Para que se possa ver, estive a realizar uma experiência simples com pilhas LR03 (AAA) alcalinas novas, e um motor DC como carga.
1) Uma só pilha de 1.5v tipo AAA, sem carga apresenta 1.585v
O multímetro da esquerda mede a tensão, o da direita a corrente.
2) Com uma só pilha quando se coloca o motor como carga a funcionar livremente, o consumo de corrente apresentado é 11.98mA e percebe-se que a pilha não está muito folgada a fornecer a energia necessária ao motor pois o nível de tensão aos seus terminais baixa para 1.492v
3) Ainda só com 1 pilha, quando se trava o motor, a fonte é obrigada a fornecer até ao limite das suas capacidades a corrente exigida pela carga, mas que por incapacidade vai por sua vez provocar um abaixamento do nível de tensão. Com o motor travado temos então uma corrente exigida á pilha de 47.1mA e o seu nível de tensão baixa drasticamente para 1.192v
A diminuição do nível de tensão da fonte á medida que o limite de corrente exigida à fonte é ultrapassado também ocorre em fontes DC de laboratório com limitação de corrente.
4) Agora passamos para uma fonte constituida por 3 pilhas ligadas em paralelo, que sem carga apresenta uma tensão de 1.582v
5) Com o motor como carga a corrente consumida é de 12.27mA e a tensão baixa insignificantemente para 1.573v. Note-se que em relação à fonte constituida apenas com 1 pilha, esta apresenta valores um pouco acima, quer de corrente, quer de tensão. Naturalmente como com 3 pilhas em paralelo se consegue fornecer mais corrente á carga, o nível de tensão não baixando tanto, tem que implicar também um nível de corrente mais elevado, pois estamos usar em ambos os casos a mesma carga, por isso a resistência no caso apresentado é uma constante.
6) Para finalizar, o motor foi travado exigindo uma corrente superior á fonte que corrspondeu de forma consideravelmente superior à fonte constituída apenas por 1 pilha, já que foi capaz de fornecer á carga 61.5mA e a tensão na fonte mal baixou, situando-se nos 1.554v o que significa que está a ser capaz de entregar á carga toda a corrente que ela da fonte exige.
Espero que isto tenha ajudado a clarificar um pouco as coisas, e a perceber que tendo o cuidado de usar fontes com caracterísiticas idênticas (não se devem usar pilhas com um nível de carga diferente, nem mesmo quando colocadas em série), não só é praticável colocálas em paralelo, como há circuntâncias em que tal se justifica.
Acresce dizer que existem fontes de laboratório capazes de funcionar em modo paralelo
http://www.powerbox.com.au/pdf/3000.pdf
Aqui tens um PDF com fontes de alimentação de laboratório, onde entre os modos de funcionamento podes encontrar o modo paralelo. Estas fontes são tipicamente fontes duplas que quando funcionam no modo paralelo o ajuste de tensão é feito com tracking e actua simultaneamente sobre as 2 saídas. O resultado disto é que a corrente máxima disponível duplica pois recorre-se ás 2 fontes internas em simultâneo. Nenhuma das fontes que tenho tem esta capacidade e por isso não o posso mostrar em acção.
Abraço
PS:
http://www.leiritronica.pt/electronica/product_info.php?cPath=186_190&products_id=9121