Se esta é a tua 2a tentativa acho que está optimo
É a minha 2.ª tentativa para a via láctea e a 3.ª de astro fotografia.
A primeira vez de astro foi quando tentei tirar ao cometa… Fui para um sitio que eu pensaria que seria escuro o suficiente. O sitio até era escuro, o pior é que estava pertinho de uma cidade grande e obviamente que lixou tudo… O cometa mal se via, aliás não se via a olho nu. O sitio era classe 5 e o resultado foi este:
C/2020 F3 Neowise Comet by
Nuno Silva, no Flickr
Depois tentei ver um local mais escuro ainda que relativamente próximo de casa com o objetivo de apanhar as perseidas e a via láctea. Andei a fazer scounting no Google maps e tal e pensei que tinha encontrado um local porreiro. Classe 4 desta vez, longe de grandes cidades, no topo do monte Com uma boa composição pois teria a via láctea a aparecer por cima de uma capela. Cheguei lá cedo, preparei as coisas, preparei a composição… Ao ficar noite acenderam um holofote gigante apontado para a capela… O que estragou praticamente tudo. Além disso, no horizonte haviam várias povoações que apesar de relativamente pequenas estragavam tudo. Em desespero ainda tentei ir para trás de um penedo e sacar uma única exposição da via láctea mas não saiu nada de jeito como se pode ver:
Night Sky by
Nuno Silva, no Flickr
Desta vez, tive a oportunidade de vir para o alto Alentejo e tentei aproveitar para sacar uma foto da via láctea como deve ser. O objetivo principal era, foto da via láctea. Não queria saber da composição. Tendo em conta as experiências passadas, procurei o sitio mais escuro possível na zona. Tive alguma sorte em arranjar uma zona classe 3 relativamente perto. A uns 15 minutos de carro de onde eu estava. Apesar de existirem algumas povoações nas proximidades, e isso notar-se perfeitamente no brilho laranja no horizonte da foto, consegui sacar uma foto que eu acho decente.
Via Láctea by
Nuno Silva, no Flickr
A composição até acabou por ficar decente também, mesmo não tendo pensado nela à partida. O Alentejo é fantástico para landscape. Não sei se é por eu ser do norte e não estar habituado a estas paisagens, mas para mim, as planícies alentejanas pejadas de sobreiros, ou umas casinhas de longe a longe, dão composições muito boas. Infelizmente ainda não tive a oportunidade de parar o carro e tirar umas fotos decentes a isto eheheh.
Voltando ao assunto da via láctea. O que aprendi disto tudo é: Precisas mesmo de um local escuro. Classe 3 deve ser o mínimo para obter bons resultados. Talvez em classe 4 também se consiga, mas é preciso ter muito cuidado com a direção da via láctea. Isto é, o horizonte conta muito. Por exemplo, na minha 2.ª tentativa aqui descrita, se o núcleo da via láctea fosse no horizonte oposto, o resultado seria muito melhor. Por isso diria que um bom scouting do local, da luminosidade, do horizonte, é essencial para se conseguir uma foto decente da via lactea.
Depois disso vem o material e a técnica usada. Do que vi, até com uma lente de kit se arranja resultados decentes se se estiver num bom local.
Em termos de técnica, fazer stacking também considero essencial para ter resultados bons quando não se tem uma lente rápida e wide o suficiente para exposições mais longas. Fazer uma exposição para o background mais longa também é algo que melhora o resultado final.
Resumindo: Essencial é mesmo um local o mais escuro possível. Classe 3 acho que é o mínimo para atingir um bom resultado. A partir daí é por a técnica em prática e ter material mais adequado. Isto vai fazer com que o resultado possa ir até muito bom. Diria que para excelente talvez tenhas que ir para um classe 2. Fazer stacking também não é nada difícil de se fazer. É só usar um intervalometro e esperar. No fim usar o sequator para juntar. Diria que o mais difícil é encontrar uma boa noite num bom local para tirar a foto.
PS: quando falo das classes, falo do Brotle que aparece neste site:
https://www.lightpollutionmap.info são dados de 2015. Normalmente agora há mais luz infelizmente, mas acho que os dados são suficientes para se escolher um local nos dias de hoje.