sotil
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Hellblade: Senua's Sacrifice - PS4
Desta vez o cabelo não é azul, mas o sentimento de surpresa e espanto acabou por ser o mesmo. Estava à espera de uma experiência agradável, tendo em conta o feedback que tinha lido até agora. Não estava à espera, de todo, é de uma surpresa que me deixasse em modo Life is Strange, tal era a baixa expectativa que tinha por um ou outro mas que acabaram por me deixar maravilhado.
O jogo é uma mistura de elementos que ao primeiro estava a estranhar bastante. Walking simulator, mais resolução de puzzles, com mistura de elementos do cenário, mais o que me estava a parecer um sistema de combate relativamente simples em que podíamos abusar do sistema de parry e siga em frente, não esquecendo o elemento mais peculiar disto tudo a mente/cabeça da Senua.
Este último elemento acaba por ser o aspeto mais determinante de toda a experiência, com o uso de phones como recomendado. As vozes raramente me causaram confusão, sendo por vezes mais irritantes do que causa de transtorno. O trabalho que foi feito em torno do tema da psicose, que é um elemento central do personagem, está feito de forma exemplar, sobretudo quando se dá o clique, que torna o jogo uma experiência, não diferente, mas muito mais envolvente e complexa, quer em termos de narrativa e mesmo de combate o que me surpreendeu também.
Falando primeiro do combate, foi por volta do primeiro boss que realmente muitas das mecânicas simples, mas que têm uma boa dose de opções, se tornam muito mais evidentes, sobretudo o dodge. Nota-se claramente que os tipos de Ninja Theory herdaram boas coisas do DmC. O dodge, o parry, o trabalho feito nas animações, são coisas que estão muito bem implementadas. O dodge é uma coisa que não esperava de todo, portanto, praticamente todos os ataques que fazemos podem ser cancelados com o dodge, o que se torna num momento "wtf, mas o que é isto?!". Quando me apercebi disso, o combate dispara em termos de possibilidades e mobilidade tornando a coisa muito, mas mesmo muito mais interessante, coisa que como disse, até ao primeiro boss, não conseguia vislumbrar.
Depois de duas áreas iniciais, que acabam por ser uma espécie de tutorial alargado, introduzindo as mecânicas de puzzles mais comuns, o jogo mergulha, de cabeça a fundo na mente da Senua. Aqui, bem aqui, é mesmo um agarrem-se que lá vai disto.
A primeira vez que ouvem um determinado "personagem", há um sentimento de desconforto e inquietude que não me lembro de outro semelhante, ainda para mais com ele ali mesmo no ouvido. Todo o constante murmurar das vozes mais o súbito acordar de um novo protagonista, fazem disto uma experiência sem igual.
À medida que ia avançando no jogo só me vinha à cabeça o filme The Witch, que tem uma direção de fotografia que gosto muito. Desde os cenários, ao ambiente à volta, aos sussurros, às dicas/insultos vindos de todo o lado, que era a cabeça da Senua, tornam isto num jogo praticamente de horror, sendo que é aquele "horror disfarçado", ala Bloodborne. Há uma linha de diálogo onde ouvimos que está qualquer coisa aqui dentro connosco, no mesmo espaço físico, mas não a vemos, mas conseguimos ouvir. É precisamente aí que esse elemento funciona, no desconhecido.
O aspeto técnico é excelente, quer no visual, quer no sonoro. Este último transforma por completo a experiência, com sons e vozes que transmitem uma atmosfera profundamente assustadora. Isto aliado a determinadas gimmicks de alguns "níveis", onde se brinca com a luz, ou a falta dela, resultam numa atmosfera brutal.
Pontos menos bons há muito poucos. Existe por vezes algum pop in em algumas partes do cenário, e um ou outro bug de som. Em algumas batalhas sentia por vezes que a quantidade de inimigos conseguia ser absurda, pois nunca mais acabava o batalha, mas isto talvez esteja ligado à dificuldade auto que selecionei.
Resumindo, é uma experiência brutal, coisa que repito, não estava de todo à espera. Performance fenomenal de Melina Juergens, aliado a uma técnica de expressão facial excelente, torna isto uma aventura visceral, extremamente envolvente graças ao departamento sonoro e, também dizê-lo, bastante perturbadora.
Depois deste jogo, e já agora mandar um posta de pescada bem grande que ninguém está a ouvir, acho que estes tipos conseguiriam fazer o que a Santa Monica fez com o God of War. O nível de performance e atenção ao detalhe de tudo o que envolve a narrativa, é quanto a mim da mesma qualidade.
Recomendadíssimo.
Desta vez o cabelo não é azul, mas o sentimento de surpresa e espanto acabou por ser o mesmo. Estava à espera de uma experiência agradável, tendo em conta o feedback que tinha lido até agora. Não estava à espera, de todo, é de uma surpresa que me deixasse em modo Life is Strange, tal era a baixa expectativa que tinha por um ou outro mas que acabaram por me deixar maravilhado.
O jogo é uma mistura de elementos que ao primeiro estava a estranhar bastante. Walking simulator, mais resolução de puzzles, com mistura de elementos do cenário, mais o que me estava a parecer um sistema de combate relativamente simples em que podíamos abusar do sistema de parry e siga em frente, não esquecendo o elemento mais peculiar disto tudo a mente/cabeça da Senua.
Este último elemento acaba por ser o aspeto mais determinante de toda a experiência, com o uso de phones como recomendado. As vozes raramente me causaram confusão, sendo por vezes mais irritantes do que causa de transtorno. O trabalho que foi feito em torno do tema da psicose, que é um elemento central do personagem, está feito de forma exemplar, sobretudo quando se dá o clique, que torna o jogo uma experiência, não diferente, mas muito mais envolvente e complexa, quer em termos de narrativa e mesmo de combate o que me surpreendeu também.
Falando primeiro do combate, foi por volta do primeiro boss que realmente muitas das mecânicas simples, mas que têm uma boa dose de opções, se tornam muito mais evidentes, sobretudo o dodge. Nota-se claramente que os tipos de Ninja Theory herdaram boas coisas do DmC. O dodge, o parry, o trabalho feito nas animações, são coisas que estão muito bem implementadas. O dodge é uma coisa que não esperava de todo, portanto, praticamente todos os ataques que fazemos podem ser cancelados com o dodge, o que se torna num momento "wtf, mas o que é isto?!". Quando me apercebi disso, o combate dispara em termos de possibilidades e mobilidade tornando a coisa muito, mas mesmo muito mais interessante, coisa que como disse, até ao primeiro boss, não conseguia vislumbrar.
Depois de duas áreas iniciais, que acabam por ser uma espécie de tutorial alargado, introduzindo as mecânicas de puzzles mais comuns, o jogo mergulha, de cabeça a fundo na mente da Senua. Aqui, bem aqui, é mesmo um agarrem-se que lá vai disto.
A primeira vez que ouvem um determinado "personagem", há um sentimento de desconforto e inquietude que não me lembro de outro semelhante, ainda para mais com ele ali mesmo no ouvido. Todo o constante murmurar das vozes mais o súbito acordar de um novo protagonista, fazem disto uma experiência sem igual.
À medida que ia avançando no jogo só me vinha à cabeça o filme The Witch, que tem uma direção de fotografia que gosto muito. Desde os cenários, ao ambiente à volta, aos sussurros, às dicas/insultos vindos de todo o lado, que era a cabeça da Senua, tornam isto num jogo praticamente de horror, sendo que é aquele "horror disfarçado", ala Bloodborne. Há uma linha de diálogo onde ouvimos que está qualquer coisa aqui dentro connosco, no mesmo espaço físico, mas não a vemos, mas conseguimos ouvir. É precisamente aí que esse elemento funciona, no desconhecido.
O aspeto técnico é excelente, quer no visual, quer no sonoro. Este último transforma por completo a experiência, com sons e vozes que transmitem uma atmosfera profundamente assustadora. Isto aliado a determinadas gimmicks de alguns "níveis", onde se brinca com a luz, ou a falta dela, resultam numa atmosfera brutal.
Pontos menos bons há muito poucos. Existe por vezes algum pop in em algumas partes do cenário, e um ou outro bug de som. Em algumas batalhas sentia por vezes que a quantidade de inimigos conseguia ser absurda, pois nunca mais acabava o batalha, mas isto talvez esteja ligado à dificuldade auto que selecionei.
Resumindo, é uma experiência brutal, coisa que repito, não estava de todo à espera. Performance fenomenal de Melina Juergens, aliado a uma técnica de expressão facial excelente, torna isto uma aventura visceral, extremamente envolvente graças ao departamento sonoro e, também dizê-lo, bastante perturbadora.
Depois deste jogo, e já agora mandar um posta de pescada bem grande que ninguém está a ouvir, acho que estes tipos conseguiriam fazer o que a Santa Monica fez com o God of War. O nível de performance e atenção ao detalhe de tudo o que envolve a narrativa, é quanto a mim da mesma qualidade.
Recomendadíssimo.
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