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Na última quarta-feira, os escritórios japoneses da Intel, maior fabricante de processadores do mundo, foram inspecionados pela Comissão de Comércio Justo do país. Há suspeitas de que a empresa teria pressionado fabricantes a não instalarem chips desenvolvidos por concorrentes. A Comissão acredita que a Intel usou métodos questionáveis para persuadir clientes japoneses a optar por processadores da empresa em detrimento dos fabricados por seus principais rivais no Japão, a Advanced Micro Devices (AMD), e outras companhias.
Segundo a mídia local, a Intel ofereceu descontos significativos em seus produtos, além de ameaçar de parar de suprir com chips os clientes que se recusassem a participar da estratégia da empresa.
Os oficiais inspecionaram três escritórios da Intel no Japão, incluindo a sede em Tóquio. Há informações de que o governo também teria visitado os escritórios da AMD e de outras empresas de artigos eletrônicos.
- Recebemos, realmente, visitas de membros da Comissão para o Comércio Justo. Isso é uma prática comum. Tentamos ao máximo cooperar com as autoridades - afirma Chuck Mulloy, porta-voz da Intel.
A empresa, que desenvolveu o primeiro microprocessador em 1971, domina o mercado global de chips utilizados em PCs, servidores e outros dispositivos. Os CPUs da empresa são encontrados em quatro de cada cinco pc´s vendidos no mundo.
No Japão - o terceiro maior mercado de PCs no mundo, depois dos EUA e da China - 85% de todos os computadores apresentam chips da Intel. Em 2003, a companhia registrou US$ 30,1 bilhões em vendas e aumento de 13% em comparação a 2002. Do seu rendimento, 9% é originados de vendas no Japão, e 27%, dos EUA.
O ano passado foi tenso para a Comissão para o Comércio Justo. Há quase dois meses, ela invadiu os escritórios da Microsoft no Japão sob alegações de tentar pressionar firmas japonesas de computação a concordar em não processá-la, mesmo se a gigante do software tivesse incorporado suas tecnologias patenteadas no Windows XP.
As inspeções são uma evidência de que as autoridades japonesas estão mais determinadas em proteger os usuários domésticos de artigos eletrônicos.
As práticas de negócio da Intel chamaram a atenção dos reguladores de comércio em outros lugares no mundo. A Comissão Federal de Comércio dos EUA investigou a empresa durante três anos, mas finalizou em 2000 sem nenhuma ação.
A investigação da Comissão Européia começou em 2001, mas terminou repentinamente quando as acusações de práticas anticompetitivas foram consideradas sem fundamento.
fonte: http://jbonline.terra.com.br/