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Estes IEMs chegaram ao meu conhecimento através do anythingbutipod (ABI), onde inicialmente estiveram no topo da lista de preferências do dfkt, acima dos UE11 PRO que custam 10x mais. Alguém perguntou ao dfkt porque preferia os HJE900 aos UE11, ao qual este respondeu que os HJE900 soavam mais "exciting", com mais dinâmica e sem sofrer do mid-bass hump dos UE11 (que colora as restantes frequências). Dizia o dfkt nessa altura que eram os melhores IEMs que tinha ouvido até à data (entretanto ouviu os SM3 que saltaram para o topo da lista, mas isso já é outra história). Ora, mediante este cenário e tendo-me aconselhado com outras pessoas que os possuiam (entre os quais o dei1pum daqui do fórum), não hesitei e mandei-os vir da ***** - empresa nacional (custaram-me 169€). Que grande compra! E explico porquê.
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Conforto/Isolamento:
São os IEMs mais pequeninos que me passaram pelas mãos. Extremamente confortáveis, quase não damos por eles nos ouvidos, mesmo após longos períodos de utilização (quero dizer horas. Muitas horas). Considero que isolam bem, pelo menos com as tips L da Panasonic (que dão um som fantástico). Gosto também particularmente deles com as dual-flange da Sennheiser, mas o som é ainda melhor com as tips da Panasonic e também o é o isolamento, pelo que recomendo estas, se vos der um bom fit.
Qualidade de Construção/Acessórios:
A qualidade de construção deverá ser das melhores, incluindo high-end IEMs, dado que o housing é feito em zirconia, o substituto do diamante usado em joalharia. A sua resistência e propriedades acústicas são conhecidas por eliminarem a ressonância. Li algures que não partem mesmo que lhes passe um pneu dum carro por cima. O cabo é de elevadíssima qualidade (grosso, não fica todo dobrado/enrolado como acontece em outros IEMs e o jack é banhado a ouro). É destacável, portanto se partir (o que é difícil num cabo deste nível), não há necessidade de comprar um IEM novo, apenas o cabo. O comprimento é mais que suficiente para se andar com o player à cinta, por exemplo.
No que respeita a acessórios, a caixa de transporte não é das melhores que já vi, mas serve perfeitamente. Aliás, não é uma caixa própriamente dita, é um "saco" em pele. A parte de dentro é macia, aveludada. O saco é bonito, com a etiqueta da Panasonic a dar um toque de qualidade ao produto. Vêm 3 pares de tips, L, M e S, que, devo dizer, são as tips com melhor som que já ouvi, superando as Sony Hybrid (originais) e as Super-Tips da MONSTER. São muito parecidas com as Sony Hybrid, mas o material é mais mole e a abertura do canal é maior.
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Impressões Gerais:
O som dos Panasonic HJE900 é um misto de diversão com analítico. Penso que serão um misto de RE0 com IE8 (tendo ainda mais precisão/rapidez de grave que os IE8). A sound signature é bright, com muita claridade, detalhe e transparência. A definição de graves, médios e agudos é excelente dentro de IEMs dinâmicos "single driver". Ligados a uma boa fonte, especialmente a um sistema de Alta Fidelidade ou a uma Creative X-Fi Xtreme Fatal1ty PRO, a música ganha vida, energia, dinâmica, ouvem-se os mais ínfimos detalhes (incluindo os erros de gravação - apanha-se tudo), sente-se a alta precisão e corpo dos graves e a suavidade e doçura dos médios (sem que sejam colorados pelo grave). As vozes soam reais, in-your-face, com bastante clareza e definição. De todos os IEMs dinâmicos que já ouvi (incluindo RE0, Sennheiser IE8, MONSTER Turbine Pro Copper e MONSTER Miles Davis Tribute), os HJE900 são os que me parecem melhor apresentar as vozes femininas, com especial destaque para o album Terra da Mariza, onde a voz dela soa como em mais nenhum IEM dinâmico que tive a oportunidade ouvir. Enche a alma e o coração. Eu não sou bom a descrever o som com os termos audiófilos, portanto desculpem a falta das palavras certas, tento apenas descrever aquilo que ouço (com algum esforço, pois não sou bom a escolher os termos técnicos - aliás, não os conheço todos). Já me passaram muitos IEMs dinâmicos ditos "high-end" pelas mãos e só posso estabelecer comparações com aquilo que já ouvi/testei.
Gama Alta:
Os agudos dos HJE 900 são os mais "espectaculares" que já ouvi em dinãmicos em termos de extensão e impacto, com um sparkle lindíssimo, não existente por exemplo nos MONSTER Turbine Pro Copper, nem nos IE8. Para quem gosta de ouvir aquele "tlim" da unha a bater no copo de cristal, ele está lá, bem presente e nunca ouvi um sparkle tão notável em mais nenhum IEM dinâmico "single driver" que por aqui passou. A definição/detalhe é excelente, ao nível dos MONSTER Miles Davis Tribute (claro que não são os ultra-detalhados/sparkly agudos dos Earsonics SM3, mas isso já sería comparar alhos com bugalhos, dado que estes têm 3 drivers Balanced Armature). Só temos aqui um pequeno senão, no entanto solucionável com um simplicíssimo "mod". O agudo é algo excessivo (em quantidade) em relação aos médios e graves e ocasionalmente (em algumas gravações) ouve-se alguma sibilância. A solução é inserir um bocadinho de esponja (o mínimo possível) dentro do canal auditivo. É simplicíssimo porque o canal é aberto, a rede está lá no fundo, portanto, não é preciso retirar nada, apenas inserir a esponja naquele espaço aberto e já está. 5 segundos. Porque a esponja é um material poroso (ao contrário do algodão), deixa passar mais som e não vai retirar qualquer claridade ao som original do IEM, apenas retira o excesso de agudo e a sibilância, resultando num total equilíbrio entre graves, médios e agudos.
Atenção: não confundir excesso de agudo com harshness (rispidez) ou falta de detalhe/extensão. Penso que as pessoas têm sido induzidas em erro por outras reviews, já que as palavras "excesso" e "sibilância" levam logo a pensar em fracos agudos. Isto é completamente falso. Os agudos dos HJE900 são extensos, claros, precisos e detalhados. Simplesmente precisam de ser diminuidos (em quantidade), via "mod" (que é como se fosse um filtro), para ficarem no ponto. Complicado? Não podería ser mais simples. Demora 5 segs a inserir a esponja nos canais. Se quiserem fotos de como se faz posso mostrar.
Gama média:
Diana Krall e tantas outras vozes marcantes nunca me soaram tão bem em dinâmicos. Para além de aveludadas, têm corpo e timbre, resultando numa experiência muito agradável. Instrumentos de sopro têm uma presença e corpo espectacular, muito envolvente e imergente, as guitarras eléctricas são vorazes, exoberantes, elevando-se, guitarras acústicas transparecem realismo e vida, violinos/orquestra têm uma definição exemplar para um IEM dinâmico. Sintetizadores, instrumentos de percussão, ganham alma e cor com os HJE900. Uma das experiências mais fascinantes que tive com estes IEMs foi num solo de bateria de Mezzoforte - Live in Reykjavik (Prime Time). Eu estava lá, ou melhor, ele estava cá, a tocar para mim. O meu pensamento sempre que ouço isto é: "isto é Hi-Fi...!". E não é só isto. Outro album que me faz sempre ter este pensamento é Sting - Greatest Hits 2010. Excelente gravação. E o mesmo acontece com Dire Straits & Mark Knofler, Roger Waters, Jeff Beck, Paul Taylor e...e...e...
Recentemente tive a oportunidade de conhecer Karl Jenkins (Adiemus I/II/III/IV/V), que é um misto de música clássica com vozes "celestiais". É uma excelente experiência ouvir isto com os Panasonic. O mesmo para Karl Sanders - Saurian Meditation, que aconselho vivamente a quem tiver IEMs deste nível (e acima). Aqui é algo de céltico, com umas guitarradas eléctricas à mistura e um misto de gregoriano com ópera nas vozes. Sublime.
Gama baixa:
Pois bem, isto é o forte destes IEMs e espero com isto desmistificar mais uma ideia errada que se criou de que isto são IEMs para Electrónica/Trance/House e afins. Não tem nada a ver. O grave, sendo muito presente (em quantidade), é de uma precisão e rapidez acima de qualquer outro IEM dinâmico que eu tenha ouvido, à excepção dos MONStER Miles Davis Tribute cujo grave é do mesmo nível (e não só o grave, estes IEMs são em tudo muito semelhantes aos HJE900). Este grave nunca se sobrepõe às restantes frequências, isto é um IEM que NÃO sofre de mid-bass hump na minha opinião, como por exemplo os IE8. E sobretudo, não é cansativo, porque não é exagerado. É a quantidade certa. Mais do que isto sería desagradável (para o meu sensível ouvido). Comparo os HJE900 com os MONSTER Miles Davis Tribute. São o mais próximo que encontrei aos HJE900. Transparência, claridade, definição, layering. Um A/B às cegas a ambos só denunciaria os Miles Davis pelo palco que é mais pequeno.
Separação de instrumentos (layering):
Outro dos aspectos que mais me impressiona nos Panasonic, tendo em conta as limitações dos IEMs dinâmicos "single driver". Posso ter "n" pistas (layers) de instrumentos, uma passagem mais complexa, que todos se destacam com nitidez e precisão. A separação é acima da média, nada se sobrepõe a nada, todos os sons estão lá e distinguem-se nítidamente uns dos outros. É aqui que os IEMs de gama abaixo se revelam, pois fica uma autêntica salgalhada nas passagens de maior complexidade, com muitos instrumentos em simultâneo. Isto acontece por exemplo nos tão falados Xears TD100. Qualquer comparação com os HJE900 é mera coincidência.
Soundstage (palco):
Grande. Eu não sei descrever soundstage de outra forma senão grande ou pequeno, de maneira que a ideia que quero que fiquem é que têm aqui um palco suficientemente largo, dando a sensação que estamos a ouvir numa sala de concerto, ou através de colunas. O palco dos IE8 é ainda mais largo, mas pessoalmente não me agrada muito a ideia de "reverberação" (echo) em IEMs. Gosto da medida certa. Os MONSTER Miles Davis Tribute e Turbine Pro Copper têm um palco muito mais pequeno que o dos Panasonic, criando uma sensação mais intimista, que também acho "de menos". Os Panasonic têm o soundstage na medida certa para o meu gosto.
Pontos positivos:
- Transparência, claridade e definição (ao nível dos MONSTER Miles Davis Tribute)
- Precisão/rapidez dos graves
- Soberba qualidade de construção (zirconia)
- Cabo destacável
- Conforto e isolamento
- Qualidade de som das tips
- Preço
Pontos negativos:
- Nada a apontar (necessidade de fazer um simples mod, mas não considero algo tão simples e tão eficaz um ponto negativo)
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