A verdade é que os tempos mudaram e a MS ficou completamente perdida com as mudanças que ocorreram. Não se mexeu e assistiu de forma calma e serena ao crescimento de novos adversários.
Posto isto, o Windows está perdido completamente no que toca a um mercado de consumo, falo obviamente numa perspectiva de Entretenimento e consumo de Media. Com isto, todo o mercado que desenvolve Software deste género vai atrás e com o passar do tempo a única forma de aceder aos novos serviços da "cena" num SO da MS é através das versões Web das mesmas (optimizadas para Browsers de terceiros). Enquanto isso, algumas das Apps vão sendo descontinuadas no Windows surgindo o típico Popup "Please use our Android/iOS Apps" e as novas que surgem são exclusivas dos mesmos - posso assegurar que isto está já a acontecer no local onde trabalho (está agora mesmo a sair uma nova App para os dois SOs da "moda").
Resta o "parque automóvel" Legacy, ferramentas profissionais e o PC Gaming.
Eu sou um daqueles que tem expectativa para um novo Device ultra-portátil da MS (seja o Andromeda ou não), mas por muito bom que seja não acredito que tenha qualquer hipótese. Terá a tesão do mijo inicial onde terá bastante suporte 1st Party (teoricamente), mas não acredito que nesse espaço de tempo vejamos o necessário e obrigatório suporte 3rd Party a aparecer. Mais, o ser humano é bastante resistente à mudança além de ter um historial de compras e estando fidelizado para com a Google Play e App Store durante anos (o contador aumenta todos os dias - amanha podemos somar mais 24 horas).
A forma como a MS fala das PWAs mais me parece desespero que outra coisa (isto agarrando num vídeo partilhado recentemente pelo Blog Windows Developer). Uma tentativa frustrada de tentar obter simpatia de Web Devs e aceder a serviços que de outra forma nunca marcariam presença na Windows Store.
A Microsoft é aquele tipo que tinha um casamento feliz e a esposa amava-o tal como era, mas tem feito tudo o que pode para agradar e conquistar as colega novas que entraram recentemente na empresa. Foi perdendo cada vez mais tempo no trabalho e em almoços/jantares da empresa para agradar a terceiros, enquanto ia ignorando a esposa em casa que mesmo com a falta de atenção continuava a acreditar nele e estar do lado dele. No final o casamento terminou, disse adeus à esposa que ainda o amava, e nunca conseguiu sair da FriendZone das colegas.
Nesta pequena novela é simples entender quem é o Windows, o Android, iOS, Devs e Users Windows, etc.
Não sou um profeta da desgraça, mas é como as coisas são. Não sei que espaço/segmento quer a MS ocupar com o Andromeda, mas para Devices puramente profissionais já temos muitas opções. Não consigo entender como as mentes que sempre tiveram no Windows uma fusão entre os Mercados Consumer e Profissional, e realçou esta visão híbrida com a concepção dos Surface teima em separar águas na Trend que destronou o Windows.
O Andromeda tem uma tarefa Herculana pela frente sem Devs, sem Conferências focadas em UWPs (a última Build foi mais focada em material para Azure e Serviços que o Frontend propriamente dito), sem Utilizadores, sem os TopGrossing Games que fazem mensalmente milhões nas outras Stores, sem Apps nativas dos mais diversos Serviços, com N debilidades. Não falo em desistência, mas ninguém aqui viu nem tem visto qualquer GroundWork por parte da MS nos últimos anos, seja em atitudes, seja em coisas práticas. Tem-se colocado sim, e bem, para ser o Content Provider de Infra-Estruturas para os outros, mas falta a outra parte.
Pelo menos, eu sinto a falta dela ...