A abordagem da Apple é mais partir logo da ideia que são aparelhos diferentes e só inclui funções ou ideias que sejam aplicáveis a cada caso.
A Apple também considerava em tempo que o telemóvel e um media player era aparelhos diferentes. A rampage "recente" deveu-se precisamente por pensar o contrário. Encontrou uma solução que juntava as funções de telemóvel, com mediaplayer e muito mais de uma forma elegante. Não tenho a certeza que a mesma abordagem é a melhor para o caso dos tablets ou se aí há espaço para mais uma convergência, penso que há! Sempre pensei.
Relativamente ao sistema ficheiros que a Apple tem tentado diluir, veja-se que a iCloud da Apple pese embora interessante, do ponto de vista de partilha de informação para lá da oferta da Apple , está-se a revelar de utilidade duvidosa (não falo em backups etc). Muitos de developers estão a caminhar para serviços alternativos e tentam fazer a interface com múltiplas clouds e não só o que torna a consolidação ainda mais difícil.
O grande desafío da Miscrosoft na minha opinião vai ser o preço. Um surface, ao nível funcional até pode valer 300 ou 500 euros mais que o iPad ou Transformer, não sei é se o público em geral vai dar esse valor, principalmente com a Apple adicionar mais valor multimédia ano para ano. Eu penso que até pode valer isso, mas o público não vai nisso! Mas se for a um preço que torne o objecto comparável penso que o publico irá perceber que o RT é mais versátil e convencer muita gente que ainda não comprou tablets, e mesmo os que compraram poderão eventualmente mudar.
Na semana passada li um artigo interessante da revista Harvard Business que mostravam os resultados de um estudo que concluía que as pessoas normalmente valorizam por baixo dispositivos que fazem muitas coisas quando comparado com dispositivos que foram talhados para fazerem apenas algumas coisas comparativamente. A maioria colocava mesmo dispositivo com extras mais barato do que o mesmo sem extras. O que é interessante. O artigo também tenta explicar este fenómeno.
Apresentaram um dispositivo a um grupo de pessoas que não o conhecia e o mesmo dispositivo com mais algumas funções a outro grupo de pessoas (foram vários grupos de cada um). E pediram que cada grupo chega-se a um consenso sobre o valor. Quase todos os grupos do segundo colocaram o produto ou ao mesmo preço ou mais barato que os primeiros.
PS: Não é o caso dos telemóveis WP 7.5 que na minha opinião propunham seguia o inverso. Num mercado que o standard é já um conjunto de funcionalidades integradas e que funcionam de forma COMPROVADA, tentaram vender a coisa com menos funções, pese embora uma ou outra melhor, práticamente ao mesmo preço. Claro, só podia dar asneira. Só alguns "iluminados" é que achavam que o problema era falta de gente a vender e a explicar nas lojas que com menos do que o "standard" se podia fazer melhor, quando o problema não era esse. Para isso colar era preciso que a concorrência anda-se a dar tiros no pé propondo mais mas muito mal o que não é de todo o caso.
Ora o Surface é outra história. Penso que propõe mais e tenta propor melhor em todas frentes. A começar com câmeras frontais e traseiras no modelo base pelo que se consta. Um detalhe sem dúvida, mas que demonstra que a abordagem ao mercado é totalmente diferente daquilo que foi o WP7. E ainda bem.