AI não precisa necessariamente dos throughputs altos que o "5G" oferece, ainda para mais quando estamos a progredir para neural networks que recorrem a blobs processadas nos dispositivos (exemplo, o Tensor Processing Unit presente no SoC do Pixel 6).
O problema é a falta de investimento das operadoras que focalizam operações na sua infraestrutura sempre perto do limite, e onde a saturação desta é o pão nosso de cada dia. O LTE tem capacidade mais do que suficiente para as necessidades actuais e dos próximos anos. Posso relatar uma experiencia pessoal, onde no meio da Serra em plena via Algarviana é fácil obter +50Mbps com latências de pouco mais de 15ms (dobro do obtido em fibra, o que é excelente) até as main nodes em Lisboa, tudo em LTE. O "5G" no estado actual e sem mmWave, serve essencialmente como factor marketizavel pelas operadoras - "best new thing" (que perante saturação e diferenças marginais já nem sabem o que hão de usar para vender a sua imagem) e pela indústria de modo a acelerar a obsolescência de dispositivos acrescentando mais um elemento "desactualizado". mmWave traria algo que as operadoras não estão necessariamente interessadas: um enorme aumento na quantidade de células/antenas. Sub 6Ghz 5G dificilmente trará vantagens palpáveis face ao actual LTE Advanced, excluindo os naturais avanços na gestão dos feeds que chegam à boca das antenas. Qualquer melhoria nas latências terá que ser mantida com uma gestão adequada da saturação da rede, sob pena de ficar marginalmente similar ao LTE.