A MS vai estar por cá muito mas muito tempo. Têm uma estrutura que lhe permite estar mais umas dezenas senão uma centena ou mais anos. Mas esta fase da computação pessoal o Windows ficou de fora ... mesmo que o Windows desapereça a MS fica muito bem.
A MS sempre teve uma estratégia oportunista. Tinha um contexto em que a competição que criava as oportunidades não as aproveitava bem o que lhe permitia entrar com execução pouco robusta alavancada na presença em massa do Windows conjugada com um marketing tecnológico especulativo .... estar à frente.
Mas os tempos mudaram totalmente. A competição está a criar e a aproveitar oportunidades rapidamente e a MS não tem tido capacidade para acompanhar. A execução continua especulativa e pouco robusta em comparação.
A Apple por seu turno, apesar das mega vendas do iPhone tem criado oportunidades que não as tem sabido aproveitar na minha opinião. Apesar da execução robusta.
Um das coisas que gosto na Apple é que os produtos fazem tal qual o marketing diz. O que não acontece tanto com a Google e muito menos com a MS. E isso para mim vale muito, a fiabilidade, faz muito bem aquilo que o pacote diz que faz.
Mas está a tomar alguns riscos desnecessários e que podem ser mal interpretado pelo consumidor.
Por exemplo, o iPhone X está obviamente muito caro. Mesmo muito caro. Desnecessariamente caro face à concorrência e com problemas de produção. Nos antípodas disto temos o
iPhone SE que se compra nas lojas por 330 euros e é possivelmente na globalidade o melhor telemóvel de gama média baixa do mercado. As pessoas não percebem que para se ter uma coisa surge a outra.
Para quem gosta de coisas futuristas a funcionar muito bem hoje ...
iPhone SE: 330
SW3: 400
Por: 730 euros têm uma parelha que cobre uma superficial da computação pessoal mais alargada e mais flexível do que gastar isso com um iPhone 7 ou iPhone 8. Mas futurista do que um Pixel 2 ou iPhone X. Cobrindo por exemplo coisas como a saúde e o desporto.
Mas as pessoas não estão a ver isto. Pensam que o iPhone SE é fraquinho, é produto para países "pobres".
Depois temos o iPad. A Apple ainda não resolveu de forma credível o salto do iPad para a produtividade. Isto, creio muito por causa de apenas um princípio que pode não ser o mais adequado face aquilo que se sabe hoje. O princípio que a interacção com um iPad tem que se fazer forçosamente por via do touch ... Quando já dá para perceber que não tal princípio tem as suas limitações para produtividade face por exemplo a um trackpad ou rato. Mas imaginemos que hoje essa questão estaria resolvida ... com suporte do rato ou trackpad (é inevitável, vão suportar).
Têm iPads que vão dos 400 ao 1000 e tal ....
Ou seja, indo para o mais barato sem comprometer muito a performance, 519 euros com 128GB.
Em suma por 1250 euros o consumidor teria ter acesso a um Smartphone, Smartwatch e um Dispositivo de produtividade geral com uma integração impar. Ms tem que resolver a interacção do iPad.
O grande calcanhar de aquíles está um bocado exposto aqui. Tem está a ciar um monstro de lineup que torna complexa ainda mais a aquisição, deixando que as vantagens se percam no meio dessa complexidade. Faz algum sentido manter um iPhone 6S à venda? Epa um iPhone SE 8, um iPhone 8 e um
iPhone 8 Plus (o X) não é suficiente? Agora criar versões apenas com diferenças de dimensões ecrã ... praticamente ... como faz a Samsung?
Neste momento a Apple tem 6 modelos de telefone que fazem praticamente a mesma coisa, com diferenças ligeiras, + 1 de gama baixa (SE) e um de gama alta (iPhone X). Total 8 modelos. Anda a copiar a Samsung, temos um ecrã com as as dimensões e preço para si. Uma visão de vendas e não de produto, de para que é que serve.
No iPad tem 4 modelos em que dois deles não tem suporte direto para teclado. Torna a questão da produtividade ambivalente. Em termos de visão, para quê o iiPad 4 Mini? Para quê esta divisão entre
iPad Pro e não Pro. Anda a copiar a MS em termos de visão ... Diferente seria um iPad SE, um iPad e um iPad Plus. O mesmo que tem nos telemóveis.
Faz-me lembrar um pouco aquilo que foi a Apple sem o SJ. O SJ olhava para as métricas mas não tinha problemas em ir contra as métricas a favor de uma visão computacional alargada. Esta explosão de modelos tem uma visão apenas "métricista"/humanista (A cara do TC), mas visão de produto, de ferramenta que muda o mundo não tem alguma. Anda a viver ainda às costas da visão do SJ, sendo que aquilo que trás de novo em termos de visão está à vista no Lineup.
PS: Pessoalmente o telemóvel que mais gostaria de comprar é um iPhone SE X
Mas não existe. Um telemóvel com as dimensões do SE mas com o ecrã a cobrir toda a parte frontal
. A começar nos 600 comprava já. Depois que viesse o iPhone X por 1000 ...