O que são "jogos adultos"?

Yggdrasil

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É um tema constante quando se discutem as diferenças entre uma boa quantidade de títulos disponíveis para as consolas da nova geração.

Enquanto que a PS3 e a Xbox 360 não são abrangidas neste espectro, a Wii [e já agora a DS também mas menos] é atingida por cépticos que consideram que a Nintendo e as suas máquinas só apresentam jogos apetecíveis por crianças e por pessoas que no geral não se interessam por jogos, enquanto que as máquinas da Microsoft e da Sony dispõem de um catálogo amplo de jogos "adultos". Há até quem diga que estas duas máquinas são "consolas adultas" enquanto a mais recente máquina da Nintendo é uma "consola para miúdos".

Uma vez que nenhuma consola está pré-formatada para determinado tipo de jogos [só se for a Neo-Geo que foi lançada par receber os jogos arcade da SNK], este último argumento de "consolas para adultos" e "consolas para miúdos" não faz qualquer sentido.

Por isso, vamos discutir o que é o mais relevante - o que são jogos adultos?


No entender da generalidade do público, o único critério utilizado é a classificação etária. Ou seja, se um jogo recebe uma classificação para maiores de 16 ou de 18 anos, é imediatamente rotulado na mente do consumidor como um "jogo adulto", enquanto o que ele é na verdade, é um jogo impróprio para crianças porque apresenta temas e uma estética que as crianças não compreendem.

Como podem ver, é uma afirmação bastante vazia dizer que um jogo é "adulto" apenas porque tem uma classificação de +16 ou +18 na capa. O jogo pode ser uma nulidade pegada cujas cenas sangrentas lhe garantiram essa classificação - quem lhes diz que não foi uma estratégia da software house que o lançou para ganhar publicidade gratuita?

Em meu entender, um jogo "adulto" ou "para adultos" não tem nada a ver com o que escrevi acima. Um jogo para adultos é, como o nome indica, um jogo cujo nível de dificuldade, longevidade e complexidade requer uma capacidade de raciocínio, concentração e eficácia para poder ser completado. Quando temos um jogo para maiores de 16 ou para maiores de 18 cujo tema central implica matanças indiscriminadas e onde a única coisa que requer algum pensamento é saber para onde é que os inimigos vão disparar a seguir, até um miúdo de 10 anos o pode acabar - e todos sabemos que o que não falta por aí são miúdos pequenos que 'devoram' jogos muito acima da sua fasquia. Por outro lado, existem jogos incrivelmente complexos que requerem uma flexibilidade cerebral e uma concentração que não se encontra ainda desenvolvida nas crianças - ou seja, podem não ter uma única cena de violência, sexo ou uma gota de sangue que seja mas serem de tal forma difíceis que muito dificilmente uma criança o consegue completar.


Assim sendo, pergunto-lhes: o que é realmente importante na definição de um jogo adulto, a estética ou a complexidade e o investimento mental que temos de fazer para o solucionar?
 
A classificação é óbviamente o conteúdo... os filmes pornográficos não são conhecidos pela complexidade do seu argumento :rolleyes: mas não devem ser visionados por crianças pois ainda não têm idade para compreender o que se passa. O desenvolvimento psicológico do ser humano atravessa fases e tem diferentes níveis de compreensão.

A educação é mesmo isso, dar os estímulos correctos na altura correcta para que possam ser apreendidos e incorporados na personalidade das pessoas. Por algum motivo é mais fácil ensinar uma criança valores do que a um adulto.

A função de quem classifica os conteúdos é ver para que idades são adequados e não o nível de complexidade do jogo.
Um miúdo até pode compreender um Myst ou um Resident Evil mas se não compreender simplesmente desinteressa-se...

A complexidade não anda de mão dada com a violência claro... um jogo pode ter como objectivo apenas matar tudo o que mexe... qualquer miudo compreende esse conceito.

Acho que se deve proteger os miúdos de conceitos que ainda não têm idade para compreender e acho que os pais se devem envolver mais no que diz respeito aos que os miudos jogam e aos jogos que compram.
E claro as lojas também têm que se assumir a responsabilidade e exigir identificação ou a presença de um adulto quando venderem certos conteúdos. Da mesma forma que o fazem em relação ao tabaco e ao alcool.
 
Última edição:
Exacto, o que o Yggdrasil falou, tem muita lógica mas não pode ser assim..

O que perde um miudo de 6 anos em tentar jogar o myst? no pior da hipotses, desinteresse ou frustação.. e isso é passageiro..

Enquanto que o mesmo miudo de 6 anos pode ficar chocado com imagens/cenas de jogos super violentos ou com sexo, drogas, etc.. e isso já é um caso mais sério.

No fundo, a classificação serve para definir conteudos baseado nos standards etários.. não quer dizer que um puto de 12 anos já não consuma drogas ou pratique actos violentos mas em normal e o que vai na cabeça das pessoas, supostamente não deveria ser assim, logo esse conteudo não é apropriado para a idade até porque a criança pode desenvolver para esses lados menos agradaveis..

Enquando que um jogo com grande nivel de complexidade em puzzles, enigmas, etc... não prejudica por exemplo um miudo que não tenha desenvolvimento(falando em faixa etária) proprio para essa complexidade.. pelo contrário, até poderá ser um estimo a às capacidades do miudo..

Talvez num mundo perfeito, os jogos, quer tendo conteudos mais ou menos apropriados, deveria em primeira hipotse ser um estimulo para o jogador, provocando desafio e busca de novas aptidões para poder progredir no jogo e o conteudo (a nivel etário) ser um extra..

E creio que basicamente, caminhamos nesse sentido.. os jogos faceis e sem involvencia e parte de dedicação pelo jogador, são de desde logo deixados de parte.. por o menos para os jogadores mais experientes que buscam jogos com complexidade bem acima da média..

Acho que é nesta base que entrou a componente on-line.. melhor que jogar contra uma maquina que está programada para fazer o que faz, é jogar contra um jogador humano em que a abordagem é completamente diferente.. Está ali uma pessoa que pensa e joga a sua maneira e não pelo que a programação manda.. porque apesar da inteligencia artifical estar muito evoluida(em certos jogos nota-se bem isso) a verdade é que é limitada..

A par mas diferenciado de tudo isto, ha o factor sorte/azar.. um jogo por mais complexo que seja. poderá ser resolvido num acto de sorte.. e isto, não tem nada a ver com a faixa etária.. logo deverá ser excluido dessa classificação..

Quanto a classifiação em si dos conteudos dos jogos, acho boa ideia mas sinceramente acho que 90% das pessoas não liga a isso.. nem os miudos nem os pais.. Se esses jogos influenciam as crianças? em parte, no nosso país, não me parece mas ha casos e casos..
Num país como o Brasil, um miudo que vive numa favela e joga GTA... talvez o jogo não ande distante da realidade.. e aí influencia? claramente.. mas o jogo não é o unico culpado.. o ambiente social, familiar, o crescimento do puto etc.. (não sou psicologo mas acho que não é preciso ser para entender isso).. isso é tudo um ciclo vicioso.. ou melhor, uma bola de neve.. cá também ha disso.. é os tais casos a que me referia mas penso que não temos grandes motivos de alarme quanto a isso, apesar de achar que tende em piorar.. e isso talvez se deva ao estado em que o país está a ficar mas isso já é outra conversa, outro assunto.

cumprimentos
 
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