Alguém acha que a HMD, que poderia ter outro nome qualquer, isso é o que menos interessa, foi fundada porquê? E mais importante, por quem? Não é uma subsidiária da Foxconn ou de outra chinesa qualquer. Simplesmente não é. A Nokia Corporation terá grande controlo sobre a empresa. Acham que uma firma apreceu do nada e chegou ao pé da Nokia e disse: "Nós queremos fazer os vossos telemóveis." Obviamente que a criação desta empresa satélite foi mais que controlada e encenada pela Nokia. Quase que aposto que ainda vão ficar com alguns antigos edifícios da Nokia, como a Nokia House. Para além disso, terão um representante efeito na empresa e cada produto que lançarem com a marca Nokia terá que ter o aval da Nokia. Não estarãi ligadas financeiramente e isso é excelente. Tudo o que a Nokia tem vindo a fazer desde o negócio com a Microsoft é de génio.
A Nokia neste momento está num grande processo de reestruturação interna, por causa do negócio com a Alcatel-Lucent. O valor das ações tem vindo a descer, bem como os lucros. Por conseguinte, aventurar-se neste momento por conta própria num mercado tão dinâmico e arriscado como o dos telemóveis seria impensável. Portanto, ser a Nokia a financiar diretamente os novos telemóveis está fora de questão. No entanto, um acordo de licenciamento permite tirar lucro e evitar arrastar o resto da empresa caso o negócio corra mal, bem como valorizar o negócio de patentes. Por exemplo, a Nokia estava muito sub-valorizada pouco antes da concretização da venda, devido a tudo o que aconteceu. Deste modo, isso é evitado, não afundam se tudo correr mal.
Mas em princípio não correrá. Acham que alguém vai investir 500 milhões de € numa marca com sede na Europa, que exigirá parâmetros de qualidade elevadíssimos para ir fabricar chinesices e smartphones de 100€ que se arrastam a correr Android? Evidentemente que não. E obviamente que um investimento destes implica vários estudos de mercado que avaliam em que medida seria viável um retorno da Nokia, bem como aquilo que os consumidores querem. Reparem que, tal como anteriormente, a Nokia não irá vender telemóveis no Japão.
A direção da Nokia tem plena noção do que está a fazer. O Chairman disse no Slush (conferência de empreendedorismo em Helsínquia) do ano passado que a voltar, a Nokia teria que trazer algo completamente de diferente e inovador, que tivesse o potencial de revolucionar o mercado. Ora, sabemos que a Nokia irá licenciar a marca, bem como patentes, à HDM. E já repararam: a HDM ainda nem sequer existe, sabem somente que vão vender telemóveis e tablets a dizer Nokia. Mas já sabem que são Android, e quem é que andou a fazer um launcher engraçado (o que dizem) para Android nestes últimos anos? A Nokia. Com patentes, e com a antiga liderança, e com muitos dos antigos funcionários da Nokia dos telemóveis, com sede numa capital Europeia com o potencial de recrutar todo o pessoal desempregado que concebia os antigos telemóveis, pergunto-vos, o que impede a HDM de entregar produtos de qualidade? Serem fabricados pela Foxconn?
Nokia, acho que ainda é um nome que diz muito a muita agente. Isso sem súvida que ajudará. Qunado pergunto a alguém, porque não tem um Nokia, a única resposta que me dão é uma: WP.
Sendo fã da Nokia, o meu entusiasmo é extremamente moderado. Porquê?
-Primeiro não se sabe de quanto de Nokia terá esses telemóveis, por exemplo uma televisão Philips actualmente não é Philips na sua ascensão (e daí que cada vez menos venda).
-Segundo, o que fazia ser fã da Nokia era a mística como há no Benfica, a comunidade, as lojas, os reparadores autorizados que também eram fanáticos como nós. Basicamente, a diferença da Nokia não era só um produto mas sim um suporte que era inigualável ainda actualmente!
-Terceiro, o sistema operativo que admirava venderam à Intel que o vendeu à Samsung, o Maemo > Meego > Tizen
Com isto, vai ser mais um Android? Ser mais um Android não é ser um Nokia, um Nokia é diferenciador, e eles tiveram no Maemo a salvação à época da marca! Muitos developers acreditaram na plataforma mesmo com a quota de mercado irrisória. Só de pensar se tivessem investido tudo no Maemo o que hoje poderia ser.
Neste momento, o mercado já têm marcas como HTC e Sony (com o futuro incerto diga-se) que fazem produtos dentro da filosofia da Nokia, os fazem tudo, com câmaras brutais, design diferenciador, suporte bom (Sony)... Não sei se há espaço para mais uma, quando a malta está toda virada para a chinocada que nos chega a preços muito mais baixos.
Eles vão ficar com o seu antigo apoio ao cliente. Em que medida não sei. A maior parte foi desmantelado pela Microsoft e o que sobrou foi integrado nos já existentes para a linha Surface e Xbox.
Concordo plenamente, o Meego bem que poderia ter salvo a Nokia. Temos a Jolla, que parece estar em maus lençóis. Se tiverem sucesso, não me admirava que a comprassem e lançassem um flagship com o Sailfish. De qualquer maneira, já vieram dizer que a voltar teriam algo de diferenciador: a nível de hardware ou software, não sei. Mas o Z Launcher têm que ter um propósito certamente.
A marca Nokia vale mais do que HTC e Sony. E lá está, eles querem trazer algo de revolucionário, e tendo algo de diferente, é uma oportunidade para terem sucesso. Não digo mais porque nunca tive nenhum telemóvel dessas marcas, não conheço. Embora não goste da qualidade de construção dos materiais usados nos Sony.
A Nokia nos "primórdios" produzia equipamentos de muito boa qualidade (para os parâmetros da altura) e sempre foram bastante inovadores e arrojados.
A Nokia dos primórdios é uma Nokia que dificilmente voltaremos a ter. Sem nunca ter sido propriamente um fan da Nokia, apreciava também as propostas de outras marcas como siemens ou Sony ericson por exemplo, reconheço que Nokia era sinónimo de qualidade a vários níveis.
O mercado dos telemóveis é muito diferente hoje em dia do que era nos primeiros anos (a viragem do milénio). O know-how da Nokia, nos dias de hoje, não sei se conseguiria ser suficientemente diferenciador e ao mesmo tempo abrangente às necessidades do mercado.
Estou curioso e expectante, desejando uma entrada em força da Nokia, sem uma ruptura muito evidente com a história da marca (embora me pareça muito complicado isto acontecer). O mais provável é conseguir posicionar a marca e a sua oferta para nichos muito reduzidos de mercado. A afirmação da "nova" Nokia vai ser sem dúvida demorada e eventualmente atribulada (que via seguirão Android? Windows? Mista? Nova plataforma operativa móvel?).
Na minha opinião o melhor posicionamento seria algo misto. Dual OS nos equipamentos ou equipamentos dedicados a ambas as plataformas, poderia ser uma opção interessante.
E hardware? O que podem fazer para se posicionarem num nicho livre de mercado? É que a competição é feroz e diria que o mercado já anda atafulhado de soluções (marcas chinesas muito contribuíram para isto)... o futuro das tecnologias no hardware já parece "entregue". No alto da minha ignorância, vejo muito pouco espaço para inovar e conseguir a diferenciação, que a meu ver, a Nokia precisa na sua réentrée ...
Eles lá sabem. Eles dizem que a têm. Por exemplo, fala-se muito das pesquisas em grafeno da Nokia. É uma possibilidade...
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