Intel adia previsão de lançamento de chip de 10 GHz

Caspanatola

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Depois de chegar ao topo do mercado de processadores graças a seus negócios envolvendo o desenvolvimento de chips cada vez mais rápidos, a Intel parece que mudará sua estratégia de negócio --investirá no desenvolvimento de chips para dispositivos móveis. Assim, aqueles anciosos pela chegada do chip de 10 GHz --prevista para até 2006-- terão que esperar um pouco mais.

Bill Sue, vice-presidente do grupo de plataforma de desktops da Intel, disse, em entrevista ao site News.com, que o foco dos negócios da companhia mudou um pouco. Na década de 90, segundo ele, houve o boom da internet. "Agora, o desafio é outro. Não basta mais desenvolver chips mais velozes, mas entender como eles serão utilizados."

O Prescott, nova evolução do Pentium 4 que chegará ao mercado em 2003, parece ilustrar essa desaceleração em relação a altas velocidades. Ele utilizará o processo de produção de 90 nanômetros e trará uma nova versão do Netburst (arquitetura já existente no Pentium 4).

O Pentium 4 viu sua velocidade crescer rapidamente, passando de 1,4 GHz em seu lançamento, no segundo semestre de 2000, para os 3GHz que deverá alcançar até o final deste ano. Na ocasião do lançamento do Pentium 4, a Intel disse que a Netburst teria sete anos de vida e que se a Lei de Moore continuasse valendo, a companhia romperia a barreira dos 10 GHz até 2006.

A Lei de Moore estabelece que a densidade de um transistor dobra em um período entre 18 e 24 meses.

Embora a Intel tenha dito que a arquitetura Netburst possa alcançar 10 GHz, Siu sugeriu que a busca por maiores velocidades será moderada nos próximos anos.

O Prescott será a base dos processadores para desktop da companhia até 2004, disse Siu. "Eu não acredito que o Prescott alcance os 10 GHz até lá." Além disso, Siu disse que a Netburst terá um ciclo de vida de dez anos, o que significa dizer que a corrida da Intel em direção a essa velocidade não acontecerá tão rapidamente quanto muitos esperavam.

Siu também disse que apesar da companhia estar focando em processadores para dispositivos móveis, seria um erro assumir que a Intel acredita que os desktops são significantes apenas no mercado doméstico ou que novas velocidades não teriam importância. Ainda há uma demanda por desktops potentes nas corporações, especialmente em setores em desenvolvimento.

Além disso, explicou Siu, a mudança para os PCs portáteis não é importante para mercados em desenvolvimento. A falta de infraestrutura móvel foi um fator determinante para o aumento dos investimentos em chips para notebooks, disse Siu.

Fonte: Folha de S. Paulo
 
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