jabun
Power Member
The Legend of Dragoon (LoD) é um RPG da Sony Computer Entertainment (!) para Playstation 1, composto por 4 CDs que foi lançado em 2000 na Europa. Embora a recepção por parte da imprensa especializada não tenha sido consensual, com o jogo tanto a ser aclamado pela qualidade incrível do grafismo ou pelo inovador e muito divertido sistema de batalha, como a ser criticado por não introduzir nada de novo no género, mas a verdade é que LoD conseguiu captar uma legião de fãs, que o consideram como um dos grandes RPGs da consola. Eu incluo-me neste grupo de pessoas que adoram o jogo.
A história gira em torno de Dart, um jovem guerreiro que quando era criança, viu a sua aldeia ser atacada e os seus pais serem mortos por uma criatura denominada como Black Monster. Dart foi então criado na vila de Seles, na companhia da sua amiga de infância, Shana, onde treinou para se tornar um guerreiro. Ao fazer 18 anos, Dart abandona Seles para caçar o monstro e vingar os seus pais e amigos.
Cinco anos depois, começa uma guerra entre os reinos de Basil e Sandora e Seles está no meio. Preocupado, Dart volta para casa, encontrando a cidade em ruínas e grande parte da população massacrada, os sobreviventes contam que os soldados levaram Shana prisioneira. O herói parte para a temível Helena Prision, onde conhece Sir Lavitz, um cavaleiro de Basil que veio resgatar dois de seus soldados, os dois unem forças e conseguem salvar Shana, e a partir daí os três começam um jornada, onde irão descobrir os poderes das Dragoon Spirits e as jogadas de bastidores que estão por trás desta guerra, descobrindo que o próprio mundo está em perigo.
Quanto à história, não há aqui nada que não tivesse sido feito antes, mas a verdade é que o enredo está bem construído e as personagens são carismáticas, pelo que é com prazer que queremos desvendar os segredos escondidos de LoD, num mundo repleto de magia e de raças de criaturas fantásticas, cada uma com a sua história e características. E, tal como o próprio titulo do jogo indica, há Dragões! Serem míticos e fantásticos, sendo que os nossos heróis, após recuperarem um determinado item, podem ser Dragoons e obter algumas das habilidades e magias das famosas criaturas mitológicas.
Para além do grafismo e das fenomenais FMV, é no sistema de batalha que o jogo mais brilha. Baseado nas Addition, elas consistem em ataques especiais que são executados apertando o botão X algumas vezes (de dois a sete), num certo ritmo, a cada 20 vezes que a addition é usada, ela evolui e fica mais poderosa, atingindo o nível máximo quando for usada 80 vezes, sendo que, à medida que os personagens forem fazendo level up, novas additions aprendem.
Não há muitas magias em LoD, só sendo possivel utiliza-a através de items ou transformando a nossa personagem em Dragoon, neste modo o personagem também pode usar a Dragoon Addition, que é bem poderoso.
Legend of Dragoon foi lançado na época em que o género dos RPGs nas consolas esteve mais forte, muito por culpa da força e fama da saga Final Fantasy. Neste contexto, a própria Sony resolveu criar um RPG com o que os jogadores mais gostavam na época: muitas horas de jogo, side quests e belíssimas FMVs. Com a PS1 a ser, a par da SNES, a consola com um melhor catálogo de RPGs, é normal que LoD tenha passado algo despercebido, mas quem tiver oportunidade de o experimentar não pense duas vezes!
O jogo pecou por ser mais um numa época em que a PS1 recebia RPGs às pazadas. Não há nada que o distinga da concorrência da altura, tendo sido criticado nas reviews (o jogo é do final de 2000, final de vida da PS1 portanto), pelo grafismo inferior a vários RPGs entretanto lançados e por não trazer nada de novo (era apenas mais um RPG por turnos). Tecnicamente está longe de um FFVIII ou Chrono Cross, por exemplo.
Deixando estas questões de lado... Eu adorei o jogo! É daqueles que durante anos fiquei à espera de ver uma sequela ser anunciada. Tem excelentes personagens, uma boa história e... Podemos transformarmo-nos em dragões!
Mais uma vez, a distribuição deficitária do jogo, transformou a versão PAL num item raro e, consequentemente, caro, mas que para os fãs do género vale bem a pena.
Análise MultiConsolas nº2, Dezembro 2000
Última edição pelo moderador:
