Distros linux mais usadas em empresas

Supondo que quero começar a estudar distros mais usadas para poder deserascar-me melhor caso alguma empresa necessite que eu faça manutençao em linux,basta estudar por exemplo red hat ou vária muito de distro para distro?


O mundo das distribuições de linux está dividido basicamente em duas classes: baseadas em Red Hat e baseadas em Debian. Depois disso, e apesar da generalização, todas as distribuições relevantes não passam de derivados delas. Ou seja, estudas essas duas e é garantido que te safes com todas.

Entre a Debian e a Red Hat, a Debian é uma distribuição ideologicamente pura enquanto que a Red Hat é a distribuição que de longe tem maior implementação no mercado, se bem que acenta quase exclusivamente nos servidores. Para te dar uma ideia, a Red Hat anunciou movimentação de capital na ordem dos 4 biliões de dollars enquanto que o competidor mais próximo, a Novel, cujo negócio não acenta exclusivamente em linux, anunciou 2 biliões.

Convém referir que hoje em dia a Ubuntu, que é uma derivada bem próxima da Debian, chega a ter um maior destaque que a própria Debian, se bem que o foco dela é o computador de secretária. Tem também um suporte muito jeitoso de clientes finos, uma maravilha quer em termos de custos de operação como também de facilidade de gestão.

Por isso, e com base no que disse até aqui, aconselho-te a começares pelo Red Hat e só depois olhares para o Ubuntu. Se, depois de dominares essas, sentires ainda alguma curiosidade então escolhe uma qualquer ao calhas. Não há muitos motivos para olhares para outras distribuições se o teu objectivo é utilização profissional.
 
Ora dá lá aí uma meia dúzia de exemplos de aplicações (que não sejam front-ends do tipo linuxconf), sff.
Menciono-te uma série de aplicações de O&M de redes e de por exemplo sistemas VoIP.

Mais uma vez lá está, a maioria do pessoal fala do conhecimento que tem, que se limita aos testes em casa e/ou empresas de pequena dimensão ou não especializadas. Não que seja mal, nem que não devam ter opinião, mas desconhecem uma parte do mercado que é a das empresas de alguma dimensão e que, acreditem, são um mundo completamente diferente.
 
Quando se é bom naquilo que se faz, não ser uma empresa não é problemático. Aliás, há empresas que contratam esses freelancers (out-sourcing) para dar assistência aos seus clientes. Depende da qualidade do 'bicho' :-)

Isso não tem muito a ver com ser-se bom ou não. Tem mais a ver com ser-se competente e estar disponível. O panorama económico português é dominado por PMEs, onde predomina o patrão inculto e ignorante que sempre fez as coisas duma maneira e não quer mudar. Quando essas empresas decidem "informatizar-se" ou os computadores que tem começam a dar demasiados problemas então, em vez de pagar balúrdios às empresas que tratam dessas coisas, preferem chamar um tipo qualquer para apagar fogos. É uma atitude igual à dos pais/tios/primos que preferem chamar o conhecido que tem umas luzes de computadores para lhe espetarem um anti-virus em vez de levarem o computador à loja.

O triste é que não deixam de ter razão. Geralmente quando essas PMEs contactam uma empresa para tratar dos problemas da infraestrutura informática então as empresas cravam a unha e/ou insistem em contratos dispendiosos de manutenção a longo prazo.

P.S.: já falei uma vez com um "patrão" duma PME e, ao perguntar-lhe pela informatização da empresa, ele respondeu: "computadores? isso não é para mim. Quando eu reformar-me vocês podem pensar nisso. Enquanto estiver aqui estamos muito bem sem isso." Isso foi dito em 2006.
 
O que interessam são SLA's e pouco mais... e mtas empresas nem sabem o que é isso... e as que sabem não conseguem cumprir com exigências de por exemplo de 4 horas de resolução...

E se pensarem que 4 horas é pouco e existem poucas coisa que não se resolve em 4 horas digo pra por exemplo imaginares uma estrutura com 300 ou 400 frontends em postfix com ldap que subitamente deixam de processar mail... fizeste um restart aos frontends mas continuas sem receber..... e depois é onde o azar te levar...
Os comerciais da empresa onde eu trabalho têm a mania dos 5 9's. Coisa um bocado difícil porque os equipamentos da solução têm coisas da ordem de 99.95%. O pessoal manda-lhes as descrições técnicas e os gajos toca de botar 9's naquilo :lol:
 
Menciono-te uma série de aplicações de O&M de redes e de por exemplo sistemas VoIP.
OK, venham de lá essas aplicações (free/open source, porque proprietárias eu sei que existem) que só bulem em algumas distros.

Mais uma vez lá está, a maioria do pessoal fala do conhecimento que tem, que se limita aos testes em casa e/ou empresas de pequena dimensão ou não especializadas. Não que seja mal, nem que não devam ter opinião, mas desconhecem uma parte do mercado que é a das empresas de alguma dimensão e que, acreditem, são um mundo completamente diferente.
Isso é verdade: cada um vê e interpreta o mundo consoante a sua limitada experiência. Trabalhar numa micro ou pequena empresa dá-te uma experiência e versatilidade que não adquires quando estás numa empresa de 'alguma dimensão', onde há maior especialização dos assalariados.
Ambas as experiências condicionam a interpretação que cada um faz do mundo e ajudam a moldar a sua opinião sobre os outros e suas relações com eles.
Esta conversa é para te dizer que o tecido empersarial - privado - português é composto por 97% de MPMEs, que representam 65% do total da mão de obra privada e, em média, estas empresas têm 5 trabalhadores. Por conseguinte, é esta realidade - com todos os reflexos nos planos sociais e psicológicos individuais e comuns - que impera actualmente no nosso país.
Ou seja, o facto de teres a percepção que as "empresas de alguma dimensão (...) são um mundo completamente diferente" é reflexo da tua posição actual nesse mesmo mundo: julgas que, por teres um papel social activo numa empresa de 'alguma dimensão', terás uma experiência profissional também de 'alguma dimensão'. E isso, em certa medida, corresponde à realidade.
4 exemplos: um assalariado numa MPME tem maiores dificuldades de valorização profissional do que um assalariado numa empresa de 'alguma dimensão'; um trabalhador de uma MPME não tem a espcialização, nem o tempo socialmente necessário, para se especializar que tem o trabalhador de uma empresa de 'alguma dimensão'; um trabalhador de uma MPME recebe menos ao fim do mês que um trabalhador de uma empresa de 'alguma dimensão'; numa MPME há menos desperdício de recursos - humanos, materiais e financeiros - do que numa empresa de 'alguma dimensão'. Esta realidade molda inquestionavelmente a visão de cada um sobre si próprio e, principalmente, sobre os outros.

Decorrente da minha actividade profissional, lido pessoal e regularmente (como fornecedor e como cliente) com empresários e trabalhadores de MPMEs, empresas de 'alguma dimensão' e multinacionais, privadas, públicas e mistas; conheço relativamente as diferentes realidades e problemas em cada um destes tipos de organizações, as suas formas de pensar e resolver problemas, os recursos que têm ou não disponíveis, as suas necessidades e possibilidades.
Ligando esta conversa ao tema original 'Distros linux mais usadas em empresas', sou da opinião que as distros mais usadas em empresas de 'alguma dimensão' são aquelas cujo marketing é mais agressivo e aliciante e que fazem circular mais capital. Não que sejam distribuições qualitativamente superiores às restantes, simplesmente têm maiores investimentos em publicidade, em I&D e em suporte ao cliente. No mundo Linux existe - como em tudo - muita publicidade e buzzwords dirigidas especificamente a decisores de empresas de 'alguma dimensão', que tomam essa publicidade como o 'estado da arte' no negócio e decidem de acordo com a música que melhor lhes soa: o que conhecem é o que lhes é vendido (como acontece com todos nós).
O pessoal manda-lhes as descrições técnicas e os gajos toca de botar 9's naquilo
É exactamente o mesmo que os comerciais das outras empresas fazem aos decisores das empresas de 'alguma dimensão'. Enfim, é o nosso mundo.

greatbunzinni:
O panorama económico português é dominado por PMEs, onde predomina o patrão inculto e ignorante que sempre fez as coisas duma maneira e não quer mudar.
Patrões incultos e ignorantes não são um exclusivo das PMEs, são uma realidade em todos os tipos de empresa. Mais: essa ignorância não é exclusiva de quem manda, também afecta aqueles que são mandados.

O que acontece em muitas micro e pequenas empresas é que o gerente tem de decidir entre comprar um computador ou pagar um salário (que até pode ser o dele); entre modernizar a empresa ou ter dinheiro para comer; entre informatizar-se ou ficar no desemprego (sem subsídio). Conheço alguns que fazem significativos sacrifícios pessoais para conseguirem manter a empresa em funcionamento. Também conheço alguns que são autênticas bestas, que toda a vida esmifraram os seus clientes apenas para terem os seus barcos e casas de luxo.

greatbunzinni:
O mundo das distribuições de linux está dividido basicamente em duas classes: baseadas em Red Hat e baseadas em Debian.
hum... essa divisão é um pouco tendenciosa. Ora qui fica a 'timeline' das distribuições Linux: http://futurist.se/gldt/gldt76.png Se reparares, são 3, e não 2, os grandes eixos do desenvolvimento inicial das distribuições Linux.

Não há muitos motivos para olhares para outras distribuições se o teu objectivo é utilização profissional.
Aí está um exemplo de que os 'mandados' também podem ser 'incultos e ignorantes'. Há todos os motivos para olhares para distribuições que saltem fora da órbita da grande circulação comercial. Há soluções diferentes para problemas comuns. Quanto mais conheceres, mais ferramentas tens para resolver os problemas (velhos e novos) que te saltarem ao caminho. O que eu diria seria: não vale a pena perderes muito tempo com: 1) distribuições que já não existem; 2) distribuições 'brincalhonas' - isto é, aquelas que foram feitas para ocupar o tempo livre -, e 3) distribuições dirigidas especificamente a determinados nichos - tipo multimédia, segurança, jogos, etc - porque mais não fazem que seleccionar software e dar-lhes um embrulho apropriado.
 
Última edição:
Patrões incultos e ignorantes não são um exclusivo das PMEs, são uma realidade em todos os tipos de empresa. Mais: essa ignorância não é exclusiva de quem manda, também afecta aqueles que são mandados.

O que acontece em muitas micro e pequenas empresas é que o gerente tem de decidir entre comprar um computador ou pagar um salário (que até pode ser o dele); entre modernizar a empresa ou ter dinheiro para comer; entre informatizar-se ou ficar no desemprego (sem subsídio). Conheço alguns que fazem significativos sacrifícios pessoais para conseguirem manter a empresa em funcionamento. Também conheço alguns que são autênticas bestas, que toda a vida esmifraram os seus clientes apenas para terem os seus barcos e casas de luxo.
No meu caso não tinha nada a ver com falta de recursos. A empresa tinha facturação suficiente para o dono ter um apartamento e uma vivenda no Algarve e para comprar carros comerciais a pronto. No entanto o tipo insistia em fazer gestão de logística a caderno e lápis.

hum... essa divisão é um pouco tendenciosa. Ora qui fica a 'timeline' das distribuições Linux: http://futurist.se/gldt/gldt76.png Se reparares, são 3, e não 2, os grandes eixos do desenvolvimento inicial das distribuições Linux.
Se quiseres falar em linux para uso profissional então na realidade não há 3 eixos mas sim 2. Se cometeres o erro de considerar em termos práticos a SUSE como derivada da slackware então podias seguir por aí. No entanto a SUSE já adoptou/absorveu/copiou tanta coisa da Red Hat que só se pode falar na sua descendência de Slackware em jeito de curiosidade histórica.

Depois, é preciso ter a noção que, para implementação como ferramenta profissional, há necessidades fundamentais e requisitos que simplesmente não colam. Por exemplo, ninguém mentalmente são pensa em adoptar o gentoo para uma solução empresarial. Outro caso, podes querer adoptar a "ti zé distro 2000" como a distribuição de referência para uma empresa mas o que acontece é que depois o ti zé não consegue manter os pacotes actualizados e desenvolver mais funcionalidade. No entanto, as distribuições de peso conseguem isso melhor que ninguém. É uma questão de delegação de funções e volume de mão-de-obra.


Aí está um exemplo de que os 'mandados' também podem ser 'incultos e ignorantes'. Há todos os motivos para olhares para distribuições que saltem fora da órbita da grande circulação comercial. Há soluções diferentes para problemas comuns. Quanto mais conheceres, mais ferramentas tens para resolver os problemas (velhos e novos) que te saltarem ao caminho. O que eu diria seria: não vale a pena perderes muito tempo com: 1) distribuições que já não existem; 2) distribuições 'brincalhonas' - isto é, aquelas que foram feitas para ocupar o tempo livre -, e 3) distribuições dirigidas especificamente a determinados nichos - tipo multimédia, segurança, jogos, etc - porque mais não fazem que seleccionar software e dar-lhes um embrulho apropriado.

Ora aqui demonstas que perdeste a perspectiva do assunto. É óbvio e inegável que o melhor ponto de partida são as distribuições que melhor se adaptam para o uso profissional. Se depois de dominares essas tu sentires curiosidade em experimentar a "ti zé distro 2000" então estás livre disso. No entanto, a ideia de olhar para tudo excepto as fundamentais para começar a aprender a implementar soluções profissionais não é nada senão uma patetice. Ou será que achas que faz sentido insistires em espetar com uma brincadeira baseada em vector linux ou damn small linux como solução de ambiente de secretária para um escritório de 50 postos? Seria idiota.
 
Se quiseres falar em linux para uso profissional então na realidade não há 3 eixos mas sim 2.
Qual deixas de fora? Red Hat ou Debian? ;-)
Eu não gosto de me queixar das distribuições Linux, uma vez que todas (umas mais que outras) dão um contributo inestimável ao Software Livre. Mas a verdade é que já tive dores de cabeça e perdi dias de trabalho com bugs que a Red Hat introduz - com os seus patches ou a não incorporação de patches dos 'fabricantes' ou ainda a desactualização de software - em aplicações fundamentais (para a minha actividade) como o Perl, o Apache e o PostgreSQL.

Eu compreendo a tua posição: provavelmente utilizas na empresa software proprietário licenciado e com suporte comercial para <your_distro>. Sobre isso nem me pronuncio.
A verdade é que a Red Hat tem uma capacidade extraordinária de promover os seus produtos como nenhuma outra distribuição tem. Isso não faz dessa distro a melhor para o mundo empresarial (no meu caso, faz dela uma das piores). Eventualmente será a melhor para determinados segmentos, com necessidades aplicacionais muito específicas.
Isto de estarmos para aqui com generalizações é muito engraçado, mas não nos leva a parte alguma. Sem conhecer as necessidades não sou capaz de dizer qual a distribuição Linux mais indicada para uma determinada empresa.

Depois, é preciso ter a noção que, para implementação como ferramenta profissional, há necessidades fundamentais e requisitos que simplesmente não colam. Por exemplo, ninguém mentalmente são pensa em adoptar o gentoo para uma solução empresarial. Outro caso, podes querer adoptar a "ti zé distro 2000" como a distribuição de referência para uma empresa mas o que acontece é que depois o ti zé não consegue manter os pacotes actualizados e desenvolver mais funcionalidade. No entanto, as distribuições de peso conseguem isso melhor que ninguém. É uma questão de delegação de funções e volume de mão-de-obra.
Totalmente de acordo! Digo mesmo mais: se nem as tuas 'distribuições de peso' conseguem manter o software actualizado como é que a "ti zé distro 2000" o consegue. É por isso que uso, recomendo (quase sempre) e dou suporte a empresas com Slackware Linux (fica a publicidade :-) ).
É evidente que não sou parvo de todo: se existe uma necessidade imperiosa de, por exemplo, meter Oracle (vá-se lá saber porque carga de água...) o Slackware não será a distribuição mais indicada. Nesses casos recomendo que requisitem os serviços a outra empresa. Assim como recomendo os serviços de empresas que dão suporte a Windows, quando percebo que determinados requisitos a isso obrigam.

No entanto o tipo insistia em fazer gestão de logística a caderno e lápis.
Cada um sabe do seu negócio. Quando se trabalha muito tempo de determinada forma e essa forma persiste em mostrar resultados positivos, a necessidade de mudança tem de ser muito bem fundamentada. Caso contrário, andamos a 'vender' informática para resolver problemas que não existem. Essa 'venda' da necessidade de mudar é muito mais facilitada quando se demonstra por A+B que adoptando outras técnicas se pode, no mínimo, duplicar o capital a médio prazo. Muitas vezes não conseguimos é demonstrar isso com facilidade. A dificuldade é sempre de quem vende, não de quem não compra :-)
 
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