Não concordo. Como foste referindo ao longo do teu post atualmente a distribuição física está muito mais facilitada a quantidade de material físico dos jogos atuais é muito grande dificilmente alguma vez será considerado uma raridade (excepto possíveis edições especiais)
Nesse aspeto em concreto tens de ter em conta que me refiro a colecionismo como tal se existe coisa que tem o colecionador é ter um jogo que pode mostrar em mão pelo menos essa é a modalidade de hoje, com certeza no futuro haverá novo modo de colecionismo - o colecionador digital que para mostrar a coleção liga o botão da consola.
Quando me referi a distribuição refiro-me a estrutura como tal - transporte e local onde é albergado o produto, tem em atenção uma coisa neste ponto mesmo entre regiões existem disparidades até no colecionismo por exemplo em Portugal terás muita mais dificuldade de encontrar pessoas com sets completos de catálogo MD do que em Espanha por exemplo e em Espanha certamente é mais fácil encontrar colecionismo completo de Master System que Mega Drive porque foi uma consola muito acarinhada lá (era bastante mais barata). A isso soma que dentro do colecionismo existe o colecionista de oportunidade e o de produto (um colecionador que vai colecionando por gosto mas que liga ao valor, colecionador que coleciona tudo o que vê do produto e não liga a valor), o jogo mais caro vendido em leilão custou 1 milhao de euros e casualidade da vida é da Sega - Tetris, foi vendido por um Espanhol colecionador também ele para outro colecionador mas porque é que custou 1 milhão - com o que te vou contar do tetris e da venda vais entender o porquê de ao tornares algo difícil de conseguir aumenta preço.
O tetris mega drive foi um jogo produzido aos milhares mas que na altura de ser lançado pela Sega a nível mundial uma empresa chamada Nintendo apareceu e disse - não ides vendê-lo, na sede da Sega perguntaram porquê?
E a Nintendo mostrou o que valia - um papel licença que dizia que a Nintendo tinha o controlo da venda do produto no ocidente - mercado Europa, América, à Sega restava a licença já utilizada no Japão para máquinas arcade (sim aquelas tão famosas que depois veríamos no ocidente porque vinham no sector arcade e não no sector consola individual o tal sector que estava barrado ela Nintendo). E assim a Sega dias depois de ter milhares de cópias embaladas para vender teve por ordem jurisdicional de queimar todas as cópias, naquele justo momento acabavam de tornar aquele jogo a maior jóia de colecionismo. Sobreviveram 10 cópias 4 delas circulam em colecionadores e são vendidas aos preços que se sabe.
Ou seja se acabas com algo que havia podes torná-lo num bem querido no futuro independentemente do preço. Até existem Rom de jogos muito procuradas pela rareza, porque apesar de existirem cartuchos supostamente não se sabe quem os tem e os desenvolvedores perderam-nos não sabem nem do código fonte nem das roms de teste...
É o que estás a ver agora - quantos jogos temos nós físicos na mão - talvez metade dos que realmente temos licença para usar ?
Se a tendência é acabar com o físico, se o colecionador se caracteriza por ter algo que mostrar provavelmente de futuro quem tiver cópias físicas vai ser visto como um "presidente" dos gamers. Entendes.
Aliás quem trabalha com vídeo-jogos deduz isso fácilmente - vão as empresas criar um nicho caro para cópias físicas, vendê-las e esse sector o qual vai daqui a uns anos ser minimo e muito valorizado, dentro desse esquema existem já hoje jogos que tiveram acesso fisico muito restricto e que foram vendidos mormente por via digital, daqui a uns anos algum colecionador fala bem dele e começam todos a querer jogá-lo vai daí o preço sobe muito e descobrem que a cópia digital não está acessível e que a física é muito pouca e sobe mais ainda e assim por diante, um jogo que se enquadra aí seria por exemplo o Darkest Dungeons quantas cópias fisicas dele conheces em Portugal ?
E porque vai ser caro em geral em palavras simples - duas razões uma coisa é comprar a lotes outra é importar a lote restrito.
Na equação temos claro está de meter as próprias consolas e discos existentes - um dia morrem, aliás sobrevive melhor um cartucho dos antigos que um cd da PSX por exemplo, sobrevive melhor uma Mega Drive que uma PSX.
E o colecionismo é também isso manter vivo o que já não se fabrica.
Nem precisas de ir muito longe vais a este fórum e vê a quantidade de pessoas que te dizem eu não compro quase nada físico é tudo mas digital, que conste que eu também, tenho para PS4 10 jogos físicos e o resto é tudo digital, como tenho 20 e tal resulta que já tenho mais digital que físico.
O colecionismo é um mundo aparte dentro do que entendemos por "ser gamer" não é só jogar ou ligar a consola, é saber mostrar o que era o produto, falar sobre dados técnicos etc ... daí ser tão valorizado o ter os jogos em mão, hoje em dia, de agora em diante mesmo os colecionadores vão ter de limitar-se a mostrar consolas com partes de catálogos ou catálogos dentro e virtuais é certo e isso só criará lugar a um potencial físico de vídeo-jogo ainda mais restrito, com as desenvolvedoras a lançarem pacotes colecionista ainda mais caros claro está e esses vão ser os colecionadores elite por assim dizer. É um Tetris (queima) no que existe para criar um nicho com certeza e como vês acabo a referir - edições pacote colecionista tal como bem referes tu, esse é o target mas mais rentável ainda hoje e amanhã quando os filhos dos teus filhos virem a tua coleção.
Para lembrar como dado interessante hoje em dia até as revistas gamer dos 90 são motivo de busca incessante por parte dos fãs, até o papel tem valor, até os manuais dos jogos são relíquias caras e do mais valorizado porque precisamente acabaram com essa moda nos jogos de hoje e todos queremos dizer tenho aqui o manual da Mega Drive antigamente era assim, as consolas traziam um bom manual ou o jogo, cheiramo-lo tem um cheiro distinto que te transporta aos anos 90.
E voilá - todos os jogos que de agora em diante tenham a sorte de ter uma cópia física vão ser a edição colecionista do futuro.