Isso é sempre o mais importante
Ainda não lhe toquei grande coisa além do básico, falta tempo e descanso e não é algo para se jogar aos 10/20 minutos de cada vez ou meio a dormir. Quando tiver mais espero perder boas horas aqui, mas esperava sempre algo grosso de um GoW e a primeira impressão foi excelente.
Só fico com pena de se perder um dos poucos representantes de hack-and-slash rpg de qualidade superior que ainda havia, para ser mais um third person action com elementos de rpg, mesmo que mantendo o padrão de qualidade acima da média na mudança. Percebo bem as diferenças e potencialidades na troca, mas ainda assim era especial e o maior baluarte de um género que passou para mobile/handheld e tem cada vez menos destaque nas consolas caseiras.
Dá-lhe, há muito por onde mergulhar e de interesse além de Thor/Odin/Freya. Mas nada de ler os nomes gerais do panteão e lore básico do Ragnarok e dizer "ah, li a mitologia nórdica". Como as outras, é todo um mundo de contos, lendas e mitos, relações entre deuses que no fundo são representações aumentadas de humanas e de como o pensamento das épocas eram (relações, superstições, militar e culturalmente, etc).
Eu sempre tive uma pequena paixão pelo Antigo Egipto, especialmente Old e Middle Kingdom - e nisso o AC desiludiu-me um pouco na época em que pega, apesar da ligação romana alimentar facilmente a plot Assassin-Templar - mas tinha um grande amigo viciado em mitologia nórdica, então era fácil beber desse lado (e cerveja lol). A grega é tão batida nas aulas que na altura do primeiro GoW, a maior parte já devia ter ouvido e reconhecer vagamente cada mito/personagem quase como a bíblia.
É aquelas actividades em que não perdes nada e ganhas muito. 10/10, go for it. Ah, o TW3, e muitos outros jogos claro, também tem forte influência de mitologias, e a nórdica ainda afectou bastante o folclore centro/norte europeu. É natural que ao ler te lembre algumas situações que tenhas visto/ouvido anteriormente.
Não gosto de os classificar como melhores. Há grandes jogos, cada um com mais valias e igualmente bem trabalhados. O TW3 é provavelmente o que consegue melhor polimento e trabalho final em relação à complexidade e dimensão do mundo do jogo, e acabou por influenciar praticamente toda a indústria em se aproximar de si, seja no género ou em ter que fazer mais e melhor para convencer os criticos (jogadores), a subir os standards.
Deixou de servir repetir quests descaradamente e sem esforço, reutilizar uma e outra vez sem cuidado ou preocupação assets, aproveitar narrativas de novela mexicana ou clichés mais reciclados que Hollywood, level design com a complexidade de uma folha de papel, reward systems manhosos e predatórios quase ao nível de casinos, etc. É ai que meto o valor do TW3, e é só por isso que o considero o jogo da sua geração. Não só é um grande jogo como muitos, como também teve uma onda de shock e influência na ambição de developers e jogadores.
Também há bastante diferença no trabalho de development quando se tem open-worlds como TW3, AC, GTA ou RDR em comparação com semi-linears com zonas mais abertas mas bem delimitadas como este e muitos outros (que é uma forma inteligente de conseguir um efeito semelhante poupando recursos). É como batata e abóbora, podes usar ambos na sopa para um efeito similar, sabem ambos bem (para quem gostar lol) com as devidas diferenças mas não é bem a mesma coisa descascar uma e cortar a outra.
Agora, quando se fala de preferências pessoais é um plano livre, de sensações e subjectivo, é natural que para uns seja este, para outros o TW3, outros o BloodBorne, outros AC, FarCry, ou até o Andromeda. E um God of War tem pedigree, é sempre algo especial.