Antes de mais, gostava de fornecer algum background pessoal.
Sou utilizador de computadores desde que tive o meu 1º 386, com MS-Dos 5.0 e Windows 3.1.
Fui acompanhando a evolução do windows, de programa a sistema operativo e utilizei quase todas as versões com menos enfase nas versões server.
Por alturas de 1998 / 1999 descobri o linux, na altura em que instalar o X era uma tremenda dor de cabeça. (Quando o Mandriva ainda era Mandrake e era a melhor coisinha que diziam que aí andava).
Entretanto na faculdade (>=2001) passei a usar frequentemente linux e desde aí tenho-me mantido um pouco entre os 2 mundos (dependendo das necessidades).
Macs, só lhes toquei 2 ou 3 vezes.
1. Como é que um sistema operativo como o Windows, que tem enormes falhas e que já teve versões que deviam ter ido parar directamente ao “Recycle Bin”, domina o mercado desktop?
A Microsoft nunca escondeu que o seu alvo era criar um sistema utilizável por qualquer tipo de pessoa.
Nunca apostou muito na segurança do próprio sistema até ao XP, acreditando eu que muitas das falhas nossas conhecidas sejam devidas à existência das centenas de dll's que partilham o sistema. Muitas delas provavelmente desenvolvidas às 3 pancadas, como já se sabe.
Não obstante, o sistema é realmente simples de utilizar e até o mais leigo dos leigos, sabe que é só ir ao Menu Iniciar e tem lá todos os programas.
2. Como é que a Apple passa de um sistema operativo que não tinha ponta por onde se pegasse (OS 9), pega em Mach e Bsd (apesar de ser um membro muito discutível no mundo open source), faz um facelift no desktop, apesar das incongruências gráficas e de usabilidade entre as releases e com confusões de apis (Cocoa ou Carbon?). Uma empresa que na minha opinião tem um controlo de qualidade péssimo e que trata os parceiros como lixo.
No entanto é vista como a “salvadora” e “inovadora” no mundo por quase todos.
Não me posso pronunciar devidamente neste ponto, devido ao "background"
Eu diria que a Apple necessitou de se re-inventar (daí terem passado a equipar os seus pc's com processadores Intel).
Apostaram na imagem. Caíram na moda. Vá-se a ver, há muita gente que "come" com os olhos. Mesmo que gaste 2000€ num pc só para ir à net e ver uns mails.
3. Como é que Linux, com tantas vantagens técnicas, em que domina em alguns mercados e há produtos open source que são do melhor que há no mercado, não consegue, ao fim de tantos anos, com tantas distribuições, ter uma percentagem significativa no mercado desktop.
Estou farto de ler “Para o ano é o ano do Linux em Desktop”. Como se diz em inglês “bullshit!!!”.
Tirando o facto que quando compras um pc (sem ser às peças), na maioria dos casos já lá mora um windows, eu apostava também que o DirectX não tem deixado muita gente ir para esse mundo.
Sejamos realistas. Eu prefiro 1000 vezes correr um jogo nativamente no(s) seu(s) SO(s) suportados, que andar a (tentar) "emular" (perdão ... Wine Is Not an Emulator) coisas.
Linux continua e continuará sempre a ser um excelente sistema servidor e para ambientes académicos. O Desktop vai necessitar de algumas alterações.
Contudo, nota-se de ano para ano o crescente interesse no mercado desktop.
Mesmo depois de ter utilizado durante alguns anos, Linux como SO principal lá na faculdade, actualmente só necessito de um debian (mesmo sem X) para andar a brincar aos servidores caseiros.
4. Porque é que o Linux é tão “empurrado” e “defendido” na área de desktops? É algo que às vezes não percebo bem.
Percebo a questão de existirem pessoas que queiram algo open source ou/e grátis, mas não vejo o mesmo esforço de colocar, por exemplo, Bsd no mercado Desktop.
Linux é um Kernel, talvez do mais versátil que existe. Está em telemóveis, em super computadores, etc e domina ou tem uma grande quota de mercado em muitas áreas. Será que é mesmo preciso que Linux vença no mercado Desktop?
Maior parte das pessoas que usa linux actualmente nos desktops, deve ser porque o amigo do lado tem e ele também quer dizer que usa.
A ver bem, gostava de saber quantos desses utilizadores se apercebem do que é o open source. Para muitos, dizer open source é a exactamente mesma coisa que dizer grátis. O que sabemos ser errado.
A ver bem outra vez, basta vires aqui ao forum, contar quantas pessoas usam linux desktop e quantas continuam a perguntar "Como é que uso o Ms Office no meu linux?". Posso ter vistas curtas, mas esta atitude começa-me a mexer com os nervos. Quer dizer, querem linux mas não se conseguem desligar da Microsoft?? Deve ser mesmo só para dizer que "eu uso linux".
Continuo a dizer que os jogos são o grande calcanhar de aquiles.
Por outro lado, se fores a ver, neste momento Linux Desktop é quase sempre sinónimo de Ubuntu.
Ubuntu, que o seu mentor admitiu ser seu objectivo abrir guerra à Microsoft e tendo conseguido alcançar certos objectivos (como as facilidades de instalação de hardware através da compra dos firmwares) à custa do dinheiro. Coisa que nem todas as restantes distro's fizeram.
Isto, adicionando o facto do KDE (quando o usava) parecer uma cópia fiel do interface Windows (com erros e tudo
) tornou o Ubuntu ainda mais usável e user friendly. O que não significa que as restantes distro's o sejam. Nem bsd.
5. O que falta ao Linux? Uma mega-empresa como o Google lançar um sistema operativo baseado em Linux (Chrome OS), mas completamente camuflado, para as pessoas nem saberem que estão a correr Linux?
Ultrapassando o ponto directx, pessoalmente acho que o open source sofre de um grande mal.
Os informáticos em geral, developers em particular, sofrem todos de um grande problema: o egocentrismo. Eu é que sei fazer, porque a minha maneira é mais limpa que a tua. (O chamado mede pénis.)
Então cada vez que um destes tipos acorda mais mal-disposto, separa-se do resto do grupo, e eis que surge OUTRA distro, OUTRA versão distinta do programa (completamente desligado do nome anterior).
A constante separação das pessoas nesta área, leva ao aparecimento de muitas derivações.
Se por um lado ter escolha é bom, por outro lado ter escolha em demasia é mau. Porque a velha máxima é: mais vale qualidade que quantidade.
Isto é só a minha opinião, já que a pediste