A questão está na entidade empregadora. Assim como um programador de trazer por casa produz mau código e pode pôr em risco a estabilidade de uma aplicação, de certeza que um mau designer tb é capaz de fazer atrocidades em termos de estética e usabilidade. Cabe à empresa que te vai contratar saber o que é que quer. Se realmente quiser algo bom, tens que estar a esse nível, e nessa altura podes sempre negociar o dinheiro que achas que mereces.
Exactamente. A questão é mesmo da entidade empregadora e a esmagadora maioria das empresas não quer grande coisa do colaborador. Daí que procurem apenas quem desenrasce mesmo pelo valor mais baixo possivel. Quer dizer, actualmente já assistimos a outra coisa na minha opinião. As empresas procuram algo bom por preços baixos.
Concordo em trabalhar por menos dinheiro qd sentes que estás a adquirir experiência e ainda não te sentes com estofo. De qq forma não concordo em aceitar-se qq ordenado... um licenciado a ganhar menos do que se ganha num estágio profissional é algo que me faz mta confusão.
Sim, também não concordo nada em aceitar qualquer ordenado. Mas muita gente tem essa filosofia. E isto é que estraga mesmo o mercado. Tambem me mete bastante confusão licenciados com experiência a ganharem menos do que ganhavam no estágio profissional. É uma realidade triste mas que infelizmente existe. É complicado dar a volta a isto.
É uma verdade, não há tantas oportunidades como havia. Contudo é ainda um mar de oportunidades. Eu, pessoalmente, e isso se calhar é pelo facto de estar em Lisboa não sei, não conheço um único developer com licenciatura desempregado. O que eu vejo é todas as semanas anúncios nos jornais e colegas a mudarem de empresa por mais um punhado de cobres.
É mesmo por estares em Lisboa.
Para a área do design não faltam tambem ofertas aí na capital, alias 95% das ofertas são para Lisboa. A questão é a segunte, não sendo de Lisboa, nem tendo aí alojamento (casa dos pais por exemplo), é praticamente impossivel ir trabalhar para aí. Por muito que se queira e que se goste, ninguem vive com 700 ou 800€ a recibos verdes em Lisboa. Da ultima vez que fui a uma entrevista a Lisboa pedi 1250€ e disseram-me que isso era o que ganhava um sénior com 5 anos de experiência. Fazer o quê? Nada.
Na área de design, confesso que não estou 100% por dentro da situação e é capaz de haver um pouco mais de dificuldade, até pq, infelizmente a área de design continua ainda a ser subvalorizada. Digo infelizmente pq o design deve ser um dos primeiros passos de concepção, logo a serguir análise aplicacional e funcional. O principio de usabilidade deve estar lá e essa máxima não te vai ser passada pelo programador..
O design para o grande público é uma coisa que se faz com dois cliques, uma brincadeira de crianças que qualquer pessoa faz, toda a gente tem opinião e manda umas postas, toda a gente percebe da área e o que conta são as opiniões de todos. Quem quer fazer bem feito e quem sabe o que anda a fazer na grande maioria dos casos não é valorizado. Quer porque o mercado não tem estofo para o valorizar, quer porque simplesmente existem pessoas que fazem o trabalho de forma mais humilde por menos dinheiro...só se mete na área do design quem não tem mais nada para fazer. Se fosse hoje eu seria um a menos na área, isso é certo.
O tempo de formação é ouro. O know-how tb. Para funções simples esse principio básico serve, mas não serve para todo o tipo de trabalho. O truque no estágio profissional é apontar para cima da esfera do que o estagiário vai fazer, pq senão estás tramado e és facilmente substituível. Mtas das vezes (como já vi) o estágio não é para aprender mas sim para passar o tempo, e aquela que pode ser a oportunidade de uma vida passa por ser uma forma de simular 8h de café.
Exactamente. Felizmente no meu estágio profissional tive montes de responsabilidade às costas e isso permitiu-me aprender e evoluir e criar portfólio. Muitos colegas meus andaram a passar o tempo e hoje não conseguem ganhar dinheiro.
Concordo ctgo em montes de pontos, mas não neste. Os gurus em programação que conheço alguns não são sequer licenciados. Na faculdade aumentas a tua capacidade de abstração, absorves principios e normas vitais à execução da tua função, contudo a auto-didatismo dá-te uma visão mais focada ao real mundo do trabalho. E além disso estás a estudar pq queres e não pq és "obrigado". Logo isso confere-te uma outra forma de know-how. Eu analiso o trabalho de uma pessoa por uns dias que passei ao lado dela a vê-la trabalhar e a analisar/reagir a problemas, e não pelos anos que passou a estudar.
O principio de que seres licenciado tb te confere uma outra forma de estar tb não é verdade. Conheço imensas pessoas não licenciadas com uma postura perante o trabalho bastante positiva e que são bastante assertivas qd se trata de resolução de problemas.
Podes é dizer que estás a eliminar uma certa parte de risco com essa tua análise, mas isso que dizes depois pode não ser cosubstanciado.
Talvez na área da programação isso não faça diferença. Mas acredita que na área do design facilmente se consegue ver quando o trabalho é feito por um e outro. Atenção, não estou com isto a dizer que não existem por aí bons autodidactas. Pelo contrário, existem milhares muito melhores que eu e muitos outros com canudo. Contudo, na grande maioria das situações, os autodidactas não conseguem estar ao mesmo nível de um licenciado. Talvez quando o licenciado sai da universidade esteja um pouco aquem do autodidacta pelos anos de experiência que este já tem. Mas se o licenciado se aplicar e adquirir alguma experiência, facilmente "ultrapassa" o autodidacta.
Uma licenciatura é apenas uma licença para continuar a aprender. Contudo, na minha opinião, cria todas as bases para que a aprendizagem ao longo da vida seja efectiva. Eu próprio sou um autodidacta, pois todos os dias aprendo qualquer coisa por mim próprio, porque quero e porque gosto. Vou sê-lo até ao fim a vida, mas a licenciatura foi sem qualquer dúvida uma grande mais valia e vale cada cêntimo investido...seria impossivel aprender tanta coisa sozinho. O próprio convivio com professores e pessoas da área em ambiente académico seria impossivel se não fosse a via da licenciatura...
os melhores profissionais com quem ja tive o prazer de trabalhar conta-se pelos dedos os que eram licenciados....nao tou a desvalorizar quem é licenciado mas a minha experiencia é esta!
mas pedir altos salarios sem primeiro mostrar ao empregador o que vale esquecam(tanto vale ser pessoas com ou sem licenciatura)...pois muitos funcionarios nao pensam que tem que produzir para ganhar o salario deles para pagar as despesas deles, despesas da empresa, caixa etc e ainda o ganhar sobrar algum para o patrao. quem o é patrao que diga se nao é verdade!.
Isso é porque não trabalhaste com os licenciados certos. Quem tem que estabelcer o limite do que pode pagar á a entidade empregadora. É claro que tem de fazer contas à segurança social, seguro e impostos do colaborador. Daí que o limite deve ser estabelecido por quem contrata. Cabe depois à pessoa na entrevista dizer se esse valor lhe interessa ou não. Há sempre um período de experiência em que a entidade pode rescindir contrato. Isso, com todo o respeito, são falsas desculpas de quem quer pagar mal e de quem não quer assumir o risco.
Deixa que te ponha o caso ao contrário...quantas empresas não impõem também um período de experiência ao colaborador com um salário baixissimo (200-400€) durante 3 ou 6 meses para avaliar o valor que ele tem? E então isto é justo? E se ao fim dos 3 ou 6 meses a empresa mandar essa pessoa embora? Quem assumiu o risco? Pois, foi o colaborador, quando na realidade deveria ser a empresa...mas se ficar tambem tem pontos bons...para a entidade empregadora. Sim, porque se ficar poupou-se um contrato (porque o período de experiência é a recibos verdes), o que permite à empresa fazer mais dois contratos a prazo antes de o profissional ficar vinculado em definitivo à empresa. Como o profissional esteve a ganhar uma miséria durante o período de experiência não vai estranhar se for mal pago no 1º contrato. Mais uma vez, aproveitamento das empresas e o não assumir do risco, algo comum nos dias que correm.
há muito funcionario que lá bem querem saber se á trabalho ou nao....querem é o deles ao fim do mes e acabou, o patrao que va buscar dinheiro onde ele quiser, tem é que pagar....pois tem haja ou nao trabalho!
Quem tem de se preocupar em "arranjar" trabalho é a entidade empregadora. Se há ou não trabalho não diz respeito ao colaborador. O colaborador está ali para cumprir com a sua função de forma profissional. Nada mais que isso. Se não há trabalho, que culpa tem o colaborador? Significa isto que não quer trabalhar? Não. Significa que quem o contratou não tem competência para estar no mercado. Se a empresa não tem volume de trabalho que justifique a contratação e o pagamento a um colaborador é simples, não contrata. Pega e faz outsourcing desse servico a um freelancer por exemplo. Ninguem se chateia e isto sim, é um risco menor e é mais saudável para a entidade empregadora e para o colaborador.
hoje em dia nao é assim....sai um funcionario da empresa tenho logo 10 a bater á porta po lugar dele.
O mal é esse. Mas deixa-me que te diga. Já me vieram com essa conversa em entrevistas. A minha resposta é simples para esses casos: "O barato sai caro..."
Cumps,
michael c