Primeiras Impressões do openSUSE 10.3
Primeiras Impressões do openSUSE 10.3
Sábado, 6 de Outubro de 2007
Na quinta-feira, 04/10, foi lançada mundialmente a nova versão do openSUSE [1]. Além das melhorias no visual da distribuição, que já era muito bonito, e da volta para os temas verdes, a versão 10.3 traz muitas novidades.
A instalação do sistema não teve alterações bruscas, mas continua limpa, bonita, fácil e intuitiva. Um detalhe que chama a atenção (negativamente) é que o time de desenvolvimento ainda não criou um particionador gráfico. O atual não é difícil de se utilizar, mas torna o particionamento um pouco mais difícil para usuários inexperientes ou não acostumados com o sistema. Talvez fosse a hora deles darem uma olhada no GParted [2], que acompanha o Ubuntu, ou o QTParted [3], para melhorar este detalhe.
Particularmente eu gosto de fazer uma instalação bem minuciosa, isto implica que o esquema de particionamento é bastante explorado, assim como o gerenciamento dos pacotes a serem instalados de início. Falando em gerenciamento de pacotes, a divisão semântica dos pacotes durante a instalação está bem melhor. Os pacotes foram divididos em seções como Sistema Base, Ambientes Gráficos, Funções de Desktop e Funções de Servidor. Nas funções de servidor, por exemplo, tem-se uma opção para cada tipo de servidor, como de impressão, Web, de email, de arquivos etc. Dentro de cada uma dessas opções há os pacotes específicos para aquele tipo de servidor. Apesar desta divisão semântica já haver nas versões anteriores do sistema, creio que desta vez ela está bem melhor, com categorias mais claras, o que ajuda muito seleção de pacotes.
Quem trabalha com Linux, especificamente com gerenciamento de pacotes, sabe que há pacotes que dependem de outros para serem instalados. Assim, ao selecionar um pacote, outro acaba sendo selecionado "por tabela", para que o primeiro funcione. Apesar disto parecer ruim, torna o sistema muito mais conciso no tocante a gerenciamento de software, já que, caso o usuário queira instalar os programas B e C e os mesmos dependam do pacote A, será necessário instalar apenas uma vez este pacote e os outros farão referência ao mesmo, economizando espaço em disco. Ao selecionar os pacotes que devem ser instalados no openSUSE 10.3, eu verifiquei que o gerenciador marca as dependências da mesma forma que marca um pacote normal. Acho que seria interessante que os pacotes que foram marcados para serem instalados apenas para satisfazer dependências de outros, fossem marcados de uma forma diferente, para que os usuários possam saber o por quê daquele pacote ter sido marcado (talvez até haja este recurso, mas eu não o encontrei - se alguém souber, poderia me informar).
Saindo do gerenciamento de pacotes, passei para a configuração do carregador do sistema (bootloader). O openSUSE usa o GRUB como padrão e oferece uma interface gráfica bastante interessante para configurá-lo. Através desta interface o usuário consegue alterar facilmente a maioria das configurações básicas do GRUB. O ponto fraco é que eu não encontrei uma forma de alterar o timeout (tempo que o GRUB espera que o usuário escolha uma opção de boot até carregar o sistema padrão automaticamente). Com isso eu tive de alterar manualmente o arquivo de configuração do programa para alterar este parâmetro (ele vem configurado de fábrica como 8).
No meu computador eu utilizo uma partição separada para armazenar os diretórios pessoais dos usuários (/home) e por isso, ao reinstalar o sistema novamente, eu não perco as minhas configurações anteriores. É quase como atualizar o sistema e continuar de onde parei. Talvez por esta causa, o tema dos cursores do mouse, que é muito bonito na instalação (igual ao do Ubuntu - ou muito parecido, no mínimo) é alterado para um tema que se parece muito com os cursores pretos (padrões do sistema) do Windows. Apesar de ser de fácil alteração, creio que o time responsável por esta parte poderia definir como padrão o próprio tema de cursores da instalação (não é questão de aversão ao Windows: o tema citado que é mais feio que o da instalação do sistema). Talvez numa instalação que não lê arquivos de configuração anteriores não haja este problema, mas fica o comentário.
Para minha surpresa, o driver da minha placa de rede sem fio (RTL8185L da Realtek) não compilou no sistema [4]. Tentei de todas as formas, mas não consegui compilar o driver sob o openSUSE 10.3. Pra piorar, os binários compilados no openSUSE 10.2 não funcionaram na nova versão do sistema, o que me deixa sem acesso à internet no openSUSE 10.3 por enquanto.
Os outros drivers, exceto o do modem (que nem me preocupa muito), foram instalados com sucesso. A minha impressora (Epson Stylus Color 600) foi instalada (manualmente) durante a instalação do sistema, de forma bem fácil e consegui ativar sem susto o suporte 3D à minha placa de vídeo (ATI Radeon 9250). Um detalhe estranho é que o configurador de hardware do openSUSE deixa o suporte a Bluetooth ativado, mesmo eu não tendo (até onde eu saiba) um dispositivo deste tipo instalado no computador. Isso facilita para usuários que por ventura venham a utilizar uma placa com esta tecnologia no futuro, mas deve manter (provavelmente mantém) carregados na memória drivers desnecessários. Por isso eu desabilitei este suporte.
O gerenciamento da pacotes parece estar mais rápido. Apesar de eu só ter utilizado o DVD de instalação para instalar software, tudo correu de forma bem rápida. Tocando no assunto de velocidade, o tempo de boot merece destaque à parte. O carregamento do sistema está muito mais rápido e isso deve agradar a todos os usuários.
Anteriormente neste texto eu citei a possibilidade de se utilizar a partição com os diretórios pessoais dos usuários (/home), como forma de se aproveitar configurações anteriores do sistema. Uma opção muito interessante que o instalador do openSUSE dá aos usuários é a possibilitadade de usar arquivos anteriores de contas de usuários. Assim, caso a nova versão da distro esteja sendo instalada "sobre" outra mais antiga, pode-se fazer com que ela leia o arquivo de configuração de contas de usuários (/etc/passwd) da instalação anterior, para aproveitar cadastros anteriores. Isto é muito útil. Imagine um sistema com 40 usuários cadastrados. Ao selecionar esta opção, o administrador não teria que recadastrar qualquer usuário: seriam todos importados da instalação anterior. Interessante notar que este recurso já existia no openSUSE 10.2 e continua firme na nova versão. Além disso, caso se utilize LDAP para autenticar usuários, há a opção de usar a base de dados do LDAP, ignorando os arquivos locais de configuração de contas. Muito fácil.
O kickoff [5], que eu admiro muito pela facilidade, teve modificações em alguns detalhes, como o posicionamento de alguns itens (agora a listagem de aplicações fica do lado da listagem dos favoritos). Um ponto fraco da distribuição, pelo que vi até agora é a tradução, que deixa a desejar. Há muitas palavras, que no openSUSE 10.2 estavam traduzidas, estão em inglês na nova versão. Isto pode afastar alguns usuários iniciantes. Estou até cogitando a possibilidade de tentar entrar para o time de tradução para o português do Brasil do openSUSE.
A instalação do openSUSE continua fácil como sempre, com algumas pequenas melhorias, velhos problemas e vantagens. O sistema continua limpo e bastante bonito. Nesta etapa inicial ainda não vi o que o openSUSE 10.3 tem para incentivar a sua utilização por parte dos usuários (incluindo eu). No entanto ainda há muito o que ver no sistema e espero encontrar, assim como noticiado nos últimos meses, muitas boas novidades nesta distro. Estas foram as minhas impressões iniciais do openSUSE 10.3. Para aqueles que quiserem ver screenshots do novo sistema, segue em [6] uma boa referência.
Abraços a todos!
[1]
http://news.opensuse.org/?p=400
[2]
http://gparted.sourceforge.net/
[3]
http://qtparted.sourceforge.net/
[4] Ainda não instalei uma distribuição Linux no meu computador que conseguisse reconhecer esta placa. Por isso eu sempre tive que compilar e instalar manualmente o driver dela no openSUSE 10.2. Este driver, que é desenvolvido pela comunidade, não possui suporte a todos os recursos da placa, além de tornar o sistema muito instável, mas pelo menos me permitia acessar a internet.
[5]
http://en.opensuse.org/Kickoff
[6]
http://www.tuxmachines.org/gallery/v/suse103r1/
Por junim:
Fonte do artigo:
Fluxo Livre
O lançamento do OpenSUSE Linux 10.3, já foi reportado aqui no fórum do Techzonept, é só visitar esse tópico para saber mais sobre o lançamento:
openSUSE 10.3.
Valeu!