Freelancing vs. Contrato

Esse que sugeri perdeu alguma qualidade nos últimos tempos. Inicialmente abordava o processo criativo dos projectos que lhe eram adjudicados, expunha temas de interesse para quem trabalha na área, relatava as experiências enquanto freelancer, mas ultimamente tem muito material para "encher chouriços".

Pois. Eu já vi pessoal desta área que tem site de portfólio e depois o blog completamente à parte em outro domínio até. Esta abordagem um pouco mais radical poderá fazer algum sentido pois o blog para mim é algo que pode fazer sentido explorar comercialmente (publicidade)...ainda assim, eu acho que, por exemplo, no meu caso, poderia falar sobre tendências de UI Design, tendências e limitações técnicas de dispositivos (smartphones, tablets, etc), de bons exemplos/projectos de UI, do freelance lifestyle, partilhar freebies de PS, recomendar livros dentro da área, quando houvesse um trabalho mais extenso falar um pouco em estilo de "case study"...enfim, afinal o site é sobre mim e sobre o meu trabalho, portanto eventualmente faria sentido explorar isso nessa vertente, nunca fugindo do facto de que teria de estar relacionado com o que faço como é óbvio. O que eu não queria era que o blog retirasse importância ao que é importante, que é a componente de portfólio...e é isso que eu vejo acontecer na maioria dos sites de portfólio que tem blog associado, a componente de blog acaba por se sobrepôr à componente de portfólio que deve ser o objectivo primordial de qualquer website de portfólio.

Já agora, um exemplo que considero perfeito em termos de integração portfolio/blog. 5*. É isto :)
 
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@Michael, também gosto muito desse formato, até é algo desse género que tenho nos meus planos fazer. :) Case Studies também acho extremamente importante, mas para isso convém ter projectos sólidos para mostrar coisa que para já ainda não tenho.
 
@Michael, também gosto muito desse formato, até é algo desse género que tenho nos meus planos fazer. :) Case Studies também acho extremamente importante, mas para isso convém ter projectos sólidos para mostrar coisa que para já ainda não tenho.

Obrigado pelo feedback edumicro. :) Pois, eu acho que vou mesmo por aqui. Quando referes projectos sólidos queres dizer o quê especificamente? Projectos completos?
 
Eu com projectos sólidos quero dizer algo devidamente estruturado e bem pensado, com explicação do conceito, visão, desenvolvimento do projecto e o porquê de a versão final ser melhor, não os casuais trabalhos que vou colocando que na sua maioria é apenas uma preview da homepage e algumas páginas anteriores, basicamente uma mistura de blog com portfolio. No fundo é um case studie que por sua vez dá um outro ar a qualquer portfólio e potenciará o mesmo. Mas para isso preciso de um volume de trabalhos unicos e diferenciados pois tenho o meu portfolio algo outdated, e tenho depois criar um website para colocar esses projectos.
 
Ah, ok, já entendi onde queres chegar. No fundo um case study é algo que vês como a explicação do processo e não tanto o projecto final em si. Sim, faz sentido. O problema é que pelo menos eu, quando estou a gostar de fazer algo, nunca me lembro de ir tirando registos para fazer o "Making of" depois :D Mas sim, todas as pessoas gostam de histórias, e contar uma história como faz, por exemplo, a fantasy interactive é algo muito engraçado de se acompanhar depois :)
 
Isso só vai alimentar mais a utilização dos recibos transparentes. Daqueles que não se vêm.

lol. Ainda me ri um pouco com isto. :) Falando de impostos e de facturações, a um freelancer pode compensar constituír uma empresa (lda ou unipessoal, lda) para estar legal. Eu, pelos serviços de freelancing, vou ter a opção de passar recibos verdes ou passar factura pela empresa e, à partida e ainda não tendo feito bem as contas, vou optar por facturar tudo pela empresa e não pelos recibos verdes...
 
lda ou unipessoal como funciona com a segurança social? Nos recibos verdes tens que andar a abrir e fechar atividade constantemente para não teres que pagar segurança social nos meses que nao trabalhas. COmo é que funciona a lda ou unipessoal se tiveres 2 meses sem trabalho? Pagas na mesma?
 
Bem só agora me deparei com este topic. Só para partilhar um pouco a minha experiência, eu tendo formação em arquitectura, desde 2008 que sou freelancer, em especial na area de arquitectura. Mas nos ultimos 2 anos tenho tentado fugir um pouco dessa vertente, e neste momento já faço alguns trabalhos de video, pos-produção, pack shot, entre outras coisas.

No ultimo ano tenho o meu volume de trabalho tem aumentado bastante, principalmente porque, quando ganhei consciencia que a crise ia dar cabo do nosso mercado, "atirei-me à bruta" para o mercado internacional, e neste momento posso dizer que 90% da minha faturação vem de fora de Portugal.



Como o Foxy (ou a foxy não sei... desculpa), por agora que o IRS vai aumentar bastante, também procuro saber se de facto existem vantagens em formar uma unipessoal.
 
lda ou unipessoal como funciona com a segurança social? Nos recibos verdes tens que andar a abrir e fechar atividade constantemente para não teres que pagar segurança social nos meses que nao trabalhas. COmo é que funciona a lda ou unipessoal se tiveres 2 meses sem trabalho? Pagas na mesma?

Como o Foxy (ou a foxy não sei... desculpa), por agora que o IRS vai aumentar bastante, também procuro saber se de facto existem vantagens em formar uma unipessoal.

Tentando responder aos dois, com uma .lda ou unipessoal, lda. as coisas são um pouco mais sérias. Não se pode andar a abrir e a fechar actividade constantemente para evitar o pagamento da TSU quando não há ou há menos trabalho. Na prática se abrires uma empresa, ela tem de ter contabilidade organizada e tu passas a ser funcionário da empresa (em termos legais és funcionário por conta de outrém). Na prática o que acontece é que tens de pagar a tua parte de trabalhador da TSU e também a parte da empresa e isso não se pode interromper já que a empresa é legalmente obrigada a ter pelo menos um funcionário a ganhar o salário mínimo nacional. Vou dar um exemplo com os valores mínimos possíveis para perceberes como isto funciona na prática com empresa constituída:

TSU
- Enquanto trabalhador da empresa, se declarares o salário mínimo nacional (neste momento) vais ganhar 480€
- Como a tua parte é de aproxidamente 11% e a parte da empresa (que na prática também vais pagar já que a empresa és tu) é de aproximadamente 22% vais pagar um total aproximado de 150€/mês de TSU. Dos 480€ brutos que "recebes" de salário, 40€ são relativos à tua contribuição para a TSU (11%) e por conseguinte vão para o estado e passas então a receber de salário na prática cerca de 440€/mês como trabalhador da empresa.

CONTABILIDADE ORGANIZADA
- Como vais passar a ser empresa tens de ter contabilidade organizada que é autenticada por um Contabilista TOC (Técnico Oficial de Contas). Ora, aqui depende do serviço que contrates mas por norma consegues um contabilista por 75 a 200€ por mês.

IRC
- Como empresa vais ter de prestar contas por Imposto de Rendimento Colectivo (IRC). Se nos primeiros 2 anos estás isento de uma coisa chamada "pagamento especial por conta", depois dos primeiros 2 anos de actividade mesmo que não tenhas lucros podes contar que vais ter de pagar 500€ em Março e 500€ em Outubro devido ao pagamento especial por conta. Portanto, e atendendo que estou a manter as coisas no mínimo possível, dividindo 1000€ por 12 meses dá 83€/mês.

SEGUROS E OUTROS IMPOSTOS
- Atendendo a que não queres assegurar equipamentos ou instalações da empresa e que queres mesmo manter as coisas no mínimo, vais ter de ter pelo menos (legalmente obrigatório) um seguro de trabalho para o teu próprio posto de trabalho. O valor depende da tua actividade, mas atendendo que passa por estar ao computador (pouco risco associado) vais ter um valor entre 75€ e 100€ ano para este seguro que como referi é obrigatório. Por volta de Maio ou Junho pagas também um imposto adicional de 75€ relativo ao IES (Informação Empresarial Simplificada). Portanto, vamos a contas mensais: ~85€+75€ = 160/12 = ~13€/mês

CONTAS FINAIS
- Vou somar tudo para teres um noção do que pagarás em valores médios mensais a retirar da empresa o salário mínimo nacional:

150+125+83+13 = 371€/mês

Na prática, portanto, só a partir de 371€/mês é que se começa a ganhar dinheiro, este valor é só para pagar despesas legais como demonstrei acima. Isto atendendo a valores médios e a que a empresa não facture acima de forma a ter que ainda pagar IRC superior aos 1000€ do pagamento especial por conta que és obrigado a pagar mesmo que a empresa dê prejuízo. Estando em contabilidade organizada és obrigado a declarar sempre IVA que tens de pagar de 3 em 3 meses e que é relativo ao trimeste. o IVA é de 23% e nunca deves contar com esse dinheiro já que só vais buscar o que deduzires em despesa ao montante de IVA apurado por trimestre versus despesa efectuada.

Todas estas contas foram feitas atendendo a que declaras e retiras da empresa apenas o SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL. Se quiseres ganhar um salário de 1000€ (por exemplo) tens de ter em conta que a prestação da TSU vai ser muito superior (ver tabelas contributivas) e que portanto o valor médio de despesas mensal vai ser superior aos 371€/mês apurados acima. Quem esteja a pensar constituir-se como empresa é melhor fazer estas contas com o salário que pretende auferir pela empresa para ter uma noção real das despesas mensais legais associadas. Não esquecer que a partir de um certo escalão (de acordo com os novos escalões pelos vistos vai ser em todos) vai haver ainda a retenção na fonte do IRS (novamente ver tabelas relativas a esta questão) que também devem ser tidas em conta como as restantes contas pois é um valor que vais ter que entregar ao estado como todos os que deixei acima e que é obrigatório por lei.

Não esquecer ainda que isto são só contas da empresa. Depois tens de meter o teu IRS como todo e qualquer cidadão normal e terás o montante colectável tendo em conta os salários recebidos pela empresa. Agora é realmente fazer contas e perceber o que é mais vantajoso para o freelancer. Na minha opinião, só vale a pena a um freelancer constituir-se como empresa se realmente tiver rendimentos próximos ou superiores a 2000€+IVA por mês (24.000€+IVA = ~29.500€/Ano). Menos que isso vai ser complicado. Mas é a minha opinião apenas, alguém que seja mais entendido nesta matéria que fique à vontade para contribuir.

No ultimo ano tenho o meu volume de trabalho tem aumentado bastante, principalmente porque, quando ganhei consciencia que a crise ia dar cabo do nosso mercado, "atirei-me à bruta" para o mercado internacional, e neste momento posso dizer que 90% da minha faturação vem de fora de Portugal.

Agora sou eu que gostava de um esclarecimento. :D Podes falar um pouco do processo de como "te atiraste à bruta" ao mercado internacional? Isto é, como começaste o processo e como ainda arranjas trabalho "lá fora" hoje de forma a 90% da tua facturação ser do exterior? Obrigado desde já Dojam.
 
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Comecei a responder a tudo o que anuncios do redes como o behance e odesk. Este último apesar de ter muitos trabalhos em que são extremamente mal pagos, existem por vezes alguns muito bem pagos. Depois também comecei a participar mais ativamente no forum do programa 3D que mais uso (o luxology modo) e arranjei também alguns trabalho por lá. Também contactei alguns colegas de faculdade que trabalham no estrangeiro a saber se tinham necessidade de 3D.

A pouco e pouco fui ganhando uma rede porreira de pessoas que procuram os meus serviços. Neste momento desenvolvo trabalhos para a Noruega, Suiça e estados unidos. Já fiz trabalhos também para o Qatar, para Angola e para UK.

Não sou nenhum cromo, nem expert. Mas pela minha experiencia, hoje em dia existe a web permite uma aproximação dos mercados de trabalho, e se formos dedicados, comunicativos e cumpridores dos prazos e metas, consegue-se desenvolver trabalhos para todo o lado...

Com isto até já viajei à borla para os Estados Unidos e tenho feito alguns amigos ao longo do meu percurso.

Agora a questão dos aumentos brutais de impostos para os recibos verdes está me a deixar preocupado... Tenho que talvez repensar a minha vida. Das duas uma, ou vou trabalhar para o estrangeiro, ou vejo se me compensa ter empresa. Não estou para trabalhar para pagar impostos durante 60% do meu tempo de trabalho, e aumentar os meus preços só porque os impostos em Portugal estão mais altos está fora de questão...
 
Comecei a responder a tudo o que anuncios do redes como o behance e odesk. Este último apesar de ter muitos trabalhos em que são extremamente mal pagos, existem por vezes alguns muito bem pagos. Depois também comecei a participar mais ativamente no forum do programa 3D que mais uso (o luxology modo) e arranjei também alguns trabalho por lá. Também contactei alguns colegas de faculdade que trabalham no estrangeiro a saber se tinham necessidade de 3D.

A pouco e pouco fui ganhando uma rede porreira de pessoas que procuram os meus serviços. Neste momento desenvolvo trabalhos para a Noruega, Suiça e estados unidos. Já fiz trabalhos também para o Qatar, para Angola e para UK.

Não sou nenhum cromo, nem expert. Mas pela minha experiencia, hoje em dia existe a web permite uma aproximação dos mercados de trabalho, e se formos dedicados, comunicativos e cumpridores dos prazos e metas, consegue-se desenvolver trabalhos para todo o lado...

Com isto até já viajei à borla para os Estados Unidos e tenho feito alguns amigos ao longo do meu percurso.

Agora a questão dos aumentos brutais de impostos para os recibos verdes está me a deixar preocupado... Tenho que talvez repensar a minha vida. Das duas uma, ou vou trabalhar para o estrangeiro, ou vejo se me compensa ter empresa. Não estou para trabalhar para pagar impostos durante 60% do meu tempo de trabalho, e aumentar os meus preços só porque os impostos em Portugal estão mais altos está fora de questão...

Dojam, muito obrigado pelo teu feedback. Até que enfim que encontro alguém que afirma por experiência já ter conseguido arranjar trabalhos em plataformas tipo "odesk" e que tem feedback positivo da experiência. Irei definitivamente tentar essa via também já que a considero interessante e com oferta bastante válidas por vezes (pela pesquisa que fiz até ao momento, embora ainda não me tenha registado/tentado em nenhuma). No teu caso tenho de acrescentar uma nota. A questão do IVA para ti não seria relevante (como não deve ser agora a recibos verdes) já que quando se factura para o exterior se está isento de IVA ao abrigo de uma lei de transacções comunitárias...portanto na prática enquanto empresa (tal como agora enquanto trabalhador independente a recibos verdes) não facturas com IVA para os teus clientes no exterior, estes por seu lado também não te pagam o IVA e tu não tens de o entregar ao estado (foi pelo menos isto que me foi dito por alguém ligado à área da contabilidade).

E sim, concordo perfeitamente contigo. Infelizmente como podes ver como empresa também não vai ser nada fácil. Se não "te comem" de um lado, "comem-te" por outro. Este país desmotiva simplesmente as pessoas a serem empreendedoras pela enorme carga de impostos. Com toda a certeza se fizeres as contas vais ver que uma boa fatia (40 a 60% da facturação) directa ou indirectamente vai para o estado se te constituíres como empresa. Infelizmente é para isto que estamos e com esta realidade teríamos negócios e pessoas que seriam viáveis como empreendedores, mas a que o estado com malha tão apertada acaba por sufocar o que culmina na saída desses recursos humanos para outras paragens, não se tirando não só proveito do intelecto dessas pessoas, como elas não dando retorno ao estado português por via do seu trabalho...no meio de tanto optimismo e vontade de "fazer acontecer", não pode deixar de ser reforçada a ideia de que dói muito estarmos legais e sermos sérios no nosso país...
 
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Isso só vai alimentar mais a utilização dos recibos transparentes. Daqueles que não se vêm.
claro que sim. Fora toda as ideologias e politiquice, quem mais cumpre com menos fica, o resto é conversa..

Isto chegou a um ponto, que já praticamente vale tudo. Tanto do estado, como daqueles que lhe fogem.
 
E isso é para manter. Por isso é arranjar alternativas.

Qual é a viabilidade de como empresa, sermos um pingodoce e termos sede num pais mais atractivo a nivel fiscal, mas continuando cá a trabalhar?

michael c, verdade, então com o nivel de desemprego que há, impedir fiscalmente que se tenham biscates ou começar pequenos negócios é incentivar ao desemprego. "Ter um pequeno negocio para quê se pago mais para ter o pequeno negocio do que aquilo que faço por mes?"


Acho que tem a ver:
http://www.youtube.com/watch?v=j7m1FsFfIDc
 
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claro que sim. Fora toda as ideologias e politiquice, quem mais cumpre com menos fica, o resto é conversa..

Isto chegou a um ponto, que já praticamente vale tudo. Tanto do estado, como daqueles que lhe fogem.

Pelos meus valores éticos custa-me bastante dar-te razão...isto vai infelizmente ficar uma selva. Realmente o estado perdeu a noção porque tem que cumprir com as suas obrigações externas e as pessoas/empresas começam em grande maioria a não conseguir de facto acompanhar tudo o que lhe é pedido ao nível de impostos...é complicado. Eu quero muito contribuir para a retoma do meu país pois sei que é agora que ele precisa de mim, mas custa-me muito que grande parte do fruto do meu trabalho vá parar ao estado para pagar as "cowboiadas" de quem em tempos esbanjou o que não podia.

E isso é para manter. Por isso é arranjar alternativas.

Qual é a viabilidade de como empresa, sermos um pingodoce e termos sede num pais mais atractivo a nivel fiscal, mas continuando cá a trabalhar?

Confesso que nunca tinha pensado numa abordagem tão radical...mas realmente a ideia não é má. Contudo não estou a ver como fica a situação a nível de assistência médica por exemplo. O nosso país no dia-a-dia tem a vantagem de ter um custo de vida baixo...por outro lado considero que o que nos pedem a nível de impostos é bastante elevado comparativamente à rentabilidade que se consegue a trabalhar para o mercado nacional. Se realmente houvesse maneira de juntar o útil ao agradável, isto é, morar por cá aproveitando o baixo custo de vida, mas pagando impostos em outro país onde fossem mais baixos, realmente haveria certamente muitos freelancers a fazê-lo (se é que já não fazem).

Mas foxy, isto foi uma questão muito interessante que colocaste em cima da mesa. Não há ninguém mais entendido nestas questões que queira dizer algo sobre isto? A meu ver, e com tudo o que se passa, realmente todos os cenários merecem ser ponderados, e este é bastante válido e pertinente. Aproveito para perguntar também, isto é possível? Se sim, como decorre o processo?

michael c, verdade, então com o nivel de desemprego que há, impedir fiscalmente que se tenham biscates ou começar pequenos negócios é incentivar ao desemprego. "Ter um pequeno negocio para quê se pago mais para ter o pequeno negocio do que aquilo que faço por mes?"

Acho que tem a ver:
http://www.youtube.com/watch?v=j7m1FsFfIDc

Não gosto muito do Medina Carreira, mas ele disse mesmo tudo. E quem tem pequenas empresas e tenta realmente empreender, revê-se no discurso dele nesse vídeo. É que isto do empreendorismo realmente é espectacular e existe agora todo um movimento associado a isto...mas convém analisar bem as coisas e quando se empreende convém mesmo falar com pessoal que já o fez para ouvir o que há a dizer. Não gosto que as pessoas se deixem empurrar apenas pelos factores positivos, gostaria que entendessem que empreender é um risco e que vai atrasar a sua vida pessoal. Se vale a pena ou não, isso cada um é que tem de analisar. No nosso país...cada vez menos.
 
Um dos melhor exemplos de como em Portugal não se consegue fazer nada é o Hugo Guerra, um guru de Nuke, que tentou abrir uma empresa em Portugal e por muito bom que fosse não conseguiu ter êxito... Volto para o UK e agora é Lead compositor na The Mill...

É muito triste de facto, eu pessoalmente não sou pessoa de entrar em esquemas, mas este ano tenho andado a tentar a resolver uma divergência que tenho no meu IRS por causa de uma discrepância no meu IVA, isto porque declarei mais IVA em 2010, de um recibo que a empresa que me pagou só declarou em 2011 e portanto em 2011 paguei menos IVA. Naturalmente quando o estado notou que tinha pago IVA a mais nada fez, nem reembolsos nem avisos, agora como é ao contrário, ando num processo Kafkiano para tentar resolver a situação...

O mais ridículo disto tudo, é que um dos técnicos da minha repartição das finanças ficou muito surpreendido por eu ter voluntariamente declarado os rendimentos ganhos no estrangeiro... Como quem diz, o estado não tem forma de ver se você obteve ou não esses rendimentos, então porque é que os declarou?
Está resumida a mentalidade e sentido de responsabilidade social daqueles que mandam em Portugal...

Mas sim hoje em dia o IVA não me preocupa muito, preocupa-me mais o valor dos impostos que vou ter que pagar em 2014... Até porque como sabem, não é fácil fazer futurologia, e por estar bem hoje, não quer dizer que em 2014 irei ter a folga financeira para pagar milhares em impostos... Para mais, nessa altura estar a levar com outro aumento de impostos porque afinal a receita fiscal não foi a esperada...
 
Para mais, nessa altura estar a levar com outro aumento de impostos porque afinal a receita fiscal não foi a esperada...

Mas isso é certo. Nunca sairemos da crise. A menos que a divida seja perdoada.

A responsabilidade social acaba quando tem que passar a ser cada um por si. É o que vai acontecer. A economia paralela vai aumentar brutalmente. Mas é o que se espera com estas medidas. Isso viu-se no aumento do iva na restauração, onde esperavam um aumento de receitas, mas houve uma queda. Toda a gente via isso. Toda a gente menos os governantes. Que ou são muito estudiosos e só sabem fazer contas e esqueceram-se que estão a lidar com pessoas e não com valores fixos, ou então são mesmo muitos burros. E tendo em conta que agora se começa a saber de tantos casos de falsas licenciaturas, não me parece que sejam estudiosos...

Com o desemprego, devia haver abertura ao trabalho extra. Ao freelance, às unipessoais, que nunca serão criadas com a carga fiscal que há. É 0 ou 100. Parece que trabalhar é um luxo.

Pagar segurança social apenas por se ter actividade aberta mesmo sem passar recibos é ridiculo. Como se a segurança social tivesse despesa mensal por termos actividade aberta. Pagas 200 euros por mes para teres um estatuto de trabalhador.... O mais ridiculo é pagar a recibos verdes quase o triplo de seg social de quem está a contrato e nao ter direito a nada.
 
Epah este tema irrita-me e só piorou com este novo anuncio do Orçamento do Estado.
Antes de mais esta é a minha opinião directa em relação ao pagamento de impostos: uma pessoa até pode cobrar 1 euro ou 10.000.000 euros por um dia de trabalho, mas NINGUÉM deveria pagar mais que 49,9999% de imposto (IRS+SS) sobre o que se ganhou (e isto deveria ser o topo de topo)!! Caraças porque raio haveria alguém de dar metade (ou mais do dinheiro) que gera sozinho a "alguem" que nada fez para ajudar nesse trabalho (aliás até dificulta)? Se algum dia eu ganhar tanto (ou tão pouco, que o ridiculo é também afectar se passarmos recibos de baixas quantias) em que tenha que pagar metade ou mais é bom que o estado mande cá alguem a casa pa trabalhar ao meu lado e me dar assistencia no trabalho, porque ninguem merece ficar com metade do dinheiro sem fazer nada ou para fornecer serviços de mer**

E isto acaba por estar relacionado com a minha aventura a semana passada na CM de Lx. Relembrei-me logo porque raio afastei-me de arquitectura e de qualquer coisa relacionada com entidades do estado. Fui ajudar um amigo a abrir um estabelecimento e ele precisava de uma simples fotocopia do alvará de utilizaçao e ele pediu-me para lá ir com ele, que na semana anterior teve lá 4X (!!) 2 foi no mesmo dia só para saber o que era preciso e onde arranjar. Fui lá com ele e tive que procurar com o funcionário em 15 dossiers sobre o processo do edificio de esta simples folha A4, para ao fim de 1h30 descobrir-se que afinal os papeis nos dossiers podiam não estar organizados e podiam estar em qualquer um deles (dito por uma funcionária mais experiente), depois de se rever tudo outra vez e finalmente se encontrar a folha, teve que se assinar papeis de requerimento da fotocopia (WTF?!?!), para depois o sr virar-se e dizer que não pode tirar já a fotocopia e que ia receber uma carta endereçada em casa a dizer quando podia la ir buscar a fotocopia desta folha A4...Como é obvio ele passou-se e "pah" isto não era nada para mim, mas até eu tive prestes a dizer algo que me pudesse arrepender.
Também descobri esta semana outra entidade que só tira fotocopias ás terças e quintas...portanto só pérolas e vou evitar falar sobre os classicos SS e Finanças.

Michael
Obrigado pela explicação no assunto de empresas unipessoais, andava a tentar arranjar mais informação sobre isto a algum tempo.
E posso confirmar também que não se cobra IVA para o estrangeiro, marca-se (ou marcava-se) que era segundo o art 6 alinea C) de iva devido pelo adquirente (se não estou em erro)
A unica coisa que quero mesmo saber é quão exequievel é (e quanto compensa) abrir empresa no estrangeiro e trabalhar aqui passando facturas por essa empresa e pagando imposto lá. Alguem tem alguma informação sobre isto?

Foxy
Tudo o que disseste é tão obvio para nós que causa-me confusão como raio é que ninguem viu...ou não quiseram ver...
E os portugueses ainda não perceberam que estas novas medidas é SÓ para cumprir o defice do proximo ano de 4,5 (que não vão cumprir) e que em 2014 o defice tem de voltar a baixar para 3,5 e ai faz-se o quê? aumenta-se outra vez os impostos e o pessoal passa a levar só um terço do ordenado para casa e os outros 2 são para o estado, para ordenado superiores a 700 euros (com ordenado médio em PT de 718e se não estou em erro)??

Os nosso politicos veem

É muito triste de facto, eu pessoalmente não sou pessoa de entrar em esquemas, mas este ano tenho andado a tentar a resolver uma divergência que tenho no meu IRS por causa de uma discrepância no meu IVA, isto porque declarei mais IVA em 2010, de um recibo que a empresa que me pagou só declarou em 2011 e portanto em 2011 paguei menos IVA. Naturalmente quando o estado notou que tinha pago IVA a mais nada fez, nem reembolsos nem avisos, agora como é ao contrário, ando num processo Kafkiano para tentar resolver a situação...

O mais ridículo disto tudo, é que um dos técnicos da minha repartição das finanças ficou muito surpreendido por eu ter voluntariamente declarado os rendimentos ganhos no estrangeiro... Como quem diz, o estado não tem forma de ver se você obteve ou não esses rendimentos, então porque é que os declarou?
Está resumida a mentalidade e sentido de responsabilidade social daqueles que mandam em Portugal...

Lol...pois...podia contar-te tanta coisa...

Sempre me causou confusão como raio as pessoas podem votar em gajos que ou são teóricos sem experiencia prática, ou que nunca trabalharam e so andaram nas jotas, ou que só trabalharam ás custas das ligações do partido... O que raio vêm as pessoas no curriculo deles que grite competência para os elegerem para gerir o que quer que seja? quer dizer nunca os contratariam para gerir nada mas metem-nos a gerir o pais porque andam de fato e sabem falar sobre nada? é de doidos, e eu desprezo incopetência...

Desculpem o desabafo, mas um dia devia escrever-se um livro ou um blog de todos estes podres das Camaras, Jotas, SS, etc porque cada vez acho mais que o pessoal não tem noção de quão mau isto é.
 
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Com o desemprego, devia haver abertura ao trabalho extra. Ao freelance, às unipessoais, que nunca serão criadas com a carga fiscal que há. É 0 ou 100. Parece que trabalhar é um luxo. Pagar segurança social apenas por se ter actividade aberta mesmo sem passar recibos é ridiculo. Como se a segurança social tivesse despesa mensal por termos actividade aberta. Pagas 200 euros por mes para teres um estatuto de trabalhador.... O mais ridiculo é pagar a recibos verdes quase o triplo de seg social de quem está a contrato e nao ter direito a nada.

Para mim o grande problema está aqui...realmente se olharmos para a realidade em que vivemos, é surreal exigir ao trabalhador que pague no mínimo 200€ só para a segurança social todos os meses. É violentissimo. Alguém que facture 1000€ mês (que à luz da actualidade é já um salário razoável) se fizer retenção na fonte e pagar a segurança social fica com metade desse valor. É uma realidade demasiado triste para ser levada a sério. E com este aumento de impostos a situação piorou ainda mais, não se consegue trabalhar assim.

Michael
Obrigado pela explicação no assunto de empresas unipessoais, andava a tentar arranjar mais informação sobre isto a algum tempo.
E posso confirmar também que não se cobra IVA para o estrangeiro, marca-se (ou marcava-se) que era segundo o art 6 alinea C) de iva devido pelo adquirente (se não estou em erro)
A unica coisa que quero mesmo saber é quão exequievel é (e quanto compensa) abrir empresa no estrangeiro e trabalhar aqui passando facturas por essa empresa e pagando imposto lá. Alguem tem alguma informação sobre isto?

De nada. Somos dois Dacad. Também gostava de ver esta questão esclarecida. Como diz o pequeno empresário para o estado: "Não quero que me ajudem, apenas quero que não me atrapalhem". O estado está literalmente a destruir negócios viáveis com tanto imposto...
 
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