"Como os controlos complexos arruinaram tudo"

Nakedsnake

Power Member
Encontrei este artigo no kotaku

O link para o artigo completo encontra-se no fundo da pagina.

guest writing at N'Gai Croal's Level Up, Bill Harris offers a brief history of the game controller and its evolution. Harris argues that it's the fault of Street Fighter II that arcade games, and later console games, changed from pick up and play (accessible to everyone) to complex (accessible to a select few). The Wii is the counter example, but before you start thinking, "I've heard this all before," Harris continues to argue that game reviews haven't figured out what to do with the Wii. Games like Carnival Games have sold well despite terrible reviews because, well, they're just easy and fun to play.




Na minha opinião controlos complexos não são uma coisa má, desde que não prejudique a jogabilidade, por exemplo o MGS4 vai apresentar controlos mais simplificados do que nos títulos anteriores.

Acho que a wii é em parte "culpada" por esta nova preocupação em tornar os jogos mais mainstream e apelativos os casual gamers, se por um lado isto é uma coisa boa, pois ajuda a industria a crescer, por outro pode levar a uma novo "crash do gaming" com a porcaria de jogos que anda a ser lançada, onde se simplifica tudo sobre o pretexto de ser para jogadores casuais (atenção, existem jogos casuais muito bons).

Pessoalmente aprecio jogos mais profundos, com uma história e jogabilidade elaboradas, por isso não vejo com muitos bons olhos esta nova moda.
 
Creio que um sistema de controlos simples não significa necessariamente uma descida no grau de exigência do jogo - olha só para os shoot'em ups, alguns deles são dificílimos e no entanto têm controlos relativamente simples.

Um jogo pode perfeitamente ter uma história densa e ter um grau de dificuldade elevado com controlos simples - por exemplo, os Fire Emblem, são jogados sobretudo com as direcções e com os botões A e B, os outros têm só funções de apoio, e os jogos são densos e (muito) difíceis.
 
Concordo contigo.

Uma das coisas que se tem dito muito é que os jogos mais casuais e acessíveis é que são "divertidos". Ora isto é totalmente errado porque a noção de divertimento é peculiar de cada jogador. Eu, como tu, também me divirto mais a jogar algo mais complexo. Adoro uma boa história, uma grande produção, momentos cinemáticos, ponderar diversas tácticas para abordar um objectivo, etc. Para mim, esses "party games" não me dizem nada.

O que sucede é que esses jogos mais "causais" apelam a uma maior audiência e, consequentemente, são sucessos de venda. Mas são bons jogos só por venderem? Será que podemos avaliar um jogo pela "diversão" que proporciona? Eu acho que não. Eu acho que um jogo deve ser avaliado dentro do seu género e em termos de proficiência das suas características em comparação com os restantes.

Explicando-me: um party game que venda muito bem por ser acessível e divertido, pode não ter necessariamente uma boa nota se for tecnicamente fraco dentro do seu género: se for "apenas mais um". Uma nota baixa numa review, neste caso, significa que dentro do género há jogos melhores, não significa que o jogo seja, em si, mau. Se vamos pagar o mesmo, mais vale comprar um melhor, não?

Como resposta a isto, podem dizer "mas se o jogo diverte, então cumpre a sua função, logo é bom". Se eu fizer um xarope para crianças que cumpra a sua função, também é bom, mas se lhe juntar sabor a morango, será melhor, não é? Se houver um jogo dentro da mesma categoria que tenha, por exemplo, melhores gráficos ou som ou seja mais original (factores que para muitos não interferem no divertimento), então será tecnicamente melhor e merecerá melhor nota.

Felizmente, hoje temos mais e melhores meios de informação na área dos videojogos. Durante o crash de 1983, basicamente escolhias os jogos pelas capas; hoje tens a Internet, várias fontes de análises, revistas especializadas, etc. Não creio que possa surgir um crash semelhante. Creio que muitos jogadores casuais poderão, ao entrar mais neste mundo, começar a apreciar jogos mais complexos. Não quero com isto dizer que a Wii é uma mera porta de entrada e que passar para outros jogos seja uma "evolução", apenas digo que para quem nunca jogou é mais fácil gostar da Wii e dos seus jogos e que, posteriormente, poderá descobrir que também gosta de outros géneros.

Creio que esta "moda" não irá provocar o desaparecimento dos jogos "complexos". Basta olhar para o sucesso comercial de títulos como Halo 3, que superam facilmente qualquer party game.
 
Na realidade, a complexidade dos controlos não está necessariamente correlacionada com a complexidade do jogo. É pena que o sucesso da Wii, com a quantidade colossal de jogos da treta criados para "aproveitar" o seu comando - não é bem aproveitar, apenas transformam-no numa gimmick fútil - estejam a tentar simplificar demasiado as coisas, optando por seguir a via do "casual" e não oferecer qualquer profundidade a nível de jogabilidade. Não me parece que a ideia da Nintendo com o Wii Remote fosse esta.

Há excepções é claro, essencialmente os jogos provenientes da própria Nintendo que oferecem uma experiência divertida e em alguns casos inovadora. Mas trata-se de um nicho do mercado, pois a grande maioria dos jogos que já foram lançados não passam de adaptações reles de jogos de outras plataformas, cujo único objectivo é lucrar com o sucesso da Wii.
 
A mim parece-me que um indicador de mestria por parte de quem produz um jogo é simplificar os controlos de um jogo sem que ele perca a sua complexidade - não está ao alcance de qualquer um produzir um jogo que seja longo, denso, complexo e que, no geral, seja uma boa obra e que em simultâneo tenha controlos relativamente simples, fáceis de assimilar e que não criem confusões.

Depois há exemplos extremos, como os de jogos que tentam criar tantas funções que se tornam um empecilho para o jogador. No outro lado, há jogos que tentam ser tão simples mas por não terem dimensão ou por falhas de implementação, os controlos acabam por ser péssimos.
 
A mim parece-me que um indicador de mestria por parte de quem produz um jogo é simplificar os controlos de um jogo sem que ele perca a sua complexidade - não está ao alcance de qualquer um produzir um jogo que seja longo, denso, complexo e que, no geral, seja uma boa obra e que em simultâneo tenha controlos relativamente simples, fáceis de assimilar e que não criem confusões.

subscrevo isso
 
exactamente, é o exemplo do novo MGS eles estão a tornar os controlos mais acessíveis mas sem tirar ao utilizador a sensação de que está a a fazer uma coisa difícil.

A wii tem realmente muitos jogos que não prestam, o que safa são os marios, zelda, metroid, etc, os grandes da nintendo.
 
Eu prefiro muito mais um grande jogo, produndo e com uma historia complexa, mas com uns controlos SIMPLES e INTUÍTIVOS. É isto que faz um grande jogo, ter-se prazer a jogar e sentir que o que "comandamos" se transporta para o jogo.

Falo em controles simples e não basicos, que é uma fronteira que algumas pessoas não sabem distinguir. Por exemplo na Wii, o Metroid Prime tem uns controlos simples e intuítivos, mas o jogo é de uma profundidade fantastica tanto a nivel de atmosfera, historia, mecanica, ect.
 
Eu não sei quem é o autor dessa frase aberrante mas faz-me lembrar os representantes da empresa para quem trabalhei na primeira vez que lhes mostrei um jogo de estratégia que basicamente me perguntaram "Mas isso são só números? Onde é que estão os bonecos? Como é que nós vendemos isso?" e a quem eu tive de explica pacientemente que existe um mercado para bonecos e existe um mercado para "jogos de números"

O argumento de que a simplicidade de um jogo é factor mais apelativo para o casual gamer falha logo no facto em que complexidade de um jogo nada tem a ver com os controlos, alias basta um gajo lembrar-se de um Arkanoid para ter um exemplo básico de um jogo complexo com o mais simples dos controles (e qualquer gajo que o tenha jogado no arcade sabe o que eu quero dizer).

Ah e tal os jogos têm tido más reviews porque são demasiado simples... é pa acontece, já terá ocorrido a esse senhor que se calhar os jogos foram feitos para ser simples e divertidos e não para obterem boas reviews? Se calhar agora deviamos ter dois tipos de reviews, uma para casual gamers e outra para gamers normais como por exemplo:

FFVII

Casual Gamer review:

FUJA!!!! Tanta história e combates não são para si... quer mesmo perder centenas de horas da sua vida neste jogo?

Normal Gamer

Um dos melhor RPG's de sempre

É pa... acho que o homem com a dor de cotovelo dele só consegue é insultar os casual gamers ao trata-los como estúpidos já que pelos vistos não sao inteligentes o suficiente para apreenderem os comandos de um jogo em que se faça mais do que apontar e carregar no botão (não... espera... as aventuras gráficas... lá se foi o argumento com o "Secret of Monkey Island")

Uma das coisas que me tem feito pensar 50 vezes antes de avançar para uma wii (já que nas consolas de nova geração me parece até agora a melhor escolha quando se fala em qualidade / preço / títulos disponiveis) é precisamente esse novo conceito de jogar com o nunchaku, que me desculpem os fãs da consola mas a mim da-me mais gosto correr num jogo pressionando um botão direccional e um botão do que estar a abanar um comando. Pode até ser uma nova forma de jogar mas eu sou um cão velho e sinceramente não me apetece mesmo nada aprender truques novos.
 
É pa... acho que o homem com a dor de cotovelo dele só consegue é insultar os casual gamers ao trata-los como estúpidos já que pelos vistos não sao inteligentes o suficiente para apreenderem os comandos de um jogo em que se faça mais do que apontar e carregar no botão (não... espera... as aventuras gráficas... lá se foi o argumento com o "Secret of Monkey Island")
não é que não são inteligentes, simplesmente não se querem dedicar. é só olhar para o review da variety do metroid prime 3. OS reviews hardcore todos dizem que é o jogo com os melhores controlos, os controlos mais faceis, mas a variety continua a achar que é complicado de mais.
é mesmo uma questão de não querer gastar o tempo a aprender as coisas.
muitas vezes se precisar mais do que movimentos de rato e um click com o botão esquerdo, não vale a pena experimentar.

uma coisa que achei engraçado é que algumas das pessoas que deixei experimentar a wii (e que geralmente não jogam jogos), dei-lhes o comando e disse-lhes para simplesmente usa-lo como uma raquete de tenis. á primeira tentativa alguns falharam. porque? estavam ocupados á procura do botão que tinham de carregar para usar a raquete do mii...
 
Fazer jogos para toda a gente é idiota. Tal como criticar o facto de criticar a existencia de jogos mais avancados.

Era como dizer que todos os livros deviam ser o "Codigo Da Vinci"...
 
É precisamente ai que eu queria chegar...

Há que haver disponibilidade para poder apreciar as coisas e há que aprender a para se poder apreciar algo na sua totalidade, foi por isso que dei o exemplo do Arkanoid o casual gamer passa 10 minutos para passar um nível, o normal demora menos e o hardcore logo com o primeiro toque na bola manda-a para detrás da parede e rebenta logo com metade dos blocos.

@raVemjr

Se todos os livros tivessem de ser um pelo menos que fossem o Silmarillion :P
 
Última edição:
Uma das coisas que me tem feito pensar 50 vezes antes de avançar para uma wii (já que nas consolas de nova geração me parece até agora a melhor escolha quando se fala em qualidade / preço / títulos disponiveis) é precisamente esse novo conceito de jogar com o nunchaku, que me desculpem os fãs da consola mas a mim da-me mais gosto correr num jogo pressionando um botão direccional e um botão do que estar a abanar um comando. Pode até ser uma nova forma de jogar mas eu sou um cão velho e sinceramente não me apetece mesmo nada aprender truques novos.


Mas tu corres nos jogos da wii com o analogico do numchuk.. não o abanas para correr; nem sei onde foste buscar essa ideia. lol

De resto concordo ctg.
 
Mas tu corres nos jogos da wii com o analogico do numchuk.. não o abanas para correr; nem sei onde foste buscar essa ideia. lol

Tens razão

resident-evil-4-wii-edition-controls-big.jpg


Afinal o abanar o comando era para outra coisa ;) se bem que quase que os punha no cepo como tinha visto num cartaz qqer dum resident evil para a wii que se abanava o comando para correr.
 
Acho que o artigo está bem interessante. Existe espaço para hardcore gamers e para casual gamers... e o mercado de casual gamers é potencialmente maior e mais lucrativo.

Um casual gamer não lê reviews e decide o que comprar na loja, lendo as capas e vendo os bonecos. Talvez peça opinião a alguém da loja, mas já sabemos o quão bem informados estes estão.
Apenas "exigem" que se estejam a divertir passados 30 segundos com o jogo, e não frustrados porque o boneco está a ir no sentido contrário ou caiu duma ravina :D

Isto faz com que os jogos tenham que ser divertidos e que permitam experiências de pouca duração. Os gráficos precisam apenas de cumprir a sua função e os controlos têm de ser fáceis.

Um casual gamer não é menos gamer... se calhar diverte-se mais que um hardcore gamer. Acho que ambos são necessários neste mercado. Haverá pessoas que começam como casual e depois começam a experimentar jogos mais complexos. Há outras que serão sempre casual gamers e só joguem Buzz, Singstar ou Wii Sports.

O protótipo do "geek" que joga tem que acabar... os jogos são para todos, desde o puto a brincar com o Eye Toy até à avó a dar-lhe no Sudoku.

Desde que comecei a ter menos tempo para jogar que já não tenho paciência para certas coisas. Adorei o FF7 e é dos meus preferidos, mas agora não tinha paciência para as centenas (milhares?) de random battles que é necessário para avançar no jogo. Ainda me lembro quando era miudo de ligar a consola e pensar "vou gastar umas horitas a evoluir os personagens".

Alguma vez eu teria paciência ou tempo para isso? Quero jogos MUITO bons e pouco repetitivos (jogos de desporto à parte).

O único RPG que acabei desde o FF7 foi o KOTOR porque de facto é bom demais para ignorar e o argumento manteve-me preso durante 6 meses e 60 horas de jogo. O Shenmue 2 também joguei durante uns meses e valeu bem a pena.

É compreensível que com menos tempo disponível haja quem se vire para os jogos rápidos e que possam ser jogados em MP com outras pessoas. O mercado dos jogos tem um potencial gigante e só vai continuar a crescer. Há lugar para todos :)
 
Sim o tempo é uma coisa importante, para isso existem jogos estilo o bioshock, o heavenly sword ou mesmo o call of duty 4, jogos que se acabam em algumas horas, mas que proporcionam uma experiência cinematográfica e espectacular. Acho que o casual gaming tem de passar por jogos curtos e intensos, menos repetitivos, menos frustrantes, com um ritmo mais rápido e que dê ao utilizador uma experiência gratificante, tal como um bom filme.
 
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