Onde estão os Eng. Informaticos com mais de 35 anos?!

"engenharia informatica" evoluiu muito nos últimos 20 anos porque era um mercado completamente novo e acho uma discussão gigantesca e com centenas de pontos a resposta à pergunta que foi colocada. Não me parece que seja possivel resumir os porque de maneira resumida.

Dou por exemplo a minha situação em que depois de acabar o curso com média de 19, em 24 anos de trabalho só trabalhei 1 como programador a 100%. Todo o resto do meu tempo foi em gestão de projectos e planeamento.
 
Muito obrigada pela partilha das vossas opiniões!

Resumindo o que foi até agora debatido acerca da pergunta inicial ("onde estao os eng. informaticos com mais de 35 anos?") destaco duas possibilidades:
  • Passaram a assumir outros cargos (como Managers / Gestores de Projecto)
  • Sairam do país (seguindo melhores oportunidades na área)
Adiciono uma terceira hipótese (sobre a qual gostava que dessem a vossa opinião/perspectiva):
  • Mudaram de área (por "desgaste"? pelo aumento de responsabilidades familiares vs. falta de tempo? etc. )

Obrigada uma vez mais pelo vosso tempo!
 
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Outra hipótese:

Trabalho num serviço público com mais de 120 licenciados em informática que nasceram, em média, em 1965. Os mais novos são de 1979.
O vencimento bruto no inicio da carreira de informática é de > 1600€
 
Na minha opinião ha uma diferença muito grande de PT para outros países onde trabalhei ( UK e Suica ) no sentido de valorizarem pouco ou nada ( em PT ) uma pessoa que persiga uma carreira puramente técnica. Aqui fora e muito difícil eu ( 38 anos ) ser o gajo mais velho da equipa....alias acho que nunca aconteceu.

A certa altura ha a pressao de passar para cargos de gestao ( equipas/pessoas/projectos ) e penso que seja por ai que anda a maior parte da malta mais velha.
Acho que isto acontece porque:

1) Ha falta de malta mais senior para ocupar esses cargos e por isso naturalmente optam por colocar os mais experientes ( incorretamente pois ser bom tecnicamente e diferente de ser bom a gerir coisas - eu por exemplo nao iria gostar de gerir pessoas );
2 ) Ainda ha muito a mentalidade de pagar pouco...se podem pagar 800€ por uma pessoa porque hei-de pagar 1600€ por outro para "bater tecla" ?? depois em producao as coisas podem dar buraco;

Alias ultimamente em algumas entrevistas que fiz em PT e assumido que estarei disponível para gerir pessoas ( penso que so pode ser da minha idade :) pois o meu CV nao revela qualquer experiencia/vontade nesse campo ).

Adiciono uma terceira hipótese (sobre a qual gostava que dessem a vossa opinião/perspectiva):
  • Mudaram de área (por "desgaste"? pelo aumento de responsabilidades familiares vs. falta de tempo? etc. )

Nao tenho provas, mas acredito que possa acontecer. E muito difícil em PT mudar de area. Por exemplo de eu agora quiser passar de C++ para C# nao ha grandes opcoes para isso em PT ou se houver pagam salários de malta sem experiência ( apenas porque nunca trabalhei em C# - e certo que pode haver um corte salarial mas nao e preciso abusar ).
Aqui fora e mais facil mudar de tecnologias/area e se calhar o burnout e menor devido a isso.
 
Boas, eu estive a trabalhar nas obras, e por incrivel que pareça, encontrei la um engenheiro informatico a trabalhar como servente, com mais de 35 anos, e eu perguntei.lhe, mas como raio vieste aqui parar? Pois o problema é que vivos numa cidade pequena, ele comprou casa, a mulher trabalha aqui e pronto, nao arranjou emprego, e foi parar às obras, fiquei chocado, nao estava nada a espera.
 
Na minha opinião ha uma diferença muito grande de PT para outros países onde trabalhei ( UK e Suica ) no sentido de valorizarem pouco ou nada ( em PT ) uma pessoa que persiga uma carreira puramente técnica. Aqui fora e muito difícil eu ( 38 anos ) ser o gajo mais velho da equipa....alias acho que nunca aconteceu.

A certa altura ha a pressao de passar para cargos de gestao ( equipas/pessoas/projectos ) e penso que seja por ai que anda a maior parte da malta mais velha.
Acho que isto acontece porque:

1) Ha falta de malta mais senior para ocupar esses cargos e por isso naturalmente optam por colocar os mais experientes ( incorretamente pois ser bom tecnicamente e diferente de ser bom a gerir coisas - eu por exemplo nao iria gostar de gerir pessoas );
2 ) Ainda ha muito a mentalidade de pagar pouco...se podem pagar 800€ por uma pessoa porque hei-de pagar 1600€ por outro para "bater tecla" ?? depois em producao as coisas podem dar buraco;

Alias ultimamente em algumas entrevistas que fiz em PT e assumido que estarei disponível para gerir pessoas ( penso que so pode ser da minha idade :) pois o meu CV nao revela qualquer experiencia/vontade nesse campo ).



Nao tenho provas, mas acredito que possa acontecer. E muito difícil em PT mudar de area. Por exemplo de eu agora quiser passar de C++ para C# nao ha grandes opcoes para isso em PT ou se houver pagam salários de malta sem experiência ( apenas porque nunca trabalhei em C# - e certo que pode haver um corte salarial mas nao e preciso abusar ).
Aqui fora e mais facil mudar de tecnologias/area e se calhar o burnout e menor devido a isso.
Concordo em absoluto com isso da gestao e da falta de oportunidades nas carreiras técnicas a longo prazo; infelizmente é o que a Tugalândia gasta.

Nao concordo totalmente com a mudança de carreira, pensa que quando mudas de linguagem podes ter de apreender um novo paradigma mas é certo que tens toda uma API nova para apreender, frameworks, ferramentas, erros comuns etc e isso demora muito a aprender, anos até.
Como teoricamente nao vais produzir o mesmo que um gajo que seja rodado nessa nova linguagem é normal que leves uma grande penalização.
 
Do que tenho visto as consultoras têm médias de idades mais baixas porque conseguem obter mais lucros e ao final do dia, para eles é tudo o que interessa. Em empresas com produtos, software houses com deadlines mais sérios, etc as idades já são mais elevadas... A empresa onde estou a média de idades é superior a 30.

Saliento mais uma vez que muitas vezes a idade não significa mais competência, mas a experiência trás aquele calo que não se consegue a ler livros, nem a fazer cursos...
 
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