Ainda equacionei se valia a pena meter isto ou no topico da Definitive Edition,mas verdade seja dita ainda foi baseado nalguns posts aqui desta thread que se fez umas luzes enquanto que eu jogava, logo deixo isto aqui.
Começando pela historia,é francamente directa. Não que isso seja mau,é apenas uma observação. É o clássico dueto traição/vingança. Há um certo cunho sobrenatural com a ideia do Outsider e a maneira como ele parece estar a jogar um jogo com as marcas/poderes que ele dá a nós e pessoas como o Daud,mas de grosso modo é basicamente nós a tentarmos reverter um golpe de estado através de alguns assassinatos selectivos(embora com um ou outro twist da praxe). E para o jogo não ser muito frio, nós temos uma relação pessoal ao Imperatriz e à Emily(um tipo fica com a impressão que a Emily é filha do Corvo,mas nunca há algo 100% claro e ainda não joguei o 2).
Em termos do mundo em si,gostei de feel steampunk. Ver coisas tão arcaicas como o oleo de baleia ser a fonte de energia principal contraposto com as invenções do Sokolov.
No que toca a personagens,tenho pena de o Corvo não ter um voice actor. Acho que a ideia do protagonista silencioso só funciona se o personagem em si for mudo ou houver uma razão solida para ele não falar e isso for incorporado na historia. E mesmo assim é esticar a corda. Ok, ele ainda tem algum dialogo na forma de texto,mas é algo muito básico.O unico substituto decente em termos de comunicação através de texto seria algo como as conversas quase completas que apanhavamos no Fallout 3 e New Vegas. É que a caracterização dele que recebemos do dialogo de outros personagens faz-lo parecer interessante,mas falta o ultimo passo. Felizmente já mudaram issso no 2 e ele já tem voice actor com dialogo.
De resto, gosto da maioria dos personagens. Dos nosso aliados o destaque vai para a Emily e a Calista. Não é que o Piero,Sokolov e outros não sejam interessantes,mas elas são basicamente a ligação emocional que temos. A Emily é quase(ou totalmente) uma filha, e a Calista partilha a mesma devoção pelo bem da Emily que o Corvo.
A malta da conspiração é de grosso modo desprezível,embora haja o ocasional inocente em que ficamos a pensar que é uma pena não arranjar uma forma menos negativa de lidar com eles.
O Outsider é um tipo estranho. Ele parece estar a jogar um jogo ao dar Void Powers a diferentes pessoas,mas não parece que haja um padrão. E quando ele sente o equilíbrio de poder a mudar, ele decide introduzir algum caos na equação.
Já o Daud,é uma figura complexa. Eu não vou dizer que ele é tragico,porque o tipo era um assassino por dinheiro sem dó nem piedade,mas a volta que as coisas dão depois do que ele faz no inicio do jogo e se metermos os dlcs à mistura,é interessante para dizer um mínimo. Antes dos eventos do inicio do jogo ele é claramente um vilão, mas depois do que acontece na intro e nos dlcs, ele torna-se uma espécie de anti-vilão.
Já gameplay,é uma mistura de Thief e Deus Ex. Em termos de stealth a mecânica de detecção é na base do campo de visão e alcance do som,embora eu tenha notado que os tipos vêm um bocado bem demais no escuro para o meu gosto. Mas o que dá toda uma nova vida que um Thief não tem são os Void Powers.Teleportação,possessão,entre outros. Tudo isto dá uma vida nova ao estilo do jogo.
Isso e uma variedade de tipos de inimigos e maquinaria que podemos influenciar também influencia o valor do jogo como experiencia.
O facto de eles terem permitido abordagens não letais a alvos também é algo que eu gostei de ver. Mesmo alvos que em outros jogos teriam de ser mortos(exemplo que me vem à cabeça é o Deus Ex:Human Revolution),eles aqui arranjaram maneiras de justificar a sua possível sobrevivência.
Uma coisa interessante que também pode ser considerado gameplaypor arrasto é o Chaos sistem.Basicamente o mundo vai mudando consoante a nossa agressividade(mortes causadas). Dito isso eu tenho algumas duvidas acerca de como o sistema funciona. Houve ali umas alturas em que eu fui bem sangrento e não vi o chaos meter a aumentar.
Em termos de gráficos e som,isto vai depender muito de gostos pessoais,mais até que em casos normais.
Em termos de gráficos,o art style é cell shade-esco, o que para alguma malta já um problema em coisas como o Borderlands. Eu pessoalmente não tenho problemas nenhuns com isso, o ainda tenho belas memorias do XIII. Posto muito friamente, o jogo não é lindo mas também não fere os olhos.
Já musica,de grosso modo gostei mas não ouve assim nada que me cativasse tanto que eu sentisse necessidade de procurar-la no youtube. Efeitos sonoros foram bons.
Saquei para aí metade dos achievementsEm termos de replayability, isto tem muito sumo para oferecer,indo para lá dos achievements. Há muitas maneiras de jogar. Para lá de lethal vs non lethal, também podemos fazer poderes vs sem poderes,entre outros.Isso e também há multiplos side objectives com alguma influencia na historia.Não é um jogo novo,mas sempre dá mais razão para voltar.
Em suma,fiz bem em apostar nisto. Boa gameplay,boa escrita e bom mundo. Estou de olho no Dishonored 2 e no Prey baseado na minha experiencia com este jogo.A Arkane ganhou um fã.