Ainda à pouco por estupidez minha, estraguei o meu SO, o tempo que demorei a recuperar tudo tendo instalado o SO de raiz foi inferior a uma hora e ficou TUDO exactamente como estava antes. Para isso, em muito contribuiu ter uma partição /home independente de tudo o resto. Se isso tivesse acontecido no Windows, perderia uma tarde de trabalho.
Gostava de introduzir o meu discurso, referindo que por razões que se prendem com as minhas funções profissionais, sou
MCITP - Entreprise (enveredei por certificação junto da
Microsoft) e, confesso que em termos de sistemas para utilizador final, falo com maior conhecimento de causa em sistemas Windows que em Gnu/Linux.
Não obstante de tal facto, sou também aspirante a licenciado em Engenharia Informática (2º ano), apaixonado pela informática desde muito jovem e, desde muito cedo, que inicie o meu contacto com o mundo GNU/Linux (antes mesmo deste "boom" recente - sou do tempo em que era "obrigatório" compilar à pata o kernel para o actualizar - hoje acto completamente desnecessário para 90% das distros que por aí andam).
Só queria referir que, em relação ao restauro, se a partição criada para a directoria
/home, foi o grande trunfo, o mesmo procedimento pode ser feito com igual facilidade num sistema
Windows. Refiro ainda que o
Windows Vista inclui uma ferramenta para executar o mesmo procedimento de restauro, ferramental qual te trata do backup dos dados, reposição do sistema e reposição dos dados.
Por outro lado, concordo 100% contigo quando referes que casos são casos. Onde trabalho (PME com 2 escritórios e cerca de 25 colaboradores) somos bastante "abertos" a sistemas. Com bastante orgulho meu, ultrapassámos a dependência da
Microsoft. Muito porque nos dedicamos a marketing e publicidade (criativos = Apple), facto que curiosamente facilitou o processo - é ideologia global (ainda que errada) que
Mac não tem problemas. Daí expor outros sistemas que tenham a mesma origem (
UNIX) possam também ser simples e fiáveis.
Concordo 100% quando afirmas que existem muitas funções, nomeadamente secretariado, função pública, ... em que se podem perfeitamente utilizar alternativas
GNU/Linux.
No entanto, discordo veemente em dois pontos - em primeiro lugar, passo-me quando me dizem que
Windows, por ser um sistema de código fechado, é um sistema estático e fraco. Pelo amor de Deus, ainda que a população desconheça o mundo
GNU/Linux, mal de mim em acreditar que o que se diz deste sistema fosse efectivamente verdade, o mercado não actuaria e virar-se-ia para
GNU/Linux.
Windows é um sistema completo e de elevada qualidade, com bastante mais qualidade que imensas distros com que já lidei.
Em teor de investimento, tenho por experiência própria que o investimento necessário na alternativa
GNU/Linux, só é compensatória a longo prazo. E explico-te porquê (elacções que tirei da minha experiência profissional):
- Do lado de quem administra, são sistemas mais complexos - mais difíceis de planear, mais difíceis de implementar, mais difíceis de manter. Aqui, sem nenhuma sombra de dúvidas, existe uma necessidade tremenda de formação.
Eu não migro os servidores que tenho para GNU/Linux porque, simplesmente não sei como os gerir. Estou a falar de uma PME que representa, garantidamente, a esmagadora maioria do nosso tecido empresarial.
Vou à Rumos e pedem-me 1.600€ só para me iniciarem no Red Hat. Não dei pela licença do Windows Server 2003 SBS, 500€ na altura penso... Fiz a instalação e configuração do sistema, sem praticamente antes ter tocado num sistema Windows Server.
As nossas (antigas) firewall's corriam Debian e tive de pagar 800€ a uma empresa especializada para mas instalarem e me darem uma ensaboadela em IPTables e Shorewall (e isto foi feito "off-the-budget"). Actualmente já temos firewall's "à séria" da Cisco, mas isso é outra história.
Em quantos anos iria eu rentabilizar este investimento na minha formação (isto obviamente da perspectiva da empresa, eu por mim tirava a formação - só tenho a ganhar).
E depois, encontrar soluções gratuitas para Exchange (até agora só corri uma à altura - o Zimbra e a versão estável é paga), encontrar alternativas para Sharepoint, com a mesma qualidade, ...?
- Em segundo lugar, penso que estão a neglegenciar um facto importantíssimo para quem planeia uma migração para GNU/Linux, nomeadamente nas máquinas cliente - todo o ser Humano é resistente, por natureza, à mudança.
Era excelente se eu pudesse, durante a noite, desintalar Windows das máquinas e instalar GNU/Linux. Nem quero imaginar o "drama" que seria de manhã. Acredita que toda a gente ia encontrar 1001 problemas no sistema, acredita que nem a adaptação iriam tentar.
A solução? Formação, formação, formação. Eu, por cada "pacote" de formação, pago 700€ à Rumos, por formando. Uma licença do Vista, custa-me 150€, uma licença para MS Works --> upgrade Office Std custa-me cerca de 200€...
O Vista tem quantos anos de vida estimados? 5, 6? Só quando sentir a necessidade de mudar de sistema é que teria proveitos em ter migrado essa pessoa para GNU/Linux. E tenho a gestão de tudo centralizada - vejo que computadores estão desactualizados, vejo que AV's estão desactualizados, quero implementar uma nova restrição, crio uma GPO, etc, etc, etc.
Queria ainda acrescentar que, neste momento, somos uma realidade estável, financeiramente saudável e, inclusive, em expansão - onde existe margem para este investimento (que está a ser feito, mediante as nossas possibilidades). O mesmo provavelmente não se poderá dizer de grande parte das empresas no nosso país.
Sem dúvida que
GNU/Linux é uma alternativa muito válida. Sem dúvida que a
Microsoft necessita desesperadamente de concorrência "à séria". Sou confesso aficionado do
Open Source, cá em casa é tudo corrido a
GNU/Linux (só o meu PC também tem
XP).
No entanto, até que exista uma adaptação ao sistema, até que este se torne maduro o suficiente para se tornar simples (e o
Ubuntu veio inovar de forma extrema nesta área), até que haja um carola que invente uma campanha de marketing para mudar mentalidades (inventem um
Steve Jobs, nunca vi utilizadores tão "cegos" como quem utiliza
Mac), até que as marcas "de peso" da área, se convertam ou, no mínimo, possibilitem a alternativa para os seus produtos, até tudo isto acontecer vamos necessariamente assistir a um processo de transição lento, ainda que incontornável, na minha opinião.
E sim, os
Magalhãezitos e os
E-Escolas deveriam vir todos com este sistema - de pequenino é que se torce o pepino.
Já disse o que tinha a dizer, agora já me podem bater!
Abraço!
PS - Desculpem o testamento.