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Após o lançamento de Super Metroid para a Super Nintendo, a série ficou oito anos sem receber um título. Chegou-se a cogitar a produção de um jogo para a Nintendo 64 ou para o raro acessório 64DD, mas a verdade é que nunca se concretizou. O produtor Shigeru Miyamoto, em entrevista ao portal IGN, disse que a empresa não conseguiu trazer nenhuma ideia concreta o bastante para justificar um novo jogo, apesar de os esforços feitos durante o período da Nintendo 64.
Metroid Prime é um jogo de aventura na primeira pessoa, produzido em conjunto pela Nintendo e pela novata Retro Studios, o título marcou a entrada da série Metroid no mundo 3D e a criação de um novo género: aventura na primeira pessoa — First-Person Adventure (FPA).
A Retro Studios foi fundada em 1998, como fruto de uma parceria entre a Nintendo e o fundador da Iguana Entertainment (depois tornada em Acclaim Studios Austin), Jeff Spangenberg. Ao estabelecer escritórios em Austin, Texas, em 1999, a Retro começou a trabalhar com quatro projectos distintos para a GameCube. Quando o produtor Shigeru Miyamoto visitou o estúdio, em 2000, desaprovou todos, mas sugeriu a produção de um novo jogo da série Metroid, após testar o protótipo de uma engine de um jogo de tiro na primeira pessoa desenvolvido pela equipa local, que o génio da Nintendo achou muito prometedor.
A equipe japonesa, que envolvia Miyamoto, Kensuke Tanabe, Kenji Miki e Yoshio Sakamoto manteve comunicação com o estúdio texano através de e-mails, teleconferências mensais e encontros pessoais. Originalmente, toda a jogabilidade estava concebida na perspectiva em terceira pessoa, mas a intervenção de Miyamoto por um novo estilo fez o desenvolvimento voltar ao zero. Entre as razões para abandonar a perspectiva tradicional, uma delas dizia respeito ao problema enfrentado pela Rare em Jet Force Gemini, no qual a câmara dificultava a execução de tiros intuitivos. A exploração na primeira pessoa também era mais fácil. Mark Paccini disse que a Retro procurou tornar o jogo difícil apenas nas batalhas contra os bosses, assim os jogadores não teriam receio em explorar. Durante os últimos nove meses de desenvolvimento, a equipa da Retro chegou a trabalhar entre 80 e 100 horas por semana para atingir o prazo estipulado pela Nintendo.
A protagonista, Samus, tem de viajar pelo mundo de Tallon IV, à procura de doze Artefatos Chozos que abrem o caminho para a cratera de impacto de um meteoro carregado de Phazon. Durante a busca, a heroína adquire novos itens e habilidades, que lhe permitem chegar a áreas até então inacessíveis. Alguns dos itens são obtidos após lutas contra bosses e mini-bosses, que são encontrados em quase todas as regiões.
O Heads-up display simula o interior do capacete de Samus, que apresenta um radar, um mapa, munição dos mísseis e a nossa vida. A jogabilidade pode ser alterada pela troca de visores (visors), que modificam a perceção que Samus possui do ambiente. Ao todo, são quatro visores: Thermal Visor (permite diferenciar objetos e seres pela temperatura), X-Ray Visor (possibilita ver certos tipos de inimigos e áreas escondidas atrás de paredes), Scanner Visor (único que não pode ser usado em combate, mas permite identificar as fraquezas dos inimigos, fazer leituras do ambiente, acionar mecanismos eletrónicos e traduzir mensagens) e Combat Visor (visão normal).
Além disso, os jogadores devem encontrar e recolher itens que melhoram o arsenal de Samus, incluindo armas, upgrades para a armadura e itens que concedem novas habilidades. Entre elas estão a Morph Ball, que permite a Samus rolar em passagens estreitas e o Grapple Beam, um tipo de chicote elétrico que só pode ser usado em certos pontos do jogo.
Metroid Prime é o primeiro jogo de uma trilogia paralela à cronologia oficial. Como nos jogos anteriores da série, Prime traz uma trama de ficção científica, na qual o jogador controla a caçadora de recompensas Samus Aran durante uma investigação acerca de atividades ilegais no planeta Tallon IV. Antes do lançamento, a expetativa pelo novo Metroid era imensa,não só porque desde a Super Nintendo que não havia um jogo da saga de Samus, mas principalmente porque seria o primeiro jogo 3D da serie, sendo adotada a perspetiva na primeira pessoa, que contrastava fortemente com a jogabilidade dos Metroids anteriores. No entanto, o jogo foi muito bem recebido pela crítica e pelos jogadores pelos seus gráficos realistas, banda sonora de qualidade sublime, pela jogabilidade variada e inovadora e, essencialmente, pela manutenção perfeita do charme e do espírito Metroid.
Uns podem preferir Metroid em 2D e outros em 3D, mas o que ninguém pode negar é que a Nintendo arriscou muito na passagem para o 3D de uma das suas séries de culto, mas que se deu bastante bem, com Metroid Prime a ser uma obra-prima e um dos grandes títulos da Game Cube, sendo o título que catapultou a Retro Studios para, merecidamente, ser hoje reconhecida como uma das grandes software houses da atualidade.
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