O Metal Gear Solid original foi dos jogos que mais revolucionou a indústria, apaixonando milhares de jogadores de todo o mundo. Toda esta adoração só poderia levar ao inevitável: o anúncio de uma sequela, que, ao contrário do que muitos jogadores desejavam, iria sair apenas na nova consola da Sony, a poderosa PlayStation 2. Assim, Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (MGS2) transforma-se num dos jogos mais aguardados e com mais hype de sempre, com Kojima a libertar informações sobre o jogo aos poucos. Muitos foram os fãs de MGS que compraram uma PS2 para jogar a sequela de um dos seus jogos favoritos, sendo por isso MGS2 considerado, a par de Gran Turismo 3 e Final Fantasy X como um dos primeiros grandes motivos para a compra da consola.
MGS2 é dirigido por
Hideo Kojima, desenvolvido pela Konami Computer Entertainment Japan e publicado pela Konami, sendo lançado em 2001. É o quarto jogo da série Metal Gear, sendo um dos títulos da série que melhor vendeu, mais concretamente 7 milhões de cópias e todo o mundo.
A história decorre quatro anos depois da aventura em Shadow Moses, na qual Solid Snake foi aclamado como herói em todo o mundo. Snake, porém, abandonou o governo e agora trabalha junto com Otacon na ONG "Phylantrophy", destinada a caçar qualquer Metal Gear existente. Otacon recebe um e-mail relatando o transporte de um novo modelo Metal Gear através do Rio Hudson, cabendo a Snake infiltrar-se no navio Discovery para averiguar tal informação.
A ação passa-se numa instalação da Marinha Americana que foi tomada por terroristas que se autodenominavam "Sons of Liberty" ("Os Filhos da Liberdade"), que exigem um resgate em troca da vida do presidente dos Estados Unidos, ameaçando destruir a instalação e criar um desastre ambiental se as exigências não forem atendidas. É neste jogo que ouvimos falar de uma conspiração mundial construída por uma organização conhecida como os Patriots. O enredo explora muitos temas sociais, filosóficos e cyberpunks, incluindo teoria de clonagem, sociologia, inteligência artificial, controlo e manipulação de informação, teorias da conspiração, manipulação política e militar, evolução, existencialismo, censura, manipulação do livre arbítrio, abordando também temas tabus em videojogos como o incesto e a orientação sexual. A ambição do script de Hideo Kojima foi muito elogiada, sendo considerado por muitos como o primeiro videojogo pós-moderno.
A parte dos antagonistas é formada por três grupos principais: os já referidos "Sons of Liberty", a unidade antiterrorista "Dead Cell" e um exército mercenário. Os membros do Dead Cell são Vamp, um homem que apresenta atributos de vampiro e que resiste sempre à morte; Fatman, um excêntrico com uma sabedoria excepcional sobre explosivos; e Fortune, uma mulher capaz de enganar a morte por meios, aparentemente, sobrenaturais.
Em MGS2 aparecem outros personagens carismáticos como Emma Emmerich, a meia-irmã de Otacon; Sergei Gurlukovich, ex-comandante de Ocelot e pai de Olga ou o presidente James Johnson, mantido refém pelos Sons of Liberty.
A perspetiva na 1ª pessoa foi uma das inovações deste titulo face ao original
Apesar da sua excelência, houve um aspeto do jogo que desagradou a muitos fãs de Snake. Em MGS2, o papel de herói não seria apenas desempenhado pelo histórico militar, mas sim por Raiden, um agente novato que é totalmente distinto de Snake, sendo criticado por muitos jogadores. Outros criticaram os bosses que, não sendo maus, não tinham o carisma dos apresentados no primeiro MGS. Outros criticaram a dificuldade de perceção do enredo e o excesso de cutscenes. Mas a essência de MGS é isto, pelo que ou se gosta ou não se gosta. Eu pessoalmente adorei, sendo este um dos meus jogos favoritos de sempre. O final que nos deixa inúmeras interrogações a pairar na cabeça é genial.
Raiden, o personagem mal-amado. No entanto, a sua popularidade iria sofrer uma reviravolta de 180º com MGS4
Criticas à parte, MGS2 é um dos melhores jogos de todos os tempos, sendo uma sequela digna do MGS original da velhinha 32 Bits da Sony, sendo daqueles jogos que não deixa ninguém indiferente. Ainda hoje é um titulo extremamente atual e que merece ser jogado por todos, já tendo inclusive recebido conversões HD por parte da Konami. Um daqueles clássicos imperdíveis e intemporais.