Partilha MSFS 2020 - Volta ao mundo em caracol

Etapa 28 (EUROPA de novo)
Kutaisi, Georgia (UG26) - Mineralnie Vodi, Russia (URMM)
Distância : 400 km
Tempo de voo: 2:00
Combustível: 18 galões

Tal como o amigo Ulpianus previa, o tempo nesta altura do ano por estes lados não é o melhor. O dia nasceu com uma camada de nuvens relativamente baixa, embora com boa visibilidade junto ao solo.

O plano para hoje é atravessar a cordilheira do Cáucaso, sobrevoando as três montanhas mais altas da Europa.
Ainda estive para adiar o voo, mas um piloto que acabara de aterrar garantiu-me que a camada de nuvens não era muito espessa, abaixo dos picos mais altos e que a Norte da cordilheira o céu estava limpo por muitos quilômetros. Posto isto resolvi arriscar a descolar, sabendo sempre que o regresso era uma forte possibilidade.

Já no ar, é muito fácil constatar que de facto as nuvens estão muito baixas.

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Para Norte, já junto às montanhas apercebi-me pela luz solar que havia uma boa aberta nas nuvens por onde poderia trepar sem as atravessar. A última coisa que quero é voltar a encontrar-me coberto de gelo, sem visibilidade e ainda por cima numa zona montanhosa.

Arrisquei percorrer uma rota baixa, dentro de um vale, que supostamente me iria levar até à dita clareira sem ter de entrar nas nuvens.

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Quem não arrisca não petisca. A clareira chega e sobra em tamanho para por ela trepar até ao topo das nuvens.

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Ainda tive de puxar um pouco pelo motor, mas uma esfrega de poucos minutos só lhe faz é bem para limpar as entranhas. Aqui já no final da subida.

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E tal como o colega piloto me tinha avisado, céu limpo pouco depois.

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Para Norte, a vista é ainda mais bonita com os cumes gelados a romperem pelas nuvens.

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À minha esquerda avistei ao longe o Monte Elbrus, um vulcão inactivo e a mais alta montanha da Europa com uns impressionantes 5642m.
Por esta altura o gelo no vidro ainda ameaçou, mas o ar seco tratou-lhe da saúde em poucos minutos.

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No entanto, primeiro queria visitar outras duas montanhas imediatamente a seguir no ranking das mais altas Europeias.
Antes de lá chegar, e já a sobrevoar as zonas mais altas, a paisagem por baixo de mim era de cortar a respiração. Vales profundos banhados por glaciares que metro a metro marcam o tempo à milénios. Infelizmente para muitos destes glaciares o relógio está a chegar ao fim.

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Mesmo sendo um simulador, é difícil ficar indiferente a estas paisagens.

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Em primeiro plano, à esquerda junto à asa, Dykh-Tau, com 5204m. Em aegundo plano, a famosa muralha de Bezingi com uma cumieira com 12 quilômetros de comprido e rematada pela Shkhara, com 5068m. Depois do monte Elbrus, estas são respctivamente a segunda e terceira montanhas mais altas da Europa.

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Seguindo o plano de voo, rumei para noroeste em direcção ao Elbrus.
Se nas etapas anteriores, o conteúdo foi menos emocionante, nesta não me posso conter nas imagens. Foram mais de 100 e garanto-vos que todas tinham lugar neste relato.

Aqui, duas vistas da vertente Norte desta cordilheira. A beleza delas fala por si.

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E finalmente o imponente Elbrus a dominar toda a paisagem.

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Tal como me tinha assegurado o colega piloto, a Norte o céu estava limpo por alguns quilômetros. A rota até ao meu destino não deve apresentar problemas.
Esta foi tirada praticamente sobre o cume do vulcão.

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Para além deste ponto, a cordilheira do Cáucaso ainda se estende por cerca de 200 quilômetros.

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No entanto, o meu dia de alta montanha está a acabar e está na altura de rumar para terras mais baixas.

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De travões aerodinâmicos abertos, já na descida para baixo das nuvens, percebe-se nesta imagem a imponência do Elbrus que domina toda a paisagem. Em terra de gigantes, só um tem o título de "o Monte".

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Já a chegar a Mineralnie Vodi, as nuvens ainda não cobriam tudo e foi relativamente fácil serpentear por uma rota até ao destino.

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Mineralnie Vodi é uma cidade relativamente recente. Apareceu no século dezanove como uma aldeia de apoio à linha férrea entre Rostov do Don e Baku no Arzebaijão e foi só na era Soviética que recebeu o estatuto de cidade.

Sobre a cidade com a pista à vista.

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E por fim toca a dar descanso ao caracol e digerir esta fantástica etapa.

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Tive de fazer um desvio na minha volta ao mundo, mas esta etapa mostrou que valeu a pena. Seria uma grande perca, passar aqui ao lado e não ficar a conhecer esta magnífica região.

P.S:
Só uma pequena nota.
Como disse logo no incício do tópico, toda esta volta ao mundo é feita dentro do universo do "FSEconomy". Uma aplicação online que introduz a vertente financeira no jogo. Para essa aplicação é imperativo que os aviões descolem do último local onde aterraram.
Infelizmente, embora pela primeira vez, o Microsoft Flight Simulator crashou-me já próximo da aterragem, pelo que a nível do FSEconomy é como se o voo nunca tivesse ocorrido. Assim sendo, não houve outra hipótese que não fosse refazer o voo. Este segundo voo já foi feito embora com pequenas alterações e irei postar o relato amanhã, mas visto que foi uma repetição irei numera-lo 28a e não o considerarei como uma verdadeira etapa.
 
Última edição:
Etapa 28a
Kutaisi, Georgia (UG26) - Nalchik, Russia (URMN)
Distância : 150 km
Tempo de voo: 1:20
Combustível: 12 galões

Como tinha dito na etapa anterior, tive um crash no computador e por isso vi-me obrigado a repetir a etapa para efeitos do "FSEconomy" que não reconheceu o voo.
Assim sendo, não considero esta etapa como sendo uma verdadeira etapa da volta ao mundo e por isso voei-a sem qualquer imposição das regras que me obriguei nas etapas "oficiais".

Na partida o tempo estava ainda pior mas aconteça o que acontecer irei atravessar as montanhas, nem que tenha de meter um tempo personalizado sem nuvens.

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Junto às montanhas, a constatação do óbvio. Provavelmente nestas condições será impossível atravessar. Nuvens cerradíssimas e a começar muito baixo.

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Antes de desistir e passar de tempo real para outro artificial sem nuvens, decido percorrer o sopé da cordilheira à procura de uma berta.

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Escolha acertada. Uma pequena abertura permitiu-me o atrevimento e arrisquei a travessia.

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No entanto houve consequências.
O gelo acumulou-se rapidamente. Se fosse uma etapa a sério nunca teria tomado esta decisão, claramente arriscada e com pouca preocupação pela segurança.

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Do lado Norte a paisagem estava deslumbrante com o sol a mostrar-se junto às encostas tal como no dia anterior.

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Nesta etapa, irei mudar o destino por conveniência. O tempo não permite um passeio como na etapa anterior, logo irei aterrar em Nalchik, uma cidade um pouco mais próxima e mais a Sul. Basicamente, foi afastar-me das montanhas durante uns 5 minutos até ao final. O gelo, sob o sol quente, desapareceu num ápice.

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Pelo caminho, ainda deu para ver uns bonitos vales, abundantes nesta região.

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E por fim Nalchik. A aterragem foi sem história.

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Na próxima, irei retomar o voo oficial e terei de fazer a ligação entre e Mineralnie Vodi e esta cidade de Nalchik para recuperar o avião na "FSEconomy".
 
É uma pena que aquela viagem não tenha contado, pois parece ter sido porreira. Mas pelo menos deu para fazer um report com boas imagens, não se perdeu tudo.
Adoro o jogo, mas nunca joguei e sei que não é meu estilo, nessas viagens ia sempre me meter em aventuras e não ia conseguir chegar ao fim. :banana:
 
Etapa 29
Mineralnie Vodi, Russia (URMM) - Telavi, Georgia (UGGT)
Distância : 330 km
Tempo de voo: 1:45
Combustível: 16 galões

Devido ao extremo mau tempo, a minha estadia por terras da "Mãe Pátria" prolongou-se por uns dias. Mas como depois da tempestade vem a bonança, o sol finalmente apareceu.
O dia nasceu limpo, apenas com uma ligeira neblina. Está na hora de retomar para sul, para terras mais quentes. E para isso tenho de voltar a atravessar a cordilheira do Cáucaso, mas desta vez em direcção a oriente.

Já alinhado na pista, pronto para mais um dia de trabalho.

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Antes de me mandar para as montanhas, tenho de fazer uma paragem em Nalchik, por causa do problema descrito nas duas etapas anteriores. No "FSEconomy" é lá que supostamente está parqueado o meu avião e por isso tenho de o ir lá buscar.
O voo é curtinho, cerca de 40 minutos, por isso faço-o baixinho.
Nesta região, os solos férteis e bastante humidade dão uns campos de um verde intenso.

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Aproximação à pista de Nalchik com as montanhas em pano de fundo.

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Já a caminho da travessia.
Tanto gelo tem de ir para algum lado. Os rios a brotar das montanhas são uma constante.

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Pouco antes de abandonar estas planícies ainda avistei estes campos rosas. Não faço ideia o que sejam , apenas que ficam bem na fotografia.

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Depois de ganhar altitude, está na hora da travessia.

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Como sempre, as montanhas não desiludem na beleza.

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E desta vez, até a luz apareceu para apreciar a paisagem.

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Mesmo depois de sair dos cumes de neve, ainda tive umas boas dezenas de quilômetros sobre montanhas de altura considerável.

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Por fim, o imenso vale da região de Kakheti. Este vale é dominado pelo enorme rio Kura com mais de 1500 quilômetros de extensão, e é aqui que fica o meu destino.

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Apesar da sua beleza, esta é uma região disputada entre dois países, a Georgia e o Azerbeijão, disputa essa motivada pela presença do enorme complexo monasterial de David Gareja que se estende pelos dois países.

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A aproximação à pista é muito bonita numa sucessão de pequenos bosques e ribeiros, sempre com as montanhas ao fundo.

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E até a vista final da pista, parece saída de um postal.

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E com esta etapa, termino o périplo pelo Cáucaso, uma das regiões que fazia questão de visitar nesta volta ao mundo.
Começou atribulada a entrada nesta região, mas não podia ter acabado melhor.

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Amanhã volto à areia.
 
Bem .. que empenho. Diz-me só uma coisa, tu ficas realmente o tempo real a conduzir isto? Ou seja se o percurso levar-te 2h, ficas 2h a jogar? Jogas com que setup? Comando? Joystick?

Bem, fiquei super curioso em seguir a tua jornada. Não sou fã do jogo nem nada que se pareça mas ver o teu diário de bordo é engraçado lol
 
Sim, TpTavares, eu jogo em tempo real e não faço saves a meio do voo. Ou seja, quando descolo, tenho mesmo de aterrar. Nada de parar o voo a meio.
Em relação ao setup, tens logo na primeira página deste tópico umas fotografias do setup.
 
Etapa 30
Telavi, Georgia (UGGT) - Gyandzha, Azerbaijão (UBBG) - Zanjão, Irão (OITZ)
Distância : 152 + 522 km
Tempo de voo: 2:50
Combustível: 17 galões

Está na hora de abandonar as paisagens verdejantes e dirigir-me de novo à areia.
O destino de hoje é a província de Zanjão no norte do Irão. Com quase 700 quilômetros, é uma das mais longas etapas desta viagem.

Sabendo da minha epopeia, recebi um telegrama directamente do Irão a perguntar-me se poderia fazer uma paragem a meio, em Gyandzha no Azerbaijão para pegar uma encomenda. Assim, a etapa de hoje vai ser em duas legs.

Na partida, o tempo sobre a cordilheira do Cáucaso estava medonho e pela previsão meteorológica, ao longo da minha etapa também não está famoso.

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Mal saí deste vale, a paisagem mudou abruptamente. O verde deu lugar a formações geológicas que mais pareciam uma paisagem lunar.

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A primeira parte do voo foi feita sempre no limite da tempestade. Por esta altura estava um pouco apreensivo por um lado se conseguiria pelo menos chegar ao meu primeiro destino sem grandes complicações e por outro se o tempo me iria permitir depois continuar até ao Irão.
Aqui, dá para perceber que muito próximo do avião, tinha nuvens bem negras.

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Felizmente, as nuvens estavam-se a deslocar para Este, logo para longe da minha rota. Já a baixa altitude, pouco antes de aterrar em Gyandzha e a sobrevoar este enorme rio, para o lado direito o sol dominava o céu.

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Apenas por uma questão de tradição desta volta ao mundo, fica uma imagem da final. Devo demorar pelo menos um bom par de horas nesta paragem. é que no meio do telegrama do Irão vinha um almoço prometido.

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Já de barriga cheia, siga para o Irão.
Ver que o mau tempo se deslocou ainda mais para Este foi uma agradável surpresa. Na rota para Sul irei fazer um desvio de umas cerca de 50 milhas para Oeste para contornar a tempestade, mas em principio não terei problemas de maior.
Já mais calmo e com outro estado de espírito que só a comida sabe proporcionar, tive tempo para apreciar as vistas desta cidade, que é bem maior do que me tinha apercebido na chegada.
Foi-me dito pelo próprio comandante do aeroporto que o meu caracol foi a primeira aeronave de matrícula Portuguesa a lá aterrar. Quem diria que 500 anos depois, ainda tinha-mos Portugueses a desbravar terras por este mundo.

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A caminho da segunda parte do voo.

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Antes de chegar à altitude de cruzeiro ainda tenho de transpor uma cadeia de montanhas de dimensão considerável. O meu altímetro acusou 3500m.

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O resto do voo antes de terminar o desvio foi sobre um região bastante montanhosa. Apesar de mais serem mais baixas, ao longe de vês em quando ainda se avistam picos brancos.

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E onde há montanhas há vales com belos lagos.

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A cerca de meio caminho, viro à esquerda em direcção ao mar Cáspio. A razão é visitar o Monte Sabalan, um estratovulcão extinto com 4811 de altitude. É a terceira montanha mais alta do Irão. Aqui já a conseguimos ver no horizonte.

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O seu pico todo branco, no meio de uma paisagem dominada pelo amarelo, é uma visão deveras impressionante.

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Se há coisa que esta viagem me ensinou foi a apreciar as paisagens desertas deste mundo. Eu tinha a ideia que eram sempre iguais e monótonas mas não podia estar mais longe da verdade.
Este vale monumental com um rio serpenteante no seu leito é apenas mais uma amostra do tanto que o mundo nos tem para oferecer.

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O meu destino é num planalto adjacente a esse vale. Aqui foi menos de 10 minutos antes da aterragem.

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E não podia deixar de meter o postal de saída. Uma imagem da final.

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É incrível, comparando a primeira e esta última imagem da etapa de hoje, o quanto pode mudar a natureza em meia dúzia de centena de quilômetros.
Uma longa parte muito quente e seca da minha volta começou hoje.
 
Última edição:
Boas imagens... Porque andas a fazer tantos desvios?

Obrigado dodi280.
Embora o objectivo final seja a volta ao mundo, na realidade isso é mais um pretexto. Na realidade, o principal propósito é visitar locais e por isso vou fazendo desvios por locais que me pareçam interessantes por diversas razões.
 
Etapa 31
Zanjão, Irão (OITZ) - Noshahr, Irão (OINN)
Distância : 280 km
Tempo de voo: 1:10
Combustível: 10 galões

Se na etapa anterior, a mudança de paisagem em nenos de 700 quilômetros já foi bastante abrupta, na de hoje isso vai ser coisa de meninos.
Imediatamente a Norte da minha actual posição fica uma cadeia de montanhas que desaguam no mar Cáspio e devido às diferenças entre os ventos húmidos de norte e os ventos secos dos desertos a Sul, estas montanhas apresentam uma característica invulgar.
As suas vertentes Norte são verdes e cobertas de floresta, lembrando as paisagens Europeias e as vertentes Sul são secas e sem vegetação, desertas.

Pouco depois da descolagem é fácil constactar que mesmo nestes climas secos, as populações aproveitam todos os recursos cobrindo o solo com campos cultivados.

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Seguindo para Norte, e já próximo das montanhas, os poucos recursos que a Natureza oferece rapidamente se desvanecem. Nestes locais, apenas as margens dos riachos oferecem o mínimo à sobrevivencia.

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O grosso do meu trajecto foi ao longo deste enorme vale, que corre paralelo à costa do mar Cáspio. Mesmo banhado por um rio, a vegetação surge sempre de uma forma muito tímida.

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No entanto a palete de cores é absolutamente estonteante, indo desde os verdes profundos até aos vermelhos.
As imagens não fazem justiça à beleza. Foi uma parte de voo muito bonita.

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Chegado ao fim do vale, foi subir e virar à esquerda para atravessar as montanhas. As suas vertentes Sul são secas e desertas.

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Mas chegando ao cume dá-se algo surreal. No espaço que se mede em metros a paisagem muda e parece que mudamos de continente.
A Norte, as encostas descem verdes e cobertas de vegetação em direcção à água.

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Estejamos onde estivermos é igual no mundo inteiro. Onde há água, há vida e as margens do mar Cáspio estão totalmente ocupadas pela civilização.

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O resto do voo, foi feito junto à costa até à cidade de Noshahr.

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Downwing sobre o aeroporto de Noshahr pouco antes da aterragem.

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Grandes imagens novamente :)

Já tens teu trajecto para quando chegares a américa? Era giro ires para a América do Sul, fazer um trajecto diferente... Chile, Argentina, Uruguai, sul do Brasil e subir até ao nordeste para atravessar para Africa... Não sei se essa travessia é demasiado agreste para o avião.

Tipo Quito, Lima, La Paz, Santiago, Buenos Aires, Montevideo, Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, vitória, Salvador e Recife - Africa

É uma sujestão :D
 
dodi280, por mais fascinante que a America do Sul seja, vai ter de ficar de fora nesta volta ao mundo.
Irei atravessar os oceanos pelo Norte, visto que só aí tenho aeroportos dentro da autonomia do meu avião. E descer desde o Alasca até à America do Sul seria um desvio de muitos milhares de quilômetros. Estamos a falar de meses.

Infelizmente não posso ir a todo o lado e esse continente ficará para outra volta.
A América do Sul e África são dois continentes que pretendo visitar em projectos futuros.
 
Etapa 32
Noshahr, Irão (OINN) - Teerão (OIID) - Semnan, Irão (OIIS)
Distância : 330 km
Tempo de voo: 2:00
Combustível: 19 galões

Embora não tivesse intenção de aterrar em Teerão, visto que as taxas dos aeroportos das capitais são sempre muito altas, dada a importância desta cidade, não faltaram encomendas bem renumeradas. Assim, a etapa de hoje vai ter uma paragem em Teerão, embora muitíssimo curta.

Para me precaver de eventuais demoras não planeadas, resolvi arrancar cedinho.

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Teerão fica muito próximo, mas está separado da costa pela cordilheira de Elbruz. Depois de subir até aos 15000 pés, o voo foi todo sobre os picos gelados.

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Apesar destas montanhas serem bastante altas, não se comparam com o monte Damavand, a montanha mais alta do Irão, que aqui se pode ver ao longe.

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Assim que acabam as montanhas estende-se uma imensa planície. É precisamente nesta planície até ao sopé das montanhas que se localiza a capital do Irão. Apesar de estar adjacente a enormes montanhas é uma cidade muito plana.

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O destino da paragem é um pequeno aeroporto situado no meio da cidade. Tem uma pista relativamente pequena, mas chega e sobra para o meu caracol, além de ter taxas muito mais baixas que o aeroporto internacional.

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Felizmente as autoridades não levantaram problemas coma burocracia e nem sequer precisei de desligar o motor. Parece que a minha volta ao mundo já é conhecida por estas bandas e até me pediram selfies junto ao meu avião.

Após partir, o destino é o monte Damavand.

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Junto ao monte a paisagem é simplesmente incrível. Um planalto a mais de 2500 metros com rios e lagos cobertos de gelo proporcionou algumas das mais belas vistas desta viagem.

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Com 5610 metros, o monte Damavand é a mais alta montanha da região. Aliás, é até o vulcão mais alto de toda a Ásia.
Este em particular é ainda potencialmente activo. Não sei bem o que isso quer dizer, mas foi o que me venderam uns dos meus passageiros de hoje.
Esta montanha tem ainda um lugar especial na mitologia e folclore Persa. Isto foi das coisas que tenho reparado nesta volta ao mundo, é o papel primordial e mesmo espiritual que as mais altas montanhas têm na cultura e mitologias das regiões onde se inserem.

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A cordilheira de Elbruz estende-se no Norte do Irão ao longo de toda a costa do mar Cáspio. Aqui, a sobrevoar a encosta no monte Damavand, consegue-se ver o mar ao longe.

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O meu destino ainda fica a 130 quilômetros para o interior, já fora desta cordilheira. Durante o percurso as montanhas foram diminuindo, mas a beleza da paisagem manteve-se. Aqui uma vista que quase parece tirada de Marte.

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Por fim, a grande planície à vista.

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Mesmo sendo muito seca, nesta região os rios ainda são uma constante, talvez fruto do degelo das neves altas. E como sempre, junto à água surgem pequenos afloramentos de vegetação.

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A aterragem veio 5 minutos depois.
Esqueci-me da fotografia da aterragem, por isso fica uma do caracol no descanso.

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Esta foi uma etapa que me deu muito prazer e a confirmação que o Irão é um país fantástico.
Tenho pena, que os choques de civilizações, politiquices e muita arrogância e intolerância cultural de todas as partes ainda ergam barreiras completamente desnecessárias entre tantos países.
 
Este jogo (?!) está incrível. Nunca joguei a nada disto mas a vontade é muita. Ainda mais para mim, que trabalho com aviões, mas só no radar.

Mas mais incrível ainda é todo este teu trabalho e partilha.
Só me resta agradecer por me deixares viajar contigo.
Parabéns.
 
Obrigado Cynan.
Este simulador está realmente qualquer coisa de outro mundo.
É absolutamente surreal que precisamente numa altura em que atravessamos uma crise sem precedentes de confinamento e de restrições às deslocações, uma aplicação nos permita viajar e dar a conhecer pelo menos um pedacinho do mundo, sem sairmos de casa.
No meu caso ainda me permite viver o sonho de pilotar um avião ainda por cima nos mais belos locais do mundo, que com ou sem pandemia estaria completamente fora das minhas possibilidades.
Um abraço e que venham mais etapas, e juntos de preferência!
 
Paisagens incríveis. Que grande viagem.

Do Irão vais por onde?
Paquistão (deve ser perigoso ir pelo Afeganistão), India (o norte é muito bonito), Nepal (Himalaias em pano de fundo), China (entrando pelo deserto de Gobi?).
Adoro a Ásia.

Se há coisa que esta viagem me ensinou foi a apreciar as paisagens desertas deste mundo. Eu tinha a ideia que eram sempre iguais e monótonas mas não podia estar mais longe da verdade.

Quem não conhece tem, a ideia errada que deserto é areia sem fim. E realmente não pode estar mais enganado. De lagos salgados, aos oásis, a dunas do tamanho de prédios. Da areia amarela, a laranja ou vermelha. Da areia grossa a areia tipo farinha.
Recomendo que pelo menos uma vez na vida fossem conhecer um deserto (evitar é ir no pico verão por causa do calor excessivo)

Se puder dar uma sugestão, tenta fazer um voo noturno sobre um deserto.
Para mim, é uma das experiências da minha vida passar uma noite numa tenda no meio do Sahara a quilómetros da povoação mais próxima.
Se num avião não dá para ouvir os sons do deserto, deverá dar para apreciar o céu estrelado.
 
Etapa 33
Semnan, Irão (OIIS) - Sarakhs, Iran (OIMC)
Distância : 690 km
Tempo de voo: 2:30
Combustível: 23 galões


Depois da parte "gira" do Irão, tenho pela frente uma longa travessia que me parece aborrecida até chegar aos Himalaias.
Hoje quando acordei e fui ao site de meteorologia que costumo usar para planear os voos, fiquei bastante satisfeito. Tinha ventos favoráveis de quase 100 km/h acima dos 18000 pés.
Decidi assim planear um voo relativamente longo e desta forma optimizar o voo em altitude e tirar proveito desta ajuda. Tinha francas espectativas de hoje bater o recorde de velocidade do meu caracol.

Resolvi também usar um truque que já uso à muito em voos mais chatos. Partir ao nascer do sol, e dessa forma usar a luz dourada e a mudança de luz para introduzir algum interesse num voo que promete ser chato.

Infelizmente e com o entusiasmo dos ventos favoráveis, nem me lembrei que até na Pérsia há nuvens. E quando cheguei ao avião, o tempo estava assim:

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Ao longo da minha rota, não havia nuvens baixas, mas à esquerda sobre as montanhas estava muito agreste.

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Subi apenas até cerca de 14000 pés por causa do tecto de nuvens e durante algum tempo não houve problema, embora a velocidade não seja nem próximo daquilo que esperava. No entanto, numa distração, deixei-me atravessar numa nuvem e com temperaturas de -5, o gelo começou logo a atacar.

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Felizmente, à medida que o sol ia subindo, as nuvens foram-se dissipando e aproveitei uma aberta para descer um pouco e com a ajuda do sol, limpar o gelo.

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Uma vez que estou a navegar por VOR, e para voos longos como o de hoje, o ideal é ir saltando de VORs em VORs intermédios, visto que o alcance destes anda nos 150 quilômetros, e não é sempre.
Aqui, num dos pontos intermédios. A grande cidade de Mexede, a segunda mais populosa do Irão.

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Por fim, o meu destino final, a cidade de Sarakhs. Esta cidade fica mesmo na fronteira do Irão e do Turcomenistão. Esta cidade que teve o seu apogeu no séc. XI, foi uma importante paragem da rota da seda e era considerada um importante polo cultural com imensas bibliotecas.

Aqui, uma vista do aeroporto ligeiramente afastado da cidade.

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Embora a rota de seda já não exista, esta cidade ainda hoje é uma importante paragem ferroviária na região, como se pode verificar pela estação local.

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Aterragem tranquila.

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