Existe alguma diferença significativa entre o spyder 5 express e o spyder x ?!
Como podes ver no post do
@Rui Marto, o sensor foi totalmente redesenhado. Recentemente passei de um Spyder 3 para um Spyder X e a diferença de velocidade é abismal. O que antes demorava horas agora demora uns 15 minutos.
Sinceramente sempre olhei para um calibrador como um desperdício de dinheiro, dado o valor que custa e dada a informação que dava, um ajuste aqui ou ali e pronto, meter numa gaveta e siga. [...] tenho algum receio de investir 100€ num aparelho onde os ajustes depois serão mínimos e a diferença pouco significativa.
A utilidade principal do calibrador não é "a informação que dá" mas o facto de poder avaliar centenas de configurações sem intervenção e "cuspir" um curva de ajuste (perfil de calibração) que permite maximizar o rendimento de qualquer monitor. Na altura em que comprei o primeiro Spyder 3 era comum os monitores "calibrados de fábrica" terem um diferencial de preço superior a 100€. Tendo em conta que um calibrador permite calibrar N monitores N vezes, dá para ver que vale muito mais que um monitor "calibrador de fábrica". Hoje em dia muitos monitores dizem-se "calibrados de fábrica", mas parece-me que na maioria dos casos é só uma calibração feita à pressa só para poder mostrar o papel.
Por tudo isso considero que um calibrador é essencial para quem quer que leve a sério a questão da "qualidade da cor", e penso que a maioria dos fotógrafos encaixa nessa categoria (até mesmo quem só trabalha em preto e branco!). Tendo em conta o caro que é o hobby da fotografia, 100€ até é um custo pequeno, especialmente tendo em conta o benefício.
Uma dúvida que ainda tenho é por exemplo como conseguirei calibrar o monitor do portátil
Consegues exatamente da mesma maneira que num monitor separado. Apenas estas limitado no ponto de partida (ajuste do monitor ao target desejado), porque nos monitores de portáteis normalmente a única coisa regulável é o brilho (intensidade da backlight). Como a calibração por software permite acertar muito mais parâmetros da imagem,
é precisamente nos monitores para portáteis onde as diferenças antes e depois da calibração são mais dramáticas (pelo menos em portáteis "baratos").
Um dos problemas que tenho encontrado nos monitores de portáteis é que os seus backlights estão muito longe do 6500K, o que naturalmente obriga a perder muitas cores para ter cores minimamente equilibradas. O meu ASUS, por exemplo, tem um white point nativo de mais de 8000K! Isto não é só mau em termos de qualidade de cor, como é
mau em termos de saúde da vista. Enquanto o perfil de calibração não carrega, nem consigo olhar para aquilo.
não sei que modo usar no monitor, se o modo padrão ou o modo sRGB. Não faço ideia qual o mais adequado.
O calibrador ajuda a encontrar quais as opções do monitor maximizam a sua performance. Assim, mesmo antes de completar e aplicar uma calibração por software, já ficas com o monitor com uma qualidade "decente". Da minha experiência, as opções disponíveis nos monitores variam demasiado de monitor para monitor como para permitir outra solução do que a tentativa e erro (assistida por um calibrador).
Dito isto, tendo em conta que muitos "modos sRGB" desabilitam opções de ajuste essenciais no monitor, como o RGB, diria que são de evitar (exceto nos monitores "wide gamut," onde parece que não é assim tão simples).
Por exemplo, no meu monitor externo só tenho uma hipótese para custom. Imaginemos que eu calibro isto para um valor x de nits porque é dia e tenho muita luz na sala vinda da janela. Mas agora vou editar à noite, tenho o monitor com menos nits em termos de brilho, a luz é diferente porque é do candeeiro… O software permite guardar perfis e fazer alterações de calibração por software? Ou tenho que calibrar tudo novamente e mudar no "custom" do monitor?
O DisplayCAL permite ter perfis (de software) ilimitados. É só abrir o ficheiro e fazer "Install profile". Penso que também podes mudar no próprio Windows, mas é recomendado usar o DisplayCAL para gerir os perfis (para além que a opção de mudar no Windows está bem enterrada).
De facto, se quiseres maximizar o rendimento do monitor, mudar o brilho pode implicar mudar também o RGB do monitor. Isto torna muito pouco prático alternar entre dois perfis otimizados para configurações diferentes de monitor (é preciso trocar de perfil, e de brilho no monitor e ainda de RGB no monitor). Uma alternativa é ter um perfil "principal" (criado com o brilho e RGB ótimos) e um perfil "secundário" (criado com o RGB
para o perfil principal, e apenas ajustando o brilho). Em teoria, o perfil secundário não será tão bom como o primário; mas assim só será necessário trocar o perfil e o brilho do monitor. Contudo, um facto pouco conhecido é que por vezes o perfil secundário poderá ser
melhor que o primário! Isto porque a calibração por software pode (nalguns casos) ser mais eficaz que as opções de ajuste disponíveis no monitor. É mais ou menos por esta razão que não recomendo usar um target de brilho na calibração, mas apenas no ajuste da configuração do monitor.
Na prática, tudo depende das tuas necessidades. Ultimamente até tenho usado o Night Light do Windows (que naturalmente "estraga" as cores) se não estiver a fazer nada onde a cor for crítica. Também podia criar uma calibração com um target mais quente do que standard 6500K, mas acho que não vale a pena o trabalho.
O melhor é adequares a iluminação da divisão e não o brilho do monitor.
Esta é solução que recomendo. Havendo persianas e iluminação artificial adequada não há razão para andar a fazer malabarismos com a calibração do(s) monitor(es).
Se eu quisesse usar vários níveis de brilho no desktop acho que não seria impossível, faria uma calibração com cada um dos níveis que me interessava, o que se traduziria em múltiplos perfis ICC no Windows e depois alternava entre eles...mas não tenho a certeza se isso resultava bem quanto à temperatura da cor, pois já percebi que o brilho também tem alguma influência nisso.
Eu já fiz isso. Nesse caso, escrevia no próprio nome do perfil informação suficiente para replicar a configuração do monitor para a qual o perfil era válido (no caso de um portátil até é fácil porque bastava anotar o brilho). Mas entretanto deixei-me disso e agora uso um único perfil "ótimo" e não mexo na configuração do monitor até à próxima calibração. Mesmo assim, sempre que faço uma calibração escrevo num ficheiro de texto toda a configuração do monitor para a eventualidade de acontecer um reset à configuração do monitor e não quiser re-calibrar. Este mesmo ficheiro também serve de histórico do envelhecimento do painel do monitor.