Eu sou dos que não nota muita diferença entre amplificadores de potência - já tenho uma boa dose de aparelhos que por aqui passaram, mais recentemente até alguns em simultâneo. Onde noto muita diferença é na pre-amplificação (seja em pre-amplificadores separados, como na etapa de pre-amplificação).
E é precisamente na pre-amplificação dos receivers onde a porca torce o rabo - é que (quase) todos eles funcionam no "meio digital", ou seja, mesmo quando recebem sinal analógico, passa por um ADC e sai depois pelo DAC para a etapa de amplificação - mesmo com os Pure Direct, todos (ou quase todos) fazem isso... o pure direct (ou nomes semelhantes) apenas fazem bypass do circuito de processamento. Como o volume é sempre controlado no "meio digital", não há volta a dar.
Ora nas gamas mais baixas de receivers, os DACs e ADCs utilizados (assim como quase tudo o resto) são muito fraquinhos.
Posso dar o exemplo do meu Denon 4311, que é tudo menos fraco e considero já ter um som bem bom (e potência que não acaba).
Face a um Audiolab 8000A, o Denon tem melhor som.
Liguei um power Denon POA-3200 (120Wx2, construção dual mono) e o som era exatamente igual ao 4311 sozinho.
Liguei depois o POA-3200 ao meu DAC/PRE Beresford Cayman SEG, e os resultados já foram outros, o 4311 ficou um pouco atrás.
Mas hoje testei um Sony TA-FA30ES (um dos últimos aplificadores stereo da gama ES da Sony, o menos potente deles, com "apenas" 80Wx2) e a performance dele deixou o Denon 4311 para trás. A "autoridade" com que o mesmo pegou nas Silver 8 foi impressionante. Só tenho pena que este Sony não tenha HT bypass, pois ficaria aqui no sistema da sala.
Já agora e a título de conclusão, fiz há pouco tempo também uma comparação de power amps, entre o Denon POA-3200, um Sony TA-N55ES e um Rotel RB-970BX, e achei-os todos iguais, pelo menos com as colunas com que os testei (B&W CM2). Provavelmente com as Silver 8, o Rotel começaria a revelar-se curto e que os seus 60Wx2 ficariam para trás quando comparados com os 120Wx2 do Denon ou os 110Wx2 do Sony.