Pois eu não gostaria de ser nem game designer, nem jornalista de videojogos.
Os primeiros arriscam-se a fazer jogos da caca só porque tem melhor hipótese de serem comercialmente viáveis e moderadamente lucrativos.
Não pensem que a trabalhar nisto em Portugal irão ter muitas hipóteses de fazerem um AAA. (Com um bocadinho de sorte escapam-se a fazer jogos para telemóveis...mas daí para cima...)
Assim do pé para a mão, o único português que "conheço" que teve sucesso a produzir jogos, é o mui saudoso Tiago Sousa que trabalha na Crytek (
sim sim, meus amigos, para quem não sabia, o Far Cry e o Crysis tem mãozinha portuguesa no desenvolvimento)
Mas o caso do Tiago foi um
lucky strike mesmo para a altura, até porque o ambiente era favorável (o começo de uma nova e re/evolucionária geração tecnológica), e foi a Crytek que o abordou a ele e não ao contrário.
As coisas a correrem exactamente da mesma forma hoje em dia, e tenho sérias dúvidas de que a história se repetisse.
Já os jornalistas de jogos tem a ingrata tarefa de terem de jogar tudo e mais alguma coisa sem muita escolha na matéria, de empreitada, acabá-los em poucas semanas sem grande hipótese de tirarem gozo prolongado da tarefa, para depois terem a azia de opinar de forma informada e efusiva (positiva ou negativamente), para que o artigo prenda a atenção do leitor ao ponto de os manterem interessados no artigo, de forma a ponderarem a aquisição do numero seguinte.
Isto lá é vida!?
No momento em que a diversão passa a ser um dever e a rotina da qual depende a nossa remuneração e sustento, perde-se grande parte do gosto pela tarefa.
Não há viagens ás E3, e ás GDCs e e outras que tais que compensem as grandes secas que um gajo vai apanhar quando chegar a casa.
Qual a área do desenvolvimento de jogos que interessa?
Que interessa.....ou que interessam a ele?
Se for a primeira, então o trabalho mais sério e duro (e sem dúvida nenhuma o mais bem remunerado...mas também o mais secante...) é na função de programador.
Artistas gráficos 2D e 3D "
quase que se compram ao kilo em qualquer esquina de qualquer parte do mundo", já um bom programador vale o seu peso em ouro, e são quase que "reféns" das empresas que tudo fazem para os manter nos quadros.
Os engenheiros de som costumavam ser os parentes pobres da produção de jogos.
Hoje em dia, numa época onde a alta definição anda de mãos dadas com o som ao mesmo nível, tornaram-se no terceiro vértice do triângulo da produção de jogos.