Folding@Home – Ajuda uma causa!
Hoje em dia os computadores são quase essenciais na nossa rotina diária pois possibilitam realizar inúmeras operações com grande rapidez. Enquanto ligado, em média, um computador utiliza apenas uma ínfima percentagem da sua capacidade de processamento. A computação distribuída tem vindo a ser utilizada há alguns anos com a finalidade de aproveitar a capacidade de processamento não utilizada por milhares de computadores de todo o mundo em prol de diversas investigações, desde a procura de vida extra-terrestre até à meteorologia. Ultimamente, o projecto Folding@Home tem-se destacado pela sua seriedade, pelo seu fim e pelos seus resultados.
O Folding@Home é um projecto da Universidade de Stanford (EUA) com o objectivo de compreender o “enrolamento” (“folding”) das proteínas, a agregação de proteínas e doenças relacionadas.
As proteínas são máquinas espantosas que se “enrolam” a si mesmas depois de serem formadas, de modo a adquirirem uma forma específica que lhes confere a capacidade de exercer determinada função. Esta etapa da sua formação, apesar de crítica e fundamental para toda a biologia, é ainda um mistério. Acredita-se que muitas doenças como Alzheimer, fibrose quística, BSE (doença das vacas loucas), uma forma hereditária de enfisema e até muitos tipos cancros são provocadas pela má formação das proteínas na referida etapa.
Uma dos motivos da dificuldade em entender o “enrolamento” das proteínas reside no facto deste demorar, na maioria dos casos, apenas 10.000 nanosegundos (1 ns = 1/1.000.000.000 s). Apesar deste intervalo de tempo ser insignificante para nós, simular 1 nanosegundo do processo de formação de uma proteína num computador demora 1 dia. Ou seja, seriam necessários 30 anos para simular uma única formação.
Deste modo, a solução para simular estes processos em tempo útil passa por distribuir os esforços por milhões de computadores.
O Folding@Home disponibiliza o software necessário para que qualquer pessoa com um computador e uma ligação à Internet possa contribuir e ajudar. O software, chamado cliente, está disponível em três tipos – modo texto, modo gráfico e screensaver –, para Windows 98 ou superior, Linux e Mac OS X. Depois de instalado e configurado, o software faz o download de uma unidade de trabalho (WU), processa-a e envia os resultados da simulação de volta. O site oficial do projecto fornece ainda diversa informação científica (
http://folding.stanford.edu).
Este projecto conta também com uma componente lúdica, a competição. Cada unidade de trabalho vale pontos que são acumulados e associados ao nome de cada pessoa e à equipa a que pertence. Embora seja possível contribuir anonimamente e não pertencer a uma equipa, esta competição saudável anima o espírito de contribuição.
O nosso país é representado no Folding@Home por diversas equipas, mas a mais preponderante é sem dúvida a equipa número 35271, Portugal@Folding. Fundada a 24 de Janeiro de 2004, esta equipa esteve mais de um ano a trabalhar arduamente com o objectivo de entrar no Top 100 mundial. A proeza foi conseguida há algumas semanas, com crescimento radical da equipa que se tem acentuado devido à promoção desta e do projecto em sites e revistas de informática nacionais. Mais recentemente, a equipa orgulhou-se pela reportagem que lhe foi dedicada no Jornal da Noite da SIC. Com quase 500 membros inscritos e quase 300 activos, a equipa continua a crescer rapidamente e a ser cada vez mais promovida. A equipa possui um site (
www.portugalfolding.com) com toda a informação e documentação necessária para quem desejar contribuir, assim como com um fórum, incorporado no conhecido fórum comunitário techzonept.com, com pessoas sempre dispostas a ajudar em caso de qualquer dúvida.
O Folding@Home é um projecto ambicioso que conta já com uma série de resultados positivos e que espera pela ajuda de todos, para que todos juntos consigamos contribuir para um mundo melhor!
Ajuda esta causa!