A Literatura, musica jogos, precisam sempre de um formato para a sua transmissão, é uma limitação à mesma. Mas a consola em si não é um objecto cultural, pois sozinha não faz nada é mero instrumento de leitura, tanto que actualmente nem precisam de jogos para trabalhar. Dizer que a consola é um objecto de cultura é o mesmo que dizer que uma televisão também o é, alias teríamos e colocar praticamente todos os aparelhos electrónicos como objectos culturais.tal como dizes é a propriedade intelectual em si que é a cultura, e os jogos os são, não disse o contrario.
Agora não podes considerar um jogo como de grande grau cultural que não o é. Se considerar-mos Cultura como algo que promove o desenvolvimento cognitivo humano, verificamos que os jogos estão mais associados a um maior desenvolvimentos de reflexos do que qualquer outra coisa, tal como a maioria dos produtos dedicados aos entretenimento, e isto inclui certos livros(excluo musica, pois ainda nada mostrou que diferentes estilos musicais interfira no que quer que seja o ser humano). Se o jogo influenciou-te em certo grau a busca por certos assuntos, isso não lhe confere um outro grau cultural, continua a ser uma obra de entretenimento, se assistires a um acidente automóvel, e resolveres pesquisares sobre o assunto, acho que concordaras que o grau cultural de um acidente continua a ser nulo.
Mas culpas o estado dos preços dos produtos culturais acusando de ser povoado de fascistas, negando o acesso à cultura, e isso não concordo, dai ter falado de Platão. Dás por um jogo 50€, mas o principal imposto que ali tens é o iva de 21%, o preço elevado do mesmo é responsabilidade de quem o fez, e das regras de mercado, um livro de Platão apenas tem um iva mais baixo, mas mesmo com um iva de 21% continuava a ser um livro muito barato, no entanto as suas vendas são diminutos comparadas com um jogo, e o seu grau cultural é mais elevado.
Colocas o vestuário à frente da cultura, e eu questionei porque, e colocaste isto:
"será difícil alguém viver sem ter o que comer, o que vestir, já para não falar num tecto", colocaste por duas vezes esta ordem: comida, roupa, e habitação. isto é um reflexo do que tu consideras importante, porque reflecte o teu modo de vida,as tuas preocupações, quanto mais garantido, mais para ultimo. Tu todos os dias precisas de comida e roupa, e tens a habitação garantida(não te trás preocupações) colocando em ultimo. Por fim colocas a cultura, tornando a cultura num luxo, só interessa se garantires o resto. Eu dei foco na roupa pela simples razão de ser considerada um bem quase inútil em boa parte do planeta, usando a mesma roupa, por vezes até morrer, alias a roupa só existe por existir cultura, um animal(não humano) garante a sua sobrevivência sem roupa, existindo certos primatas que possuem certos graus de cultura limitados, estando logo a seguir à comida a preocupação da sua transmissão! o que és primeiro na vida, um ser com casa ou um ser com cultura?
darwinismo não se aplica a comportamentos, o uso do mesmo nesse campo levou a certos massacres no mundo, e aqueles que os cometeram também se colocavam em cima, como se fossem a entidade dominante, superior, no entanto esses mesmo indivíduos não ficaram recordados pelo mesmo.
Se leres o início do meu post anterior anterior, vais ler que eu cheguei à mesma conclusão que tu, ou seja, a cultura está nos jogos da consola e não na consola dos jogos!
Se o suporte da cultura é uma limitação à mesma, isso eu não tenho culpa; não sou eu que ando a engordar contas secretas na suíça provenientes de impostos ilegais...
Que tu não consigas perceber um jogo como uma expressão de cultura, não temos culpa, eu até consigo; a única diferença é que não estou à espera que um jogo, ou até mesmo um album de música seja "um livro aberto"; se é que me faço entender!
E quanto ao grau cultural resultante da análise de um hipotético acidente, depende da "cachola" de quem o analisar, mas creio que estás a esticar demasiado a corda para domínios que não se relacionam com o assunto em epígrafe...
E já agora, mais um remate; se está ou não provado científicamente que a música possa alterar o comportamento humano isso não sei; o que eu sei é que a presença da música e até dos seus variados suportes (CD, K7, Vinyl; quem diría, um miserável suporte!) foram em determinadas fazes da minha vida bastante importantes para o desenvolvimento de alguns talentos da minha parte, e de cultura artística, pictórica, ilustrativa, ou aquilo que preferires chamar!
Mais uma vez, cultura não são só datas históricas e revoluções sociais!
Em relação ao que tu chamas de "grau cultural mais elevado" por parte de um livro do Platão quando comparado com um jogo, percebo onde queres chegar, e até concordo numa perspectiva puramente escolástica/educativa; mas tal como eu já disse, a cultura complementa-se e eu acho que não é "democrático" fazer "medições de tamanho ou percentagem" da cultura!
Eu digo que toda a cultura deve ser tratada de modo igual, porque muita gente pode não ter a capacidade de apreender um livro do Platão, mas se calhar apreende muito mais facilmente um jogo ou um album de música! Se é verdade que toda a gente devería ter capacidades para ler e perceber um livro do Platão? Sem dúvida, mas isso já descamba para os domínios do analfabetismo ou, pelo menos da cultura precária, que é um outro problema!...
E não, eu não acho bem que os jogos sejam taxados a 21%, se os livros não o são, então os jogos e a música tambem não o deveríam ser, doesse a quem doesse e emagrecendo a receita de que estado fosse! Uns não são filhos e outros afilhados! (ou não deveríam ser)
Quanto ao que disseste em relação às posições no "pódium" da alimentação, vestuario e habitação; epa, e se eu te dissesse que não é um pódium? Que realmente podes colocar as 3 num patamar mais ou menos idêntico, variando as situações consoante o seu posicionamento no globo? (Excluíndo como é óbvio a alimentação dessas trocas, porque essa será sempre "A" 1ª Necessidade; infelizmente não se pode viver do "ar"...)
Assim teriamos o vestuario e a habitação como bens de segunda necessidade, e a cultura como "3ª necessidade",... descendo por aí abaixo até chegar ao luxo que eventualmente deve ser um bem de,... 156ª necessidade,... sort of...
De 3º para 156º lugar até que a cultura não se safou nada mal... isto colocado de uma maneira que seja fácil apreender e sem complicar demasiado as coisas!
Depois tambem não percebi a tua divagação sobre o vestuário, espero que não subentendas esse conceito nos meus posts como a última moda de ténis "ardidas" ou de calças mais "leves"; estou a mencionar num sentido puramente de necessidade,... espero estar a ser bem explícito nesta matéria!
O facto de eu colocar a cultura depois da habitação tambem é pelo mesmo motivo, se viveres em Africa, roupa e habitação podem até ser circunstanciais; mas se viverem na Noruega o caso muda de figura; e um sábio congelado pela neve é sempre um sábio congelado pela neve!...
Para finalizar, já estou a adivinhar onde queres pegar quando falas em massacres motivados por supostas maneiras de pensar Darwinianas; mas para isso tenho eu resposta para ti:
Lá porque os Nacional-Socialistas PENSAVAM que eram Darwinistas; isso não quer dizer que um Darwinista seja Nacional-Socialista, da mesma maneira que um anticristão é sempre um ateu, mas um ateu não tem necessáriamente que ser anticristão, pode até nem ser "anti-qualquer-coisa"!
E sim, gosto de ser Darwinista, de ter pensamentos Darwinistas, e de chegar à conclusão que guerras, conflitos e limpezas genéticas levadas a cabo por fanáticos, seja da política ou da própria Igreja tenham sido o verdadeiro oposto do Darwinismo; porque ao contrário do benefício da espécie, só trouxeram a miséria, a morte, e muito importante; a "depauperação" da piscina genética humana!
Por isso como vês, lá por um gajo ser Darwinista não quer dizer que se queira superiorizar em termos efectivos a outrém, mas sim superiorizar-se a si mesmo, por muito que isso nos coloque em rota de colisão com os mais "preguiçosos" ou "passivos".
A nossa busca pelo constante melhoramento dos nossos hábitos não se compadece com o "relaxo" de outrém, era o que mais faltava!
Mas isto dava pano para mangas!
Em relação ao tópico, o facto de haver bastantes consolas (suportes dos jogos) nos lares de Portugal pode não ser um factor tão negativo como muitos receiam; tal como os PC's, os livros ou a música; os jogos podem ser um veículo de informação e cultura tão poderoso como a própria banda-desenhada (temo-nos esquecido desta) que é apenas "A" forma mais eficiente de fazer passar uma mensagem ou um conceito ou tema! (quem souber de que maneira funcionam os dois hemisférios do cérebro humano percebe o porquê!)
É óbvio que deve haver muita gente que não sabe aquilo que tem em casa, e que provavelmente nem compreende o poder da herança cultural que tem em casa, seja lá qual for o suporte pelo qual é transmitida! Mas as consolas vieram para ficar, seja pelo gosto nos jogos, seja pela vontade de alguem se pavonear aos vizinhos; e tal como aconteceu com a descoberta do fogo desde tempos imemoriais, os benefícios para nós dependem sempre da maneira como uma coisa é utilizada!
Espero que à terceira vez seja de vez!
\w/
PS: Demorei mais de um dia a responder porque estive a incrementar a minha cultura estratégica no Starcraft,... hmmm isso faz-me lembrar que ainda tenho "O Principe" de Maquiavel para ler!
Onde estará guardado aquele album de Mayhem cujo tema andava á volta desse livro?
Deve dar uma boa "soundtrack" para a leitura...
EDIT: "Vêz" emendado, thks pelo reparo!