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Desculpa mas não estás a ser correcto. Por acaso as fotos eram mesmo boas, e sinceramente ninguém percebia que tinham sido tiradas por telemóvel. Com o ruído que tinham pareciam terem sido tiradas por uma analógica porreira. O que te quero dizer é que não podes de forma alguma criticar as fotos de telemóveis. É quase como criticar as máquinas descartáveis. Existe um espaço para tudo, e é natural que quem tenha um iPhone o queira usar como máquina fotográfica.

Posso não estar a ser correcto, mas estou de certeza a ser mais realista. Se ninguém percebia que tinham sido tiradas por um telemóvel, então é porque alguma coisa estava mal. Como te disse, já experimentei vários telemóveis que foram considerados os que tinham melhor IQ (tenho um amigo que desde que teve um N95 que anda a ver se encontra algum melhor que a minha SLR :p ) e nenhum deles atingia os padrões de uma boa compacta. E o iPhone não é melhor que nenhum deles (tenho vários amigos e familiares com iPhone, sei bem o que é que a casa gasta).
Portanto, ou a tua foto realmente era algo de extraordinário a nível de estética, ou tiveste a sorte de alguém com dinheiro a mais gostar muito dela.

Se há espaço para tudo? Claro que há e nem eu disse o contrário. Os telemóveis têm o seu mercado e servem perfeitamente para quem só quer o registo ou para quem não tem mais nada à mão. Mas os primeiros porque têm padrões de qualidade baixos/inexistentes, os segundos por questões práticas. Nenhum por ser "bom", por isso virem-me dizer que os telemóveis têm boa qualidade de imagem, é como tentarem vender isto a quem tem isto.

...Mas se calhar se fosse hoje o Henri Cartier-Bresson usaria um iPhone e não uma Leica! Porque há mais numa foto do que a pura qualidade de imagem. Afinal, a nitidez é un conceito burguês! :D

Sim, é estar mal em relação ao valor das coisas e do ponto de vista da arte (já que estamos a falar da compra de uma obra), portanto invalida o argumento do comprador. Uma pessoa com conhecimentos sólidos, em circunstâncias normais, sabe avaliar ambas as partes e pode muito bem achar que a foto vale o dinheiro, mas certamente que atribuirá o valor à parte estética e não à parte técnica (e por técnica não me estou a referir a aberturas, obturadores, etc, mas ao ruído, nitidez, aberrações, etc).
Por isso, quer com Bresson, quer com o Orpheusmyth, a foto até pode valer milhões pela imagem ou pelo que representa, mas de resto é tão simples quanto isto:
Não há dúvida que, em termos de qualidade fotográfica, o iPhone é fraco para os padrões actuais.
No entanto, pessoas cujas fotos tenham valor semelhante, quer sejam tiradas com o iPhone, quer sejam tiradas com uma H3, são a excepção e não a regra.
 
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