Discussão Conversa da Treta: Fotografia & Video

Eu tenho um Dell Ultrasharp e o software também não é brilhante. Especialmente a cena das divisões, não é a melhor implementação e as janelas nem sequer ficam alinhadas, apesar de no "desenho" estarem. Optei por instalar o Windows PowerToys da Microsoft, que inclui o FancyZones. Não é muito intuitivo quando estás a criar espaços personalizados, mas tenho zero razão de queixa no geral. Adicionalmente acrescenta um color picker ao Windows e funções como batch rename, que também podem dar jeito.

Esse power toys parece bem interessante!! Vou experimentar!

O software que vem com este monitor é o displaypilot. Acho que é um software que pode ser usado em qualquer monitor pois até no monitor do portátil ele divide.

Obrigado aos dois. Tenho aproveitado para ver vídeos sobre fotografia e reaprender algumas coisas (foram muitos anos sem pegar numa máquina), mas muito do material que encontro é repetitivo/redundante. Youtube está inundado (não só na fotografia) dos vídeos fantástcos das N tips que são sempre as mesmas e do truque que não sabias que vai mudar a tua vida. Há dias vi um que o grande truque dele era meter a máquina em modo M. :wow: Mindblowing. Este que meti acima, é dos poucos que não me faz sentir que estive a perder tempo e é muito dedicado à parte artística/histórica da fotografia e gosto da simplicidade das sessões da Irene Rudnyk. Mas às vezes é bom/melhor ir buscar inspiração a outros lados como o @m4ndr4ke nos livros.

Como eu te percebo, depois de andar imenso tempo a ver vídeos (muita teoria e pouca prática) também já me fartei desses vídeos todos de dicas e truques e afins… Uma pessoa começa a ficar bastante critico sobre essas questões e começa a perceber que muitos deles estão virados para quem inicia (que presumo que seja uma grande franja das pessoas) e não para quem já começa a perceber alguma coisinha.

Além desse que aí colocaste, aconselho mais dois na mesma óptica:

Sean Tucker - https://www.youtube.com/channel/UC_43mQmHwHPTBBqImFrWU3Q
Jamie Windsor - https://www.youtube.com/channel/UCxCFQfO05RinX6x_r5VVuiA

Gosto imenso do Sean Tucker!!!

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Como é que vocês calculam os nits?
 
O Sean Tucker já seguia também, mas do que vi foca-se muito na parte de negócio/trabalho.

O Jamie não conhecia, cursioso que assim que abri a página estava logo isto mesmo à frente:

Google is watching us. :D
 
Obrigado pela resposta @strobe
O que dizes vai ao encontro das adaptações que tenho feito na divisão, através de experimentação e alguma pesquisa, de forma a melhorar a iluminação para editar.
Estou a manter os dois monitores, o LG baratinho para a utilização do quotidiano, e o BenQ para edição.
Claro que não estou a tentar fazer nenhum laboratório em casa, mas já que comprei um bom monitor, pretendo criar condições minimamente simpáticas para o poder utilizar.
Troquei lâmpadas para 6500k (encontrei umas Osram que estão a fazer uma óptima representação de cores aqui, apesar de apenas especificarem CRI>=80), estou com duas de 800 lumens na divisão e já consigo usar 100 a 120 nits confortavelmente. Ajusto a distância e direcção das luzes para adequar. Os monitores...o LG está a 6500k, e o BenQ está a D65.
Os 160 nits ainda vou experimentar. Consigo meter mais luz se tal for necessário e consigo passar dos 3000lm. A edição fotográfica não representa 100% do que faço no computador, mas é mais de 95% do que faço com o BenQ, e por aí já vale a pena. Posso até ficar com níveis de brilho diferentes entre os dois monitores, mas inclusive o BenQ deixa-me guardar 3 calibrações personalizadas, portanto posso configurar nele vários níveis de brilho e garantir calibração.
Não é uma questão de ser mesquinho, mas se meti 800 euros num monitor...não é para usá-lo ao calhas, é para usar direito.

@matavelhos Pelo que já li, considera-se que deltaE inferior a 2 consiste num desvio de cor (face à intenção) que é praticamente imperceptível aos olhos. É medido o desvio com amostras de vários tons de cor, e depois é calculada a média de todos os desvios, que é o valor que as marcas publicitam. É por essa razão que se fala tanto no 2 como valor de referência. Acredito perfeitamente que o teu monitor possa atingir valores abaixo disso e uma média inferior a 2, e já vais perceber porquê.
Olha isto é um print dum relatório do meu monitor LG, feito hoje de manhã. Já tinha a imagem cortada aqui guardada, se não mostrava tudo.

O deltaE médio dele foi de 1.46, o que não é nada mau para um monitor de 89€. No entanto, como podes ver, isso não significa que todas as cores sejam correctamente representadas, e podes também ver que o maior desvio foi num tom de verde, em que ele foi superior a 4.
Isto diz respeito apenas a essas 26 amostras. Se eu fizesse 500 amostras de 500 tons diferentes, certamente iria encontrar outros em que ele se safava mal, isso é natural.
Podes também ver que ele tem vários desvios superiores a 2, e até superiores a 3, que já entram naquilo que se considera "visível para o comum mortal". Uma pessoa com a visão treinada poderá distinguir desvios abaixo disso.

Como é que vocês calculam os nits?
É o calibrador que mede
 
O Sean Tucker já seguia também, mas do que vi foca-se muito na parte de negócio/trabalho.
Também fala disso é verdade mas aborda muitas questões filosóficas da fotografia. Já agora, é graças a ele que me senti confortável para fazer o meu primeiro "trabalho" na área. Meia dúzia de retratos comerciais. Emulei o setup dele com uma só luz e os resultados foram bastante agradáveis.

O Jamie é bastante interessante até porque ele aborda o trabalho de muitos fotógrafos que ele gosta, sejam eles recentes ou mais antigos, dá para conhecer mais trabalhos e mais ideias. E é tem uma personalidade interessante.

É o calibrador que mede

Obrigado por toda a info que partilhaste!!! Efetivamente um calibrador pode dar mesmo muito jeito… Começo a interiorizar a questão… Só me fazes gastar €€€ hehehe
 
O Sean Tucker já seguia também, mas do que vi foca-se muito na parte de negócio/trabalho.

Não seio que videos dele viste, mas isso não é de todo verdade. Ele fala muito mais da arte da fotografia do que em negócios propriamente dito.

São 2 dos meus youtubers favoritos e o trabalho deles é fenomenal. O Jamie então tem uma edição de video louca!
 
Posso ter apanhado uma fase e ter ficado com a ideia errada, mas lembro-me de ver vídeos sobre fotografar como profissional vs fotografar como amador, modelos de negócio, gerir clientes e preços, publicação de trabalhos, etc.

@matavelhos eu comprei o Datacolor SpiderX Elite, vem no photo kit por 200€. Tenho ideia que não é tão preciso como o XRite, mas pelo que sei é mais fácil de usar e li que o sistema de lente melhorou a precisão. Optei por este porque funciona também para projectores de cinema e porque apesar de não calibrar a impressora, permite fazer softproof com modelos conhecidos ou se o lab te mandar o perfil da impressora deles. Também permite calibrar espaços de cor específicos (ex: sRGB), mas não sei qual é a utilidade, embora o meu monitor tenha um modo sRGB.
 
Pelo que consigo perceber, estás acima dos 95% do espaço RGB. É isso? Isso parece-me bastante bom.
Edit: rgb = Adobe rgb?!
É sRGB

Quanto ao alpha / gamma, fui pesquisar para deixar de dizer asneiras, e o que queria dizer era o Delta E que neste caso é de ≤ 3.
Ah! Afinal era outra letra grega! :-D

O Delta E máximo neste monitor, depois de calibrado, é < 1.

O deltaE médio dele foi de 1.46, o que não é nada mau para um monitor de 89€.
Isso é depois de calibrado?

O meu velhinho 940BW (um TN de 2006) depois de calibrado tinha (antes de morrer) um dE máximo de 1.99 e um médio de 0.42.

Posso até ficar com níveis de brilho diferentes entre os dois monitores
Não faças isso. Isso é pior que trabalhar com uma iluminação desadequada.

Só me fazes gastar €€€ hehehe
Como não me canso de dizer, um calibrador vale bem mais do que um monitor "caro." Eu até já vou no segundo. Recentemente fiz o upgrade para o SpyderX (o mesmo do @Rui Marto) por pouco mais de 100€ na Amazon DE (é preciso estar atento às promoções da Datacolor).
 
Última edição:
Fui buscar o report de calibração de fábrica do meu monitor. Em termos de Delta E médio está 1.2, mas não diz o máximo. De resto a info é muito pouca, ou pelo menos não consigo tirar grandes conclusões daqui a não ser o que disse e que o monitor consegue um pouco mais do que o espaço sRGB

 
Pelo que vejo nesse gráfico, usaram uns quantos patches de tons de cinzento (33?) e 3 patches de cor. Não é claro se esse dE é uma média dos patches de cor ou se o do white-point. Seja como for, dE 1.27 não é mau, mas também não é nada de especial.

O mais preocupante do report é não fazer nenhuma referência à luminância. É que se esses valores forem a 350 nits (o máximo do painel) então são dados praticamente inúteis.

Resta saber se apenas mudaram um ganho por componente RGB e um parâmetro gamma ou se a painel permite outro tipo de ajustes por firmware e qual o nível de resolução desse ajuste. Mas só fazendo uma caracterização a sério (umas dezenas de patches de cor) é que se poderá saber como está esse monitor.
 
Começo a interiorizar a questão… Só me fazes gastar €€€ hehehe
É, já me têm dito isso :biglaugh: :biglaugh: :biglaugh:

Isso é depois de calibrado?

O meu velhinho 940BW (um TN de 2006) depois de calibrado tinha (antes de morrer) um dE máximo de 1.99 e um médio de 0.42.
Sim, é depois de calibrado

Então ainda bem que dizes isso. Se calhar eu estava a pensar que o resultado dele era melhor do que realmente é. Estava a ser benevolente por saber que é um monitor barato. Só recentemente comecei a trabalhar com calibradores, por isso ainda não passei por muitas telas.

Esta semana também calibrei um outro monitor, um gaming TN de 144Hz com 3 ou 4 anos, e os desvios dele foram medonhos, com vários deltaE acima de 10 após a calibração. Isso também me estava a sustentar a ideia de que o meu não se tinha portado mal, mas se calhar enganei-me :P

Ter cá calibradores tem-me ensinado algumas coisas. Fui forçado a aprender para conseguir usar o DisplayCAL de forma minimamente autónoma. Confesso que agora acho que subestimei a ferramenta que é, e que já devia ter comprado há mais tempo. Desde logo pela calibração, que nos dá imediatamente mais segurança no que estamos a fazer e a enviar para uma impressora ou para a web, mas também por causa de recursos (alguns sempre implícitos na calibração, outros nem tanto) como a medição do brilho do monitor, e a medição da luz ambiente.
Continuo a achar um utensílio um pouco caro, mas percebo que nos dá bastante mais controlo. No mínimo, dá-nos algumas garantias.
 
Como não me canso de dizer, um calibrador vale bem mais do que um monitor "caro." Eu até já vou no segundo. Recentemente fiz o upgrade para o SpyderX (o mesmo do @Rui Marto) por pouco mais de 100€ na Amazon DE (é preciso estar atento às promoções da Datacolor).

Existe alguma diferença significativa entre o spyder 5 express e o spyder x ?!

É, já me têm dito isso :biglaugh: :biglaugh: :biglaugh:
Chegaste a comparar os 2 spyders?

Resta saber se apenas mudaram um ganho por componente RGB e um parâmetro gamma ou se a painel permite outro tipo de ajustes por firmware e qual o nível de resolução desse ajuste. Mas só fazendo uma caracterização a sério (umas dezenas de patches de cor) é que se poderá saber como está esse monitor.

Pois a informação é muito pouca, pelo que li neste site (https://www.tomshardware.com/reviews/benq-pd2700q-27-inch-qhd-designer-monitor,4820-2.html) este monitor, tal como está de fábrica nem é muito mau. Mas a verdade é que eu noto alguma diferença entre as fotos que imprimi e a imagem no monitor, mas isso pode ser mil e uma coisas. A questão aqui é que tenho algum receio de investir 100€ num aparelho onde os ajustes depois serão mínimos e a diferença pouco significativa. Além disso, não sei que modo usar no monitor, se o modo padrão ou o modo sRGB. Não faço ideia qual o mais adequado.

Ter cá calibradores tem-me ensinado algumas coisas. Fui forçado a aprender para conseguir usar o DisplayCAL de forma minimamente autónoma. Confesso que agora acho que subestimei a ferramenta que é, e que já devia ter comprado há mais tempo. Desde logo pela calibração, que nos dá imediatamente mais segurança no que estamos a fazer e a enviar para uma impressora ou para a web, mas também por causa de recursos (alguns sempre implícitos na calibração, outros nem tanto) como a medição do brilho do monitor, e a medição da luz ambiente.
Continuo a achar um utensílio um pouco caro, mas percebo que nos dá bastante mais controlo. No mínimo, dá-nos algumas garantias.

Começo a ter a mesma opinião pelo que vamos falando aqui e pelo que vou aprendendo com vocês. Sinceramente sempre olhei para um calibrador como um desperdício de dinheiro, dado o valor que custa e dada a informação que dava, um ajuste aqui ou ali e pronto, meter numa gaveta e siga. Mas realmente, quando se começa a querer imprimir coisas e se queremos ter alguma segurança no resultado final, isso começa a fazer sentido. E também dá mais informação do que eu pensava ao inicio, o que poderá ser útil em algumas situações.

Uma dúvida que ainda tenho é por exemplo como conseguirei calibrar o monitor do portátil… Ou que tipo de opções que o software dá. Por exemplo, no meu monitor externo só tenho uma hipótese para custom. Imaginemos que eu calibro isto para um valor x de nits porque é dia e tenho muita luz na sala vinda da janela. Mas agora vou editar à noite, tenho o monitor com menos nits em termos de brilho, a luz é diferente porque é do candeeiro… O software permite guardar perfis e fazer alterações de calibração por software? Ou tenho que calibrar tudo novamente e mudar no "custom" do monitor?


EDIT: tinha-me esquecido de meter o site onde li sobre a calibração do meu monitor:
https://www.tomshardware.com/reviews/benq-pd2700q-27-inch-qhd-designer-monitor,4820-2.html
 
Última edição:
Existe alguma diferença significativa entre o spyder 5 express e o spyder x ?!
Do que li o X é mais rápido e o sistema de calibração é completamente novo, agora usa uma óptica em vez da rede. E dizem que isso fez muita diferença pela positiva na accuracy do mesmo.
datacolor_spyderx_elite_review_11.jpg


Pois a informação é muito pouca, pelo que li neste site () este monitor, tal como está de fábrica nem é muito mau. Mas a verdade é que eu noto alguma diferença entre as fotos que imprimi e a imagem no monitor, mas isso pode ser mil e uma coisas. A questão aqui é que tenho algum receio de investir 100€ num aparelho onde os ajustes depois serão mínimos e a diferença pouco significativa. Além disso, não sei que modo usar no monitor, se o modo padrão ou o modo sRGB. Não faço ideia qual o mais adequado.
Mesmo com um monitor de 1000€ e o calibrador mais XPTO, podes notar diferenças. Estes calibradores não calibram as impressoras. E ninguém te garante que a do labotarório está calibrada também. Daí eu ter optado pelo Elite, porque o software permite simular perfis de algumas impressoras para ver as cores "finais" antes de imprimir. O tal soft-proof. A alternativa é comprar um calibrador que também calibre a impressora e já estamos a falar do dobro do dinheiro. Para já vou atirar "às cegas" com o soft-proof.
Sobre o modo do monitor, o meu também tem sRGB, que era o que costumava usar. O Elite pelo que li permite calibrar para perfis específicos, ex: o perfil usado pela gráfica, se eles te enviarem, ou estando tudo em sRGB e a gráfica também, imagino que haja maior probabilidade de as cores baterem certo.
Mas não gira tudo à volta da impressão. Quando metes online ou mostras aos amigos na TV, no projector ou telemóvel, cada ecrã a sua sentença. Pelo menos assim sabes que do teu não é e que as cores que tu vês no teu, são as que realmente estão no "ficheiro" da foto.

O que escrevi acima também reflecte o porquê dos calibradores serem desvalorizados por muita gente. Se vai variar de ecrã para ecrã e impressora para impressora, então compra-se um monitor pré-calibrado e "há de estar perto o suficiente".
 
Chegaste a comparar os 2 spyders?
Não de forma científica, até porque não sei muito bem como poderia fazer isso.
O X noto que é mais rápido a trabalhar, mas acho que não posso dizer mais nada.
No monitor LG não vi diferenças (a olho nu) entre os resultados dum calibrador ou do outro, e acho que estou a usar uma calibração feita pelo 5.
O MacBook cheguei a calibrar com os dois, mas sempre com definições diferentes. Agora tenho lá perfis feitos com os dois, para situações diferentes.
O BenQ nunca calibrei com o 5, visto que ele já trazia o X.

um ajuste aqui ou ali e pronto, meter numa gaveta e siga.
Não te posso dizer que estejas errado, porque pode acabar por ser mesmo assim. Eu agora tenho mexido bastante porque é um brinquedo novo e quero acertar com as coisas a meu gosto, mas depois devo arrumar por uns meses, até à próxima calibração.
Dependendo do monitor que se tenha, a diferença estética pode nem ser significativa mas, lá está, dá garantias.
Podes, ainda assim, ter diferenças entre as impressões e o papel, mas a calibração ajuda sempre a reduzir isso. Pessoalmente, tenho ficado satisfeito com o soft proofing no Lightroom e Photoshop.

Mas agora vou editar à noite, tenho o monitor com menos nits em termos de brilho, a luz é diferente porque é do candeeiro… O software permite guardar perfis e fazer alterações de calibração por software? Ou tenho que calibrar tudo novamente e mudar no "custom" do monitor?
Nunca trabalho com múltiplos níveis de brilho para editar. O melhor é adequares a iluminação da divisão e não o brilho do monitor. O monitor não tem exactamente a mesma gama de cores em todos os níveis de brilho, mesmo sendo calibrado, isto é, só a partir de certos níveis é que ele atinge todo o seu potencial.
Mas tu efectivamente podes criar vários perfis ICC adequados a diferentes níveis de brilho, e depois mudar no sistema operativo.
Não falando do meu BenQ, que é um caso diferente (suporta LUT’s), habitualmente eu não mexo nada nos monitores. No caso do portátil, escolhi um nível de brilho do meu agrado, fiz uma calibração, e quando quero editar nele uso sempre aquele brilho, pois sei que para aquele ponto ele está calibrado. Mesmo antes de o calibrar pela primeira vez, já fazia questão de editar sempre com o mesmo brilho (que por acaso era diferente, mas era sempre o mesmo para a minha percepção da exposição não mudar, e adaptava só a luz da divisão).
No desktop também não mexo no brilho, aquele com que calibrei é o que uso para tudo. Defini (no meu caso) 100 nits, ajustei a temperatura de cor para a que eu pretendia (o calibrador mede), fiz a calibração e nunca mais mexi.
Se eu quisesse usar vários níveis de brilho no desktop acho que não seria impossível, faria uma calibração com cada um dos níveis que me interessava, o que se traduziria em múltiplos perfis ICC no Windows e depois alternava entre eles...mas não tenho a certeza se isso resultava bem quanto à temperatura da cor, pois já percebi que o brilho também tem alguma influência nisso.

Agora que estou a coisa levar um pouco mais a sério, troquei as lâmpadas que tinha por outras a 6500k, coincidindo com o ponto branco que defini nos monitores, de forma a que os meus olhos tenham uma mais correcta percepção das cores, conforme falei aqui.
 
Existe alguma diferença significativa entre o spyder 5 express e o spyder x ?!
Como podes ver no post do @Rui Marto, o sensor foi totalmente redesenhado. Recentemente passei de um Spyder 3 para um Spyder X e a diferença de velocidade é abismal. O que antes demorava horas agora demora uns 15 minutos.

Sinceramente sempre olhei para um calibrador como um desperdício de dinheiro, dado o valor que custa e dada a informação que dava, um ajuste aqui ou ali e pronto, meter numa gaveta e siga. [...] tenho algum receio de investir 100€ num aparelho onde os ajustes depois serão mínimos e a diferença pouco significativa.
A utilidade principal do calibrador não é "a informação que dá" mas o facto de poder avaliar centenas de configurações sem intervenção e "cuspir" um curva de ajuste (perfil de calibração) que permite maximizar o rendimento de qualquer monitor. Na altura em que comprei o primeiro Spyder 3 era comum os monitores "calibrados de fábrica" terem um diferencial de preço superior a 100€. Tendo em conta que um calibrador permite calibrar N monitores N vezes, dá para ver que vale muito mais que um monitor "calibrador de fábrica". Hoje em dia muitos monitores dizem-se "calibrados de fábrica", mas parece-me que na maioria dos casos é só uma calibração feita à pressa só para poder mostrar o papel.

Por tudo isso considero que um calibrador é essencial para quem quer que leve a sério a questão da "qualidade da cor", e penso que a maioria dos fotógrafos encaixa nessa categoria (até mesmo quem só trabalha em preto e branco!). Tendo em conta o caro que é o hobby da fotografia, 100€ até é um custo pequeno, especialmente tendo em conta o benefício.

Uma dúvida que ainda tenho é por exemplo como conseguirei calibrar o monitor do portátil
Consegues exatamente da mesma maneira que num monitor separado. Apenas estas limitado no ponto de partida (ajuste do monitor ao target desejado), porque nos monitores de portáteis normalmente a única coisa regulável é o brilho (intensidade da backlight). Como a calibração por software permite acertar muito mais parâmetros da imagem, é precisamente nos monitores para portáteis onde as diferenças antes e depois da calibração são mais dramáticas (pelo menos em portáteis "baratos").

Um dos problemas que tenho encontrado nos monitores de portáteis é que os seus backlights estão muito longe do 6500K, o que naturalmente obriga a perder muitas cores para ter cores minimamente equilibradas. O meu ASUS, por exemplo, tem um white point nativo de mais de 8000K! Isto não é só mau em termos de qualidade de cor, como é mau em termos de saúde da vista. Enquanto o perfil de calibração não carrega, nem consigo olhar para aquilo.

não sei que modo usar no monitor, se o modo padrão ou o modo sRGB. Não faço ideia qual o mais adequado.
O calibrador ajuda a encontrar quais as opções do monitor maximizam a sua performance. Assim, mesmo antes de completar e aplicar uma calibração por software, já ficas com o monitor com uma qualidade "decente". Da minha experiência, as opções disponíveis nos monitores variam demasiado de monitor para monitor como para permitir outra solução do que a tentativa e erro (assistida por um calibrador).

Dito isto, tendo em conta que muitos "modos sRGB" desabilitam opções de ajuste essenciais no monitor, como o RGB, diria que são de evitar (exceto nos monitores "wide gamut," onde parece que não é assim tão simples).

Por exemplo, no meu monitor externo só tenho uma hipótese para custom. Imaginemos que eu calibro isto para um valor x de nits porque é dia e tenho muita luz na sala vinda da janela. Mas agora vou editar à noite, tenho o monitor com menos nits em termos de brilho, a luz é diferente porque é do candeeiro… O software permite guardar perfis e fazer alterações de calibração por software? Ou tenho que calibrar tudo novamente e mudar no "custom" do monitor?
O DisplayCAL permite ter perfis (de software) ilimitados. É só abrir o ficheiro e fazer "Install profile". Penso que também podes mudar no próprio Windows, mas é recomendado usar o DisplayCAL para gerir os perfis (para além que a opção de mudar no Windows está bem enterrada).

De facto, se quiseres maximizar o rendimento do monitor, mudar o brilho pode implicar mudar também o RGB do monitor. Isto torna muito pouco prático alternar entre dois perfis otimizados para configurações diferentes de monitor (é preciso trocar de perfil, e de brilho no monitor e ainda de RGB no monitor). Uma alternativa é ter um perfil "principal" (criado com o brilho e RGB ótimos) e um perfil "secundário" (criado com o RGB para o perfil principal, e apenas ajustando o brilho). Em teoria, o perfil secundário não será tão bom como o primário; mas assim só será necessário trocar o perfil e o brilho do monitor. Contudo, um facto pouco conhecido é que por vezes o perfil secundário poderá ser melhor que o primário! Isto porque a calibração por software pode (nalguns casos) ser mais eficaz que as opções de ajuste disponíveis no monitor. É mais ou menos por esta razão que não recomendo usar um target de brilho na calibração, mas apenas no ajuste da configuração do monitor.

Na prática, tudo depende das tuas necessidades. Ultimamente até tenho usado o Night Light do Windows (que naturalmente "estraga" as cores) se não estiver a fazer nada onde a cor for crítica. Também podia criar uma calibração com um target mais quente do que standard 6500K, mas acho que não vale a pena o trabalho.

O melhor é adequares a iluminação da divisão e não o brilho do monitor.
Esta é solução que recomendo. Havendo persianas e iluminação artificial adequada não há razão para andar a fazer malabarismos com a calibração do(s) monitor(es).

Se eu quisesse usar vários níveis de brilho no desktop acho que não seria impossível, faria uma calibração com cada um dos níveis que me interessava, o que se traduziria em múltiplos perfis ICC no Windows e depois alternava entre eles...mas não tenho a certeza se isso resultava bem quanto à temperatura da cor, pois já percebi que o brilho também tem alguma influência nisso.
Eu já fiz isso. Nesse caso, escrevia no próprio nome do perfil informação suficiente para replicar a configuração do monitor para a qual o perfil era válido (no caso de um portátil até é fácil porque bastava anotar o brilho). Mas entretanto deixei-me disso e agora uso um único perfil "ótimo" e não mexo na configuração do monitor até à próxima calibração. Mesmo assim, sempre que faço uma calibração escrevo num ficheiro de texto toda a configuração do monitor para a eventualidade de acontecer um reset à configuração do monitor e não quiser re-calibrar. Este mesmo ficheiro também serve de histórico do envelhecimento do painel do monitor.
 
Depois de ver este vídeo fiquei curioso sobre o que o pessoal normalmente usa.

https://forum.zwame.pt/threads/raw-converters-2021-1q.1064045/

Achei interessante ver que fazem manualmente algo que comecei a fazer porque o Capture One fazia automaticamente, criar pastas de importação, selects, discarded, etc.
Também abordam um tema que já foi muito discutido aqui, sobre criar múltiplos catálogos no Lightroom ou usar apenas um com tudo.

 
Eu tenho um workflow que considero bem mais simples do que o que ele diz aí...

Faço praticamente tudo no Lightroom.

Tenho um catalog para toda a fotografia pessoal, e crio um novo catalog para cada projecto fotográfico que faça.

Faço a importação no Lightroom, ele cria as pastas com as datas, muda os nomes aos ficheiros em série, e tenho-o logo a aplicar o estilo de imagem “Camera Standard” ao importar. Já está tudo configurado, só tenho que importar normalmente.

Se forem fotos dum evento e não ficarem com um catalog isolado, meto o nome do evento à frente da data no nome da pasta com as fotos, mas para isso altero dentro do Lightroom, já depois da importação.

Faço a selecção com as bandeirinhas do Lightroom. Raramente uso a de rejected, faço só pick ou unpick.
As candidates assinalo com 4 estrelas, e as fotos prontas ficam com 5 estrelas. As que precisam de melhoria, ou de ser repetidas, ficam com 3 estrelas.

Não faço nada no explorador de ficheiros do sistema, faço toda a organização em Lightroom.

Os catalogs que estão em uso estão num SSD externo juntamente com fotos recentes. Trabalho a partir do SSD externo porque uso dois computadores.
Ao fim de alguns dias ou semanas, movo as fotos para um HDD maior, onde ficam arquivadas de vez, e uso o Lightroom para isso, é só arrastar.

Se o catalog for para ser arquivado porque o projecto já terminou, então aí movo-o para o disco onde estejam as respectivas fotos. Aí já preciso do explorador de ficheiros, claro.
Cada disco tem uma parent folder com o nome do catalog. Dentro dela, está o catalog, e nas suas subpastas é que estão os RAWs, ou seja, os discos estão organizados como [nome do catalog]/ano/mês/dia.
Mantenho a mesma organização entre todos os discos, desde o SSD até ao HDD de backup, por isso é só arrastar as coisas. Nem sou eu a criar as pastas, o Lightroom trata de tudo isso no acto de importação.

Os catalogs ficam com backup em cloud.
Para backup dos RAWs uso o Free File Sync para sincronizar com o disco de backup. Como tenho a mesma estrutura de pastas entre os vários discos, é só mandar sincronizar as pastas que têm os RAWs, já que os nomes batem certo.

Se tiver que fazer alguma coisa em Photoshop, mando abrir a partir do Lightroom, para ficar logo na biblioteca.

Tenho o Lightroom configurado para apresentar a janela de escolha de catalog ao arrancar.

edit: ah, e não guardo jpegs. A câmara está sempre só em RAW, e após editar o que quero exporto para uma pasta no ambiente de trabalho, faço o que tenho a fazer com as imagens, e depois apago.
Se precisar de jpegs novamente, vou ao Lightroom ou ao Bridge e exporto o que precisar (normalmente Lightroom)
 
Última edição:
Também não percebo bem a questão de usar um programa para escolher fotos e outro para as tratar, mas deixando parte da gestão a ser feita à mão. É como dizes, complica e não sei se os ganhos de tempo serão assim tão grandes. Talvez se tiveres milhares de fotos para rever, num casamento ou evento, pode compensar não sei.
Até a cena de copiarem do cartão à mão, eu uso o importador do Capture One. Só fazia isso quando tinha vários cartões, aí sim, compensa despejar tudo primeiro para uma pasta, mandar importar e ir almoçar ou beber café, em vez de ficar ali a olhar para o ecrã e a trocar os cartões um a um.

Relativamente a nomenclaturas, para fotos pessoais usava um sistema de Ano \ Mês \ Dia depois passei para Ano \ Mês \ Nome, enquanto para trabalho usava tudo numa pasta com subpastas com o nome <Cliente> <Título do Trabalho>. Hoje olho para o meu arquivo a conclusão é que subpastas por ano \ mês e datas, nunca mais. Lá sei eu em que ano ou mês é que fiz o quê... E vou andar sempre dependente de softwares para saber onde anda o quê. Nah. O sistema que usava para trabalho era claramente melhor.
Olhando ao deles, com a data primeiro, não sei se adapte e comece a usar <data> <cliente/projecto/viagem> <título> tudo numa pasta ou se ponha a data no fim. Isto porque para efeitos de "ordenar" ou encontrar algo via explorer, não sei se é a data que me vai ajudar. E o Windows deveria saber a data de criação da pasta, embora facilmente se perca esta informação (em último caso está nas fotos).

Sobre catálogos, não faço ideia... Tinha ideia que o Capture One incialmente funcionava catálogo a catálogo, também com essa janela de escolha ao iniciar, mas creio que as novas versões já metem tudo no mesmo by default. Um pormenor fixe é que cada vez que fecho a app ele propõe fazer um check e um backup do catálogo para o meu disco externo. Acho que isto dá alguma segurança relativamente à possibilidade de ficar corrupto.

A selecção sempre usei semáforos, verde, amarelo, vermelho, em que vermelho é aquilo que seguramente não quero (o CO chama "Trash" à pasta :D), como fotos em que a exposição claramente falhou (ex: o flash não tinha reciclado) ou porque não ficou focada, a pessoa fez uma careta, etc. As verdes, que são as finais e que exportei, o Capture One mete uma tag automaticamente e normalmente vão para uma pasta de selects e evetualmente outputs.

A parte de trabalhar com dois PCs não sei como fazer, não pesquisei. Antes fazia tudo no portátil e usava discos em rede para arquivo/backup. Tinha uma NAS no estúdio, tenho outra em casa com 2Tb e também o meu desktop com 12Tb que permitia acesso via Samba/SFTP. Agora só uso o desktop.

Sobre os backups, o Capture One quando importa faz duas cópias, uma para o disco onde trabalho e outra para um disco externo. Pelo que percebi a ideia é manter uma cópia de tudo tal como foi importado, deduzo eu porque havendo também backup dos catálogos, caso o disco de trabalho vá à vida, deverá ser possível re-importar tudo e re-aplicar todos os tratamentos?! Não sei, mas como tenho o Blackblaze a fazer backup de ambos os discos, acho que não preciso de me preocupar muito.

Editores externos não tenho usado, mas o CO tem uma opção de clicar com o botão direito e escolher "Editar com...", que exporta um TIFF para ser usado noutra app. Como não tenho mais nada, estranhamente tenho lá opções como editar com Adobe Acrobat, Notepad, etc. :D
 
caso o disco de trabalho vá à vida, deverá ser possível re-importar tudo e re-aplicar todos os tratamentos?!
Não, tenho o Lightroom configurado para guardar todas as alterações em xmp. Na verdade nem preciso do Lightroom para abrir os ficheiros com as edições, posso fazê-lo também com o Bridge, por exemplo. Não uso muito o Bridge porque me obriga a navegar pelas pastas todas, ao invés do Lightroom que, ao abrir o catalog, vai logo para as pastas que me interessam, mas mantenho-o instalado e é uma opção.

Se tiver várias coisas relevantes dentro do mesmo catalog, crio collections com a descrição do que se trata (acontece bastante com o catalog pessoal). Assim não preciso de andar à procura nas pastas.

Adicionalmente, uso keywords. Tenho provavelmente mais de 100 keywords de várias temáticas e é só pesquisar nelas para encontrar algo. Todas as imagens que tenho em todos os catalogs estão com keywords. Locais, cidades, nomes de pessoas, nomes de eventos, entre muitas outras. Faço isso durante a edição, é só seleccionar todas e colocar as keywords que quero.

Não costumo mesmo fazer exploração em pastas. Uso todos os outros mecanismos para evitar isso.
 
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