro.

Defende que um cliente no interior do país pague mais, pelo mesmo serviço? Haja bom senso :p

Defendo que não tenho de estar a sustentar clientes que não sejam economicamente rentáveis. O meu rendimento é limitado e já pago os meus impostos (e não são poucos) para que, caso o Estado ache que colocar fibra no meio dos montes contribui para o desenvolvimento dessa região, então que o faça. Aliás, já bastam os impostos que pago para tais políticas. Não preciso que me venham pedir mais na minha conta de televisão, net ou telefone.
 
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