Trance
Power Member
Com a introdução da nova linha MacBook Pro, a Apple introduz também uma nova abordagem ao mercado de portáteis PC. Esta realidade é manifestada no novo preçário. A base de um MacBook Pro é nada mais nada menos do que $1500. O MacBook Air possivelmente está de saída, há a sensação que é um produto moribundo no meio do novo Macbook e do novo MacBook Pro.
Se olharmos para o mercado hoje e para as características destes dispositivos, nem que seja comparando apenas com as linhas dos anos anteriores, não há nada que o justifique ... a não ser uma coisa que neste momento apenas faz sentido no mundo Apple.
O iPad Pro.
Uma coisa que gosto bastante na Apple é que quando diz alguma coisa, é porque efectivamente acredita naquilo que diz. Mesmo que as suas crenças não sejam ainda realistas. É uma empresa que neste sentido não pinta a manta como se costuma dizer.
Quando a Apple diz que o iPad Pro é o tablet que vai substituir o portátil para actividades profissionais padrão é porque acredita que é a melhor opção e vai fazer tudo para que isso seja uma realidade e alinhar toda a sua estratégia para tal. E começa por pelo mais difícil de introduzir, a mudança na estrutura de custos dos seus clientes. De tal forma que muitos, se quiserem se manter com a empresa, são convidados a olhar para a sua linha de produtos de outra forma.
A aposta da Apple é que o iPad Pro é o dispositivo que vai substituir o MacBook Air e os MacBooks Pro's da geração anterior para a grande maioria dos seus clientes. Ficando um Macbook como dispositivo de nicho. Neste momento, apresenta-se com dois modelos, um de ~10" e outro ~13" com preços a variar entre os $599 e os $1129. A qual terá de se somar um teclado, $169 eventualmente uma caneta, $99. Ou seja o máximo que uma solução deste género custa é cerca de $1300.
É uma jogada a arriscada, mas dependendo da próximas gerações deste produtos poderá uma aposta ganhadora para a empresa e a melhor a longo prazo para o utilizador final face à concorrência.
Desafíos
Neste momento não há indicadores claros que o mercado esteja preparado para aceitar o iPad Pro como a Apple o apresenta. As razões são diversas:
- O mercado não está habituado a ver estes dispositivos desta forma. Por outro lado a concorrência como é óbvio não partilha desta visão. Isto é, a Apple estará totalmente sozinha nesta visão num mar de concorrência.
- O iPad Pro ainda está na primeira versão. Quem trabalhou pelo menos durante uma semana, percebe, que pese embora seja possível ainda é algo forçado. O iOS, no contexto da interacção homem máquina ainda não tem os artefactos funcionais que permita esta transição de forma cómoda mesmo tendo conta o período de habituação. Uma coisa que é clara é o enorme desperdício de espaço útil no ecrã para tarefas profissionais, com tamanhos totalmente desproporcionais em coisas tão básicas como a letra, mas que é notável em toda a interface, até o launcher. (Não sei o que o SJ pensaria disto, mas a jogar pela sua paixão em torno da tipografia fico com a sensação que isto não iria sair cá para fora assim).
Em suma a Apple terá de fazer muito mais para que isto vingue, para que seja um dispositivo muito eficiente neste contexto. E tenho a certeza que vai fazer, a não ser que tenha ficado totalmente marada dos carretos de vez.
Uma coisa que já reparei é que o Ive, apesar dos seus dotes fora de série como designer, não é pelo menos tão perfeccionista como era o SJ. E isso nota-se no seu output do Ive sem o Steve a partir-lhe a cabeça.
Oportunidades
ARM / iOS pode ser uma dupla implacável na computação pessoal profissional.
Quem já usou um Surface Pro, para mim a epítome do ultra portátil, ultrapassando tanto o MacBook Air como o Macbook, rapidamente percebe e repara nas fragilidades dos sistemas Intel e Windows em performance neste contexto. A potencial destes dispositivos para tarefas mais "pesadas" é uma mera ilusão. Ao ponto de se criar uma distorção na realidade e que as pessoas acreditam.
Quantos artigos há a falar bem do Surface Pro com o Lightroom, Photoshop ou mesmo programação. Sim, há uma sensação de magia quando se olha para este dispositivo a correr estas aplicações, tão pequeno, tão portátil, tão versátil. No entanto a realidade é que estes dispositivos, seja com Core M, Core i5, Core ou Core i7, com 4GB, 8GB ou 16GB ... não têm capacidade para tal. Sim correm, mas com uma performance dolorosa nestes contextos. Rapidamente aquecem, ventoinhas disparam e em menos de 4 minutos esta-se um Core i7 é convertido num Core i3 com throtling. Isto em tarefas perfeitamente mundanas.
O que é espantoso, é que as mesmas tarefas num iPad Pro são feitas sem qualquer degradação de performance, de uma forma suave, sem esforço, sem grande impacto na bateria. Tarefas como dodge, burn, crop, shading etc etc etc. Até jogos. Sim um iPad Pro não corre o COD, até porque não tem disponível, mas também se formos honestos o Surface Pro fa-lo mal e porcamente. Pior, ao se usar este tipo de aplicações nestes dispositivos, está-se a encurtar drasticamente a sua longevidade.
Ou seja, a combinação iOS / ARM aparentemente oferece melhor performance end to end que qualquer Surface Pro para as tarefas que ambos correm. Parece contra natura mas é verdade.
Enter the Money Game
Até aqui tudo bem. Reconhece-se a forma de pensar diferente da Apple. Mas onde é que a porca torce o rabo no meio disto tudo? Não vou repetir o facto que o Ive aparentemente não é tão perfeccionista como o SJ por um lado, e por outro lado o design talvez por isso torna-se mais complexo. Mas a ausência do SJ não se nota apenas no design.
A abordagem da Apple a esta transição requer um investimento muito avultado dos seus clientes ao ponto de parecer que a se coloca hoje demasiado acima destes. Estando demasiado longe para ser um farol como sempre foi.
1) A empresa "pede" com esta estratégia que o seus clientes olhem para o iPad Pro como substituto dos ultra portáteis. Apesar das vantagens ao nível de performance, a linguagem homem máquina que tem implementada é ainda SUBPAR para o que se propõe! Ou seja o iPad Pro ao nível da linguagem não está para os ultraportáteis como o iPhone estava para os Smartphones da época.
2) Por outro lado a empresa "pede" a quem efectivamente precisa de algo que um iPad Pro, mesmo que fosse perfeito não conseguiria dar, muito mais $$$ do que pedia. Para não falar na idiotice dos adaptadores, quando o que deveria advogar como melhor solução a substituição dos cabos. Estou a falar software developers de grande mobilidade.
3) Poderia se pensar que a combinação perfeita para os profissionais mais EXIGENTES seria um iMac combinado com um iPad Pro. No entanto o iMac é uma linha tem tido um déficit de actualização brutal. Até de estarem a ser retiradas funcionalidades que lhe davam grande valor como opção (ver abaixo).
Penso que no tempo do SJ nunca este tipo de manobras teve tamanha profundidade e detalhe fóbico.
Por exemplo, quando o SJ mudou veio com os Macbooks Pro para a plataforma Intel, uma coisa que até hoje é falada é a possibilidade de correr o Windows nestes dispositivos. Isto dá um valor brutal para profissionais mais exigentes. Isto é uma forma de pensar razoável.
Hoje, o TC ainda não acabou com isto. Mas no iMac já eliminou uma coisa que dava um grande valor à opção. O TDM, Target Display Mode. Isto permitia usar um iMac como monitor de qualquer dispositivo externo, nomeadamente um portátil, quer OSX quer Windows. Pois bem, com lançamento do iMac Retina, isso acabou!!!!
Reparem nas letras mais pequenas:
https://support.apple.com/en-us/HT204592
Outro exemplo ... o iPhone foi lançado com um preço abaixo dos Smartphones topos de gama do mercado da altura, até o modelo 3GS era mais barato. Isto não foi por acaso. Hoje a Apple parece estar a correr para quem faz o device mais caro do mercado em tudo o que põe o dedo... Money Game, Money Game.
Vamos ver .... mas creio que este ano a estrela da Apple vai ser tanto o novo iPhone como o novo iPad Pro de 13" e se calhar até vem aí um de 15". Vamos ver também como o iOS evolui para suportar estes novos iPads. Como o teclado vai melhorar e coisas mais.
Bom, até mais. Este é a última thread que abro durante muito tempo na Zwame. Fica um texto que tenta racionalizar esta alteração dos preçários da Apple. E porque é que apesar de terem o seu mérito, não está a ser levada a cabo com bom senso ... na minha opinião. E poderá afectar a imagem da empresa junto de muita gente que a aprecia ... bem mais do que eu.
PS: Eu quando voltei para o Mac recentemente cheguei a contemplar a opção 3). Mas os compromissos eram por demais ao ponto de comprometer a usabilidade. Optei por comprar um MacBook Pro de 2015 quase todo artilhado, que é o melhor Macbook PRO PRO PRO que a Apple já alguma vez fez, e esperar que a coisa acalme até precisar de um upgrade. Neste momento há demasiada turbulência a todos os níveos neste contexto, provocado não apenas por factores externos.
Se olharmos para o mercado hoje e para as características destes dispositivos, nem que seja comparando apenas com as linhas dos anos anteriores, não há nada que o justifique ... a não ser uma coisa que neste momento apenas faz sentido no mundo Apple.
O iPad Pro.
Uma coisa que gosto bastante na Apple é que quando diz alguma coisa, é porque efectivamente acredita naquilo que diz. Mesmo que as suas crenças não sejam ainda realistas. É uma empresa que neste sentido não pinta a manta como se costuma dizer.
Quando a Apple diz que o iPad Pro é o tablet que vai substituir o portátil para actividades profissionais padrão é porque acredita que é a melhor opção e vai fazer tudo para que isso seja uma realidade e alinhar toda a sua estratégia para tal. E começa por pelo mais difícil de introduzir, a mudança na estrutura de custos dos seus clientes. De tal forma que muitos, se quiserem se manter com a empresa, são convidados a olhar para a sua linha de produtos de outra forma.
A aposta da Apple é que o iPad Pro é o dispositivo que vai substituir o MacBook Air e os MacBooks Pro's da geração anterior para a grande maioria dos seus clientes. Ficando um Macbook como dispositivo de nicho. Neste momento, apresenta-se com dois modelos, um de ~10" e outro ~13" com preços a variar entre os $599 e os $1129. A qual terá de se somar um teclado, $169 eventualmente uma caneta, $99. Ou seja o máximo que uma solução deste género custa é cerca de $1300.
É uma jogada a arriscada, mas dependendo da próximas gerações deste produtos poderá uma aposta ganhadora para a empresa e a melhor a longo prazo para o utilizador final face à concorrência.
Desafíos
Neste momento não há indicadores claros que o mercado esteja preparado para aceitar o iPad Pro como a Apple o apresenta. As razões são diversas:
- O mercado não está habituado a ver estes dispositivos desta forma. Por outro lado a concorrência como é óbvio não partilha desta visão. Isto é, a Apple estará totalmente sozinha nesta visão num mar de concorrência.
- O iPad Pro ainda está na primeira versão. Quem trabalhou pelo menos durante uma semana, percebe, que pese embora seja possível ainda é algo forçado. O iOS, no contexto da interacção homem máquina ainda não tem os artefactos funcionais que permita esta transição de forma cómoda mesmo tendo conta o período de habituação. Uma coisa que é clara é o enorme desperdício de espaço útil no ecrã para tarefas profissionais, com tamanhos totalmente desproporcionais em coisas tão básicas como a letra, mas que é notável em toda a interface, até o launcher. (Não sei o que o SJ pensaria disto, mas a jogar pela sua paixão em torno da tipografia fico com a sensação que isto não iria sair cá para fora assim).
Em suma a Apple terá de fazer muito mais para que isto vingue, para que seja um dispositivo muito eficiente neste contexto. E tenho a certeza que vai fazer, a não ser que tenha ficado totalmente marada dos carretos de vez.
Uma coisa que já reparei é que o Ive, apesar dos seus dotes fora de série como designer, não é pelo menos tão perfeccionista como era o SJ. E isso nota-se no seu output do Ive sem o Steve a partir-lhe a cabeça.
Oportunidades
ARM / iOS pode ser uma dupla implacável na computação pessoal profissional.
Quem já usou um Surface Pro, para mim a epítome do ultra portátil, ultrapassando tanto o MacBook Air como o Macbook, rapidamente percebe e repara nas fragilidades dos sistemas Intel e Windows em performance neste contexto. A potencial destes dispositivos para tarefas mais "pesadas" é uma mera ilusão. Ao ponto de se criar uma distorção na realidade e que as pessoas acreditam.
Quantos artigos há a falar bem do Surface Pro com o Lightroom, Photoshop ou mesmo programação. Sim, há uma sensação de magia quando se olha para este dispositivo a correr estas aplicações, tão pequeno, tão portátil, tão versátil. No entanto a realidade é que estes dispositivos, seja com Core M, Core i5, Core ou Core i7, com 4GB, 8GB ou 16GB ... não têm capacidade para tal. Sim correm, mas com uma performance dolorosa nestes contextos. Rapidamente aquecem, ventoinhas disparam e em menos de 4 minutos esta-se um Core i7 é convertido num Core i3 com throtling. Isto em tarefas perfeitamente mundanas.
O que é espantoso, é que as mesmas tarefas num iPad Pro são feitas sem qualquer degradação de performance, de uma forma suave, sem esforço, sem grande impacto na bateria. Tarefas como dodge, burn, crop, shading etc etc etc. Até jogos. Sim um iPad Pro não corre o COD, até porque não tem disponível, mas também se formos honestos o Surface Pro fa-lo mal e porcamente. Pior, ao se usar este tipo de aplicações nestes dispositivos, está-se a encurtar drasticamente a sua longevidade.
Ou seja, a combinação iOS / ARM aparentemente oferece melhor performance end to end que qualquer Surface Pro para as tarefas que ambos correm. Parece contra natura mas é verdade.
Enter the Money Game
Até aqui tudo bem. Reconhece-se a forma de pensar diferente da Apple. Mas onde é que a porca torce o rabo no meio disto tudo? Não vou repetir o facto que o Ive aparentemente não é tão perfeccionista como o SJ por um lado, e por outro lado o design talvez por isso torna-se mais complexo. Mas a ausência do SJ não se nota apenas no design.
A abordagem da Apple a esta transição requer um investimento muito avultado dos seus clientes ao ponto de parecer que a se coloca hoje demasiado acima destes. Estando demasiado longe para ser um farol como sempre foi.
1) A empresa "pede" com esta estratégia que o seus clientes olhem para o iPad Pro como substituto dos ultra portáteis. Apesar das vantagens ao nível de performance, a linguagem homem máquina que tem implementada é ainda SUBPAR para o que se propõe! Ou seja o iPad Pro ao nível da linguagem não está para os ultraportáteis como o iPhone estava para os Smartphones da época.
2) Por outro lado a empresa "pede" a quem efectivamente precisa de algo que um iPad Pro, mesmo que fosse perfeito não conseguiria dar, muito mais $$$ do que pedia. Para não falar na idiotice dos adaptadores, quando o que deveria advogar como melhor solução a substituição dos cabos. Estou a falar software developers de grande mobilidade.
3) Poderia se pensar que a combinação perfeita para os profissionais mais EXIGENTES seria um iMac combinado com um iPad Pro. No entanto o iMac é uma linha tem tido um déficit de actualização brutal. Até de estarem a ser retiradas funcionalidades que lhe davam grande valor como opção (ver abaixo).
Penso que no tempo do SJ nunca este tipo de manobras teve tamanha profundidade e detalhe fóbico.
Por exemplo, quando o SJ mudou veio com os Macbooks Pro para a plataforma Intel, uma coisa que até hoje é falada é a possibilidade de correr o Windows nestes dispositivos. Isto dá um valor brutal para profissionais mais exigentes. Isto é uma forma de pensar razoável.
Hoje, o TC ainda não acabou com isto. Mas no iMac já eliminou uma coisa que dava um grande valor à opção. O TDM, Target Display Mode. Isto permitia usar um iMac como monitor de qualquer dispositivo externo, nomeadamente um portátil, quer OSX quer Windows. Pois bem, com lançamento do iMac Retina, isso acabou!!!!
Reparem nas letras mais pequenas:
https://support.apple.com/en-us/HT204592
Outro exemplo ... o iPhone foi lançado com um preço abaixo dos Smartphones topos de gama do mercado da altura, até o modelo 3GS era mais barato. Isto não foi por acaso. Hoje a Apple parece estar a correr para quem faz o device mais caro do mercado em tudo o que põe o dedo... Money Game, Money Game.
Vamos ver .... mas creio que este ano a estrela da Apple vai ser tanto o novo iPhone como o novo iPad Pro de 13" e se calhar até vem aí um de 15". Vamos ver também como o iOS evolui para suportar estes novos iPads. Como o teclado vai melhorar e coisas mais.
Bom, até mais. Este é a última thread que abro durante muito tempo na Zwame. Fica um texto que tenta racionalizar esta alteração dos preçários da Apple. E porque é que apesar de terem o seu mérito, não está a ser levada a cabo com bom senso ... na minha opinião. E poderá afectar a imagem da empresa junto de muita gente que a aprecia ... bem mais do que eu.
PS: Eu quando voltei para o Mac recentemente cheguei a contemplar a opção 3). Mas os compromissos eram por demais ao ponto de comprometer a usabilidade. Optei por comprar um MacBook Pro de 2015 quase todo artilhado, que é o melhor Macbook PRO PRO PRO que a Apple já alguma vez fez, e esperar que a coisa acalme até precisar de um upgrade. Neste momento há demasiada turbulência a todos os níveos neste contexto, provocado não apenas por factores externos.
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